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Ferramenta tecnológica aplicada ao futebol

Una herramienta tecnológica aplicada al fútbol

 

*Graduado em Sistemas de Informação pela Faculdade Santa Maria do Recife

Técnico em Desenvolvimento de Software pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia, IBRATEC

**Graduada em Educação Física e Técnico em Desporto pela Universidade Federal de Pernambuco

Mestre em Educação pela Universidade Federal de Pernambuco. Atualmente é professora

da Universidade Federal Rural de Pernambuco, na Licenciatura em Educação Física

Precursora do Nado Sincronizado em Pernambuco com trabalho reconhecido e premiado

em todo país, percussora no Brasil do Nado Sincronizado na Terceira idade

***Possui graduação em Licenciatura em Psicologia pela Universidade Católica de Pernambuco

Graduação em Bacharelado em Psicologia pela Universidade Católica de Pernambuco

Graduação em Educação Física pela Universidade de Pernambuco

Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal da Paraíba

Waldeck Antonio de Melo Lindoso Júnior*

Ms. Rosângela Cely Branco Lindoso**

Ms. Jorge Henrique Gomes de Albuquerque***

roxente@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O artigo apresenta uma pesquisa bibliográfica relacionando as ferramentas tecnológicas aplicadas ao futebol, ao observar situações polêmicas ocorridas nas partidas de futebol, envolvendo torcidas que muitas vezes se alastram pelas ruas provocando danos materiais tornando-se questão de segurança pública formulo o seguinte questionamento: Como diminuir os erros de arbitragem utilizando tecnologias RFID? Este seria um recurso tecnológico neutro instrumental para a arbitragem. O objetivo desse estudo é compreender a RFID e sua aplicabilidade para diminuir a quantidade de erros de arbitragem no futebol, através do conceito de futebol bem como sua trajetória história e constituição como fenômeno social, fazer um estudo sobre as regras que causam maior dificuldade para arbitragem e como a tecnologia proposta ajudaria a cumpri-las com maior exatidão, conceituar RFID e fazer um estudo sobre alguns projetos que o RFID foi implementado com sucesso para entendermos o porquê do uso dessa tecnologia, analisando a tecnologia RFID e sua contribuição como ferramenta para o futebol. Concluímos que apesar do recurso da RFID já ser utilizado em esportes como o vôlei e tênis no futebol o assunto é polêmico, porém ele poderia auxiliar a arbitragem como recurso imparcial e eficaz.

          Unitermos: Futebol. Tecnologia. RFID.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 187, Diciembre de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Esse artigo tem como objetivo apontar o uso de novas tecnologias como forma de minimizar situações polêmicas e a gama de violência gerada por elas. A tecnologia vem avançando rapidamente em diversas áreas, e na área esportiva não está sendo diferente. O voleibol e até o tênis utilizam os avanços ao seu favor de modo a organizar e ajudar na tomada de decisões em lances polêmicos.

    Esta mudança de certa maneira até chegou ao futebol, mas enfrentou e enfrenta ainda muitas dificuldades com relação ao conservadorismo das pessoas de influência desse esporte no Brasil e no mundo.

    Embora no futebol já se utilizem dos telões nos estádios, placares eletrônicos, placas digitais para informação de substituições e tempo extra nos jogos, ainda se encontram várias discussões quanto à introdução da tecnologia no futebol, e a maior de todas é com relação a utilizar da mesma tecnologia usada no voleibol, onde se mostra o lance duvidoso no telão do estádio segundos após o ocorrido, com isso evitando possíveis erros de arbitragem.

    Nos últimos quatro anos a tecnologia que está encontrando muita dificuldade é a de se colocar um microchip dentro da bola de futebol, o que seria de grande ajuda e poderia pôr fim às polêmicas no Brasil e no mundo. O presente estudo visa abordar a introdução dessa tecnologia no futebol brasileiro a fim de ajudar o crescimento e o desenvolvimento do esporte no país.

