O brincar e o gênero nas UMEIs El jugar y el género en las Unidades Municipales de Educación Inicial |
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*Mestre em Estudos do Lazer (UFMG, 2012) Professor do curso de Educação Física da ISEAT-FHA **Graduada em Educação Física pelo Instituto Superior de Educação Anísio Teixeira Fundação Helena Antipoff ***Graduada em Educação Física pelo Instituto Superior de Educação Anísio Teixeira
Fundação Helena Antipoff |
Leonardo Toledo Silva* Bianca Beatriz Rodrigues Michel** Rejane Tomaz Fonseca*** |
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Resumo No presente texto procuramos investigar o brincar e sua relação com o gênero dentro das UMEIs, para o mesmo realizamos uma revisão bibliográfica discutindo os termos brincar, gênero e UMEIS. Tendo como foco o brincar e o gênero, partimos para o pressuposto que é na Educação Infantil que a criança tem contato com a brincadeira em um formato educacional, percebemos que é neste tempo/espaço que a mesma tem a oportunidade de conviver e estabelecer relações entre criança-criança, adulto-criança, trazendo assim um universo repleto de significados. Percebemos que ao brincar nas creches as crianças muitas vezes são direcionadas pelo corpo docente ao realizarem as brincadeiras, não consideramos tais intervenções erradas, mas é necessário que o educador tenha cuidado para não imprimir suas próprias idéias e convenções sociais sobre o gênero, pois assim podem induzir comportamentos generificados que não surgiriam sem a mediação dos mesmos. Unitermos: Brincar. Gênero. Umeis.
Este trabalho faz parte da monografia de final de curso de Educação Física do ISEAT-FHA.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 187, Diciembre de 2013. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
O brincar e gênero vêm sendo um assunto muito discutido em alguns meios sociais, devido ao aumento de creches em todo o país, estabelecendo-se importantes discussões a cerca desta temática. Tanto a brincadeira como os brinquedos estão marcados pela identidade cultural e por características sociais de determinado grupo. Portanto, pode-se dizer que, ao mesmo tempo em que a brincadeira se torna algo abrangente, ela possui características específicas que irão variar de acordo com ambiente físico, social e cultural. (MORAIS, 2004).
Oliveira (2002) afirma que, através da brincadeira, a criança vive e simula situações, construindo sua personalidade e valores. Desde muito cedo, ela demonstra, não só na brincadeira, mas, em várias atividades, a percepção sobre rotulação de gênero e preferência por brinquedos sexualmente tipificados (BICHARA, 2001). Sendo assim os brinquedos se tornam um meio importante de interação, pelos quais as crianças, desde muito pequenas, aprendem significados e códigos sociais. (MOREIRA et al, 2001).
O gênero é aqui entendido como a construção social que uma dada cultura estabelece ou elege em relação a homens e mulheres (SOUZA e ALTIMANN 1999). Para Parker, (2000) e Goellner (2010), gênero se define como construção social por meio do qual nos identificamos como masculinos e femininos, sendo construído socialmente, e essa diferença se dá por meios sociais e entre os sexos. Scott (1995) conclui que gênero é uma forma de indicar “construções sociais”, a criação social de idéias sobre os papéis referentes aos homens e mulheres.
Tendo como foco principal a brincadeira nas aulas de Educação Física nas séries iniciais, o presente estudo tem como objetivo compreender o brincar e as relações de gênero nas Unidades Municipais de Educação Infantil – UMEIs.
O estudo foi produzido por meio de uma revisão bibliográfica definido por Oliveira (2001) como uma pesquisa que tem por finalidade conhecer as diferentes formas de contribuição cientifica que se realizam sobre determinado assunto ou fenômeno. Severino (2007) relata que para realizar uma pesquisa bibliográfica é necessário pesquisar registros disponíveis de pesquisas anteriores, em documentos como livros, artigos e teses possibilitando o encontro de uma serie de informações para comprovar a existência ou não de uma determinada hipótese.
