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Riscos à saúde provocados pelo uso de esteróides anabolizantes

Los riesgos para la salud provocados por el uso de esteroides anabólicos

 

*Graduando de Educação Física pela Universidade Estadual de Maringá, Campus Vale do Ivaí

**Professor Colaborador do Departamento de Educação Física da Universidade Estadual

de Maringá, Campus Vale do Ivaí. / Professor Assistente da Faculdade Ingá, UNINGÁ

(Brasil)

Fagner Sene Rodrigues*

Anderson da Silva Honorato**

guinho_pfc@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Visando um maior rendimento esportivo ou simplesmente um aumento de massa muscular, vários atletas de rendimento ou praticantes de musculação acabam fazendo uso de esteróides anabolizantes, sem levar em contas os riscos. Tendo como base a literatura o presente trabalho ira apresentar os efeitos nocivos que os esteróides anabolizantes exercem sobre o corpo quando ministrados de forma indevida, gerando assim sérios danos a saúde. O processo utilizado para a construção do trabalho será a pesquisa descritiva bibliográfica, onde será esplanada a relação entre saúde e manutenção de massa muscular, os esteróides mais utilizados e os danos à saúde provocados por sua utilização indevida. Portanto deve-se muito bem analisar os riscos apresentados antes de se iniciar a utilização de qualquer substância que promova mudanças em nosso organismo.

          Unitermos: Massa muscular. Esteróides anabolizantes. Saúde.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 187, Diciembre de 2013. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    A cada dia mais pessoas estão ingressando no mundo das academias, com os mais variados objetivos, seja para a perda de peso, por indicações médicas, mas sem dúvidas o principal objetivo é melhorar a aparência física, conquistando assim um corpo cheio de curvas e músculos definidos e geralmente com baixa porcentagem de gordura.

    Assim como toda atividade física necessita da ação muscular para realização da tarefa em si, as atividades desenvolvidas nas academias não são diferentes, durante as séries de exercícios os músculos estão em constante contração e relaxamento.

    A capacidade de o indivíduo desenvolver força esta relacionada com a velocidade da contração, em contração muscular de encurtamento a força é maximizada quando se realiza a atividade lentamente, já na contração de alongamento a força é maximizada quando a atividade é realizada de forma rápida (WILMORE; COSTILL; KENNEY, 2010).

    Embora traga muitos benefícios ao corpo, à prática da musculação apresenta um lado sombrio, que atrai cada vez mais jovens, que buscam um ganho muscular rápido e sem muito esforço, esse caminho na maioria das vezes provoca danos irreversíveis, onde os principais vilões são os esteroides anabolizantes. “Esteroides são hormônios, responsáveis pela harmonia das funções primordiais do organismo” (GUIMARAES NETO, 2009, p. 95).

    Os jovens praticantes de musculação são as vítimas mais comuns dos esteroides, muitas vezes pela falta de informação ou pela pressa em obter uma considerável hipertrofia muscular em curto prazo.

    De acordo com Guyton e Hall (2008, p. 62):

    Toda hipertrofia muscular resulta virtualmente do aumento do número de filamentos de actina e miosina em cada fibra muscular, o que causa aumento do volume das fibras musculares individuais, o que é, simplesmente, chamado de hipertrofia das fibras. Isso ocorre, em geral, em resposta à contração dos músculos com força máxima ou quase máxima.

    Porém essa hipertrofia de forma acelerada resultante do uso de esteroides anabolizantes de forma descontrolada traz com sigo diversos problemas.

    Como todo tipo de medicamento os esteroides anabolizantes causam diversos efeitos colaterais se ministrados de forma descontrolada. Da mesma forma que muitos defendem sua utilização existem também aqueles que condenam o uso dessas substâncias.