    O trabalho poderá constituir-se em objeto de estudo para estudantes e profissionais da área de tecnologia da informação, educação física e ciências afins, trazendo à tona um tema interessante que une inteligência artificial e educação física. O trabalho procura demonstrar que o uso de um microchip baseado em inteligência artificial como ferramenta de suporte à arbitragem do futebol pode ajudar o desenvolvimento do esporte no mundo.

    Para o futebol essa pesquisa ajudaria no sentido de: Jogos mais justos, diminuição dos erros provocados por jogadas duvidosas, além da diminuição de confusões durante os jogos ocasionadas por divergência de opiniões em certas jogadas. Já os torcedores teriam muito mais certeza de que, se seu time ganhou ou perdeu por algum lance difícil, a arbitragem estaria correta.

    Em geral o que poderia ser melhorado com o uso de tal tecnologia seriam erros de arbitragem em relação a lances duvidosos como: escanteios ou tiro de meta, faltas dentro ou fora da área, se a bola entrou ou não no gol, impedimentos ou lances legais, ajudando, até mesmo, em interpretações difíceis como faltas e simulações.

    No Brasil os erros de arbitragem provocam muitas polêmicas, em alguns casos causam revoltas por parte de torcedores, dos jogadores etc. Estas confusões, muitas vezes, se alastram pelos estádios, ruas, e em suas próprias casas.

    Apesar dos árbitros de futebol terem muito pouco tempo para decidir entre uma falta real e uma simulação, um impedimento difícil de ser marcado ou até mesmo se a bola entrou ou -não estando mau posicionado-, as pessoas esperam que eles sempre ajam como elas querem. Então, como diminuir os erros de arbitragem utilizando a tecnologia RFID?

    Para realização desse estudo organizamos um referencial teórico com um histórico do futebol, de como ele se constitui em fenômeno mundial mobilizando a população e suas regras, no sentido de controle da violência que historicamente sempre existiu. Outro enfoque será dado para a RFID compreendendo seu funcionamento e como esse recurso se adéqua ao auxílio na arbitragem, diminuindo contendas e a violência entre torcida por se tratar de um recurso neutro.

    O futebol segundo Wuolio (1981) é o esporte coletivo mais popular praticado no mundo. É disputado num campo em formato retangular por duas equipes, de onze jogadores cada lado, que têm como objetivo marcar gols - em nosso país o termo deriva da palavra inglesa "goal". Não é permitido o uso das mãos, exceto pelos goleiros e nas cobranças dos lançamentos laterais (quando o jogador deve lançar a bola para dentro do campo com as duas mãos).

    A meta, ou baliza, é formada por duas traves ou postes verticais, fincados no solo, uma trave oposta ao solo e uma faixa branca posicionada no relvado exatamente debaixo da trave. Ali fica posicionado o goleiro, que só pode usar as mãos dentro da sua área, defendendo o gol.

    Uma partida de futebol é vencida pela equipe que marcar um maior número de gols, em dois períodos de quarenta e cinco minutos, tendo um intervalo de quinze minutos de um para o outro, dando um total de tempo de jogo de noventa minutos. O torneio mais prestigiado do futebol é o Campeonato do Mundo de acordo com a Federation International Football Association, a FIFA, News (1988), cujos maiores vencedores são Brasil (1958, 1962, 1970, 1994, 2002), Itália (1934, 1938, 1982, 2006) e Alemanha (1954 1974, 1990).

Origem do futebol

    Os jogos com bola usando os pés existem desde a origem humana de acordo com as teorias antropológicas de Borsari & Mesquita (1974), Oliveira (1995). A princípio eram utilizados crânios e frutas indicando certa atração do homem por objetos esféricos.

    Com o passar dos tempos, os crânios foram substituídos por um tipo estranho de bola com couro e coberta com cabelos e foram criadas algumas regras. O jogo seria realizado por 02 (duas) equipes formadas cada uma com o número de 08 (oito) jogadores onde seu objetivo seria passar a bola de pé em pé sem deixar que a bola caísse no chão. Os jogadores tinham que levá-la para dentro de duas estacas, ligadas por um fio de cera, fixadas no chão.

