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Reflexões da Educação Física escolar no ensino 

fundamental II através de estágio supervisionado

Reflexiones sobre la Educación Física escolar en la enseñanza básica II a través de las pasantías supervisadas

 

*Graduando em Educação Física. Faculdade São Francisco de Barreiras, IAESB

**Possui graduação em Educação Física pela Faculdade São Francisco de Barreiras. FASB

Especialização em Saúde Pública com Ênfase em ESF pela Faculdade de Guanambi, FG

Atualmente é professora do curso de Educação Física da Faculdade São Francisco de Barreiras, 

FASB Professora bolsista na Universidade do Estado da Bahia, UNEB/Bom Jesus da Lapa, Plataforma Freire

(Brasil)

Samuel Noronha Silva*

meuxzedek@hotmail.com

Tiago Nogueira de Santana*

tiago_nogueiras@hotmail.com

Deise Bastos de Araújo**

deisetkd@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O estágio supervisionado na formação de professores de Educação Física é alvo de estudos que revelam suas dificuldades e seu potencial, gerando transformações na vida desses profissionais, pois, este é um espaço de formação que permite ao aluno-professor o desenvolvimento de habilidades necessárias à prática docente, à produção de saberes para ensinar e, ainda, à reflexão sobre a sua atividade. Portanto, este estudo tem como objetivo abordar algumas reflexões obtidas através de vivências na Educação Física Escolar do Ensino Fundamental II em uma escola da rede pública, sendo que, tais reflexões foram vivenciadas no período do estágio supervisionado do curso de licenciatura em Educação Física. Através destas, percebeu-se na realidade escolar o contraste entre os desafios e as possibilidades de atuar entre interesses e necessidades da unidade escolar como um todo.

          Unitermos: Educação Física Escolar. Ensino Fundamental II. Estágio supervisionado.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 187, Diciembre de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A Educação Física escolar no Brasil teve início em um cenário de época bastante conservador; ocupou um espaço físico modesto e foi marcada por uma história social com muitos percalços.

    No que diz respeito à Educação Física, DARIDO - 2003 declara que:

    Os objetivos e as propostas educacionais da Educação Física foram se modificando ao longo deste último século, e todas essas tendências, de algum modo, ainda hoje influenciam a formação do profissional e as práticas pedagógicas dos professores de Educação Física (DARIDO, 2003, p. 1).

    Filha das fileiras militares, guiada por preceitos médicos, os nossos primeiros professores de ginástica foram os soldados de D. Leopoldina. Princesa austríaca, e Imperatriz do Brasil, D. Leopoldina trouxe consigo um grupo pequeno, porém, muito importante formado por cientistas e pela sua guarda pessoal. Esta guarda pessoal praticava exercícios que foram adotados pelos nossos soldados.

    A partir deste fato, a prática da ginástica foi gradualmente “ganhando espaços”. Vencendo os costumes, combatendo o preconceito e ampliando seus conteúdos a citada prática motora de então, hoje, educação física, é oferecida aos escolares brasileiros sem distinção de sexo, gênero ou classe social.

    Com o passar dos tempos à educação física vem sendo aperfeiçoada, havendo uma maior amplitude de formação profissional no âmbito escolar, contudo, para a formação é indispensável a fase de estágio supervisionado, pois se trata de uma prática investigativa, formadora e crítico reflexivo de fundamental importância para a formação acadêmica e para a construção da identidade do docente. Esta prática se dá por fornecer a aproximação do acadêmico com sua área de atuação, conforme aponta ANDRADE - 2005:

    É, portanto, o Estágio, uma importante parte integradora do currículo, a parte em que o licenciando vai assumir pela primeira vez a sua identidade profissional e sentir na pele o compromisso com o aluno, com sua família, com sua comunidade com a instituição escolar, que representa sua inclusão civilizatória, com a produção conjunta de significados em sala de aula, com a democracia, com o sentido de profissionalismo que implique competência fazer bem o que lhe compete (ANDRADE, 2005, p. 1).

