Modelos de periodização: uma
abordagem Modelos de periodización: un acercamiento a los modelos tradicionales y contemporáneos Periodization models: one approach to traditional and contemporary |
|||
Bacharelando em Educação Física da Universidade Salgado de Oliveira Licenciado em Educação Física da Universidade Salgado de Oliveira (Brasil) |
Fernando Mesquita |
|
|
Resumo Este artigo refere-se aos modelos de periodizações existentes entre as contemporâneas e as tradicionais e como eram realizados os procedimentos de treinamento. O objetivo deste presente estudo é mostrar foi apresentar modelos de periodização Para diversos níveis de treinamento. Metodologia: Este estudo tem como metodologia uma revisão literária de artigos e livros, os quais mostram como surgiu as suas evoluções ao passar do tempo com modelos contemporâneos, além disso uma das bases literárias utilizadas com maior ênfase nesse presente estudo, os mais encontrados foram os Modelos em Blocos, Prolongado Estado de Rendimento de Bompa e o modelo de periodização clássico/tradicional proposto por Matveev (1950), onde o mesmo é caracterizado pela variação ondulante das cargas de treinamento e dividido em três períodos: período de preparação, período de competição e período de transição, planejamento plurianual de treinamento, chamado de plano de expectativa, que se subdivide em: Plano de expectativa individualizado e o plano desportivo, vamos falar sobre os tipos de Modelos de periodização clássicos e contemporâneos. Concluímos que o treinamento deve levar em consideração a eficiência gestual da atividade, o maior esforço pelo menor gasto energético possível, além disso, as adaptações fisiológicas em resposta ao treinamento são altamente específicas à natureza da atividade do treino. Unitermos: Periodização. Modelo. Treinamento.
Abstract This article refers to the models of periodization between the contemporary and the traditional and the procedures were performed as training. The objective of this study is to show was to present periodization models for various levels of training. Methodology: This study is a literature review of methodology articles and books which show how did their evolutions over time with models contemporaries also one of the literary bases used with greater emphasis in the present study, the most frequent were the models in blocks, Extended State Yield Bompa and periodization model classic / traditional proposed by Matveev (1950), where it is characterized by undulating variation of training loads and divided into three periods: the period of preparation and competition period transition period, multiyear planning training, called the plan of expectation, which is divided into: plan of expectation and plan individualized sports, let's talk about the types of models and classical periodization contemporary. We conclude that training should take into consideration the efficiency of gestural activity, the greatest effort by lower energy expenditure can also physiological adaptations in response to training are highly specific to the nature of the training activity. Keywords: Periodization. Model. Training.
|
|||
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 187, Diciembre de 2013. http://www.efdeportes.com/ |
1 / 1
I. Introdução
O termo periodização origina-se da palavra período, que é uma porção ou divisão do tempo em breves seguimentos, mais fáceis de controlar, chamados de fases. A palavra periodização surgiu oficialmente no cenário esportivo, graças aos estudos de Matveyev na década de 1960.
Também podemos conceituar Periodização, “ato de periodizar”, ou seja dividir em períodos. É assim que o dicionário define e foi desta forma que no Egito e na Grécia antiga se realizava uma preparação, primeiramente para as batalhas e posteriormente com o surgimento dos Jogos Olímpicos, foi utilizada esta mesma periodização de forma a melhorar a performance dos atletas, tal como foi citado por Braz (2006), citando Dantas (2003), “De início utilizado apenas para fins militares e depois passou a ser utilizada com o objectivo de aumentar a performance na prática desportiva.”
Para Compreender mais sobre a periodização devemos ver uma abordagem teoria
para da o entendimento contudo Segundo (MINOZZO et al., 2008)
O desenvolvimento da Ciência do Treinamento Desportivo acompanhou a humanidade
desde as civilizações primitivas, abrangendo o chamado período empírico,
passando pelo renascimento e a idade moderna (período de improvisação).
Contudo, foi somente no final do século XIX e início do XX que surgiu na
Alemanha e na antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) o
conceito sobre o planejamento do treino desportivo (período da
sistematização).