Assim, destacamos duas categorias de análises: o brincar e o gênero. Os textos foram selecionados com o intuito de descobrir a relevância das brincadeiras na educação infantil e se estas influenciam na construção de gênero. Para direcionar a pesquisa buscamos artigos relacionados à educação infantil, nos quais entre as palavras chave estivessem: brincar, gênero, educação infantil. Sendo assim utilizamos 21 artigos de 13 revistas e 13 livros.
O brincar
As brincadeiras estão presentes na história da humanidade e vem se modificando na medida em que o tempo passa, estando em constante transformação de acordo com a cultura na qual está inserida. Prado (2002) acredita que as brincadeiras são compreendidas quando se diferencia seus significados, a partir de cada cultura. Assim, é possível definir qual sentido cada sociedade atribui às mesmas.
Dessa forma, a criança se desenvolve através das interações que estabelece com o outro. A sua experiência sócio-histórica inicia-se desde muito cedo por meio desta interação. Os adultos estimulam seus filhos desde os seus primeiros anos de vida durante as brincadeiras, e se tornam mediadores do processo de construção do conhecimento, fazendo com que seus filhos passem de um estágio de desenvolvimento para outro (SILVA e SANTOS, 2009).
Para Donald Winnicott (1975, p. 79) “é no brincar e, talvez, apenas no brincar que a criança e ou o adulto fluem sua liberdade de criação”. O brincar é uma pratica espontânea e, a partir dele a maioria das crianças tem a possibilidade de vivenciar momentos lúdicos, de melhorar o desenvolvimento físico, motor e cognitivo, podendo desenvolver a imaginação, criatividade, personalidade... (WAJSHOP, 1995; CHATEUA, 1987), pois quem brinca diz alguma coisa e esse dito está repleto de conteúdos da existência humana (PEREIRA, 2009).
É necessário compreender a experiência da brincadeira como um fenômeno cultural e não apenas como um ato sem fundamento, atentando-se para o fato de que as crianças percebem o mundo através das experiências que adquirem quando brincam, interagindo com outras crianças e com os adultos (SILVA e SANTOS, 2009). Dessa forma as brincadeiras são apropriadas, multiplicadas, vivenciadas e/ou permitidas às crianças de qualquer contexto social, gênero e faixas etárias; ao mesmo tempo, brincar é também uma característica da criança, experimentada autonomamente ou construída na relação com seus pares (crianças e crianças; crianças e jovens e crianças e adultos), influenciados pela estrutura de rede social (família, igreja, associações, escolas, projetos...), processos educativos e acesso a bens materiais e culturais (SILVA, 2012).
A brincadeira como prática social possibilita à criança transformar sua realidade, exercitando o imaginário e suas habilidades, vivenciando cada brincadeira como única, modificando o tempo, o espaço e os objetos desse brincar, (re)construindo e se (re)apropriando de suas práticas sociais. Assim, o brincar carrega as marcas da nossa vida: alegrias e tristezas, dor, angústias, sonhos, descobertas e realizações, que se expressam através da ludicidade. (SILVA, 2012, p.111)
A brincadeira então é algo rico em gestos, sons, formas, que a partir do desejo e da intenção de quem brinca, ultrapassam as barreiras da linguagem, da escrita e proporciona um encontro entre quem às realizam, mesmo que não se conheçam ou que não tenha nada em comum, apenas a vontade de brincar (PEREIRA, 2009).
Assim como o brincar, os brinquedos se tornaram um meio muito utilizado para dar mais significado as brincadeiras, tornando-se um instrumento, para essa atividade. O brinquedo facilita a apreensão da realidade e é muito mais um processo do que um produto, trabalhando o físico, o motor, o cognitivo...; é o veículo do crescimento; é um meio onde possibilita à criança explorar seu mundo, viabilizando novas descobertas (OLIVEIRA, 2002).
