efdeportes.com

Atuação do professor de Educação Física na Estratégia de Saúde

da Família: novas possibilidades de trabalho na saúde pública

Acting of the physical education teacher in the strategy of family health: new work possibilities in the public health

 

Especialista em Gestão em Saúde

Graduação em Educação Física

(Brasil)

Marijunio Rocha Pires

marijunioradical@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo desta pesquisa foi Identificar a importância do incentivo e desenvolvimento de programas de exercícios físicos envolvendo a população cadastrada no Programa de Saúde da Família (PSF), orientados pelo professor de Educação Física (EF) em especial na Bahia e fazer uma discussão desta área de conhecimento com a saúde pública. Partindo do pressuposto que a falta de incentivo por parte dos gestores em saúde, dificulta a entrada de forma mais abrangente desse profissional no sistema publico de saúde, utilizou-se como metodologia a revisão de literatura em publicações realizadas entre 2006 e 2011. As considerações finais demonstraram que são poucos os estudos que propõe discussões políticas sobre a inserção do professor de EF na Saúde Pública bahiana, portanto, fica a sugestão que novas pesquisas sejam realizadas nesta linha e que os gestores em saúde analisem melhor a importância de ter nas equipes de profissionais, o professor de EF, atuando na Estratégia de Saúde da Família, com número adequado a demanda populacional e garantia dos seus direitos trabalhistas.

          Unitermos: Educação Física. Estratégia de Saúde da Família. Programa de Saúde da Família. Exercícios Físicos.

 

Abstract

          The goal of this search it was realize the importance of the incentive and development of the physics exercises involving the people registered in the Family Health Program (FHP), under Physical Education Teacher supervision (PE) in special in Bahia and make a discussion of this area with the public health. Considering that the absence of incentive by management of the public health bring difficulties an bigger participation of this professional in the public health system, it was used like methodology the literature review in publications divulgated between 2006 and 2011. It was analyzed 10 articles. The final considerations it showed that are few studies that propose politics discussion about the physical education teacher insertion in the baiana’s public health, so, let the suggestion for new researches can be realized and that health managements may analyzes better the importance of the presence of the teacher’s PE acting in the Strategy of the Family Health, with contingence adequate to the population demand and work dues guarantee.

          Keywords: Physical Education, Health Family Strategy, Family Health Program, Physics exercises and Bahia.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 187, Diciembre de 2013. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

1.     Introdução

    Este trabalho propõe uma discussão sistematizada sobre a relevância da inserção do professor de EF no sistema público de saúde, considerando em particular a Estratégia de Saúde da Família através do PSF.

    A maior inquietação para pesquisar e discutir sobre essa temática está no fato de muitos gestores em saúde não inserirem em seus quadros de funcionários professores de EF, principalmente no Estado da Bahia.

    Essa proposta de discussão poderá possibilitar que os gestores em saúde, reflitam melhor a respeito da valorização da saúde preventiva através da prática de exercícios físicos orientados a clientela do PSF, uma vez que, essas unidades de saúde atendem em média 80% da população, sendo grande parte dessas carentes de muitas ações como participação em programas de exercícios físicos permanentes e informações sobre um estilo de vida saudável.

    Também buscou-se discutir neste estudo se a atuação do professor de EF dentro da Atenção Básica irá melhorar a qualidade da saúde pública através de ações de práticas corporais, atividade física e informações direcionadas a população. Além disso, foi analisado se a inserção desse profissional no sistema público de saúde contribui para a melhoria desse sistema e qual sua influencia para saúde e qualidade de vida da população.

    Neste sentido surgiu o questionamento: O que impede a implantação de programas de exercícios físicos na Estratégia de Saúde da Família dos municípios baianos, com acompanhamento de professores de EF.

    Assim, o objetivo geral deste trabalho foi Identificar a importância do incentivo e desenvolvimento de programas de exercícios físicos envolvendo a população cadastrada no PSF orientados pelo professor de EF; já os objetivos específicos foram: analisar os benefícios de um programa de exercícios físicos para a saúde e qualidade de vida da população e sua relevância para a saúde pública; identificar o que impede os gestores em saúde no Estado da Bahia inserirem professores de EF na Estratégia de Saúde da Família dos seus municípios; e descobrir a porcentagem de municípios do Estado da Bahia que possuem programas de práticas corporais orientadas por professores de EF.