Porém, foi a partir da década de 50 (período científico) que nos países do
Leste Europeu surgiram os primeiros compilados teóricos sobre a periodização
(SEQUEIROS. et al., 2005).
A periodização teve sua origem no Egipto e na Grécia antiga se realizava uma preparação, primeiramente para as batalhas e posteriormente com o surgimento dos Jogos Olímpicos, foi utilizada esta mesma periodização de forma a melhorar a performance dos atletas, tal como foi citado por Braz (2006), citando Dantas (2003), “De início utilizado apenas para fins militares e depois passou a ser utilizada com o objectivo de aumentar a performance na prática desportiva.”
O desenvolvimento da Ciência do Treinamento Desportivo acompanhou a humanidade desde as civilizações primitivas, abrangendo o chamado período empírico, passando pelo renascimento e a idade moderna (período de improvisação). Contudo, foi somente no final do século XIX e início do XX que surgiu na Alemanha e na antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) o conceito sobre o planejamento do treino desportivo (período da sistematização). Porém, foi a partir da década de 50 (período científico) que nos países do Leste Europeu surgiram os primeiros compilados teóricos sobre a periodização .
Metodologicamente, podemos distinguir três fases ou etapas que caracterizam a história dos modelos de planejamento desportivo (GOMES, 2002 Apud Oliveira 2005):
A – desde a sua origem até 1950, quando se inicia a sistematização do treinamento;
B – de 1950 até 1970, quando se inicia o questionamento dos modelos clássicos do planejamento e aparecem novas propostas;
C – de 1970 até a atualidade, quando se vive uma grande evolução dos conhecimentos.
Oliveira (2005) com a mudança do cenário esportivo mundial, algumas críticas começaram a surgir em relação ao modelo de periodização de Matveev. A principal delas apontava que o modelo de Matveev foi criado tendo em vista os Jogos Olímpicos como o único objetivo, por isso só permitia um peak por temporada; porém, com a evolução do esporte profissional, tornou-se necessário a obtenção de múltiplos peaks em uma mesma temporada.
A partir dessa necessidade de obtenção de múltiplos peaks em mesma temporada surgem novos modelos de periodização, que podem ser divididos em duas correntes. Em uma das correntes, os autores se baseiam no modelo de periodização de Matveev e propõem algumas modificações para adequá-lo ao atual calendário esportivo. Uma segunda corrente, formada por autores altamente críticos a Matveev e que desconsideram totalmente o modelo clássico, propõe modelos totalmente novos (Oliveira 2005).
Deste modo, podemos definir planeamento como o processo de sistematizar os conteúdos do treino segundo os objectivos, bem definidos, da preparação de um atleta ou equipa e dos princípios específicos que determinam a forma racional de organização das cargas de treino num período de tempo bem definido (Verkhoshansky, 1990; apud Ferrão 2003).
Relevância
O American College of Sports Medicine (LIMA C. 2008 apud ACSM, 2002) destacou os benefícios dos exercícios de força objetivando a saúde. Dentre esses benefícios, estão inclusos: a melhora da força, potência, resistência muscular e aumento de massa magra. Estas melhoras na aptidão física podem ser alcançadas através de variações nos padrões de prescrição: como a freqüência semanal, número de séries, intervalo entre as séries, número de repetições, velocidade de execução do movimento, angulação articular e número de exercícios. Este tipo de treinamento tem sido recomendado tanto para populações sadias quanto para populações ditas especiais, como pacientes em reabilitação cardíaca, diabéticos, hipertensos, idosos, obesos, entre outros.
A periodização se adéqua a necessidade do treinamento e de suas variáveis, potencializando o resultado. Por conseguinte, melhores resultados são obtidos devido à organização da variedade de métodos existentes, pela implementação estratégica das fases e das cargas específicas, causando alternância nos estímulos. Um exemplo prático é a estabilização dos ganhos hipertróficos observados após quatro a cinco meses de treinamento quando se utilizam cargas fixas, três séries de 10 repetições máximas (RM) durante todo o período.
Tubino (2003) apud Lacordia et al (2006) define a periodização do treinamento desportivo como sendo “...a divisão do mesmo, em etapas, para se atingir objetivos específicos”.
