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Aspectos relacionados à saúde da mulher 

universitária, Universidade do Oeste de Santa Catarina

Aspectos relacionados con la salud de la mujer universitaria, en la Universidad del Oeste de Santa Catarina

 

*Especialista em Atividade Física e Saúde pela Universidade do Oeste de Santa Catarina

Responsável Técnica no Laboratório de Fisiologia do Exercício

da Unoesc, campus de São Miguel do Oeste, SC

**Mestre em Ciência do Movimento Humano pela UFSM. Professora do curso

de Educação Física da Unoesc, campus de São Miguel do Oeste, SC

***Mestre e doutorando em Ciências Farmacêuticas pela UFSM, Professor do curso

de Biomedicina da Unoesc, campus de São Miguel do Oeste, SC

Fátima Bisutti*

fatima.bisutti@unoesc.edu.br

Andréa Jaqueline Prates Ribeiro**

andrea.ribeiro@unoesc.edu.br

Eduardo Ottobelli Chielle***

eduardochielle@yahoo.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo objetivou analisar aspectos relacionados à Saúde de mulheres de diferentes faixas etárias e raças de variáveis como %G, IMC, Glicemia Sanguínea e Pressão Arterial de Universitárias da Universidade do Oeste de Santa Catarina – Campus de São Miguel do Oeste – Santa Catarina. A amostra foi composta por 90 mulheres, na faixa etária de 17 a 46 anos, que se disponibilizaram aleatória e voluntariamente a participar do estudo no período de fevereiro a abril de 2013, sendo divididas em dois grupos, o primeiro grupo com idade de 17 a 24,9 anos e o segundo grupo com idade acima de 25 anos. Cada participante foi informada acerca de como seria realizado o estudo e após a assinatura e entrega do TCLE foram iniciadas as avaliações de Peso (Kg), Estatura (cm), %G e IMC (Índice de Massa Corporal), Glicemia Sanguínea (mg/dl) - sendo considerado um valor normal até 140 mg/dL visto que as pacientes não estavam em jejum (MOTTA, 2009) e Pressão Arterial (mmHg). Os dados foram analisados através de estatística descritiva (média e desvio padrão) para caracterizar a amostra estudada e o Teste “t” de Student, adotando um nível de significância P < 0,05. Os resultados mostraram que o grupo está dentro dos parâmetros considerados normais, sendo que após analisados e comparados, os dois grupos apresentaram uma diferença estatisticamente significativa para as variáveis de %G, IMC, Pressão Arterial Sistólica. Sendo que o Grupo 02 apresentou os índices de peso, %G, IMC, e Glicemia maiores que o Grupo 01. Destas variáveis somente o %G está acima dos parâmetros considerados normais. Desta forma pode-se concluir que hábitos de vida saudáveis, juntamente com a conscientização de uma boa alimentação e a prática de atividade física, fazem com que os impactos do passar dos anos diminuam e a ocorrência de doenças seja menor. Além disso, a realização de trabalhos como este são de suma importância, para que tanto universitárias quanto a população geral tenham conhecimento do quão importante é conhecer o seu estado de saúde e dos meios de como se prevenir de algumas enfermidades.

          Unitermos: Universitárias. Composição corporal. Glicemia sanguínea. Pressão arterial.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 188, Enero de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O desenvolvimento sócio-econômico e a globalização levaram a grandes mudanças no estilo de vida da população mundial, diminuindo assim a qualidade de vida das pessoas. Por este motivo as pessoas estão tendo hábitos de vida, não muito saudáveis, sua alimentação, suas relações pessoais, sociais e familiares estão sendo afetadas, culminando também em prejuízos profissionais. (BISUTTI et al., 2013).

    Para a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2013), a alimentação e estilo de vida são fatores importantes para a redução do risco de doenças cardiovasculares. Salienta-se também que a atividade física regular é essencial e de grande benefício para o controle de diversas enfermidades tais como o diabetes e condições associadas como a hipertensão arterial, a obesidade, a hipercolesterolemia, dentre outras. A atividade física ainda ajuda a melhorar o condicionamento físico proporcionando bem estar e melhorando a qualidade de vida do individuo, culminado assim em um auxilio facilitador do controle das enfermidades acima citadas.

    Bisutti et al. (2013), ainda salientam que as pessoas estão sendo levadas a um aumento na aceleração do processo degenerativo, tornando-se mais sedentárias; causando assim o aparecimento das mais variadas doenças ou enfermidades, diminuído a qualidade de vida e saúde das mesmas, bem como dos indivíduos que com elas convivem.