2.     Referencial teórico

2.1.     Estratégia de Saúde da Família e Educação Física

    Nas últimas décadas houve um grande aumento dos problemas de saúde relacionados às doenças crônicas degenerativas. Dentre elas, as principais são: obesidade, diabetes, hipertensão, osteoporose, câncer e doenças respiratórias, que estão relacionadas na maioria dos casos com o sedentarismo. Essas doenças causam grandes danos à saúde e qualidade de vida das pessoas acometidas, além de altos custos a saúde pública nos tratamentos dos pacientes, gastos estes que poderão ser evitados com medidas preventivas em campanhas e ações de exercícios físicos e estilo de vida saudável.

    De acordo com a Organização Pan-americana de Saúde as doenças crônicas são as principais responsáveis pelas causas de incapacidade e mortalidade no mundo, estima-se que 59% dos 56,5 milhões de óbitos anuais são oriundos dessas patologias (OPAS, 2003). Ainda nesse estudo, 12 milhões de pessoas morrem no mundo anualmente devido ao infarto e derrame cerebral, e 3,9 milhões por hipertensão e cardiopatias. Já o excesso de peso afeta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo e 300 mil são clinicamente consideradas obesas.

    A adoção de programas de exercícios físicos que estimulem as pessoas a adotarem estilo de vida mais ativo, pode contribuir para reduzir esses problemas relacionados ao sedentarismo. Dentro deste contexto a Estratégia de Saúde da Família surge como espaço ideal para essas práticas.

    O serviço público de saúde, em especial o PSF, é um local preponderante para atuação de professores de EF, no qual eles possam não só orientar sobre os benefícios do exercício para a população carente, mas acompanhar a realização das atividades, (CARVALHO, 2006). No estudo desenvolvido por Estephenson (2000) apud Matsudo et al (2002), afirma-se que para cada aumento de 1% no nível de atividade física da população adulta, haveria uma economia de sete milhões de dólares em custos de tratamento de infartos de miocárdio, derrame cerebral, diabetes, câncer de mama e depressão.

    De acordo com Brasil (2011a), a Saúde da Família é entendida como uma estratégia de reorientação do modelo assistencial, operacionalizada mediante a implantação de equipes multiprofissionais em UBS.

    Cada equipe dessas atende de 500 a 1000 famílias, em uma população de 3 a 4 mil habitantes. São atributos do PSF: promoção, prevenção, recuperação e manutenção da saúde além de reabilitação de doenças das pessoas da comunidade (BRASIL, 2009).

    Analisando o PSF, percebe-se que um dos seus principais atributos consiste na promoção da saúde, já sua forma de trabalho se dá através de equipes interdisciplinares. Neste sentido, percebe-se uma forte relação da EF com esse programa, favorecendo, com isso, discussões a respeito da inserção do professor de EF no PSF.

    Muitos programas direcionados a aumentar o envolvimento das pessoas na prática de atividade física de forma regular têm sido realizados em momentos pontuais, sob a forma de campanhas de massa (por exemplo, dia do desafio, agita mundo, arena da saúde, entre outros), difundindo informações, mas não tendo uma continuidade com ação de caráter permanente (COUTINHO, 2005, p. 4 e 5).

    Estes programas trazem uma contribuição importante no que diz respeito à informação; porém, fica um vazio no quesito acompanhamento, pois, a prática de exercício físico deve ser realizada com a orientação de um profissional qualificado, além de ter uma continuidade, para que se possa chegar a um resultado satisfatório. Assim, fica bastante evidente que o PSF pode ser um local ideal para a realização constante dessas atividades, desde que acompanhadas por um professor de EF, que estaria convivendo com a população, conhecendo seus problemas e, a partir disso, buscando melhorar a vida das pessoas através de suas várias formas de abordagem, seja pelo campo da saúde, educação, social e outras.