    Guimarães Neto (2006, p. 46) argumenta que:

    Muitos efeitos colaterais de longo e curto prazo são relacionados com o uso de esteroides anabólicos. Efeitos colaterais como calvície e acne, não são ameaças à vida, mas podem ser psicologicamente preocupantes, ao passo que a hipertrofia da próstata é uma consequência que não pode ser ignorada.

    Estes efeitos colaterais citados representam uma mínima porcentagem, pois dentre eles existem outros efeitos como a hipertensão, agressividade, impotência sexual, insônia e muitos outros, entre eles ate mesmo o câncer.

    Como já foi dito anteriormente existe quem defenda o uso dessas substâncias, pelo fato de que os efeitos não aparecem em todos. Mas o risco existe e o preço a se pagar pelo uso indevido de tais substâncias não é nada barato.

    Segundo Guimarães Neto (2009, p. 101) “alguns usuários de esteroides anabólicos parecem escapar dos efeitos colaterais, enquanto outros sofrem um ou mais desses efeitos. Tudo depende da predisposição genética”.

    Neste trabalho não temos a intenção de defender e muito menos condenar quem utiliza esteroides anabolizantes. O presente trabalho ira apresentar os vários efeitos nocivos que essas substâncias exercem sobre o corpo quando ministrados de forma indevida.

2.     Objetivos

2.1.     Objetivo geral

    Analisar por meio de literaturas os efeitos nocivos que os esteroides anabolizantes exercem sobre o corpo quando ministrados de forma indevida.

2.2.     Objetivos específicos

  • Definir os tipos de esteroides anabólicos mais utilizados no mundo da musculação;

  • Especificar os efeitos que cada um desses esteroides exerce sobre o corpo;

  • Descrever o quanto cada efeito colateral do uso de esteroides pode afetar a vida de quem o utiliza.

3.     METODOLOGIA

3.1.     Tipo de estudo

    O presente trabalho será desenvolvido através da pesquisa descritiva e bibliográfica. Na pesquisa descritiva não ocorre à interferência do pesquisador, ele descreve o objeto de pesquisa, ele procura descobrir a frequência em que acontece um fenômeno, a sua natureza, suas características, suas causas, suas relações e conexões com outros fenômenos. A pesquisa bibliográfica efetua-se na tentativa de resolver problemas ou adquirir conhecimentos através do emprego de informações provenientes de material gráfico, sonoro e informativo (BARROS; LEHFELD, 2007).

3.2.     Instrumentos para coleta de dados

    No decorrer da pesquisa será utilizado o método indutivo, onde serão analisados diversos livros, artigos científicos e periódicos que venham a questionar o tema em questão.

4.     DESENVOLVIMENTO

4.1.     Condicionamento muscular e saúde

    É inegável que uma boa qualidade de vida esta intimamente ligada a hábitos de vida saudável.

    Segundo Wilmore, Costill e Kenney (2010, p. 468):

    Os estudos sugerem que as pessoas que mantiverem um programa regular de atividades com maior duração ou intensidade mais vigorosa provavelmente obterão maiores benefícios para a saúde. Atualmente, ficou claro que o tipo e a intensidade apropriados de exercícios variam, dependendo das características individuais, do nível atual de condicionamento físico e de problemas ou preocupações especificas com a saúde.

    Portanto, indivíduos que mantem uma regular pratica de atividade física apresentam melhores condições de vida, “[...] a manutenção de níveis mais altos de atividade física e de aptidão durante a vida inteira proporciona benefícios significativos em termos de saúde e longevidade” (McARDLE; KATCH; KATCH, 2011, p. 882).

    Para Guyton e Hall (2008, p. 624):

    [...] o bom preparo físico e o controle de peso reduzem a ocorrência de doenças cardiovasculares. Isto resulta da manutenção de uma pressão sanguínea moderadamente mais baixa e da diminuição de colesterol e das lipoproteínas de baixa densidade no sangue, juntamente com um aumento das lipoproteínas de alta densidade.

    Um fator que contribui muito na vida de um individuo fisicamente ativo é a questão alimentar, onde o praticante de atividades físicas deve buscar alimentos que supram as necessidades de seu corpo.

