Síndrome de Down: uma inclusão possível nas aulas de Educação Física Síndrome de Down: una inclusión posible en las clases de Educación Física |
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Universidade Salgado de Oliveira (Brasil) |
Dannyella Crysthina Batista Guimarães Geraldo Ramos da Silva Edson Leonel Rocha |
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Resumo Incluir é uma palavra que esta cada vez mais na mídia, nas escolas, áreas pedagógicas. Afinal excluir passou a ser politicamente incorreto. Incluir e inserir em um contexto já formando algo ou alguém que estava fora, ou seja, excluído deste contexto. Apesar da constituição de 1988 determinarmos a inserção ideais pessoas portadores de deficiência na educação regular, algumas instituições relutavam, defendendo que o melhor para os deficientes e uma educação especifica e diferenciada. Apesar das resistências, a inclusão de pessoas portadoras de deficiências nas escolas regulares esta cada vez mais comum, pelo menos em termo de matriculas. Mas esta educação esta acontecendo de fato? Os nossos portadores de deficiência estão realmente sendo incluído? Ou estão apenas sendo transformados em números estatisticamente positivos, para demonstra um Brasil que teoricamente se preocupa com todos os seus cidadãos e capacita seus educadores para uma escola inclusiva. Unitermos: Síndrome de Down. Deficiência mental. Preconceito. Inclusão.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 187, Diciembre de 2013. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
O tema inclusão tem levantado inúmeros debates sobre vantagens e desvantagens, evidenciando posições polêmicas e controversas entre os educadores e especialistas. Há quem defenda a inclusão de todos os alunos em classes comuns, inclusive de alunos com algum tipo de deficiência, eliminado assim serviços de apoio e recursos auxiliares, outros se posicionam e vêem a inclusão como inviável e utópica em nossa realidade educacional.
Este trabalho tem como objetivo por meio de observação direta procurou-se observar o desempenho da criança com necessidades especiais, concluindo que a deficiência não incapacita o sujeito na sua totalidade e que a família tem grande influência no seu desenvolvimento. Parece ainda, que a informação concorre para a mudança do modo como a sociedade os vê, porém não de modo suficiente para erradicar o preconceito de imediato. Este, ao esbarrar na cultura e no inconsciente das pessoas, não permite que se considere a diferença como diversidade ao invés de desigualdade, requisito importante para a constituição da sociedade inclusiva.
Constatamos, porém, que a preocupação na nossa política educacional é que haja "educação para todos", e que preferencialmente ela aconteça em classes comuns de ensino regular, evidenciada em leis e normas já aprovadas.
No site do MEC (2010) encontramos documentos, onde reiteram que a educação das pessoas com necessidades educativas especiais é parte integrante do sistema educativo, ou seja, a lei defende que todos os alunos com necessidades educativas especiais sejam incluídos no ensino regular de qualquer escola, uma realidade que esta acontecendo diariamente.
Porém, nem sempre, se leva em conta as necessidades de cada aluno deficiente, se o mesmo vai ter benefícios com esta inclusão, também não se leva em conta a preparação dos professores para receber esses alunos. Essas questões devem ser pensadas com muita responsabilidade. Pois quando se acredita na inclusão apenas sob o ponto de vista da legalidade, desconsiderando-se a realidade, restringe-se a uma prática desarticulada, provocando o abandono e o comprometimento da autoestima das pessoas envolvidas nesse processo.
A inclusão não dependerá apenas da vontade dos interessados na escola para todos. Não é possível prever o tempo para se alcançar os objetivos da inclusão, mas é preciso iniciar o processo. Deixar de acreditar que as mudanças acontecem tão somente ao se escrever sobre elas, apontando caminhos teóricos para melhoras, sem consolidar a prática.
Fonseca (1995, p. 202) afirma que “a escola terá de adaptar-se a todas as crianças, ou melhor, à variedade humana”. E ainda, “é falso e displicente supor que as crianças deficientes não dispõem da capacidade de aprendizagem. Nelas a disposição é outra, mais lenta e diferente, mas isso não quer dizer que tal condição seja extinta ou ausente”.