    Devido a alguns fatores, ainda é baixo o número de professores de EF dentro da Estratégia de Saúde da Família: em municípios de porte médio, já se encontram alguns profissionais atuando, mas nos pequenos, na maioria das vezes, ainda não existe esse trabalho, sendo necessário que novas discussões se abram, a fim de convencer os gestores públicos a ampliar o quadro desses profissionais no SUS através do PSF.

    O PSF vem se expandindo de forma focalizada, visto que, sua implementação se dá em áreas e pessoas que estão em risco, correspondendo a quase 80% da população de um município, evidenciando ações especiais através de atendimento às populações mais carentes (VIANA e DAL POZ, 1998).

    A implantação do PSF teve como objetivo geral melhorar o estado de saúde da população a partir da construção de um modelo assistencial de atenção baseado na promoção, proteção, diagnóstico precoce, tratamento e recuperação da saúde em conformidade com os princípios e diretrizes do SUS e dirigidos aos indivíduos, à família e à comunidade. Trata-se de reorganizar a prática da atenção à saúde em novas bases e substituir o modelo tradicional, levando a saúde para mais perto da família e, com isso, melhorar a qualidade de vida dos brasileiros (BRASIL, 1994 apud SANTANA e CARMAGNANI, 2001, p. 34).

    Analisando as competências do professor de EF que estão relacionadas com as manifestações: ginástica, jogos, dança, entre outros, além de participar de equipes multidisciplinares e interdisciplinares, percebe-se uma próxima relação de atributos do professor de EF com os objetivos do PSF.

2.2.     Política de Promoção da Saúde e Academia da Saúde

    Em 2006 o governo federal instituiu a portaria nº 687/GM/MS, que aprova a Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) Brasil (2006), esse programa contribuiu bastante para difundir os programas de exercícios físicos pelo Brasil a fora, tanto é que essa portaria se renovou por vários anos, aumentando a cada ano o número de município, inclusive em 2010.

    Analisando o Estado da Bahia que possui 417 municípios, espaço territorial em que está delimitada esta pesquisa, foi constatado na portaria nº. 4.074 de 17 de dezembro de 2010, que o Ministério da Saúde repassou verbas para 70 municípios desse Estado destinadas ao desenvolvimento da Política Nacional de Promoção da Saúde (BRASIL, 2010). Como essa política envolve diversas ações como atividade física, combate ao tabagismo, alimentação saudável, entre outras, não dá para saber se todos esses 70 municípios baianos possuem programas de atividade física financiados por essa portaria.

    Ultimamente foi lançada a portaria nº 719, de 07 de abril de 2011 que institui o Programa Academia da Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (BRASIL, 2011b). Esse programa tem como objetivo contribuir para promoção da saúde da população a partir de implantação de pólos com infra-estrutura e pessoal qualificado para a orientação de práticas corporais e atividade física, lazer e modos de vida saudável.

    Embora seja bastante difundida a importância do desenvolvimento de práticas de atividade física neste documento, em nenhum momento é evidenciada a importância de se ter nesses pólos professores de EF desenvolvendo seus trabalhos junto à população, com isso, percebe-se que os gestores em saúde ainda não estão totalmente conscientizados que o professor de EF é profissional de saúde e que sua presença na Estratégia de Saúde Família é indispensável.

2.3.     Inserção da Educação Física na Saúde Pública através do NASF

    Atualmente alguns municípios têm inserido professores de EF em suas equipes de saúde através do Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF), esse programa foi criado através da “Portaria GM nº 154, de 24 de janeiro de 2008” “com o objetivo de ampliar a abrangência e o escopo das ações da atenção básica, bem como sua resolubilidade, apoiando a inserção da estratégia de Saúde da Família...” (BRASIL, 2008).

    Uma das propostas desse núcleo consiste no incentivo a práticas de atividade física entre as pessoas da comunidade. Essas práticas, que deverão ser coordenadas pelo professor de EF, buscam melhorar a qualidade de vida, reduzir os danos decorrentes das doenças não-transmissíveis que favoreçam a diminuição do consumo de medicamento por parte dos usuários do serviço de saúde.

    Este é o primeiro programa que legitima o Professor de EF no SUS, mas no seu quadro de funcionários, que é criado de acordo com o perfil populacional do município, fica a EF, em muitos dos casos, fora do programa, pois nem sempre é de interesse do gestor inserir esse profissional na equipe, perdendo assim a população.