    McArdle, Katch e Katch (2011, p. 84) argumentam que:

    Uma dieta ótima (ideal) supre os nutrientes necessários em quantidades suficientes para a manutenção, o reparo e o crescimento dos tecidos sem uma ingestão energética excessiva. [...] indivíduos fisicamente ativos devem levar em conta as necessidades energéticas de uma determinada atividade ou esporte e suas demandas de treinamento [...]. A pessoa fisicamente ativa deve obter energia e macronutrientes suficientes para reabastecer o glicogênio hepático e muscular, proporcionar blocos estruturais de aminoácidos para o crescimento e o reparo de tecidos e manter uma ingestão adequada de lipídios capaz de proporcionar ácidos graxos essenciais e vitaminas insolúveis.

    Porém uma dieta bem balanceada requer também uma boa dose de força de vontade, pois deve-se saber muito bem os alimentos que podem ou não ser ingeridos, para que os resultados desejados não sejam minimizados, muitas vezes para que isso ocorra certos sacrifícios devem ser realizados. “A nutrição não é apenas o que vai no seu estômago, mas o que esta na sua mente.” (GUIMARÃES NETO, 2006, p. 117)

    As atividades físicas praticadas regularmente acabam gerando sobre o individuo que as realizam uma maior resistência física e como consequência um aumento da força e da potência muscular.

    Ackland, Elliott e Bloomfield (2011, p. 125) relatam que:

    Força muscular é quantidade de força (ou torque) que um grupo muscular pode exercer contra uma resistência em um esforço máximo. Potência é a capacidade de gerar níveis altos de trabalho (o produto da força e da distância ao longo da qual a força atua) com rapidez. As capacidades físicas de força e potência são qualidades importantes em muitos esportes.

    Com a aquisição de uma maior força e resistência física os benefícios ao indivíduo passam a ser notórios, tanto nos hábitos que passam a ser desenvolvidos quanto na aparência física.

    Segundo Powers e Howley (2009, p. 357):

    A manutenção de massa muscular tem implicações relacionadas ao controle de peso e à integridade do sistema esquelético. Além disso, a combinação adequada de flexibilidade e força permite aos indivíduos realizar as atividades do dia-a-dia confortavelmente e com segurança.

    Esse aumento de força e potência muscular, auxiliados por uma alimentação adequada, são resultados do desenvolvimento do músculo esquelético. “[...] são os músculos esqueléticos que produzem força/resistência necessária à realização de trabalho muscular associado ao esforço físico” (GUEDES; GUEDES, 2006, p.417).

    Esse desenvolvimento do musculo esquelético é denominado hipertrofia muscular.

    Segundo Uchida et al. (2010, p.49):

    Hipertrofia muscular é o aumento na secção transversa do músculo, e isso significa aumento no tamanho e no número de filamentos de actina e miosina e adição de sarcômeros dentro das fibras musculares já existentes. Essa hipertrofia muscular é observada por meio dos treinamentos de força tanto em humanos quanto em animais.

    É nesses casos que muitos indivíduos acabam se deixando levar pela ansiedade de adquirir melhores condições musculares e desempenho em atividades físicas, em consequência disso muitos passam a utilizar substâncias que promovem alterações no organismo, provocando rendimentos além do normal, e com isso acabam deixando de lado a saúde em busca de melhores performances. Entre as substâncias mais conhecidas estão os famosos esteroides anabolizantes, que em sua maioria são sintetizados a partir do hormônio sexual masculino, a testosterona.

    Guyton e Hall (2008, p. 623) argumentam que:

    O uso de hormônios sexuais masculinos (androgênios) ou outros esteroides anabolizantes para aumentar a força muscular pode, indubitavelmente, melhorar o desempenho atlético em certas circunstâncias, de modo especial em homens pouco dotados de secreção normal de testosterona e em mulheres.