Pode-se verificar que a inclusão não é somente inserir o indivíduo nas atividades físicas, em uma integração social, ela é bem mais complexa e séria. Deste modo percebe-se que a inclusão deve ocorrer de maneira completa, respeitando o indivíduo como parte da sociedade de forma produtiva. Neste contexto as aulas de educação física são de fundamental importância para crianças com necessidades educativas especiais, onde os professores devem estar atentos às necessidades e anseios das mesmas, oportunizando varias atividades sociais de maneiras variadas para a integração de toda a turma. Pois é de fundamental importância para o aluno com necessidades educativas especiais se sentir parte de um conjunto de ações, se sentir incluído num grupo com responsabilidades como qualquer outro aluno. O envolvimento do professor de Educação Física nessas atividades é de suma importância, dando uma seriedade para esse tipo de atividade e sem jamais expor o aluno ao ridículo ou deixá-lo ser subestimado. As atividades em grupo são prazerosas e fazem o aluno se envolver de maneira total de maneira harmoniosa.
Assim, a atividade física adaptada proporciona o desenvolvimento das capacidades dos alunos, bem como a promoção de sua personalidade e a participação ativa na vida social. É de fundamental importância o desenvolvimento psicossocial proporcionado durante as aulas de Educação Física, gerando uma maior autonomia nos alunos. As atividades físicas como a dança, o esporte e a recreação desenvolvem nossas habilidades físicas motoras básicas para a vida. Atividades estas que devem ser desenvolvidas com todos os alunos sejam eles deficientes ou não.
A atividade física é importante para a boa qualidade de vida de qualquer indivíduo. A aula de Educação Física é fonte de prazer e alegria sempre bem esperada dentro do período na escola. A partir dessas características, percebe-se que a Educação Física pode contribuir com o processo de inclusão de crianças com necessidades especiais na escola regular. Seus conteúdos e objetivos próprios contribuem para o melhor desenvolvimento da criança nos aspectos motor, cognitivo, afetivo e social, lhe proporcionando maior autonomia e qualidade de vida em seu dia a dia.
Durante o estágio tivemos várias dificuldades em nos adaptar a aluna com SD devido a diversos fatores, sendo um deles que ela não aceitava a aproximação de outras pessoas para lhe ensinar, ela mesma não queria fazer a aula, alegando que sua mãe não á deixava fazer as aulas. Com este embasamento partimos para outras formas de aproximarmos a ela, ficando a estagiária Danyella, mais responsável pela aluna já que a mesma teve uma afinidade a mais por ela, e o estagiário Geraldo por conta do restante da turma. A aluna em Nicole aceitava fazer aula, mais não junto ao grupo, somente quando o professor da turma (estagiário) ensinava ela separadamente. Com isto foi possível realizar um trabalho com a aluna Nicole. Dessa forma foi possível realizar o trabalho com a aluna como foi planejado, participando da aula de educação física, não ficando como uma aluna sinônimo de exclusão, de maneira que respeitando a individualidade da aluna ela participava das aulas.
Síndrome de Down
Uma área da saúde em que a humanidade comprovadamente avançou foi num tratamento de pessoas com diferenças decorrentes da formação genética. Nos casos dos que nascem com a síndrome de Down, a forma de situá-los no centro da sociedade e as modalidades de tratamento terapêutico, da mais simples à altamente complexa, trouxeram avanços importantes. Fonoaudiólogos aperfeiçoam a fala e cirurgiões cardíacos corrigem os problemas no coração que afetam 50% de todos os que têm a síndrome. Psicólogos ajudam a lapidar as habilidades cognitivas e os instrutores de ginástica dão exercícios físicos para reforçar o tônus muscular rebaixado. (VEJA, 31-10-2012).
Também a revista Cláudia (outubro de 2012) trouxe, em letras garrafais e em negrito, o artigo "O diretor da inclusão" no qual mostra a luta do cineasta Marcelo Galvão para realizar o filme "Colegas", protagonizado por três atores com síndrome de Down. Colegas estréiam no mês que vem e seu autor diz "vamos ganhar o Oscar".