2.3.1.     Importância da inserção da Educação Física na Saúde Pública

    No estudo realizado por Coutinho (2005), sobre Atividade Física no PSF em municípios da 5° Regional de Saúde do Estado do Paraná, ao entrevistar secretários de saúde de onze municípios sobre a prática de atividades físicas nos PSF, descobriu-se que, das cinquenta e oito ESF que fizeram parte deste estudo, apenas em nove havia a realização de práticas de atividades físicas, em oito dos onze municípios estudados. Um outro fato de grande relevância apontado nesta pesquisa é que apenas 22,22% dos profissionais responsáveis por estas práticas eram professores de EF, sendo o restante composto por enfermeiros e fisioterapeutas.

    Um programa permanente em EF junto ao setor da saúde poderá demonstrar resultados mais satisfatórios no convencimento das pessoas para a adesão de um estilo de vida mais saudável (COUTINHO, 2005, p. 5).

    Identificando o gestor em saúde como um agente que busca sempre estar melhorando a saúde dos seus munícipes através de ações inovadoras, valorizando a saúde preventiva, método já comprovado ser mais barato, eficaz e menos doloroso, fica evidente que ele poderá contribuir para a melhoria da saúde pública através de implantação de programas de atividade física envolvendo a população e os professores de EF, para isso, pesquisas como estas poderão instigá-los a colocar tais ações em prática.

Procedimentos metodológicos

    A atual pesquisa tem como fundamento o método de abordagem qualitativo. Este método é justificado devido ao fato de que, “por meio desse tipo de abordagem, o pesquisador interpreta os fatos, procurando soluções para o problema proposto” (SOARES 2003, p. 19). Entre as diversas opções de investigação, optamos pelo estudo bibliográfico que, segundo Marconi e Lakatos (2008), “a pesquisa bibliográfica ou de fonte secundária, abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo [...]”.

    Para se chegar aos dados necessários para o desenvolvimento da pesquisa, foi realizada uma revisão de literatura em publicações realizadas entre 2006 e 2011. Foram analisados 10 artigos; o local de busca se deu através de bases de dados informatizados que abordaram o assunto: revistas eletrônicas, portal do Ministério da Saúde, entre outros. Além das publicações que se referem à EF na saúde pública, também buscou-se outros estudos que contribuíram para o desenvolvimento desta pesquisa. Os trabalhos que abordam os temas foram: criação e funcionabilidade do PSF e NASF e a importância da atividade física para a melhoria da saúde, inserção do professor de Educação Física na Estratégia de Saúde da Família, Política Nacional de Promoção da Saúde e Programa Academia da Saúde. Essa pesquisa serviu de base para chagar ao seu objetivo maior, que é discutir a importância do desenvolvimento de projetos de atividade física na Estratégia de Saúde da Família.

    As palavras-chave como indexadores de busca, registradas nas revistas eletrônicas, foram: Educação Física, Bahia, Saúde, saúde pública, atividade física, sendo que a primeira foi cruzada com as duas seguintes e a quinta com a sexta.

    Uma vez feito à busca e seleção das publicações que se enquadravam nos critérios de inclusão, foram realizadas leituras, objetivando compreender os pontos centrais. Em seguida, foi realizada uma releitura, a fim de extrair as convergências e divergências dos estudos, organizando também um fichamento de cada artigo, para organizar os dados, os quais foram agrupados em categorias ou áreas temáticas, a fim de alcançar uma análise a respeito dos estudos consultados.

4.     Resultados e discussão

4.1.     Resultados

    Foram encontrados 10 trabalhos de origem baiana com publicações entre os anos de 2006 e 2011, sendo todas selecionadas. Todos os trabalhos obedeceram aos critérios de inclusão estabelecidos.

    Os trabalhos foram organizados e categorizados em unidades temáticas denominadas: Modelo de trabalho desenvolvido pelos professores de Educação Física no PSF; Benefícios da atividade física na Estratégia de Saúde da Família; Educação Física e Saúde Coletiva; Inatividade física relacionada aos hábitos de vida e variáveis sociodemográficas; e Política de Inserção da Educação Física no PSF.