    Porém, ao mesmo tempo em que essas substâncias promovem os resultados desejados por seus usuários, acabam promovendo também vários danos à saúde, tanto a curto quanto a longo prazo e na maioria das vezes, mesmo sabendo dos riscos apresentados, as pessoas passam a utilizar essas substâncias, muitas vezes impostas por profissionais que deveriam priorizar pela saúde de seus atletas e/ou alunos. “[...] não é compreensível a tolerância da sociedade para com os usuários de anabolizantes e seu uso indiscriminado em academias de ginástica, onde as pessoas deveriam buscar uma atividade voltada à melhoria da saúde” (AQUINO NETO, 2011, p. 29).

    Essa é uma triste realidade, que se iniciou há muitos anos atrás, e é presenciada ate os dias de hoje, onde os resultados passam a ser o mais importante e a saúde é, de certa forma, esquecida ou simplesmente deixada de lado.

4.2.     Esteróides mais utilizados no mundo da musculação

    Não e de hoje que se ouve falar de esteroides anabólicos, estas substâncias estão presentes no mundo da musculação e principalmente do culturismo há muito tempo, trazendo consigo vários adeptos e também vários opositores a sua utilização.

    Guimarães Neto (2006) relata que, os esteroides anabolizantes foram originalmente produzidos para o tratamento de doenças e não para gerar um desenvolvimento físico fora do normal.

    Segundo Powers e Howley (2009, p. 93):

    Esses esteroides sintéticos foram desenvolvidos para promover o crescimento tecidual em pacientes que apresentavam atrofia em consequência do repouso prolongado ao leito. Há muito tempo ocorreu que esses esteroides anabolizantes poderiam ser uteis no desenvolvimento de massa muscular e força em atletas.

    No mundo dos esportes de alto rendimento e principalmente no mundo do culturismo circulam as mais diversas substancias anabólicas, a maior parte delas proibidas, devido aos efeitos nocivos que desempenham no organismo humano.

    Dentro das academias são comuns circulares alguns esteroides, os mais comuns e de mais fácil acesso como Anabol (Metandrostenolona) que em doses adequadas provoca significativos ganhos de força e volume muscular em questão de semanas; Deca-Durabolin (17-decanoato de nandrolona) utilizada para gerar ganhos de massa muscular; Deposteron (Cipionato de testosterona) promove ganhos rápidos de força e massa muscular; Durateston (Decanoato de Testosterona, Fenilpropionato de Testosterona, Isocaproato de Testosterona e Propionato de Testosterona) este esteroide é a combinação de quatro compostos de testosterona, na intenção de obter resultados imediatos após a aplicação e mantê-los por maior tempo; Winstrol (Stanozolol) que apresenta um efeito anabólico moderado (GUIMARÃES NETO, 2009).

    Guimarães Neto (2009) também nos traz uma outra lista de esteróides bem utilizados, porem estes mais utilizados no mundo do fisiculturismo, tais como o Anabolicum Vister (Quimbolone) que é originalmente destinado ao tratamento de mulheres na pós-menopausa e tratamento de sintomas relacionados ao envelhecimento; Anavar (Oxandrolone) responsável por um grande aumento de força por ampliar os depósitos de fosforo creatina intracelular; Androxon (Undecanato de Testosterona) esta substancia apresenta curto período de vida na corrente sanguínea, em conseqüência disso deve ser ingerida mais constantemente; Equipoise (Undecilenato de Boldenone) utilizada por muitos atletas para ganho de força e volume muscular, porem é uma substancia de uso veterinário; Esiclene (Formebolone) utilizado principalmente por fisiculturistas momentos antes de competições, essa substancia promove uma inflamação nos músculos gerando um aumento no volume devido ao inchaço; Gabormon (Metiltestosterona) é utilizado para aumentar a agressividade, muito procurado por levantadores de peso; Halotestin (Fluoximesterona) é apresentado como um dos esteróides mais tóxicos ao fígado; Hemogenin (Oximetolona) é o esteróide de uso oral mais poderoso, gerando rápidos ganhos de força e volume muscular, porém em muito tóxico; Parabolan (Trembolone) apresenta um efeito similar ao da deca-durabolin; Primbolan (Mentelona) produz densidade muscular e baixa retenção hídrica; Proviron (Mesterolona) utilizado muitas vezes em conjunto com outros esteróides, pois não apresenta muito efeito anabolizante; Testosterona em Suspensão, apresenta curto prazo de duração e é eliminada geralmente pela urina minutos após sua ingestão; Propionato de Testosterona é um esteróide injetável de base oleosa; Testoviron DEPOT (Enantato de Testosterona) é uma substância de efeito bastante lento porem duradouro.