Assim, o trabalho educacional, que pretendemos realizar, tratará da inclusão nas aulas de Educação Física do portador da síndrome de Down. Os dois parágrafos acima mais o título do trabalho estão aí para reforçar a atualização do tema.
A Educação Física adquire papel importantíssimo na medida em que se pode estruturar o ambiente adequado para a criança oferecendo experiência, resultando em uma grande auxiliar e promotora do desenvolvimento, isto é, desempenhando papel fundamental no desenvolvimento global, pelo fato de que todo seu trabalho é realizado através dos movimentos (TANI, 1988).
A Síndrome de Dowm gerou idéias distorcidas, mas que ainda circulam no mundo sobre os que nascem com a doença, originando um grande e poderoso preconceito que atualmente ainda é combatido para tentar diminuir a exclusão social que acontece os portadores. Apesar de grandes avanços em relação ao estudo e compreensão da síndrome, séculos e séculos de ignorância fomentaram uma serie de conceitos equivocados sobre o assunto. Apesar das condições estabelecidas e das limitações encontradas, portadores da Síndrome de Down são capazes de andar, comer, vestirem-se sozinhos, como também estudar, entender, compreender e interagir com pessoas sem a síndrome, ditas “normais”. Elas são perfeitamente capazes de formar todos os tipos de relacionamento em suas vidas, seja amizade, amor ou de antipatia. A criança com Síndrome de Down necessita do mesmo tipo de cuidado que qualquer outra criança.
A incidência da SD em nascidos vivos é de 1 para cada 600/800 nascimentos, tendo uma media de 8.000 novos casos por ano no Brasil. De acordo com os dados levantados pelo IBGE, com base no censo de semelhantes às estatísticas mundiais. (Schwartzamn, 1999, Moeller, 2006 citado por Marilia 2006).A expectativa media de vida das pessoas com Síndrome de Down, que era de apenas 9 anos em 1920, chega, hoje, há 56 anos em países desenvolvidos. (Bradock, 1999 citado por Marques e Nahas, 2003).
Segundo o MINISTÉRIO DA SAÚDE (1998), nascem no Brasil, cerca de oito mil bebês portadores de Síndrome de Down, por ano.
Com a tecnologia disponível pode-se detectar problemas apresentados durante a gestação, mas no caso da Síndrome de Down não há como corrigir ou evitar sua manifestação. (PUESCHEL, 1999; DIAMENT, A & CYPEL, S. 1989; WERNECK, 1993 citado por Junior, Tonello, Goria e Calegari, 2007).
Apesar da participação do deficiente na prática esportiva ser muito recente, podem-se perceber os benefícios biopsicossociais que esta prática com caráter pedagógico oferece a essas pessoas. O programa da Educação Física Especial para portadores da Síndrome de Down propõe uma relação direta entre atividades motoras e sociais, oportunizando vivências novas em ambientes distintos, utilizando jogos e brincadeiras como intermediários para o entendimento das regras sociais e culturais, permitindo vivenciar o que é ou não aceito no convívio social (LIMA et al, 1996).
Um dos problemas congênitos que mais prejudica o desenvolvimento, principalmente o desenvolvimento psicomotor, da criança com Down é a hipotonia generalizada, caracterizada por flacidez muscular e ligamentar.
Quanto ao trabalho psicomotor devem-se enfatizar os seguintes aspectos:
O equilíbrio
A coordenação de movimentos
A estruturação do esquema corporal
A orientação espacial e propriocepção
O ritmo
A sensibilidade
Os hábitos posturais
Os exercícios respiratórios
Todos estes aspectos devem ser trabalhados dentro de atividades que sejam essencialmente interessantes para a criança. A utilização da brincadeira e dos jogos com regras é fundamental para que a criança tenha uma participação proveitosa e prazerosa no trabalho de estimulação, tendo conseqüentemente um melhor desempenho.