Desde muito cedo, a criança demonstra, não só na brincadeira, mas em várias atividades, a percepção sobre rotulação de gênero, e preferência por brinquedos sexualmente tipificados (BICHARA, 2001). Ainda na visão da autora, por mais fantasiosa que seja uma brincadeira infantil, um poderoso agente da realidade está presente: os estereótipos de gênero. A esse respeito Moreira, (2001 apud, AMORIN E PACHECO, 2010) relata que no senso comum, o comportamento esperado para meninas é que brinquem com objetos relacionados ao lar, que se interesse por tudo que está ligado ao ambiente doméstico, ou seja, brinquedos que lembrem uma mãe, dona de casa; já os meninos devem preferencialmente adquirir brinquedos relacionados ao ambiente externo, gostar de aventura, esportes, entre outros. Assim se torna importante a compreensão de gênero.
Gênero
Joan Scott (1995) define gênero como um elemento constitutivo das relações sociais fundadas sobre as diferenças percebidas entre os sexos. É a construção social que cada cultura estabelece em relação a homens e mulheres. O conceito de gênero implica conhecer as diferenças sexuais e seus significados, buscando, ainda compreender como são produzidas, pelas culturas e sociedades, as diferenças nas relações entre homens e mulheres.
Ao encontro desta proposição, Santos (2008) caracteriza gênero como uma construção sócio-histórica das diferenciações baseadas no sexo, onde a feminilidade e a masculinidade, não são constituídas propriamente pelas características biológicas, mas são produtos, em constante processo de transformação, de tudo o que se diz ou representa tais características.
Gênero para Finco e Vianna (2009, p. 269), “remete, então, à dinâmica de transformação social, aos significados que vão além dos corpos e do sexo biológico e que subsidiam noções, ideias e valores nas distintas áreas da organização social...”. Sendo assim o gênero é a forma que possibilita que as diferenças sexuais sejam trazidas para a prática social e se tornem parte deste processo histórico. No gênero, a prática social faz referencia aos corpos. Através dessa lógica, são corporificadas, sem deixar de ser social (CONNEL, 1995).
Goellner (2010) define gênero como a condição social por meio da qual nos identificamos como masculinos e femininos. O gênero, portanto, não é algo que está dado, mas é construído social e culturalmente e envolve um conjunto de processos que vão marcando os corpos, a partir daquilo que se identifica ser masculino e/ou feminino.
Nesta perspectiva Richard Parker (2000) ressalta a necessidade de se considerar que a noção de masculinidade/feminilidade varia de acordo com diferentes culturas e construções sexuais, interferindo na formação da identidade do indivíduo. Ainda de acordo com este autor, é “através desse processo de socialização sexual” que os indivíduos aprendem os desejos, sentimentos, papéis e práticas sexuais típicos de sua sociedade, assim como as alternativas sexuais que sua cultura lhe oferece.
Os trabalhos já realizados sobre as relações de gênero e crianças (GUARESCHI, 1994; SAAVEDRA; BARROS, 1996) confirmam que meninos e meninas demonstram comportamentos, preferências, competências, atributos de personalidade mais apropriados para o seu sexo, seguindo, desde bem pequenos, as normas e padrões estabelecidos.
Segundo Finco e Vianna (2009) é na escola, em seus anos iniciais que o brincar passa a ser dotado de significados e intervenções, criando e recriando sentidos para determinada brincadeira. Sendo assim as creches e pré-escolas se tornam o meio educacional que serão feitas analises e se preciso intervenções desse brincar.
UMEIs e a Educação Física (Linguagem Corporal)
As Unidades Municipais de Educação Infantil - Umeis são instituições públicas destinadas a crianças de 0 a 5 anos e oito meses a serem construídas em todas as regiões de Belo Horizonte/MG. Visando a criação de uma escola que se apresentasse para a comunidade tornando-se referencia na comunidade onde estava sendo implantada (PBH, 2013).
Criadas pela Lei 8679/2003, dentro do Programa Primeira Escola, a UMEI veio atender a um anseio da população de Belo Horizonte, que até então não contava com escola infantil pública em horário integral. A UMEI teve todo o seu projeto pensado na lógica da criança. Onde a educação infantil tem importância fundamental no desenvolvimento da mesma. É uma bagagem de conhecimento, desenvolvimento, capacidades e habilidades que vai ser instrumento para a conquista de aprendizado pelas mesmas (FREITAS, 2010).