    Como se pode notar a lista de esteroides anabólicos existente é muito grande, em consequência disso os efeitos colaterais gerados são os mais diversos possíveis, pois quem utiliza esteroides geralmente utiliza mais de um deles, o que aumenta ainda mais os riscos a saúde.

4.3.     Efeitos colaterais provocados pela utilização de esteroides anabolizantes

    Todos sabem que qualquer substância estranha que entra em nosso organismo pode provocar sérios danos a nossa saúde, com os esteroides as regras aplicadas não são diferentes. Os esteroides podem adentrar nosso corpo por via oral ou na forma de injeções, depois de ministrados estas substâncias entram na corrente sanguínea em busca de citos receptores onde irão desencadear seu papel.

    Para Guimarães Neto (2009, p. 97):

    Estes citos receptores estão presentes na célula muscular, nas glândulas sebáceas, nos folículos capilares, em varias outras glândulas e em certas regiões do cérebro. A capacidade destas células de receber os diversos tipos de esteroides é denominada afinidade. Em palavras simples, a célula e os esteroides devem se gostar.

    Porém o fato de um esteroide ser bem aceito pelo organismo de um individuo não minimiza a incidência de efeitos colaterais, obviamente que quando a substância ministrada é bem “recebida” ela não gera um dano imediato, mas sua utilização por um longo período pode provocar diversos efeitos colaterais.

    Aquino Neto (2011, p. 29) argumenta que:

    Muitas pessoas acreditam que essas substâncias não sejam prejudiciais, ou que os ‘ganhos’ compensariam os riscos, o que é um grande erro. Os anabolizantes, por exemplo, são tidos como ‘glamurosos’ e apresentados como a solução para problemas estéticos e de força muscular, mas tem os mesmos efeitos colaterais das chamadas drogas ‘pesadas’.

    Devido ao grande questionamento em torno dos esteróides anabólicos várias pesquisas foram realizadas no intuito de esclarecer os reais danos à saúde provocado pela utilização dessas substâncias.

    Wilmore, Costill e Kenney (2010) relatam que, o uso de esteroides suprime a secreção de hormônios gonadotrópicos, que controlam o funcionamento de testículos e ovários, nos homens essa redução na secreção pode causar atrofia nos testículos, redução na produção de testosterona, na produção de espermatozoides e até mesmo impotência. Em mulheres essa redução diminui a ovulação e a produção e estrógenos, desregulando também a menstruação.

    Guyton e Hall (2008) também trazem para a literatura que, em mulheres, que normalmente não estão acostumadas ao hormônio masculino, presente na maioria dos esteroides, pode ocorrer efeitos mais graves como o aparecimento de pelos na face, engrossamento da voz e pele áspera, gerando um efeito de virilização.

    Guimarães Neto (2006) ressalta alguns outros efeitos colaterais devido ao uso de esteróides como a calvície, que devido à conversão dos esteróides em dihidrotestosterona (DHT) faz com que o folículo capilar pare de exercer sua função, a DHT também apresenta importante papel no mecanismo de hipertrofia prostática, por fazer com que as glândulas sebáceas produzam mais óleo, o DHT também provoca um maior surgimento de acnes. Os esteróides mais androgênicos provocam muitas dores de cabeça e também provocam insônia devido ao seu efeito estimulante no sistema nervoso central.