Necessidade da formação de professores na perspectiva inclusiva
A formação do Profissional que irá estar em contato direto com criança e principalmente crianças com necessidades especiais no processo de educar é de suma importância e foco dos debates contemporâneos nos cenários educacionais. A formação continua não só contribui com os processos formativos como também define o perfil do Profissional que irá lidar diariamente com questões adversas na sala de aula.
Segundo a LDB Lei 9394/96 no seu artigo 61 diz que:
Art. 61. A formação de profissionais da educação, de modo a atender aos objetivos dos diferentes níveis e modalidades de ensino e às características de cada fase do desenvolvimento do educando, terá como fundamentos:
a associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a capacitação em serviço;
aproveitamento da formação e experiências anteriores em instituições de ensino e outras atividades.
Podemos perceber que a própria Lei de Diretrizes e Bases da educação brasileira traz a importância da formação continuada do docente para atuar como profissional que atenda os objetivos dos diferentes níveis, associando teoria e prática para que assim a aprendizagem do educando principalmente quando ele necessite de uma educação especial que atenda suas necessidades seja garantida.
A garantia da formação continuada definirá o perfil do profissional que estará lidando diretamente com educados com síndrome de Down matriculados nas salas de aula regular do ensino, até porque o perfil desse professor na condução de suas aulas contribuirá para a garantia do direito de aprender, do direito ao desenvolvimento integral da criança com síndrome de Down.
A sala de aula então deve ser um ambiente formador, segundo Castro e Carvalho: A sala de aula pode ainda ser considerada um espaço privilegiado de aprendizagem nas sociedades avançadas em que dominam as novas tecnologias de comunicação e informação? Hoje, as informações estão facilmente disponíveis. De fato, defrontamo-nos com muito mais dados do que nossa capacidade para entendê-los e gerenciá-los. Sentimos falta, muitas vezes, de referências teóricas e metodológicas para mapeá-los e dar-lhes significado.
A sala de aula pode ser esse espaço formador para o aluno. Espaço em que ele aprende a pensar, elaborar e expressar melhor suas idéias e a ressignificar suas concepções (2001, p. 125).
Castro e Carvalho além de definirem o espaço da sala de aula como um espaço que deve ser formador para o educando elas defendem que o professor também pode ser formado a partir das perspectivas da sala de aula observe, “A sala de aula pode ser também um espaço formador para o professor. A formação inicial não pode dar conta da variedade e da complexidade de situações com as quais o futuro professore se defrontará (2001, p.125)”.
A formação do profissional docente que os autores colocam se dá necessariamente pelo fato das complexas situações que tais profissionais vão lidar na sala de aula a inclusão é uma delas. Tratar da inclusão requer um perfil profissional ainda mais preparado para com diversas situações para atender as necessidades especiais desses educandos na garantia que eles têm o direito de aprender, de se desenvolver como todo educando tem, ao se matricular numa instituição de ensino publica ou particular. 28
A inclusão do aluno com deficiência
Seria ingênuo pensar que só a integração escolar produzirá, automaticamente, a total integração social dos portadores de deficiência, pois os mecanismos segregacionistas estão de tal forma, sedimentados em nossa sociedade, que demorará muito tempo para serem, pelo menos, minimizados. Apesar da base da integração ser o princípio de normalização, a mesma não é específica da vida escolar, contudo atinge o conjunto de manifestações e atividades humanas e todas as etapas da vida das pessoas, sejam elas afetadas ou não por uma incapacidade, dificuldade ou inadaptação. Temos que reconhecer que os primeiros passos já estão sendo dados, e que a sociedade já está mais esclarecida.
Seria a inclusão apenas uma integração com ares de modernidade? O conceito de inclusão se refere à vida social e educativa e todos os alunos devem ser incluídos em escolas regulares e não somente integrados.
A inclusão institui a inserção de uma forma mais radical, completa e sistemática, uma vez que o objetivo é incluir um aluno ou grupo de alunos que não foram anteriormente excluídos. A meta da inclusão é desde o início não deixar ninguém fora do sistema escolar. A inclusão sugere que a escola é que terá de se adaptar às particularidades de todos os alunos para concretizar a sua metáfora - o caleidoscópio.