    Para Oliveira (1995) outro país no qual foram encontrados indícios de algo parecido com o futebol foi o Japão e se chamava Kemari. O Kemari também tinha lá suas regras, primeiramente somente poderia participar se fosse integrante da corte do imperador japonês, ele ocorria em uma área de aproximadamente 200 m² (metros quadrados). A bola dos japoneses era feita com fibras de bambu, dentre as regras também era proibido todo e qualquer contato físico, era composto de 02 (duas) equipes com 08 (oito) jogadores cada.

    Marck (1980) e Oliveira (1995) afirmam que os gregos criaram um tipo de jogo ao qual deram o nome de Episkiros. Este jogo, como o dos chineses, inicialmente era praticado por militares, também formado por 02 (duas) equipes, porém cada era composta por 09 (nove) jogadores e praticado em uma área retangular. Na cidade Grega de Esparta, a bola era feita com bexiga de boi e recheada com terra. A área onde se praticava o Episkiros era grande, pois as equipes eram compostas de 15 (quinze) jogadores. Com o domínio Romano ao Grego, também assimilaram o Episkiros, e com a cultura romana mais violenta, o jogo também se tornou bastante violento.

    Na Idade Média os autores supracitados apontam relatos de um jogo parecido com o futebol, lá se chamava de Soule ou Harpastum. Assim como nos primórdios na China Antiga, também era praticado por militares e também era formado por 02 (duas) equipes, porém cada uma com 27 (vinte e sete) jogadores, divididos em atacantes e defensores. Esse jogo, assim como o Episkiros, após o domínio romano a Grécia, também era bastante violento e dentre as regras era permitido dar socos, pontapés, rasteiras e outros golpes. Em algumas dessas partidas existem, inclusive, relatos de mortes de jogadores devido à violência.

    Na Itália Medieval outro nome foi dado à prática: o gioco del calcio. Era praticado da mesma forma que o Soule - com toda sua violência-, e por questões sociais da época, se tornava mais violento ainda. Por toda esta desorganização o rei Eduardo II decretou uma lei que proibia o Soule em seu reino e quem a descumprisse seria condenado à prisão, Borsari & Mesquita (1974), Oliveira (1995). Após isso, o jogo não terminou, alguns membros nobreza criaram uma versão do jogo com regras que não permitiam a violência e 12 (doze) juízes tinham o dever de se fazer cumprir as novas regras do jogo.

    No século XVII, Borsari & Mesquita (1974), Oliveira (1995) e Marck (1980), concluíram que o gioco de calcio saiu da Itália e chegou finalmente à Inglaterra. Lá era composto por várias regras mais claras e objetivas. O campo já tinha dimensões mais parecidas com as atuais e a bola era fabricada com couro e cheia de ar.

    Os autores afirmam, ainda, que o futebol era inicialmente praticado por estudantes e filhos da nobreza inglesa, com o passar do tempo, foi se popularizando. No ano de 1848, em Cambridge, foi estabelecido um único código de regras para o futebol. Em 1871, a posição de guarda-redes (o goleiro), foi criada. O mesmo deveria ficar próximo a gol seria o único a poder utilizar as mãos para agarrar a bola e evitando a entrada da bola. Outras regras foram sendo criadas sempre tentando conter a violência:

  • Em 1875, foi estabelecido o tempo de 90 minutos para duração das partidas;

  • Em 1891, como forma de punir uma irregularidade dentro da área, foi criada a regra do pênalti;

  • Em 1907, foi criada a regra do impedimento.

    O futebol se tornou um esporte profissional em 1885 e, no seguinte, foi criada na Inglaterra a International Board, entidade a cujo principal objetivo fora estabelecer e modificar, sempre que necessário, as regras do futebol.

    Em 1897, uma equipe inglesa chamada Corinthians contribuiu bastante para divulgar o futebol nas diversas partes do mundo. Essa divulgação se deu através de uma excursão da equipe fora da Europa.