    Esta prática tem como objetivo discorrer sobre o futuro do professor, oferecer caminhos que levem à reconstrução do conhecimento e principalmente romper com as práticas de reprodução, pois, com essa aproximação que ele fornece, ele dá ao acadêmico a chance de entender a realidade de como se encontra a Educação Física Escolar e fazer uma reflexão crítica sobre a mesma buscando sempre melhorar sua prática.

    Os estágios supervisionados são embasados pelos ordenamentos legais contidos na Lei de Nova Diretrizes e Bases da educação Nacional (LDB) lei de Nº 9.394/96, pela Lei de Nº 11.788 de 25 de setembro de 2008, conhecida como a nova lei do estágio e ainda pelas resoluções 01 e 02 de 18 e 19 de fevereiro de 2002, que diz:

    Art. 1º Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam freqüentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos (BRASIL, 2008, p. 1).

    A Prática do Estágio Curricular Supervisionado do curso de Educação Física de uma Faculdade particular da cidade de Barreiras-BA, inicia-se no IV semestre e estende-se até o VII semestre, sendo este o último do curso. São divididos em Estágio Curricular Supervisionado I, II, III e IV, que são eles: a) Estágio Supervisionado em Educação Física escolar I; b) II; c) III; d) IV. A presente obra tem por finalidade a observação, a coparticipação e regência.

    A disciplina Estágio Supervisionado II foi dividida em três fases, iniciamos com a fase de orientação específica, nessa fase os professores orientadores nos deram embasamento teórico e nos orientaram para o desenvolvimento de nosso estágio. A segunda fase foi a de exploração do campo de estágio, nessa fase que exploramos o nosso campo de estágio observando, atuando direta e indiretamente, analisando e refletindo a realidade do mesmo. A terceira e última fase é a da construção do relatório, nessa fase concluímos nosso estágio elaborando o relatório final.

    O campo de estágio foi uma escola da rede pública, sendo assim, este relatório contém as informações de como se encontra a realidade das estruturas físicas, humanas e principalmente da nossa atuação como estagiários de Educação Física da referida instituição. As informações contidas neste relatório.

    A vivência desse estágio ocorreu no ensino fundamental II, na qual, é nesta etapa da vida escolar que ocorre a passagem da infância para a adolescência, portanto, é uma fase que se apresenta com muitas singularidades, acentuadas pela puberdade, período em que ocorrem mudanças biológicas e fisiológicas postulando maior atenção a cada educando como pessoa, nesta perspectiva BRASIL – 1997 diz que:

    Antes dos meninos, as meninas começam a sofrer as alterações físicas e psicológicas da puberdade e do início da adolescência. Iniciam-se os primeiros namoros, as primeiras aproximações, num momento em que convive a necessidade de se exibir corporalmente e, simultaneamente, a vergonha de expor seu corpo e seu desempenho. É importante que o professor esteja atento a isso, buscando responder às questões sobre a puberdade que venham a surgir, interpretando atitudes de vergonha, receio e insegurança como manifestações desse momento, tomando cuidado para não expor seus alunos a situações de constrangimento, humilhação ou qualquer tipo de violência (BRAZIL, 1997, p. 52).

    A identificação com grupos sociais, através de contatos mais freqüentes e significativos com colegas de classe, se manifesta de forma mais intensa, daí a importância do acompanhamento do adulto, pais ou educadores, na transmissão dos valores e estabelecimento de comportamentos aceitáveis, pois é nesta fase que vão se conformando aspectos da individualidade e personalidade do educando.

    O desenvolvimento cognitivo se dará, levando em conta uma maior percepção das próprias habilidades, o que os tornará mais críticos e, aos poucos, mais rigorosos consigo mesmos e com os outros. Educar, neste momento, é propor desafios e estabelecer relações que valorizem as próprias capacidades, fortaleçam a autoestima e estimulem o gosto pelo conhecimento, para o qual precisam ser encantados. No que diz respeito sobre o ensino fundamental II, COLETIVOS DE AUTORES – 1992 afirmam que:

    Nele o aluno vai adquirindo a consciência de sua atividade mental, suas possibilidades de abstração confronta os dados da realidade com as representações do seu pensamento sobre eles. Começa estabelecer nexos, dependências e relações complexas, representadas no conceito e no real aparente, ou seja, no aparecer social, (COLETIVOS DE AUTORES, 1992, p. 35).