    De acordo com Nahas (2013), a saúde é um atributo dos mais preciosos, e deve ser considerada a partir de uma condição humana com dimensões físicas, social e psicológicas, mas o que acontece na maioria das vezes as pessoas só pensam em melhorá-la quando se sentem ameaçadas ou com o surgimento de sinais e sintomas, significando que um processo patológico já está instalado.

    Imagina-se que ter saúde é somente estar provido da ausência de alguma doença, mas de acordo com Nieman (1999) ter saúde não é somente isso, mas é caracterizado por manter e desenvolver todas as funções fisiológicas, biológicas e psicológicas naturais do ser humano, sendo influenciadas pelos aspectos sociais e comportamentais. Para Saba (2003), a saúde deriva do estado global sendo que o estado físico interfere no mental e vice-versa, portanto, a saúde do homem depende de seus comportamentos, visto que, este reflete diretamente em seu corpo, seu psicológico e nos seus sentimentos. O estilo de vida adotado pelo mundo contemporâneo contribui desfavoravelmente com nossa saúde, pois, não temos mais tempo, vivemos sobre intenso estresse, optamos pelo comodismo e sedentarismo, sem falar na alimentação desregrada com uma excessiva quantidade de calorias e produtos químicos que temos colocado em nossas mesas diariamente.

    Fatores como o estresse, a má alimentação, a ingestão excessiva de calorias vazias e o sedentarismo são preponderantes e determinantes para a diminuição da saúde humana, haja vista, que são fatores importantes que contribuem para a elevação da pressão arterial, dos níveis glicêmicos e de medidas antropométricas (NAHAS, 2013).

    Pesquisas realizadas pelo Ministério da Saúde em 2004 indicaram as Doenças Cardiovasculares como a principal causa de morte no Brasil (31% do total) associado-a mais de 300 fatores de risco com a doença arterial coronariana e o acidente vascular cerebral. (SBD, 2013).

    Com base nestes dados e na conscientização de uma melhor qualidade de vida e hábitos saudáveis buscou-se analisar aspectos relacionados à Saúde de mulheres de diferentes faixas etárias e raças das variáveis como %G, IMC, Glicemia Sanguínea e Pressão Arterial de Universitárias da Universidade do Oeste de Santa Catarina – Campus de São Miguel do Oeste.

Metodologia

    Esta pesquisa caracteriza-se como uma pesquisa descritiva por objetivar, registrar, analisar e correlacionar fatos e fenômenos (variáveis) sem manipulá-los, bem como, experimental, visto q eu determina e seleciona variáveis para execução e análise (CERVO, 1996).

    A amostra foi composta por 90 mulheres, na faixa etária de 17 à 46 anos, que se disponibilizaram aleatória e voluntariamente a participar do estudo no período de fevereiro a abril de 2013, sendo divididas em dois grupos, o primeiro grupo com idade de 17 à 24,9 anos e o segundo grupo com idade acima de 25 anos. Cada participante foi informada acerca de como seria realizado o estudo e após a assinatura e entrega do TCLE foram iniciadas as avaliações de Peso (balança digital do tipo plataforma, marca WSO), Estatura (Estadiômetro – Marca ALTUREXATA), %G e IMC (Analisador por Bioimpedância HBF-306c- Omron), Glicemia Sanguínea (Analisador bioquímico portátil AccuChek Roche®) sendo considerado um valor normal até 140 mg/dL visto que as pacientes não estavam em jejum ( MOTTA, 2009) e Pressão Arterial (Monitor de Pressão Arterial da Omron HEM 742 INT).

    Para análise dos dados utilizou-se a estatística descritiva (média e desvio padrão) para caracterizar a amostra estudada e o Teste “t” de Student, adotando um nível de significância P < 0,05.

Resultados e discussão

    No Quadro 01 são apresentados os dados de média e desvio padrão das variáveis: Idade, Peso, Estatura, %G, IMC, Pressão Arterial e Glicemia Sanguínea, do grupo avaliado. No Quadro 02 consta a comparação de Média e Desvio padrão destas variáveis entre os Grupos 01 e 02.