Já para Dantas (2003) apud Lacordia et al (2006), periodização “É o planejamento geral e detalhado do tempo disponível para o treinamento, de acordo com os objetivos intermediários perfeitamente estabelecidos, respeitando-se os princípios científicos do exercício desportivo”.
O modelo de periodização clássico de Matveev se caracteriza por um planejamento plurianual de treinamento, chamado de plano de expectativa, que se subdivide em (DANTAS, 2003).
Metodologia
Este estudo é de caráter investigativo, utilizando como método a revisão
bibliográfica. Utilizamos como critério de inclusão o conteúdo relacionado
ao treinamento periodizado e com no máximo 12 anos de publicado,
R. bras. Ci e Mov. EFDeportes.com, Fitness &Performance, Journal Revista
Hórus, Movimento, FCDEF - Universidade do Porto, Revista eletrônica
da escola de educação física e desportos
Discussão
Antes de iniciarmos a discussão textual, apresentamos duas tabelas que norteiam a nossa visão sobre os estudos que tratam da periodização.
Tabela 1. Tradicionais
Tabela 2. Contemporâneas
Modelos Tradicionais
Modelo Clássico/Tradicional – Matveev
Segundo Souza 2013 Considerada o pai da periodização do treinamento o cientista russo Dr. Leev Pavlovtchi Matveev, na década de 50, apresenta o modelo tradicional de periodização do treinamento, onde o mesmo fundamentou-se na teoria da Síndrome Geral da Adaptação e logo mais tarde, se popularizou por todo o mundo e virou referência entre os treinadores da época. Esse modelo era caracterizado pela variação ondulante das cargas de treinamento e dividido em três períodos: período de preparação, período de competição e período de transição (OLIVEIRA, SEQUEIROS, DANTAS, 2005 Apud Souza 2013).
No período de preparação devem ser criadas e também desenvolvidas algumas premissas para o aparecimento da forma desportiva que envolve duas etapas: a de preparação geral e específica, a geral, durante a qual se enfatiza a preparação física e o componente geral do treinamento, além de haver predominância do volume sobre a intensidade; a etapa específica caracteriza-se pelo aperfeiçoamento das habilidades técnicas e táticas e pela predominância da intensidade sobre o volume do treinamento (Souza 2013) . Já o período Competitivo, tem por objetivo que o atleta atinja o peak, ou seja, o nível de desempenho máximo. Por fim o período de Transição que deve possuir um caráter de descanso ativo, proporcionando ao atleta uma recuperação física e psicológica (MATVEEV, 1991 apud PASCHOALINO e SPERETTA, 2011).
Com relação às variações ondulatórias que ocorrem no treinamento proposto por Matveev, o mesmo está baseado na utilização da dinâmica de variações ondulatórias do treinamento podendo ocorrer aumento gradual de carga, conseqüentemente ser retilíneas, escalonadas e ondulatórias, sendo a dinâmica ondulatória que possibilita melhorar a funcionalidade e a adaptação do atleta de alto nível. Essas ondas são de características baixas (microciclos), médias (mesociclos) e grande (macrociclo) (PANTALEÃO e ALVARENGA, 2008).
O modelo de periodização clássico de Matveev é caracterizado como um planejamento plurianual de treinamento, chamado de plano de expectativa, que se subdivide em: Plano de expectativa individualizado, pois acompanha o atleta por toda a sua vida, antes, durante e após a fase de desempenho e tem como objetivo desenvolver as potencialidades dos talentos desportivos de um país e o plano desportivo: que organiza o treinamento de uma modalidade esportiva específica e determina os objetivos a serem alcançados por um grupo específico de atletas criado a partir do plano Individualizado (DANTAS, 2003 apud OLIVEIRA, SEQUEIROS, DANTAS, 2005).
Modelo Pendular
Surge em 1971 por Arosiev e Kalinin, os primeiros a propor esta “estrutura pendular”. Alguns seguidores, como Fortaleza de La Rosa (2006) citado por Miglinas et al (2009), alegava que esta formatação da periodização facilitava a manutenção da melhor forma competitiva do atleta durante o ano.