    Espera-se que intensifiquem a busca por autonomia, aprimorem os hábitos de estudos iniciados na etapa anterior e enriqueçam os conteúdos com as experiências em espaços diferenciados. A expansão física é uma necessidade evidenciada dessa idade, daí o incentivo à prática esportiva, às aulas vivenciais, saídas pedagógicas, como mecanismos para canalizar as energias e potencialidades que despontam em grande profusão.

Experiências compartilhadas no estágio supervisionado

Período de observação

    Este é o período em que os estagiários assumem a função de observar os aspectos administrativos, histórico, os órgãos de decisão coletiva (grêmio estudantil, conselho de classe, reuniões, etc.) e os aspectos pedagógicos da Unidade Escolar.
Partindo disto, foi possível analisar o Projeto Político pedagógico – PPP, que apesar de ter sido construído coletivamente e de ser eixo norteador para a maioria das práticas pedagógicas da escola, ainda precisa constar tópicos que valorizem a Educação Física enquanto disciplina curricular, ou seja, “a Educação Física deve ser legitimada na escola, buscar a sua identidade, sua razão de ser no currículo escolar, e, para isso, sua importância deve ser rediscutida nos diversos âmbitos da sociedade” (GASPARI et al, 2006, p. 116).

    Através deste documento, também foi possível conhecer o processo histórico da Unidade Escolar, que desde 1991 vem tentado se adequar os interesses e necessidades da comunidade escolar, onde foi possível ampliar a estrutura física e a grade de funcionários e professores, para atender a demanda.

    Atualmente, esta escola mantêm com estratégia pedagógica o grêmio estudantil, organização que representa os interesses dos estudantes na escola, ele permite que os alunos discutam, criem e fortaleçam inúmeras possibilidades de ação, tanto no próprio ambiente escolar como na comunidade. Neste aspecto, VEIGA - 2008 afirma que:

    A organização estudantil é a instância onde se cultiva gradativamente o interesse do aluno, para além da sala de aula. A consciência dos direitos individuais vem acoplada à idéia de que estes se conquistam numa participação social e solidária. Numa escola onde a auto-organização dos alunos não seja uma prática, as oportunidades de êxito ficam minimizadas (VEIGA, 2008, p.120).

    O Grêmio é também um importante espaço de aprendizagem, cidadania, convivência, responsabilidade, de luta por direitos e um dos principais objetivos do grêmio estudantil é contribuir para aumentar a participação dos alunos nas atividades de sua escola, organizando campeonatos, palestras, projetos e discussões, fazendo com que eles tenham voz ativa e participem, junto com pais, funcionários, professores, coordenadores e diretores da programação e da construção das regras dentro da escola.

    Entretanto, a escola não possui conselho de classe, nessa perspectiva, o Conselho de Classe na legislação é tido como um órgão consultivo e deliberativo que possibilita a avaliação do educando, do processo ensino-aprendizagem e da prática docente. Permite a análise dos avanços e dos obstáculos, ao retomar e reorganizar a ação educativa. Nesse cenário, Dalben (2006, p.38) define o conselho de classe como “instância coletiva de avaliação do processo de ensino e aprendizagem”.

    Sobretudo, conforme as informações colhidas por meio de uma entrevista ao corpo funcional, a escola possui reuniões pedagógicas periodicamente com professores e o corpo administrativo. De acordo com TORRES – 2007:

    As reuniões pedagógicas vêm sendo apontadas como espaço privilegiado nas ações partilhadas do coordenador pedagógico com os professores, nas quais ambos se debruçam sobre as questões que emergem da prática, refletindo sobre elas, buscando-lhes novas respostas e novos saberes ao mesmo tempo (TORRES, 2007, p. 45).