Deficiência física
Deficiência física e o nome dado às conseqüências de problemas que ocorrem no cérebro ou sistema locomotor, e levam a um mau funcionamento ou paralisia dos membros inferiores e/ou superiores.
Aparentemente pode parecer que a inclusão de pessoas com deficiência física e fácil, pois sua cognição e menos comprometida. Acontece que as deficiências físicas também se apresentam em diferentes níveis, e algumas afetam profundamente o processo cognitivo.
A inclusão de pessoas com deficiência físicas exigem além de profissionais capacitados, uma profunda adequação e estruturação das instituições de ensino, tais como: rampas, apoiadores, pranchas, pisos com textura diferente, etc.
Outra grande dificuldade na inclusão de pessoas com deficiência física são as reações causadas em virtude de sua aparência. Por mais conscientizadas que possamos parecer, o diferente, causa-nos estranheza e medo.
Evidente que, devido à deficiência mental presente na Síndrome de Down (SD), a educação dessas crianças é um processo complexo e requer adaptações e, muitas vezes o uso de recursos especiais. Normalmente a criança que apresenta Síndrome de Down, inicia uma trajetória de estimulação precoce no setor de fisioterapia O portador da SD é capaz de compreender suas limitações e conviver com suas dificuldades, a maioria deles tem autonomia para tomar iniciativas, não precisando que os pais digam a todo o momento o que deve ser feito. Isso demonstra a necessidade, a possibilidade desses indivíduos de participar e interferir com certa autonomia em um mundo onde normal e deficiente é semelhantes em suas inúmeras deficiências.
Relação Educação Física e Síndrome de Down
Sabemos que a atividade física é de suma importância para a manutenção da qualidade de vida, da saúde e na prevenção de doenças. A atividade física para pessoas com Síndrome de Down deve ser adequada as suas características e principalmente as suas necessidades. (Junior, Tonello, Goria, Calegari, 2007).
Uma das grandes vantagens do componente curricular Educação Física na escola é o fato dele poder trabalhar com o movimento e o corpo do educando. Sua possibilidade dinâmica de atrair o estudante para a aula se dá pelo seu diferencial em relação às demais disciplinas, pois o momento prático no trabalho com atividades, fazendo com que o estudante interaja melhor com os conteúdos trabalhados na disciplina. Proporcionando também, uma melhor interação entre os educandos nas suas diversas vivencia. Proposta que se tornam cada vez mais comum e necessária no âmbito escolar, já que, as escolas devem se preparar cada vez melhor para atender um público que necessita de uma educação especial.
Tratando-se de alunos com síndrome de Down, as atividades propostas nas aulas de Educação física devem sempre contribuir para que o aluno tenha um melhor aproveitamento das tarefas, seu desenvolvimento depende muito disso. É importante que haja uma aproximação da criança, estabelecendo uma relação de confiança com o professor e principalmente com os colegas de classe.
Relato de experiência nas aulas
Nós como professores estagiários não tivemos como trabalhar uma criança com Síndrome de Down, motivo, nem tudo o que era planejado ela aceitava, sempre queria ficar sozinha, a desculpa de não poder participar ela não se sentia bem, assim nos professores estagiário procuramos trabalhar individualmente a aluna em questão só assim ela aceitava fazer educação física. Tentamos de todas as maneiras, mas ela não aceitava participar, em grupo por varias vezes o professor titular ficou com ela trabalhando, o mesmo afirmou que ela sempre fica de fora das aulas por não ter como trabalhar a aluna, pois ele e um só e não tem outro que possa ficar com ela durante a aula, assim ela não participa da aula ficando sempre excluída mesmo estando em sala de aula.
Segundo conta o professor titular a aluna só participa da aula quando o colégio tem estagiário não sendo a primeira criança a ter Síndrome de Down na escola. As escolas não estão preparadas para crianças portadoras da Síndrome de Down ou outro problema físico ou mental. Segundo o professor titular falar em incluir e muito fácil fazer esta inclusão dentro de uma aula de educação física não e tão fácil assim. Trabalhar com educação física com criança ditas normais já não e tão fácil assim quanto mais com criança que necessitam de uma atenção especial.
