O ensino de futsal na Educação Física escolar: a psicomotricidade como instrumento pedagógico La enseñanza de futsal en la Educación Física escolar: la psicomotricidad como recurso pedagógico The teaching of futsal in school Physical Education: a psychomotor as a pedagogical tool |
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* Discente**Docente Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Instituto de Educação, IE Departamento de Educação Física e Desportos – DEFD (Brasil) |
André Luiz Gonçalves* Prof. Ms. Eduardo Rodrigues da Silva** |
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Resumo Este trabalho tem por objetivo fazer uma análise sobre o desporto futsal, através de conexões feitas com a psicomotricidade, estabelecendo assim possíveis relações na prática pedagógica de professores de Educação Física da Educação Básica, a pesquisa foi feita com cinco professores da Educação Básica do Rio de Janeiro, e tínhamos a intenção de saber a preferência destes sobre o uso de técnicas psicomotoras nas aulas onde era ministrado o desporto futsal. Unitermos: Educação Física Escolar. Futsal. Psicomotricidade.
Resumen Palabras clave: Educación Física escolar. Fútbol sala. Psicomotricidad.
Abstract Keywords: Physical Education. Futsal. Psychomotor.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 187, Diciembre de 2013. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Esse trabalho surge das inquietações que tivemos no que diz respeito à prática pedagógica de professores de Educação Física quando estes ministravam nas aulas de educação física escolar o desporto futsal. Através das aulas ministradas na disciplina futsal do curso de Educação Física da UFRRJ, disciplina esta que tem um enfoque voltado para formação holística do indivíduo e não tem como intenção aulas voltada para o alto rendimento, mais sim para uma prática pedagógica eficaz e com progressos significativos para seus alunos, começamos a mergulhar nas leituras para entender melhor a psicomotricidade e analisar quais as possibilidades que esta área tão vasta tinha a nos oferecer para o aprimoramento de nossas aulas visando uma melhora na prática pedagógica e objetivando como resultado não o desempenho para o alto rendimento, mais sim um melhor desenvolvimento motor.
Objetivo
Este trabalho tem por objetivo analisar a luz da Educação Física escolar e psicomotricidade qual a preferência de professores no que diz respeito à utilização de técnicas psicomotoras. Escolhemos como desporto o futsal, devido ao fato do mesmo elencar a grande maioria dos conteúdos de educação física escolar.
Metodologia
Como metodologia foi realizada uma entrevista com 05 (cinco) professores, discente de educação física na educação básica (sexto ao nono ano do ensino fundamental) das redes pública e particular do município do Rio de Janeiro, as perguntas feitas giravam em torno de qual técnica psicomotora os mesmos utilizavam quando era ministrada a modalidade futsal nas aulas de educação física escolar, nos reduzimos ao uso de apenas duas técnicas, a relacional e funcional.
Desenvolvimento
A palavra psicomotricidade vem do termo psyché, alma, e do verbo, latino moto, mover freqüentemente. A psicomotricidade teve impulso no começo do século XX, na França com o surgimento de várias linhas de pensamento biomédico, psicopedagógico e psicanalítico (BARRETO, 2000).
De acordo com Mello (1989) a psicomotricidade é uma ciência que tem por objetivo o estudo do homem, através do seu corpo em movimento, nas relações com seu mundo interno externo.
Ainda citando Barreto (2000) o autor afirma que a psicomotricidade nas aulas de Educação Física pode auxiliar na aprendizagem escolar, contribuindo para um fenômeno cultural que consiste de ações psicomotoras exercidas sobre o ser humano de maneira favorecer comportamentos e transformações.
Darido (2003) falando sobre o surgimento da psicomotricidade no Brasil, diz que esta concepção inaugura uma nova fase de preocupações para o professor de Educação Física que extrapola os limites biológicos e de rendimento corporal, passando a incluir e a valorizar o conhecimento de origem psicológica.
Negrine (1998) diz que a psicomotricidade relacional possui uma abordagem centrada em aspectos da aprendizagem e desenvolvimento infantil, a partir da perspectiva lúdica, que não é racionalizado nem competitivo.
No que diz respeito à parte funcional da psicomotricidade, Selau (2010) diz a psicomotricidade adota como eixo norteador o aspecto funcional segundo o qual, no cumprimento de certas diretrizes corporais orientadas pelo professor a criança adquire toda uma gama de habilidades motrizes capazes de prepará-la para as demandas da vida em atividades de envolvimento corporal.
A tarefa do professor é planejar aulas, dando extrema importância a ludicidade, formando um ambiente tal que a criança sinta prazer em participar da atividade; dessa forma o aluno irá aprender brincando. (COSTA, 2005, p. 2).
Baseado no que o autor propõe e tendo conhecimento da psicomotricidade relacional, passamos a compreender de melhor forma, o papel primordial que tem a mesma nas aulas de educação física escolar, justamente por tratar a criança em seus aspectos físicos, sociais e cognitivos, e esse trabalho acontece trabalhando com um cenário lúdico e agradável para quem participa, deixando de lado o caráter mecânico e tecnicista.