    Portanto, as reuniões pedagógicas é um espaço privilegiado para a discussão da prática pedagógica, bem como um ambiente propício para a reflexão, para a busca de soluções sobre os problemas que surgem e para o compartilhamento de novas metodologias de ensino.

    No contexto dos aspectos pedagógicos, focando as aulas de Educação Física da escola em discussão, estas são executadas apenas na quadra poliesportiva e é ministrada por uma professora graduada na área, sendo que há outros espaços que podem ser utilizados. Entretanto, para utilizar estes espaços precisam ser solicitados com antecedência e evitar ruídos, contradizendo as palavras de GASPARI et al, 2006:

    Não há como trabalhar os conteúdos da Educação Física no silêncio profundo, exatamente pelo envolvimento do aluno nas atividades propostas; como um ser humano que é, o aluno está envolvido integralmente no que faz (GASPARI et al, 2006, p. 119).

    Por virtude disto, as aulas de Educação Física acontecem em turno oposto das outras disciplinas, em conseqüência disto, há uma diminuição da freqüência de alunos e assim em algumas turmas ocorre à junção de séries/anos. E como estratégia para estes casos, a professora regente utiliza planos de aula semanais, no qual, a mesma faz uso do mesmo plano para as quatro turmas.

    Durante as aulas, mediante as atividades propostas, os alunos não apresentavam resistência ou mau comportamento, a professora demonstrava total domínio de conteúdo e sobre a turma, sempre disponibilizando sua atenção para os mesmos.

    Pode-se observar também que durante as aulas realizadas nessa fase (ensino fundamental II), a professora utilizou poucos recursos devido a grande falta de material, sobretudo, a mesma junto com os alunos encontram alternativas que minimizam as dificuldades, como podemos citar a elaboração e a reciclagem de materiais alternativos, “colocando em evidência a preocupação dos professores em garantir uma aula com estímulos variados” (SEBASTIÃO e FREIRE, 2009, S/P).

    Segundo informações obtidas na escola, alguns alunos que apresentavam dificuldades na aprendizagem participavam de um projeto de reforço que a mesma oferece, e ainda, de acordo as informações obtidas, a escola irá participar do projeto do governo federal “Mais Educação”:

    O Programa Mais Educação, criado pela Portaria Interministerial nº 17/2007, aumenta a oferta educativa nas escolas públicas por meio de atividades optativas que foram agrupadas em macrocampos como acompanhamento pedagógico, meio ambiente, esporte e lazer, direitos humanos, cultura e artes, cultura digital, prevenção e promoção da saúde, educomunicação, educação científica e educação econômica (BRASIL, 2013, S/P).

Período de coparticipação

    Esta é uma fase do estágio em que estagiários iniciam sua prática auxiliando a professora em tarefas pré-estabelecidas entre os mesmos, onde foram discutidas as atividades de cada um no plano de aula, isto se trata de planejamento, atividade que “envolve um processo de reflexão e decisão, constituído por várias etapas para permitir maior controle e organização dos acontecimentos” (SEBASTIÃO e FREIRE, 2009, S/P).

    Durante os momentos em que houve o auxílio dos estagiários nas atividades propostas pela professora, os alunos não demonstraram nenhum tipo de resistência quanto à atuação dos estagiários, muito pelo contrário, interagiram mediante as atividades propostas, assim pode-se reafirmar as palavras de MONTEIRO, S/P:

    Assim, tomaremos neste relato o sentido de controle de comportamento ao conjunto de estratégias utilizadas pelo professor estagiário para “controlar o comportamento do aluno de modo a garantir sua atenção à aula em desenvolvimento” (MONTEIRO, S/D, p. 4).

    Este foi o período, de inicialização prática da vivência mais próxima da realidade, pois a coparticipação propicia maior preparo para o período de regência, uma vez que o mesmo já tem possibilidade de assumir momentos da aula, de forma integral.

    Dessa forma, é possível ser feita a visualização do comportamento, o nível de participação nas aulas, dentre outros aspectos da turma, são experiências que irão contribuir para última fase do estágio supervisionado.