As faculdades não tem um programa especial para você trabalhar com esse tipo de pessoas, você aprende fora da faculdade, depois de ter errado bastante. Trabalhar com criança com necessidade especial e criança dita normal nem sempre e tão simples assim a necessidade de avaliar cada caso, pois certas crianças conseguem trabalhar em grupo outras não aceitam.
Nosso trabalho como professor estagiário não foi dirigido à criança com necessidades especiais por falta de experiência e capacidade de desenvolver um trabalho dirigido,o trabalho foi aplicado aos outros alunos, uma educação física mais dirigida às pessoas que podiam executar os nossos interesses, seguindo uma orientação do professor titular. Onde ele alegou que assim poderia dar uma atenção que não dava a aluna com Síndrome de Down.
Historicamente a escola se caracterizou por delimitar a educação como privilégio de um grupo. Exclusão legitimada pelas políticas públicas. O processo de democratização das escolas foca o paradoxo inclusão/exclusão na universalização e acesso do ensino pelos sistemas, porém a exclusão de indivíduos e grupos considerados fora dos padrões normais continua existindo.
A garantia da matrícula da pessoa com deficiência é consolidada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº 9394/96 e reafirmada na resolução nº 2 de 2001 do Conselho Nacional de Educação (CNE). Tais leis não asseguram a permanência das PNEs na escola regular, uma vez que permite o encaminhamento das mesmas para o ensino especial ou regular com sala especial (salas multifuncionais).
Considerações finais
Na cultura grega, especialmente na espartana, os indivíduos com deficiências não eram tolerados. A filosofia grega justificava tais atos cometidos contra os deficientes postulando que estas criaturas não eram humanas, mas um tipo de monstro pertencente a outras espécies. (...) Na Idade Média, os portadores de deficiências foram considerados como produto da união entre uma mulher e o Demônio. (SCHWARTZMAN, 1999).
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) 9394/96, ao reconhecer a Educação Especial como modalidade de ensino que permeia todos os níveis escolares, deixa claro que não há, nos sistemas de ensino, tipos separados de educação. Sendo assim, a Educação Especial não é um subsistema e as unidades escolares devem ter um conjunto de recursos que devem ser organizados e disponibilizados para que todos os alunos possam desenvolver suas competências com respeito e dignidade, entre eles os que necessitam de apoios diferenciados. A escola precisa estar aberta para atender a todos e o governo deve oferecer reais condições para a implantação da escola inclusiva no país, fornecendo verbas, criando cursos de reciclagem para os docentes e atendendo as demais necessidades estruturais necessárias para tal ocorrência, como por exemplo, proporcionando apoio educacional especializado adequado para todos os alunos.
A Educação Inclusiva pressupõe que todas as crianças tenham a mesma oportunidade de acesso, de permanência e de aproveitamento na escola, independentemente de qualquer característica peculiar que apresentem ou não.
O movimento inclusivo, nas escolas, por mais que seja ainda muito contestado, pelo caráter ameaçador de toda e qualquer mudança, especialmente no meio educacional, é irreversível e convence a todos pela sua lógica, pela ética de seu posicionamento social. A inclusão está denunciando o abismo existente entre o velho e o novo na instituição escolar brasileira. A inclusão é reveladora dessa distância que precisa ser preenchida com as ações eficazes.
Para que este movimento inclusivo aconteça é fundamental que as crianças com deficiência tenham o apoio de que precisam, seja da sua própria família, da sociedade ou nas escolas. Mas, o mais importante de tudo, é que o professor, a família e toda a comunidade escolar estejam convencidos de que: cada aluno é diferente no que se refere ao estilo e ao ritmo da aprendizagem.