Segundo (Baseggio, 2011, apud Coneglian; Silva, 2013) acredita-se que o futsal surgiu das peladas de várzea que começaram a ser adaptadas às quadras de basquete e pequenos salões na década de 30 no Uruguai. No Brasil foi introduzida através da Associação Cristã de Moços (A.C.M.), em São Paulo entre os anos de 1948/49, a dedicação foi tanta que logo conseguiu o reconhecimento popular e tornou-se um esporte oficial. Nas décadas de 60 e 70, o Futsal começou a ser regulamentado e ganhar o continente. Por fim, criou-se então a Federação Internacional de Futebol de Salão (FIFUSA), no Rio de Janeiro, hoje funcionando dentro da Federação Internacional de Futebol (FIFA).
De acordo com Coneglian e Silva (2013) Nas aulas, o ensinamento do futsal não deve ser feito apenas com o intuito de ensinar a técnica. Ele deve ser capaz de trabalhar diversos aspectos que serão de extrema importância para o desenvolvimento global da criança e do adolescente, podendo desenvolver habilidades físicas, motoras, cognitivas, psicológicas, sociais.
A colocação dos autores é totalmente pertinente, pois o ensino do desporto, seja ele qual for, deve considerar determinadas dimensões dos aspectos, cognitivos, social e físico da criança, para que acontece a formação holística do indivíduo.
Coneglian e Silva (2013) falando sobre a prática do futsal dizem que: Muitos dos estímulos que as crianças recebem vêm através do meio em que elas vivem. Dessa forma, o futsal deve ser praticado tanto de uma maneira performática quanto de uma maneira lúdica, como é geralmente abordado na escola, permitindo às crianças uma maior vivência dos movimentos corporais.
Na Educação Física e na iniciação desportiva há a presença de prática de atividades desportivas e corporais que estimulam de forma direta os aspectos cognitivo, afetivo e psicomotor da criança, e como é conhecida, criança é “movimento”. Tendo isso em vista o melhor a se fazer é usufruir do movimento como meio de possibilitar a expressão e criatividade à criança (PASSARO, 2005, Apud CONEGLIAN; SILVA, 2013).
Mais uma vez nos deparamos com a ludicidade como fator integrador entre a técnica e o movimento, mostrando que a mesma tem papel primordial no aprendizado e desenvolvimento de alunos em idade escolar dentro das aulas de educação física escolar.
Devido ao crescente número de crianças que são inseridas na prática do treinamento desportivo, onde muitos profissionais buscam resultados imediatos e ignoram as fases de desenvolvimento humano, é necessário que se realize um estudo destinado à verificação das conseqüências e implicações decorrentes de tal fato, pertinente às fases do crescimento e desenvolvimento humano, ou seja, da criança. (NUNES; GONÇALVES, 2008).
Essa especialização precoce despreza todo contexto do desenvolvimento motor da criança, essa antecipação pode não ser benéfica devido ao fato da criança não desenvolver seu repertório motor de forma global por que a idade onde está sendo solicitada determinadas habilidades ainda não é a ideal, e isso posteriormente pode gerar frustração e até mesmo um aprendizado parcial do desporto.
Análise dos resultados
Após a análise da resposta dos entrevistados, pudemos constatar que os 05 (cinco) professores em questão tem preferência pelo uso da psicomotricidade relacional no que diz respeito às aulas de futsal na educação física escolar.
Considerações
Considerou-se com este trabalho que a forma com as aulas são planejadas, a abordagem que o professor tem no ensino do desporto futsal e a escolha da técnica psicomotora, irão influenciar de forma significativa no desenvolvimento motor dos alunos, contribuindo de forma positiva ou negativa na construção de habilidades motoras. A partir da analise feita nas entrevistas dos professores de Educação física escolar pudemos constatar que os mesmos entendem o caráter essencial e formador que tem a psicomotricidade relacional dentro do ambiente educacional, exclusivamente nas aulas de Educação Física.
Referências
BARRETO, Sidirley de Jesús. Psicomotricidade, educação e reeducação. 2ª ed. Blumenau: Livraria Acadêmica, 2000.
CONEGLIAN, J.C; SILVA, E.R. A importância da prática do futsal na educação física escolar. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Nº 181, Junho de 2013. http://www.efdesportes.com/efd181/a-pratica-do-futsal-na-educacao-fisica-escolar.htm
COSTA, Auredite Cardoso. Psicopedagogia e psicomotricidade pontos de intersecção nas dificuldades de aprendizagem. 4º ed. Petrópolis: Editora Vozes, 2005
DARIDO, Suraya Cristina. Educação Física na escola: questões e reflexões. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan, 2003.
FURINI, Anselmo Barce; SELAU, Bento (Orgs.). Psicomotricidade relacional e inclusão na escola. 1. Ed. Lajedo: Univates, 2010. V 500. 164 p.
MELLO, Alexandre Moraes de. Psicomotricidade, educação física e jogos infantis. São Paulo: IBRASA, 1989.
NEGRINE, A. S.; MACHADO, M. L. Aprendizagem e desenvolvimento infantil 3: psicomotricidade: alternativas pedagógicas. 2. Ed. Porto Alegre: Edita 1988.
NUNES, J. A. B; GONÇALVES, A. C. L. Especialização precoce no futsal: Vantagens e desvantagens. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Nº 120, Maio de 2008. http://www.efdesportes.com/efd120/especializacao-precoce-no-futsal.htm
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