    Com o intuito de organizar torneios e campeonatos internacionais, em 1988 foi fundada a Football League. Após 16(dezesseis) anos, em 1904, foi criada a Federation International Football Association (FIFA). Desde então a FIFA organiza o futebol mundial, os principais campeonatos do mundo como: Copa do Mundo, Eurocopa, Copa América, dentre outras. Além de, também, organizar campeonatos de clubes como: a Copa Libertadores das Américas, a Copa da UEFA, a Liga dos Campeões da Europa, a Copa Sul-Americana, entre outros.

Futebol no Brasil

    Frisselli e Mantovani (1999) comentam que há registro do esporte no Brasil em cerca de 1870, trazido por marinheiros ingleses. Cabral (1978) aponta jovem paulistano Charles Miller, nascido no bairro do Brás, aos 9 (nove) anos de idade fora estudar na Inglaterra e lá teve contato com o futebol. Ao retornar ao Brasil trouxe consigo uma bola e algumas regras. No Brasil Charles Miller é considerado o precursor do futebol.

    O autor relata que o primeiro jogo de futebol no Brasil aconteceu no dia 15 de abril de 1895. A partida foi realizada entre os funcionários de uma companhia de gás e os da companhia ferroviária São Paulo (a Railway). O primeiro time de futebol a ser formado no Brasil foi o time do São Paulo Athletic, fundado em 13 de maio de 1888. Assim como na maioria dos lugares da história do futebol mundial, no Brasil o futebol era praticado apenas por pessoas da elite, sendo proibida a participação de negros na formação dos times.

    Aos poucos o futebol foi se desenvolvendo no Brasil e, com a perda do título do país para o Uruguai, em pleno Maracanã, durante a Copa do Mundo de 1950, a paixão que o povo brasileiro tem por este esporte começou a despertar. Em 2014, Novamente o Brasil sediará a Copa do Mundo e o evento já está sendo considerado a Copa mais informatizada da história.

RFID

    De acordo com Briggs e Burker (2006), a tecnologia de RFID se originou nos sistemas de radares que eram utilizados durante a segunda guerra mundial pelos países em conflito. Um físico escocês chamado Sir Alexssander Watson-Watt descobriu esses radares, em 1937, e utilizava-os com a finalidade de informar previamente ataques de aeronaves. O único problema era detectar, dentre essas aeronaves, quais eram as aliadas e quais eram as inimigas. Foi aí que os alemães descobriram que se suas aeronaves fossem giradas quando estivessem retornando a base, os sinais enviados aos radares seriam modificados, pois seriam refletidos de volta aos radares. Este método foi considerado um método passivo, mas o primeiro registrado do sistema RFID.

    Segundo Briggs e Burker (2006), Watson-Watt pouco depois comandou os ingleses num projeto secreto do primeiro identificador ativo de amigo ou inimigo (IFF – Identify Friend or Foe). Foi colocado um transmissor em cada aeronave britânica, quando os sinais das estações de radar no solo eram recebidos pelos transmissores, começavam a transmitir um sinal de resposta, esses sinais identificavam a aeronave como Friendly. O RFID funcionava no mesmo principio básico, um sinal é enviado ao transponder, o qual é ativado e reflete de volta o sinal (sendo assim um sistema passivo) ou transmitia seu próprio sinal (sendo assim um sistema ativo).

    Nas décadas de 50 e 60 avanços continuaram na área de radares e radio freqüência. Acadêmicos e cientistas da Europa, Estados Unidos e Japão realizaram pesquisas e apresentaram estudos com explicações sobre como a energia de radio freqüência poderia ajudar na identificação remota de objetos.

    Foi então que as empresas começaram a comercializar alguns sistemas anti-furto (mais encontrados em lojas e supermercados), que utilizavam ondas de rádio para saber se algum item havia sido comprado ou roubado. Era a chegada das Tags -etiquetas-, denominadas: “etiquetas de vigilância eletrônica”. Cada etiqueta utilizava um bit, se a pessoa comprasse a mercadoria o bit era colocado como off, ou 0 (zero), e os sensores não disparariam, caso a mercadoria fosse roubada esse bit estaria com o valor de on, ou 1 (um), e o alarme seria disparado quando o cliente passasse pelos sensores.