4.2.     Discussão

    Mostraremos, a seguir, os grupos temáticos de acordo com suas categorias.

    Colocamos as publicações em uma tabela, contendo autor, ano de publicação, título e tema de cada estudo. Essa forma de organização apontará quais trabalhos foram utilizados para cada grupo.

Tabela 1. Trabalhos sobre Educação Física na Estratégia de Saúde da Família

Autores

Ano

Título

Tema

MARQUES, A. da S.

2009

A analise das práticas corporais desenvolvidas pelos Professores de educação física no posto de saúde da Família, no bairro do Mangalô, município de Alagoinhas Bahia.

Modelo de trabalho desenvolvido pelos professores de EF no PSF

GOMES, M. de A.; ALMEIDA, C. B. de; DUARTE, M. de F. da S.

2011

Incentivo a prática atividade física e saúde na atenção primária: 10 anos de parceria entre universidade e município no Alto Sertão Baiano

Benefícios da atividade física na Estratégia de Saúde da Família

PINTO, G. P.; e GOMES, M. de A.

2009

Percepção da atividade física e qualidade de vida de pessoas

com diabetes atendidas pela Estratégia Saúde da Família (BA)

Benefícios da atividade física na Estratégia de Saúde da Família

FARIAS, K. A. de, et al

2010

Nível de atividade física habitual entre usuários do Programa de Saúde da Família do município de Itabuna, Bahia

Benefícios da atividade física na Estratégia de Saúde da Família

GOMES, M. de A. et al

2010

Atividade física em mulheres de baixa renda na atenção primaria

Benefícios da atividade física na Estratégia de Saúde da Família

SANTOS, M. I. dos; SILVA, D. S.; BORGES, K. C. S.

 

2009

Percepções da educação física no campo da saúde coletiva: limites e possibilidades

EF e Saúde Coletiva

MARTINEZ, J. F. N. e BACHELADENSKI, M. S.

2009

Educação Física e Saúde Coletiva: possibilidades de Inserção e formação profissional no/para o SUS

EF e Saúde Coletiva

GOMES, M. de A. et al

2009

Inatividade física habitual e fatores associados em população nordestina atendida pela Estratégia Saúde da Família

Inatividade física relacionada aos hábitos de vida

COQUEIRO, R da S; et al.

2007

Nível de atividade física e fatores associados em usuários de uma unidade de saúde da família do município de Jequié-BA

Inatividade física relacionada com variáveis sociodemográficas.

COQUEIRO, R. da S.; NERY, A. A.; CRUZ, Z. V.

2006

Insercão do professor de Educacão Física no Programa de Saúde da Família. Discussões preliminares

Política de Inserção da EF no PSF

5.     Considerações finais

    De acordo com os dados obtidos nesta revisão de literatura, constatou-se que o incentivo e desenvolvimento de programas de exercícios físicos envolvendo a população cadastrada no PSF é de grande importância para a saúde pública, pois, a realização constante das atividades físicas irão diminuir os efeitos de diversos problemas de saúde como: diabetes; hipertensão, osteoporose, depressão, entre outros. Em alguns dos estudos, foi comprovado que a população circunvizinha as UBS apresentam altos percentuais de sedentarismo, chegando a 71% em alguns casos, e que o incentivo a prática regular de exercícios físicos orientados por professores de EF vinculados ao PSF contribuirá bastante para melhorar os hábitos de vida dessas pessoas.

    Já os benefícios de um programa de exercícios físicos para a população e sua relevância para saúde pública, consiste em levar informação de estilo de vida saudável a essas pessoas, além de estimular elas a estarem se exercitando constantemente. Também foi discutido por alguns autores que a EF está entrando aos poucos na saúde através do NASF e que os professores não devem focar seus trabalhos neste espaço apenas no biológico, nem devem passar as informações de forma mecânica, eles podem direcionar seus trabalhos de forma mais pedagógica, estimulando assim o senso crítico dos usuários do serviço. Além disso, também foi discutido em alguns estudos que a EF deve andar junta com a saúde coletiva, pois, esta poderá contribuir bastante para abrir novas reflexões sobre a forma de trabalho a ser desenvolvida na Estratégia de Saúde da Família pelo professor de EF.