    Outro efeito colateral notório em usuários de esteroides anabólicos é o comportamento agressivo.

    Segundo Wilmore, Costill e Kenney (2010, p. 382):

    Foram observadas mudanças de personalidades substanciais em usuários de esteroides. A mudança mais notável é um aumento significativo no comportamento agressivo, ou “raiva provocada pelos esteroides”. Alguns adolescentes ficam extremamente violentos e tem atribuído essas mudanças drásticas de comportamento ao uso de esteroides.

    A hepatotoxidade é um outro efeito gerado pelo uso de esteroides, pois quase todos geram lesões no fígado, os tendões e ligamentos também sofrem com os efeitos dos esteroides, pois o aumento dos músculos muitas vezes é desproporcional a capacidade dos tendões e ligamentos, em decorrência disso muitos atletas sofrem com inflamações, inchaço e ruptura de tendões e ligamentos. (GUIMARÃES NETO, 2009).

    McArdle, Katch e Katch (2011, p. 561) relatam:

    Outras alterações hormonais observadas durante a utilização de esteroides por homens incluem um aumento de 7 vezes na concentração de estradiol, que é o principal hormônio feminino. O nível mais alto de estradiol representava o valor médio para mulheres normais; isso explica possivelmente a ginecomastia (habitualmente um crescimento excessivo e irreversível das glândulas mamárias masculinas, que às vezes secretam leite) relatada com bastante freqüência quando se administram esteróides anabólicos.

    Guimarães Neto (2006) ressalta que o uso frequente de esteroides provoca o aumento de LDL (mau colesterol) e reduz o HDL (bom colesterol), isso ocasiona o aumento de gordura nas artérias aumentando o risco de enfarte e derrames.

    Guyton e Hall (2008) também trazem informações sobre o risco de ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais provocados pelos esteróides, devido à ocorrência de hipertensão, aumento de lipoproteínas de baixa densidade e diminuição de lipoproteínas de alta densidade.

    Como se pode notar os efeitos indesejáveis gerados pelo uso de esteroides são muitos, levando em conta essas informações, os usuários de esteroides e principalmente aqueles que estão pensando em iniciar a utilização dos mesmos devem decidir se vale mesmo a pena sacrificar sua saúde por um efeito estético que todos sabem que não dura para sempre.

5.     REFLEXÕES

    No decorrer deste trabalho pode-se analisar a relação existente entre o desempenho esportivo e a força muscular e o quanto vários atletas se esforçam para manter um físico de acordo com as suas necessidades.

    Os desportistas encontram na indústria química uma forte aliada, pois a cada dia desenvolve mais substancias que auxiliam no desempenho esportivo, porem muitas delas além de proporcionar um maior rendimento e um aumento significativo na massa muscular, acabam acarretando vários danos a saúde.

    Os esteroides, famosos por seus rápidos e significativos resultados, são os principais responsáveis por vários problemas de saúde que aparecem no decorrer da vida de quem os utiliza. A literatura, que foi a principal ferramenta para a elaboração deste trabalho, nos traz uma vasta lista com diversos nomes de substâncias caracterizadas como esteroides anabólicos, substâncias estas que apresentam as mais diversas formas de atuação no organismo e os mais diversos efeitos, tanto aqueles que são desejados pelo usuário quanto efeitos alheios a sua vontade, efeitos estes que podem ser insignificantes a principio, mas que podem acabar em doenças irreversíveis e fatais.

    Portanto, os esteroides, assim como qualquer outro medicamento, foram desenvolvidos para proporcionar melhorias a saúde, para auxiliar no tratamento de doenças, porem a forma como será ministrado é o que determinara o resultado final e as consequências a serem enfrentadas.

Referências

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