A escola deve ser das crianças e não somente para as crianças, em outras palavras, deve ser um ambiente onde elas tenham a oportunidade de exercer o seu direito a brincadeira, imaginação, ação, palavra, construção, significação e ressignificação, enfim, produção das culturas infantis (RIBEIRO et al, 2010). Para Finco e Vianna (2009):
A educação infantil (creche e pré-escola), como primeira etapa da Educação Básica, marca o início da experiência discente, quando as crianças terão oportunidade de conviver em um grupo social mais amplo, em uma instituição com características diferentes das do meio familiar. Essa etapa é palco de inscrições intelectuais, sociais e psicológicas. No convívio com os outros – educadores e colegas –, o corpo ganha destaque os gestos, os movimentos e as posturas são alinhavados socialmente; ganham determinado lugar e uma imagem, segundo padrões de conduta e valores culturais em que cada criança se insere (p.270).
É importante que sejam oferecidos às crianças espaço de transmissão de cultura para que elas possam brincar e, assim terem oportunidades de criação, pois quando a criança brinca, reinventa cenas do cotidiano que a marcam, construindo sua própria história. As crianças de diferentes contextos sociais e históricos operam com essa linguagem (brincadeira e brinquedo) em sua compreensão do mundo. Isso mostra o caráter e a dimensão universal que tem essa linguagem. (SILVA e SANTOS, 2009).
Nessa perspectiva a Lei de diretrizes e bases nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 em seus artigos 29 e 30 nos fala que a educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. E que a mesma será oferecida em creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade, pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos de idade.
A especificidade da educação infantil está no reconhecimento de que a criança está em desenvolvimento em todos os sentidos: cognitivo, locomotor, afetivo, psicológico, social, sendo que, nenhum desses aspectos deve ser ignorado nessa etapa da educação. Por isso o ato de brincar ou qualquer outra atividade ou conhecimento que for transmitido para as mesmas se torna tão importante (RIBEIRO et al, 2010). Em observações de instituições de Educação Infantil é possível constatar que meninos e meninas brincam em espaços proporcionados pelas mesmas com variedades de brinquedos e brincadeiras possibilitando que estes sejam ocupados entre os gêneros. (FINCO, 2003).
A Educação infantil e as relações construídas a partir da mesma introduzem meninos e meninas na vida social e oferecem a oportunidade de estarem em contato com crianças de diversas classes sociais, religiões e etnias. Com a função não só de cuidar do corpo, assim como educar. Se tornando o primeiro lugar com a presença do adulto, fora do contexto familiar onde se impõem a conduta e limites sociais (FINCO e VIANNA 2009). “Ao brincar, jogar, imitar e criar ritmos e movimentos, as crianças também se apropriam do repertório da cultura corporal na qual estão inseridas.” (BRASIL 1998, p.15).
É preciso compreender as manifestações não verbais como a linguagem corporal1, demonstradas pelas crianças, e assim promover experiências que possibilitem construção de saberes e capacidades. Estimulando assim seu desenvolvimento cognitivo e social. (PEREIRA, 2009).
O documento das Proposições Curriculares Educação Infantil, Rede Municipal De Educação e Creches Conveniadas a PBH (2009), sugere que seus docentes utilizem de forma expressiva e intencional o movimento em varias situações com gestos diversos e o ritmo corporal nas suas brincadeiras, danças, jogos e demais situações de interação, expressando sentimentos e emoções. Desta forma, o brincar nas escolas e creches aparece na Educação Infantil, como um meio pedagógico, e organizador do cotidiano e das relações, tornando-se uma ferramenta que assegura o direito de ser criança, vinculado a idéia de autonomia e cidadania (DEBORTOLI, 2009).