    Sobre a porcentagem de municípios do Estado da Bahia com programas de atividade física, foi constatado que no biênio 2010/2011, o Governo Federal liberou incentivo financeiro para 70 municípios referente à política de promoção da saúde, porém, não se pode saber se todos esses utilizaram o recurso para programas de atividade física, pois a portaria desta política autoriza o uso desta verba para outras campanhas como combate ao tabagismo e violência no trânsito, por exemplo. Além disso, existem alguns municípios com NASF que não se sabe ao certo se possuem professores de EF em no quadro de profissionais, assim este objetivo não foi totalmente respondido nesta pesquisa.

    Sobre a inserção dos professores de EF na Estratégia de Saúde da Família, houve discussão que cita os diversos benefícios que o trabalho do professor de EF pode contribuir para saúde pública, porém, ainda são poucos os estudos que abordam esse assunto de forma mais política, neste sentido, não dá para saber ao certo o que impede os gestores em saúde do Estado da Bahia de inserirem de forma mais ampla os professores de EF no PSF, já que, não há discussões aprofundadas com foco específico nesta temática.

    Portanto, fica comprovado que os objetivos foram parcialmente respondidos, uma vez que, pôde-se constatar que a inserção do professor de EF na Estratégia de Saúde da Família, irá contribuir para melhoria da saúde da população através de incentivo a um estilo de vida saudável. No entanto ficou bem claro que dos poucos trabalhos publicados no Estado da Bahia abordando a temática em questão, a minoria traz discussões política sobre a inserção da EF na saúde pública, assim, sugere-se o desenvolvimento de novos estudos envolvendo esta temática.

Referências

  • BRASIL, Ministério da Saúde. Atenção Básica, Saúde da Família. Atenção Básica e a Saúde da Família. Brasília DF, 2011a. Disponível em: http://dab.saude.gov.br/atencaobas.php. Acesso em 04 dez 2011.

  • BRASIL, Ministério da Saúde. Portal da Saúde SUS. Programa Academia da Saúde, portaria nº. 719 de 07 de abril de 2011b. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/area.cfm?id_area=1801. Acesso em 05 dez 2011.

  • BRRASIL, Portaria nº 4.074, de 17 de dezembro de 2010. Brasilsus. Disponível em: http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/gm/106784-4074.html. Acesso em 11 dez 2011.

  • BRASIL, Ministério da Saúde. Atenção Básica, Saúde da Família. Atenção Básica e a Saúde da Família. Brasília DF, 2009. Disponível em: http://dtr2004.saude.gov.br/dab/atencaobasica.php. Acesso em: 29 nov 2011.

  • BRASIL, Ministério da Saúde. Núcleo de Apoio da Saúde da Família. Portaria Ministerial de Saúde Nº154, de 24 de janeiro de 2008. Brasília DF, 2008. Disponível em: http://dtr2004.saude.gov.br/dab/docs/legislacao/pó rtaria154_04_0 3_08_ re.pdf. Acesso em 15 set 2011.

  • BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria nº 687/GM/MS, Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) Portal da Saúde. Brasília DF, 2006. Disponível em: http://portal.Saúde.gov.br/portal/arquivos/pdf/pactovolume7.pdf. Acesso em 01 dez 2011.

  • CARVALHO, Y. M; FREITAS, F. F. de. Atividade física, saúde e comunidade. Cad. saúde colet., (Rio J.); 14(3): 489-506, jul.-set. 2006. ilus. Artigo [CidSaúde ID: 55888] Idioma: Português.

  • COUTINHO, S. da S. Atividade Física no Programa de Saúde da Família, em municípios da 5° Regional de Saúde do Estado do Paraná, - Brasil. Ribeirão Preto, 2005 141f Dissertação (Mestrado - programa de Pós Graduação em Enfermagem em Saúde Pública).