Período de regência

    A terceira e última fase do estágio supervisionado foi o período de regência, momento em que os estagiários se envolvem de forma mais intensa, planejando seus planos de aula (de acordo ao plano de ação da professora regente) e colocando-os em prática. Tal período foi marcado por grandes expectativas, anseios, medos e desafios.

    No decorrer do processo foi contornada a situação, pois houve um grande apoio da professora regente que estava sempre presente tirando as duvidas e dando forças para tão grande tarefa, nessa perspectiva, é evidente a importância de um trabalho planejado previamente. Desse modo é possível saber o que fazer nas aulas e se algo fugisse do planejado, os estagiários teriam apoio para contornar a situação. No âmbito do planejamento, PILETTI – 2001 afirma que:

    É a seqüência de tudo o que vai ser desenvolvido em um dia letivo. (...) É a sistematização de todas as atividades que se desenvolvem no período de tempo em que o professor e o aluno interagem, numa dinâmica de ensino-aprendizagem (PILETTI, 2001, p.73).

    As últimas aulas foram mais tranqüilas, pois, o nervosismo, os anseios, medos de frustrações foram esquecidos e os alunos já estavam habituados com as presenças dos estagiários, com as suas metodologias, etc.

    Mas, ainda assim foram vários os desafios enfrentados durante a trajetória do estágio, a começar com a realidade da escola, pois a quadra poliesportiva, local onde são realizadas as aulas de educação física, apresenta deteriorações pelo tempo de uso, além de não ser coberta, fator que pode influenciar no acontecimento das aulas.

    Existe ainda a falta de materiais esportivos por conta da escola, os materiais utilizados nas aulas foram algumas bolas cedidas pela professora regente, cuja mesma afirma ser adquiridas com seus próprios recursos e os demais foram confeccionados pelos estagiários. Nesse sentido, SAVIANI (1984, p. 74) diz que “a identificação dos problemas vivenciados na atividade prática e sua problematização passam a ser um ponto de partida e, também, momento de concepção da proposta de trabalho”.

    Como foi dito, os desafios foram vários, mas, antes da fase regência foi feita a fase de observação e coparticipação, uma vez que, tais fases fornecem dados e experiências para a regência, esta, por sua vez, facilita na solução e/ou adaptação para a intervenção dos estagiários na execução das aulas. Nesse sentido, PIMENTA e LIMA – 2009 dizem:

    Compreender a escola em seu cotidiano é condição para qualquer projeto de intervenção, pois o ato de ensinar requer um trabalho específico e reflexão mais ampla sobre a ação pedagógica que ali se desenvolve (PIMENTA e LIMA, 2009, p.104).

    Contudo, percebe-se que os desafios existem para qualquer professor e devem existir sempre, pois é através deles que podem ser feitas as reflexões, renovações e adaptações das práticas, o que muda de uma pessoa para outra é a forma de enfrentar e a maneira como cada um lida com eles vai depender de sua experiência e principalmente do contexto em que está inserido.

Conclusão

    Desde o primeiro momento em que começamos a estagiar na escola podemos perceber que a educação física escolar da instituição não é perfeita, mas, a professora regente, profissional formada na área, dar o melhor de si, pois a escola não fornece condições adequadas para a realização das aulas.

    A escola atende a população de bairros periféricos, sendo assim, observamos o grande número de crianças carentes, cujos mesmos realizavam as aulas sem ao menos ter vestes e/ou calçados adequados, mas, ainda assim eles estavam lá presentes. Conforme as informações obtidas na escola, alguns alunos que apresentavam dificuldades na aprendizagem participavam de um projeto de reforço que a mesma oferece, e ainda, de acordo as informações obtidas, a escola irá participar do projeto do governo federal “Mais Educação”.