Quadro 01. Média e Desvio Padrão das variáveis: Idade, Peso, Estatura, %G, IMC, Pressão Arterial e Glicemia Sanguínea do grupo avaliado

 

Quadro 02. Comparação de Média e Desvio Padrão das variáveis: Idade, Peso, Estatura, %G, IMC, Pressão 

Arterial e Glicemia Sanguínea entre os grupos. Grupo 01 – (14 a 24,9 anos) – Grupo 02 – (Acima de 25 anos)

    No Quadro 01 verifica-se que a amostra apresentou uma média de 22,34±5,28 anos, para a idade de todo o grupo avaliado (90 mulheres). Com relação à variável peso a média é de 59,12±8,36kg e Estatura 162,95±6,54cm. Com base nestes dados foi possível estabelecer a média do IMC do grupo em geral como 22,16±3,03kg/m2, considerada normal, de acordo com os parâmetros de classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS, 1998). Quanto ao %G (25,73±5,44%) pode-se verificar que a média do grupo é também considerada normal quando se leva em conta os parâmetros de Pollock; Wilmore (1993) que propõem que mulheres entre 18 e 25 anos devem ter o %G entre 23 à 25,99%.

    Porém quando fracionamos em grupos de diferentes faixas etárias e os comparamos, pode-se verificar que o Grupo 02 apresenta %G mais elevado que o Grupo 01. De acordo com Pollock; Wilmore (1993), o Grupo 01 pode ser classificado com %G na Média, enquanto para o Grupo 02 os parâmetros estão entre abaixo da média e ruim. Baseando-se nestes dados verificamos que houve uma diferença estatisticamente significativa entre os grupos quanto a esta variável. Desta forma, pode-se verificar que com o avanço da idade os níveis de gordura corporal tendem aumentar, talvez devido ao fato das alterações hormonais, e muitas vezes o sedentarismo.

    O estudo da composição corporal estuda o fracionamento do peso; para sua mensuração, basta o indivíduo subir na balança e ser mensurado. Porém o fundamental no procedimento é a determinação da quantidade de gordura, que, de acordo com McARDLE et al. (2003), se subdivide em essencial e reserva. A primeira é indispensável ao funcionamento fisiológico e está armazenada internamente nos principais órgãos, músculos e tecidos ricos em lipídios existentes em todo sistema nervoso central, isso para proteger os órgãos internos de eventuais traumatismos, atua na reserva de gordura, armazenada sob a superfície da pele. Em termos de medida, a gordura de reserva apresenta pequena diferença entre homens e mulheres, ao passo que o essencial é quatro vezes maior no sexo feminino, devido a fatores biológicos. (GONÇALVEZ; VILARTA, 2004). Associados a esta quantidade maior de gordura nas mulheres estão os hábitos de vida inadequados, alimentação e o sedentarismo, justificando assim o aumento do peso corporal com o avançar da idade.

    Da mesma forma que o %G, houve uma diferença estatisticamente significativa entre os grupos (Grupo 01- 21,74kg/m2±2,82 kg/m2 e Grupo 02- 23,65±3,39kg/m2), quando analisado o peso corporal através do Índice de Massa Corporal (IMC). Podem-se verificar que os dados de média e desvio padrão novamente são maiores no grupo com idade superior a 25 anos. Quando analisamos o grupo todo verifica-se (quadro 02) que o IMC (22,16 ±3,03kg/m2) do grupo pode ser considerado Normal. (OMS, 1998).

    Os dados acima citados corroboram com Ferreira et. al. (2003), quando frisam que, com o avanço da idade e a menopausa os níveis viscerais de gordura ficam desprotegidos, em função da diminuição de massa magra, aumentando assim os níveis de gordura principalmente na região central do corpo. Salientam que é de suma importância a quantidade de tecido adiposo e sua distribuição pelo corpo, sendo que o percentual de gordura corporal aumenta devido ao aumento da gordura corporal total.

    A avaliação da composição corporal não deve levar apenas em consideração peso corporal isoladamente, mas sim os componentes corporais (massa gorda, massa muscular, massa óssea e massa residual), para assim podemos indicar um programa de exercícios físicos e uma dieta alimentar de forma correta. (COSTA 1999 apud TESSARO 2003).

    Tessaro (2003) afirma que composição corporal constitui um aspecto dinâmico dos componentes estruturais do corpo humano que sofre alterações durante toda a vida em decorrência do crescimento, do desenvolvimento, de valores nutricionais, dos níveis de atividade física e de inúmeros outros fatores.

    Powers e Howley (2000) salientam que a gordura corporal está inversamente relacionada ao gasto energético “não-basal”, sobretudo associado à atividade física.