Com o intuito de aperfeiçoar o modelo de Matveiev, surge o princípio do “pêndulo”, e assenta em dois pressupostos: o restabelecimento da capacidade de trabalho, é mais eficaz quando não se trata de um descanso passivo e sim de uma actividade contrastante; a seqüência dos microciclos básicos e de regulação faz com que o organismo do atleta se restabeleça mais eficazmente e também sejam submetidos a ritmos elevados e reduzidos da capacidade de trabalho geral (Garcia, 1996 in Braz, 2006).
Quanto maiores são os pêndulos, maior será a probabilidade do atleta manter a forma desportiva por um maior período, mas se estes são menores durante o processo de treino, maiores serão as condições para uma competição eficaz. (Rosa. F 2006, citado por Miglinas et al, 2009).
Modelo Modular
Em 1970 com A. Vorobjev, sugere o treino modular no seguimento das preocupações com as cargas específicas, que quase afastam para segundo plano, as cargas de natureza mais geral. Bompa (2002) in Braz (2006) apud Alves 2010 , diz que nos calendários atuais não existe, tempo disponível, para a utilização de meios de preparação geral que correspondam às especificidades concretas do desporto em questão.
Modelo Estrutural
Tschiene seu mentor, direcciona este “treino estrutural” para as modalidades
com grande componente de força explosiva e com duas facetas de competição
diferenciada. Esta proposta faz a distribuição das cargas pela temporada,
baseando-se na manutenção de um nível de intensidade elevada ao longo do
ciclo de treino (Alves 2010). Neste modelo a
dinâmica das cargas têm a forma de ondas que representam as mudanças
freqüentes e pouco intensas nas componentes das cargas e contribui para a
manutenção das capacidades de performance elevada ao longo da temporada
desportiva. (Braz 2006).
Este modelo segue os mesmos princípios da diferenciação entre cargas gerais e
específicas, no entanto estas últimas nunca se sobrepõem às cargas
específicas, mesmo em momentos de carga mínima. (Alvarenga et al, 2008).
Modelos contemporâneos
Modelo em Blocos (Cargas concentradas) – Verkhoshanski
O Russo Dr. Yuri Vitale Verkhoshanski, criador do Modelo de Periodização por Blocos. (OLIVEIRA, SEQUEIROS, DANTAS, 2005). Fundamentou-se em uma forma de treinamento totalmente diferente do modelo de periodização de Matveev, permitindo o atleta alcançar múltiplos peaks em uma mesma temporada (OLIVEIRA, 2004 apud OLIVEIRA, SEQUEIROS, DANTAS, 2005). Pois, Verkhoshanski acredita que o modelo de Matveev não é adequado à nova e atual realidade esportiva, pelo motivo de o atleta competir várias vezes ao ano e apenas gerar no máximo três peaks por temporada. (OLIVEIRA, 2004 apud OLIVEIRA, SEQUEIROS, DANTAS, 2005).
Verkhoshanski não utiliza os termos planejamento ou planificação. Esse autor defende a idéia de que o processo de treinamento deve basear-se em um sistema que defina os conceitos de programação, organização e controle. (GOMES, 2009 apud PASCHOALINO e SPERETTA 2011).
Em 1985 Verchoshanskij publicou em Moscovo o seu livro sobre planificação e organização do treino desportivo, no qual apresentou este modelo que continha muitas alterações até ao que então se tinha escrito sobre o tema. Este modelo foi proposto para desportos com características de força. Segundo Abrantes, 2006 apud Alves 2010 o autor desenvolveu o Método de Cargas Concentradas virado especificamente para atletas de elite.
Onde, são três blocos que reunidos em uma determinada lógica, estrutura a programação do treinamento, o bloco A é o que apresenta o maior volume de toda a temporada, pois tem como objetivo desestabilizar os níveis de desempenho adaptados na temporada anterior e criar novas perspectivas de desempenho para a atual temporada. Em uma temporada de um ciclo por temporada esse bloco dura por volta de 12 semanas. Seu objetivo principal é a preparação do aparelho locomotor, aumento do impulso nervoso e aumento da influência das cargas no organismo, já o bloco B tem duração de aproximadamente de 2,5 a 3 meses, nesse bloco o volume é diminuído até os níveis ótimos, permitindo o aperfeiçoamento das capacidades competitivas dos desportistas, e podem acontecer competições de menor importância, as quais vão funcionar como exercícios específicos no treinamento do atleta, finalizando o bloco C têm como objetivo apresentar os níveis máximos é o momento em que o atleta apresenta a melhor performance e está apto a participar de competições de maior importância (GOMES, 2002 apud OLIVEIRA, SEQUEIROS, DANTAS, 2005).