No que se refere especificamente à inclusão dos portadores da Síndrome de Down a escolas terão de escolher o caminho a seguir, mas é bom lembrar que apostar na educação que ensina e estimula a competitividade é investir na permanência de uma característica de nosso mundo atual e não deixar as pessoas sem outra opção, submetidos a estilo segregado de viver.
Os professores precisam estar conscientes de sua importância e da função que desempenham, no caso de terem um aluno com síndrome de Down, na sala. Como se vê, é na relação concreta entre o educando e o professor que se localizam os elementos que possibilitam decisões educacionais mais acertadas, e não somente no aluno ou na escola. O sentido especial da educação consiste em amar e respeitar o outro, que são as atitudes mediadoras da competência ou da sua busca para melhor favorecer o crescimento e desenvolvimento destes. O conhecimento de uma abordagem holística, no sentido de integração e revelação do contexto de vida do portador da síndrome. Ter acesso aos outros profissionais, como fonoaudiólogos e fisioterapeutas envolvidos no desenvolvimento deste indivíduo, podem também trazer contribuições significativas para as ações do professor em sala de aula.
A educação física como parte do processo educativo, também precisa se adaptar e preparar para receber as pessoas com SD. Adaptar as atividades é papel do professor, onde respeitar a individualidade de cada aluno faz parte da aula. As pessoas com SD possuem um ritmo de aprendizado menor, mas isso não quer dizer que elas não são capazes de aprender. Possibilitar ao aluno diversos estímulos, com atividades diferentes também podem ajudar no desenvolvimento por completo. Variar entre atividades em grupos, e individuais são interessantes para SD, onde assim estimulam além do motor, o social e o emocional também.
Podemos imaginar, como reagiria um espartanos do sec. X a c., ao visitar nossas escola inclusivas e observar um aluno com Síndrome de Down participando das atividades em grupos na sala de aula, ou se der repente ele observasse um jovem com movimento involuntários provocados por uma deficiência neuromotora, escrevendo uma frase toda rabiscada ou ainda um cego tateando um livro todo perfurado, extraindo dali um mundo de informações. Talvez ele dissesse: o que eles fazem aqui? Por que não os lançaram no abismo com outros? Por os deixaram viver?
Ver essa análise parece até absurda em um primeiro momento, mas se pararmos para pensar, as pessoas com deficiência são vistas pela sociedade com um olhar de dó e piedade, são vistos como incapazes de realizar funções e trabalhos. Dessa forma causando um isolamento, e privando essas pessoas do convívio social, desperdiçando oportunidades de aprendizagem, de uma possível inserção no mercado de trabalho.
A falta de preparo dos profissionais também influencia, onde não estão preparados para receber alunos com deficiência. O professor tem por objetivo de fazer a mediação entre o aprendizado e o aluno, então este tem por objetivo se preparar para receber e saber como lidar com esses alunos.
O compromisso do educador e com o processo de transformação de ser humano, proporcionando-lhe recursos para que possam através de suas potencialidades, desenvolver a aprendizagem. Embora em algumas pessoas, a velocidade desta aprendizagem não corresponda aos padrões sociais, elas não deixam de ser humanos e o compromisso do educador continua o mesmo.
Referencias bibliográficas
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COUTO PIMENTEL, Susana. Educação Inclusiva - Conviver com o Síndrome de Down em escola inclusiva: Mediação pedagógica e formação de conceitos. Rio de Janeiro: 1ª edição: Ed Vozes, 2012.
DAMAZIO, Márcia Silva. SILVA, Fátima Paiva. O ensino da educação física e o espaço físico em questão. Pensar a prática. v. 11, n. 2, 2008.
GRESPAN, Maria Regina Educação física no ensino fundamental: Primeiro ciclo, Campinas, SP: Papirus, 2002.
TEIXEIRA, Fabiano Augusto. Educação Física: reflexões sobre as aulas de exclusão. Motrivivência , ano XXI, n. 32/33, jun-dez, 2009.
VOIVODIC, Maria Antonieta M. A. Inclusão escolar de crianças com Síndrome de Down. Rio de Janeiro: 6ª edição: Ed Vozes, 2004.
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