    De acordo com Nahas (2013), a atividade física, junto com uma boa alimentação é a melhor e a mais saudável forma de redução de peso corporal. O autor ainda salienta que de um modo simplístico, cada um é aquilo que come. Os exercícios podem modificar a composição corporal, mudando o metabolismo do indivíduo, e consequentemente impactando em outros aspectos da vida e saúde do indivíduo, mas tem que haver uma consonância entre a alimentação e um estilo de vida mais ativo.

    Quando analisamos a média de Pressão Arterial Sistólica e Diastólica (124,12±9,93 mmHg - 77,20±10,23mmHg, respectivamente), pode-se salientar que os valores obtidos estão dentro da faixa de normalidade de acordo com a classificação apresentada pela VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2010), para o grupo.

    Verifica-se (Quadro 02) que a Pressão Arterial Sistólica (PAS), mesmo estando dentro dos parâmetros normais teve uma diferença estatisticamente significativa entre os grupos, sendo que o Grupo 01 (125,22±9,78mmHg) apresentou níveis mais elevados de Média e Desvio Padrão que o Grupo 02 (120,25±7,09 mmHg).

    Com base na VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2010) desde mais jovens, o excesso de peso se associa com maior prevalência de Hipertensão Arterial sistêmica, na vida adulta, mesmo entre indivíduos fisicamente ativos. Incremento de 2,4 kg/m2 no índice de massa corporal (IMC) acarreta um maior risco de desenvolver hipertensão, lembrando que a obesidade central também se associa com Pressão Arterial. Lembrando que sempre quando relacionamos o IMC com a Pressão Arterial devemos levar em consideração a altura dos indivíduos avaliados, pois este é um dos dados utilizados como base para o cálculo de IMC, e como podemos obsevar no grupo estudado o grupo 01 apresenta média e desvio padrão para a variável de Estatura maior que o grupo 02.

    De acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH, 2002) o aumento da pressão arterial com a idade não representa um comportamento biológico normal. Prevenir esse aumento constitui o meio mais eficiente de combater a hipertensão arterial, evitando as dificuldades e o elevado custo social de seu tratamento e de suas complicações. Combater a hipertensão é prevenir o aumento da pressão pela redução dos fatores de risco em toda a população e nos grupos com maior risco de desenvolver a doença, como o limítrofe (130–39/85–89mmHg) e aqueles com história familiar de doença hipertensiva.

    Ainda salienta que o aparecimento da hipertensão é favorecido por excesso de peso, sedentarismo, elevada ingestão de sal, baixa ingestão de potássio e consumo excessivo de álcool. No grupo com pressão limítrofe (130–39/85–89mmHg) também contribuem para o aumento do risco cardiovascular as dislipidemias, intolerância à glicose e diabete, tabagismo, menopausa e estresse emocional.

    As graves consequências da pressão alta podem ser evitadas, desde que os hipertensos conheçam sua condição e mantenham-se em tratamento com adequado controle da pressão. A Hipertensão muito ocorrente e comum acomete uma em cada quatro pessoas adultas. Assim, estima-se que atinja em torno de, no mínimo, 25 % da população brasileira adulta, chegando a mais de 50% após os 60 anos e está presente em 5% das crianças e adolescentes no Brasil, sendo responsável por 40% dos infartos, 80% dos derrames e 25% dos casos de insuficiência renal terminal. (SBH, 2013)

    De acordo com a V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2006), no Brasil em 2003, 27,4% dos óbitos foram decorrentes de doenças cardiovasculares, acometendo as mulheres em uma maior proporção sendo que a principal causa de morte é o acidente vascular cerebral das quais um dos fatores de risco é a Hipertensão arterial. Já em publicações de 2010 (SBH), temos novos dados abordando que entre os gêneros, a prevalência foi de 35,8% nos homens e de 30% em mulheres, semelhante à de outros países. Após feita uma revisão sistemática quantitativa de 2003 a 2008, de 44 estudos em 35 países, revelou-se uma prevalência global de 37,8% em homens e 32,1% em mulheres.

    De acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), por meio da IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2002), a hipertensão arterial, pela sua alta prevalência e associação com eventos mórbidos cardiovasculares, quando já diagnosticada requer intervenção, o que pode ser obtido por meio do tratamento medicamentoso e adoção de estilos de vida saudáveis. Porém, apesar da comprovada efetividade do tratamento, a manutenção da pressão arterial dentro de níveis desejáveis ainda é insatisfatória. Tal fato é resultado, em grande parte, da falta de adesão ao tratamento dos pacientes. Não existe estudo nacional que demonstre a adesão ao tratamento de hipertensão arterial. Estudos isolados têm apontado que a falta de controle da hipertensão gira em torno de 30% a 40%, podendo chegar ao grau mais elevado, que é o abandono do tratamento, com índice de 56%.