Já para Alvarenga & Pantaleão (2008) este modelo é repartido por três blocos agrupados logicamente: o bloco A (preparação física especial), ativa os mecanismos do processo de adaptação e é orientado para a especialização morfológica e funcional do organismo; o bloco B (preparação técnico-táctico) assimila a capacidade de utilizar a evolução do potencial locomotor através do aumento gradual da intensidade de execução do exercício competitivo; o bloco C (competições) assegura a conclusão do ciclo de adaptação e a capacidade do organismo levar ao máximo o trabalho realizado através das competições
Essa forma de periodização permite ao atleta realização vários ciclos por temporada, e os ciclos não precisam necessariamente conter os três blocos de treinamento. Somente o bloco C está sempre presente em todos os ciclos, privilegiando assim as competições e integrando as mesmas aos treinamentos, o que chama de exercícios específicos (OLIVEIRA, SEQUEIROS, DANTAS, 2005).
Segundo Cervera e Granell (2003) citados por Alvarenga & Pantaleão (2008) parte dos conteúdos dos blocos sobrepõem-se para que desta forma os efeitos do bloco sucessor sejam aproveitados com efeitos retardados do treino.
O modelo de periodização por blocos de Verkhoshanski baseia-se nos seguintes conceitos (GOMES, 2002 apud OLIVEIRA, SEQUEIROS, DANTAS, 2005): Programação que é fase que é compreendida por uma primeira determinação da estratégia de estruturação do conteúdo e da forma do processo de treinamento. Já a Organização que trata da realização prática do programa, considerando- se as condições reais e as possibilidades concretas do desportista e o Controle que são os critérios estabelecidos previamente com o objetivo de informar periodicamente o nível de adaptação apresentado pelo desportista.
Segundo Gomes apud Oliveira, Sequeiros, Dantas (2005) destacam que os modelos de periodização contemporâneos, inclusive o modelo proposto por Verkhoshanski se baseiam em quatro aspectos importantes: 1ª) A individualidade das cargas de treinamento justificada pela capacidade individual de adaptação do organismo; 2ª) A concentração das cargas de treinamento da mesma orientação em períodos de curta duração e a necessidade de conhecer profundamente o efeito que produz cada tipo de carga de trabalho e sua distribuição no ciclo médio de treinamento; 3ª) O desenvolvimento consecutivo de capacidades, utilizando o efeito residual de cargas já trabalhadas e 4ª) A ênfase no trabalho específico de treinamento. As adaptações necessárias para o desporto moderno com a realização na prática de cargas especiais.
Para Abrantes, 2006 apud Alves 2010 no método de cargas concentradas a principal novidade é a utilização de treinos concentrados com cargas unidireccionais e com volumes elevados durante um tempo limitado, ate dois meses. Esta carga produz uma ligeira recuperação, “incompleta, e pouco estável que se relaciona com alterações persistentes e relativamente prolongadas da homeostasia”, desencadeando grandes alterações que são requisito para a super-compensação.
Modelo de Cargas Seletivas - Antônio Carlos Gomes
Conforme Alves (2010) esse modelo surge para possivelmente suprir as necessidades do calendário, onde a temporada desportiva impossibilita a preparação total dos atletas antes dos jogos oficiais, dificultando a distribuição das cargas de treino durante o macrociclo.
O grande número de jogos durante a temporada, torna impossível o desenvolvimento das capacidades máximas, sendo assim desenvolvidas as capacidades submáximas.