    Podemos dizer que esse estágio foi surpreendente, pois achamos que iríamos nos deparar com alunos desinteressados e os famosos “bagunceiros”, isso devido a alguns relatos de pessoas do bairro e de fato estávamos totalmente errados, pois apesar da escola não fornecer materiais, o espaço dedicado à educação física não se encontrar em perfeito estado e entre outros, não foram o bastante para inibir a boa vontade e a dedicação da maioria dos alunos.

    Contudo, percebemos que os desafios existem para qualquer professor e devem existir sempre, pois é através deles que podem ser feitas as reflexões, renovações e adaptações das práticas, assim foi estágio para nossa formação acadêmica, profissional e intelectual. Foi muito gratificante ouvir os alunos dizer no último dia de nossa pequena estadia entre eles: “Professores, não saiam, continuem dando aula pra gente, gostamos muito das suas aulas!” Ouvir isso nos motivaram a selar o compromisso com a educação e formação das nossas crianças e adolescentes.

Referências

  • ANDRADE, A. M. O Estágio Supervisionado e a Práxis Docente. In: SILVA, M. L. S F. da. (Org.). Estágio Curricular: Contribuições para o Redimensionamento de sua Prática. Natal: EDUFRN, 2005. Disponível em: http://www.educ.ufrn.br/arnon/estagio.pdf. Acesso em: 02 de outubro de 2013.

  • BRASIL, CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO. LEI Nº 11.788, DE 25 DE SETEMBRO DE 2008: Lei do estágio. Brasília, 2008. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm . Acesso em: 04 de Abril de 2013.

  • BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Mais educação. Brasília – DF, 2013. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?Itemid=86&id=12372&option=com_content. Acesso em: 04 de outubro de 2013.

  • BRASIL, PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS - PCN: EDUCAÇÃO FÍSICA/Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.

  • COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do Ensino da Educação Física. São Paulo. Cortez, 1992.

  • DALBEN, A.I.L.F. Conselhos de Classe e Avaliação. Perspectivas na gestão pedagógica da escola. PAPIRUS, Ed. 3, Campinas-SP, 2006.

  • DARIDO, S. C. Educação Física Escolar – Questões e Reflexões. GUANABARA KOOGAN, Rio de Janeiro, 2003.

  • GASPARI, T. C., JÚNIOR, O. S., MACIEL, V., IMPOLCETTO, F., VENANCIO, L., ROSÁRIO, L. F., LORIO, L., THOMMAZO, A. D., DARIDO, S. C. A realidade dos professores de educação física na escola: suas dificuldades e sugestões. Revista Mineira de Educação Física. V.14, N. 1, P. 109 – 137, Viçosa – MG, 2006.

  • MONTEIRO, M. B. A. Estratégias de controle de comportamento: Um estudo etnográfico de professor estagiário numa aula de ciências na escola básica. UNICOR, S/D, P. 1 – 8. Disponível em: http://www.sepq.org.br/IIsipeq/anais/pdf/gt2/09.pdf. Acesso em: 04 de outubro de 2013.

  • PILETTI, C. Didática geral. ÁTICA, Ed. 23, São Paulo, 2001.

  • PIMENTA, S. G., LIMA, M. S. L. Estágio e docência. CORTEZ, Ed. 4. São Paulo, 2009.

  • SAVIANI, D. Escola e democracia. Autores Associados, São Paulo, 1984.

  • SEBASTIÃO, L. L., FREIRE, E. S. A utilização de recursos materiais alternativos nas aulas de educação física: um estudo de caso. Revista Pensar a Prática. V. 12, N. 3, 2009.

  • TORRES, S.R. Reuniões pedagógicas: espaço de encontro entre coordenadores e professores ou exigência burocrática? In: ALMEIDA, Laurinda R.; PLACCO, Vera. M.N.S. (Orgs). O Coordenador pedagógico e o espaço de mudança, LOYOLA, Ed. 6, São Paulo, 2007.

  • VEIGA, Z. P. A. As Instâncias Colegiadas da Escola. In: Veiga, Ilma Passos Alencastro (org.). Escola: Espaço do Projeto Político-Pedagógico. PAPIRUS, Ed. 13, Campinas-SP, 2008.

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