Conclusão
Neste trabalho, buscamos entender se as relações de gênero estão sendo construídas nas UMEIs a partir do brincar, e se existe relação entre os mesmos. Sendo assim entendemos por gênero toda construção social que estabeleçam diferenças entre relações de homens e mulheres. A questão fisiológica não foi aqui descartada, mas defendemos que o gênero não se restringe apenas esta definição, pois o mesmo pode ter significados diferentes de acordo com o contexto sociocultural em que esta inserido, sendo mutável ao longo do tempo.
A brincadeira aqui apresentada como linguagem trás questões de gênero a todo o momento, ao brincar as crianças criam e recriam situações da sua realidade, imprimindo nas mesmas, ações generificadas que lhes são apresentadas desde o nascimento pela sociedade. Sendo assim percebemos que a brincadeira tem grande contribuição para o desenvolvimento da percepção da criança do que é ser menina e o que é ser menino já que ali elas reproduzem fatos vivenciados diariamente. Ressaltando ainda que a brincadeira desenvolve, aspectos cognitivos, motor, entre outros, uma imensidão de habilidades, é no brincar que a criança aprende e se forma como sujeito critico, cidadão.
Os documentos que regem a Educação Infantil (Proposições Curriculares Educação Infantil, Rede Municipal De Educação e Creches Conveniadas a PBH, 2009 e o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, 1998), vêm ressaltar que são muitos os benefícios do brincar, mas não sugerem que as aulas de educação física, nomeada na educação infantil como corpo e movimento sejam feitas juntas ou separadas, cabe ao educador tal decisão.
Tendo como foco o brincar e o gênero, partimos para o pressuposto que é na Educação Infantil que a criança tem contato com a brincadeira em um formato educacional, percebemos que é neste tempo, espaço que a mesma tem a oportunidade de conviver e estabelecer relações entre criança-criança, adulto-criança, trazendo assim um universo repleto de significados. Percebemos que ao brincar nas escolas e creches as crianças muitas vezes são direcionadas pelo corpo docente ao realizarem as brincadeiras, não consideramos tais intervenções erradas, mas é necessário que o educador tenha cuidado para não imprimir suas próprias ideias e convenções sociais sobre o gênero, pois assim podem induzir comportamentos generificados que não surgiriam sem a mediação dos mesmos. Já que ao brincar a criança dá seu próprio significado a brincadeira, é seu momento de criação, imaginação, percepção do outro, em fim é quando ela tem a oportunidade de ser criança vivendo seu faz de conta. A partir das leituras sugerimos que esse brincar não seja segregado, para que a criança possa vivenciar em sua totalidade essas experiências, e não se limite apenas ao que é definido como brincadeira exclusiva de menino ou só para menina.
Concluímos então, já que as escolas e creches aqui representadas pelas UMEIs são um espaço onde a criança tem e deve ter a oportunidade de se expressar e aprender através do brincar e que constatamos que o brincar tem relação com o gênero, o mesmo teoricamente está sendo construído através da brincadeira, porém não podemos afirmar que, na prática, isso acontece efetivamente. Sendo assim julgamos conveniente uma pesquisa de campo para diagnosticar tal problema, o que traria grande contribuição para a área de estudos.
Na pesquisas não encontramos um numero significativo de publicações que relacionem diretamente gênero e brincadeiras nas UMEIs, acreditamos que tais estudos deveriam acontecer, já que, este espaço se torna extremamente propício para a prática dos mesmos, se tornando rico de vivências e experiências que merecem um olhar atendo e o nosso interesse.
E assim finalizamos concordando com Pereira, (2009):
Encontramo-nos diante de um dilema: brincar por brincar ou brincar para aprender? A resposta deveria ser: ambos. O que importa é a maneira como percebemos e como encaminhamos as coisas. É necessário aprender e é necessário brincar. Um não elimina o outro. (p. 26).
Nota
A Linguagem Corporal é a linguagem do corpo, traduzida nos movimentos, nos gestos, na expressão facial, no olhar. (Proposições curriculares Educação Infantil, Rede Municipal de Educação e Creches Conveniadas a PBH 2009, p.62)
Referências
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