Este modelo vem assim propor uma periodização dupla com uma duração de 26 semanas para cada macrociclo no caso do futebol. Neste, o volume de treino permanece estável quase toda a temporada de competição, alterando-se as capacidades de treino a cada mês (resistência, flexibilidade, força, velocidade, técnica e táctica). Aqui o objectivo principal está nas capacidades de velocidade. (Gomes, 2002 apud Alves 2010)
Gomes (2002) apud Moreira et al (s/d, p. 10) afirmam “que assim como no sistema de treinamento em bloco (cargas concentradas), o alvo do aperfeiçoamento no treino realizado sob os conceitos do sistema de cargas seletivas está nas capacidades de velocidade e preconiza para o segundo mês da estruturação, um incremento do treinamento do sistema nervoso muscular, intensificando o aperfeiçoamento da velocidade de movimento”.
Modelo de Bondarchuck
Anatoly Bondarchuck notável atleta e treinador na área dos lançamentos, considerando por Abrantes (2006) apud Alves 2010 como um dos “pais” das novas teorias sobre a periodização e planeamento do treino desportivo, revelando um corte radical com o modelo de Matveiev.
Para Raposo (2002) citado por Braz (2006), Bondarchuck fundamentou a sua periodização em duas idéias chave: o atleta é uma unidade e como tal tem que ser treinado, não podendo ser considerado segundo a sua estrutura físico-condicional ou segundo a sua estrutura técnica; a preparação geral deve ser eliminada, excepto como meio de recuperação, pois os movimentos nela utilizados são de duvidosa transferência para os movimentos específicos da competição.
O mesmo autor refere ainda a pouca importância atribuída ao volume de treino ao contrário da intensidade que é bastante elevada bem como exercícios especiais. Segundo Abrantes (2006) apud Alves a programação e duração dos vários períodos de treino não devem ser definidos em função das datas das competições mais importantes, como sucede com Matveiev e outros treinadores, mas sim em função da curva de forma de cada atleta. Este aspecto destaca a importância da individualização do processo de treino.
Modelo de Prolongado Estado de Rendimento de Bompa
Para Alves 2010 este surge com base no modelo de Matveiev, mas também como uma forma de o criticar, pois este, apenas se aplica a modalidades que exigem potência e velocidade e não as que se focam na resistência. De acordo com este autor, a estrutura de treino para estas modalidades, caracterizava-se pela predominância do treino em formação especial pela conseqüente redução da formação geral, através de procedimentos ondulatórios centrados nas pequenas ondas do treino.
Este autor, tal como Matveiev, divide o seu modelo em período preparatório, subdividido em fase geral e especifica e período competitivo, subdividido em fases pré-competitiva e competitiva. No entanto para períodos de quatro a seis semanas, Bompa utiliza o termo de macrociclo, que tem como objectivo trabalhar as qualidades físicas básicas e específicas, ou seja, este macrociclo corresponde ao mesociclo do modelo clássico de Matveiev (Alves 2010).
Neste modelo, o atleta poderá atingir os seguintes estados de rendimento: nível de forma especifica geral (elevado desenvolvimento das capacidades requeridas pela prática desportiva); nível de alta forma desportiva (estado biológico superior – rápida adaptabilidade às cargas de treino, eficaz recuperação, bons níveis de execução técnico/táctica e boa capacidade psíquica); nível de máxima forma (estado de rendimento máximo – óptimos níveis de execução técnicas e resolução táctica) Braz, (2006). Os atletas treinam vários meses com o objectivo de estar na melhor forma possível nas competições principais. Isso requer um planeamento organizado e bem executado, o que favorece a adaptação fisiológica e psicológica do atleta. Pode-se elevar o nível do planeamento anual dividindo o treino e utilizando abordagens progressivas no desenvolvimento físico do atleta. Bompa, (2002) Apud Alves 2010.
Considerações
O treinamento deve levar em consideração a eficiência gestual da atividade, o maior esforço pelo menor gasto energético possível (DANTAS, 2000 apud Oliveira 2005), além disso, as adaptações fisiológicas em resposta ao treinamento são altamente específicas à natureza da atividade do treino (VALDIVIELSO, 1996 apud oliveira 2005).