    Além de todos os fatores de risco que influenciam a Pressão arterial, dentre eles está a glicemia sanguínea. De acordo com as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2009), dados brasileiros de 2006, demonstram que há um acentuado aumento da mortalidade devido a Diabetes Mellitus (DM) com o progredir da idade variando de 0,46 para faixa etária de 0 à 29 anos a 223,3 para idade de 60 anos ou mais. Em outro estudo realizado em 2003, verificou-se que ocorreu grande aumento de 1993 (18,3%) para 2000 (34,9%), este aumento está diretamente ligado ao estilo de vida, padrão alimentar e também pode ser ligada à padrões genéticos.

    Como podemos observar em relação aos níveis de glicose, foi encontrado para o grupo uma média de 102,42±18,23mg/dL, salientando que essas pacientes não apresentavam-se em jejum e que nessas condições segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (2009) pode-se considerar normalidade valores de glicose até 140 mg/dL. Porém quando analisamos o grupo estudado, caso a caso podemos verificar que das 90 mulheres avaliadas, 05 mulheres estão acima dos níveis considerados normais, desta forma podemos salientar que 5,5% estão com os níveis de glicose acima do normal, podendo apresentar distúrbios no metabolismo da glicose e poderão ser ou não no futuro portadores de Diabete Mellitus 2.

    Ao compararmos o Grupo 01 (101,18±18,60mg/dL) e Grupo 02 (106,75±17,08 mg/dL), podemos verificar que não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos, sendo que o Grupo 02, apresenta os níveis um pouco maiores em relação ao Grupo 01.

    Para Dualibi (2009), diagnóstico de Diabetes Mellitus é estabelecido através da definição do quadro clínico do paciente associado a dosagens laboratoriais de glicose plasmática, que indicam a diabetes com valores superiores a 126 mg/dL após um jejum de 8 horas, em duas medidas; valores superiores a 200 mg/dL após teste de tolerância à glicose, onde administra-se 75g ou 1,75g/Kg do peso em crianças; e valores superiores a 200 mg/dL em dosagem aleatória, com apresentação de sintomas sugestivos.

    Para a SBD (2009), o aumento da DM2 pode estar ligado diretamente, de acordo com evidências, à alterações no estilo de vida com ênfase na alimentação e redução da atividade física. Os programas de prevenção primária são baseados em intervenções na dieta e na iniciação a prática de atividade física, visando combater o excesso de peso em indivíduos com pré-disposição à tolerância de glicose diminuída. Em estudos realizados pelo Diabetes Prevention Program (DPP) ocorreu uma redução de 58% da incidência de casos de DM após o estimulo de uma dieta saudável e a prática efetiva de atividade física, sendo mais efetiva que o uso de alguns medicamentos como metformina.

    Salienta-se também que devido à gravidade das complicações, a natureza crônica e os meios necessários para controlar a DM, a tornam uma doença onerosa não somente ao individuo que tem um grande impacto quanto à sua qualidade de vida, também como de seus familiares e aos sistemas de saúde. (SBD, 2009).

Considerações finais

    Como pode-se observar o grupo avaliado apresentou, de modo geral, variáveis positivas quando buscou-se analisar aspectos relacionados à Saúde de mulheres universitárias de diferentes faixas etárias e raças das variáveis como %G, IMC, Glicemia Sanguínea e Pressão Arterial. Porém verificou-se que os dados encontrados de algumas variáveis corroboram com dados encontrados por diversos autores, que predizem que com o passar da idade e um estilo de vida não tão positivo há uma degradação quanto ao nível de saúde, fazendo com que se desenvolvam algumas doenças dentre elas as cardiovasculares.

    Desta forma pode-se concluir que hábitos de vida saudáveis, juntamente com a conscientização de uma boa alimentação e a prática de atividade física, fazem com que os impactos do passar dos anos diminuam e a ocorrência de doenças seja menor.

    Além disso, a realização de trabalhos como este são de suma importância, para que tanto universitárias quanto a população geral tenham conhecimento do quão importante é conhecer o seu estado de saúde e dos meios de como se prevenir de algumas enfermidades.

Referências

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