  • COQUEIRO, R. da S et al. Nível de atividade física e fatores associados em usuários de uma unidade de saúde da família do município de Jequié-BA. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 12 - N° 115 - Diciembre de 2007. http://www.efdeportes.com/efd115/usarios-de-uma-unidade-de-saude-da-familia.htm

  • COQUEIRO, R. da S.; NERY, A. A., CRUZ, Z. V. Inserção do professor de Educacão Física no Programa de Saúde da Família. Discussões preliminares. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 11 - N° 103 - Diciembre de 2006. http://www.efdeportes.com/efd103/professor-educacao-fisica.htm

  • FARIAS, K. A. de, et al. Nível de atividade física habitual entre usuários do programa de Saúde da Família do município de Itabuna, Bahia. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 147, Agosto de 2010. http://www.efdeportes.com/efd147/programa-de-saude-da-familia-de-itabuna.htm

  • GOMES, M. de A.; ALMEIDA, C. B. de; DUARTE, M. de F. da S. Incentivo a prática atividade física e saúde na atenção primária: 10 anos de parceria entre universidade e município no Alto Sertão Baiano. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde. V 16. N3, 2011.

  • GOMES, M. de A. et al. Atividade física em mulheres de baixa renda na atenção primaria. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde. V.15. N. 4.2010.

  • GOMES, M. de A. et al. Inatividade física habitual e fatores associados em população nordestina atendida pela Estratégia Saúde da Família. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum 2009.

  • MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa. 7ª. ed. – São Paulo : Atlas, 2008.

  • MARQUES, A da S. A analise das práticas corporais desenvolvidas pelos Professores de educação física no posto de saúde da Família, no bairro do Mangalô, município de Alagoinhas Bahia. XVI Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte e III Congresso Internacional de Ciências do Esporte, Salvador – Bahia – Brasil 20 a 25 de setembro de 2009. Anais do congresso 2009.

  • MARTINEZ, J. F. N. e BACHELADENSKI, M. S. Educação Física e Saúde Coletiva: possibilidades de Inserção e formação profissional no/para o SUS. XVI Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte e III Congresso Internacional de Ciências do Esporte, Salvador – Bahia – Brasil 20 a 25 de setembro de 2009. Anais do congresso 2009.

  • MATSUDO, S. M. et al. Nível de atividade física da população do Estado de São Paulo: análise de acordo com o gênero, idade, nível socioeconômico, distribuição geográfica e de conhecimento. Rev. Bras. Ciên. e Mov. Brasília v. 10 n. 4 p. 41-50 outubro 2002.

  • Organização Pan-Americana da Saúde - OPAS. Doenças crônico-degerativas e obesidade: estratégia mundial sobre alimentação saudável, atividade física e saúde. Organização Pan-Americana da Saúde. Brasília, 2003. 60p. Disponível em: http://www.opas.org.br/sistem a/arquivos/d_cronic.pdf. Acesso em: 09 ago 2011.

  • PINTO, G. P.; GOMES, M. de A. Percepção da atividade física e qualidade de vida de pessoas com diabetes atendidas pela Estratégia Saúde da Família (BA). EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 14 - Nº 136 - Septiembre de 2009. http://www.efdeportes.com/efd136/qualidade-de-vida-de-pessoas-com-diabetes.htm

  • SANTANA, M. L.; CARMAGNANI, M. I. Programa Saúde da Família no Brasil: um enfoque sobre seus pressupostos básicos, operacionalização e vantagens. Saúde e Sociedade 10 (1):33-53, 2001. Saúde soc. v.10 n.1 São Paulo jan./jul. 2001.

  • SANTOS, M. I. dos; SILVA, D. S.; BORGES, K. C. S. Percepções da educação física no campo da saúde coletiva: limites e possibilidades. Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 136 - Septiembre de 2009. http://www.efdeportes.com/efd136/educacao-fisica-no-campo-da-saude-coletiva.htm

  • SOARES, E.. Metodologia científica: lógica, epistemologia e normas / Edvaldo Soares. São Paulo: Atlas, 2003.

  • VIANA, A. L. D’Ávila; DAL POZ, M. R. A Reforma do Sistema de Saúde no Brasil e o Programa de Saúde da Família, Rev. Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 8(2); 11-48, 1998. Physis vol.8 no.2 Rio de Janeiro July/Dec. 1998.

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 18 · N° 187 | Buenos Aires, Diciembre de 2013
© 1997-2013 Derechos reservados