O modelo de periodização clássico de Matveev, ainda hoje, é muito eficiente quando se tem como objetivo apenas uma competição por temporada. Ele permite que o atleta atinja o máximo possível em termos de resultado. Em contrapartida, também exige que o atleta passe por longas etapas de preparação geral e de transição, durante as quais o nível geral de performance é significativamente ente diminuído.
O modelo de periodização por blocos de Verkhoshanski tem como principais objetivos a obtenção de múltiplos peaks por temporada e a elevação dos níveis de performance ao altíssimo patamar imposto pelo esporte profissional atualmente. Tal sistema caracterizou-se como o de carga concentrada, que, para alguns estudiosos, só é possível para desportos de força (GOMES, 2002 apud Oliveira 2005).
O Modelo tradicional (Matveev) deve ser aplicado nos jovens ou adultos na etapa de especialização inicial ou aprofundada já o de estruturação da periodização deve ser flexível e reajustar-se de acordo com o feedback do sistema de controle, já a utilização dos modelos contemporâneos devem ser restritos aos Atletas de Alto Nível.
Neste momento consideramos refletir sobre as produções acadêmicas que tratam do assunto periodização.
Referencias
Alves, F.J. Modelos de periodização. Lecturas, Educación Física y Deportes, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 148, Septiembre de 2010. http://www.efdeportes.com/efd148/modelos-de-periodizacao.htm
BRAZ, Jorge (2006). Organização do Jogo e do Treino em Futsal – Porto, FCDEF - Universidade do Porto.
FERRÃO N M C. Planeamento do Treino; Modelo de Periodização no Hóquei em Patins; Faculdade de motricidade humana, Universidade Técnica de Lisboa 4º Mestrado em Treino de Alto Rendimento 2003. Acesso em: 18 abr. 2013.
MIGLINAS, Leonardo; VENTURIM, Fábio; PEREIRA, Bernardo (2009). Modelos de periodização: uma breve revisão. Lecturas: Educación Física y Deportes, Revista Digital. Buenos Aires, Nº 138. http://www.efdeportes.com/efd138/modelos-de-periodizacao.htm
MINOZZO, F. C.; LIRA, C. A. B. DE; VANCINI, R. L.; SILVA, A. A. B.; FACHINA, R. J. DE F. G.; GUEDES JR, D. P.; GOMES, A. C.; SILVA, A. C. DA. Periodização do treinamento de força: uma revisão crítica. R. bras. Ci e Mov. 2008; 16(1): 89-97. Acesso em: 11 abr. 2013.
Oliveira ALB, Sequeiros JLS, Dantas EH; Estudo Comparativo Entre o Modelo de Periodização Clássica de Matveev e o Modelo de Periodização por Blocos de Verkhoshanski Fitness & Performance Journal, Rio de Janeiro, v. 4, n. 6, p. 359, Novembro/Dezembro 2005. Acesso em: 21 abr. 2013.
PANTALEÃO, D.; ALVARENGA, R.L. Análise de modelos de periodização para o futebol. Lecturas, Educación Física y Deportes, Revista Digital. Buenos Aires, Ano 13 - N° 119 - Abril de 2008. http://www.efdeportes.com/efd119/analise-de-modelos-de-periodizacao-para-o-futebol.htm
PASCHOALINO, M.C.; SPERETTA, G.F.F. Características da periodização em esportes coletivos: Uma revisão crítica. Revista Hórus, volume 5, número 3 (Jul-Set), 2011. Acesso em: 12 abr. 2013.
SEQUEIROS JL, OLIVEIRA AL, CASTANHEDE D, DANTAS EH. Estudo de Tudor Bompa. Fitness &Performance Journal. 2005;4(6):341-7. Acesso em: 21 abr. 2013.
SOUZA WC. Os modelos de periodização propostos por Matveev, Verkhoshanski e Antônio Carlos Gomes. Lecturas, Educación Física y Deportes, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 177, Febrero de 2013. http://www.efdeportes.com/efd177/periodizacao-por-matveev-verkhoshanski-e-gomes.htm
Outros artigos em Portugués
Búsqueda personalizada
|
|
EFDeportes.com, Revista
Digital · Año 18 · N° 187 | Buenos Aires,
Diciembre de 2013 |