Tecnologia

    Originado da língua inglesa a sigla RFID tem o significado de “Radio-Frenquency IDentification” traduzindo para o português Identificação por Rádio Freqüência, o RFID é uma tecnologia bastante flexível e de bastante utilidade, pois se utiliza da combinação de vantagens que na o se encontram em outras tecnologias.

    O conceito de RFID de acordo com Santini (2008) é muito parecido com ao do código de barra, onde no código de barra se utilizam leitores e etiquetas contendo os códigos com informações dos produtos como valor, nome, entre outros. O RFID também se utiliza de leitores e dispositivos que são unidos aos itens, a transferência de dados do código de barra se dá através de um sinal ótico para transferir as informações das etiquetas para o leitor, o RFID se utiliza de sinais de rádio para realizar a transferência das informações de um dispositivo RFID para o leitor.

    A contribuição do RFID dentro do futebol se dará através de informações passadas diretamente para os árbitros onde um chip se encontrará na bola que trocará informações com um relógio e pulso em poder do árbitro.

Funcionamento

    Para Santini (2008) não se pode listar de uma maneira exata todos os componentes necessários para a implantação de um sistema RFID, pois cada organização tem um objetivo especifico para sua utilização e necessidade, sendo configurações de hardware e softwares específicos para cada sistema a ser implantado. A figura (1) ilustra os principais componentes de um Sistema RFID, como Tags (etiquetas), Antenas, leitores, middiware e servidores. A seguir será apresentada uma descrição de cada um destes componentes.

Transponder (tags)

    A palavra transponder é um acrônimo para TRANS / PONDER, porque sua função é transmitir e responder comandos que chegam por radiofreqüência. O transponder ou Tag é uma etiqueta RFID. Sua estrutura é simples: Um chip capaz de armazenar informações e uma resistência com a função de ser uma antena, tudo envolto em algum material como plástico ou silicone com um formato definido. O propósito da RFID é simplesmente de ter dados específicos sobre o objeto o qual esta anexada. Santini, (2008 ). A figura 2 apresenta esta Tag.

Tags passivas

    As Tags passivas são as mais usadas por serem mais simples e baratas assim como por terem uma maior usabilidade. São reconhecidos por não terem um transmissor, sendo assim não refletem o sinal emitido pelo leitor. Normalmente não possuem baterias e por este motivo seu custo é menor e tem uma vida útil mais longa. A obtenção de energia destas Tags se dá através de algum método de transmissão do leitor. Santini (2008)

Tags ativas

    As Tags ativas são reconhecidas por terem um transmissor interno funcionando sempre com a ajuda de uma bateria. Estas Tags têm a capacidade de emitir sinais mesmo que a comunicação seja feita por um leitor, alimentando o microchip ou outros sensores. A grande maioria das Tags ativas não está livre da utilização de leitores e por isto são chamadas de Tags semi-passiva, diferenciando-se de outras Tags (transponder) denominados de duas vias (two-ways tag). SANTINI, (2008).

Duas Vias (active or two toog)

    As Tags de duas vias são sempre ativas e têm uma bateria para abastecer o seu próprio consumo de energia. A diferença é que esta Tag não precisa de um leitor para funcionar. Ela se comunica com outras Tags sem a necessidade de um leitor.” Santini, (2008 P.07-10)

Antena

    A função da antena é basicamente transformar a energia eletromagnética guiada pela linha de transmissão em energia eletromagnética irradiada e vice-versa.

    “Em um Sistema RFID o que determina o alcance das Tags é o tamanho da antena.” Santini, (2008 P.07-10))

Leitor (Transceiver)

    A função do leitor, em um sistema RFID é comunicar-se com as Tags através da antena e repassar as informações para o software.

    O leitor ou antena, utilizando um sinal de rádio, é o meio que ativa o Tag para trocar/enviar informações. As antenas são fabricadas em diversos formatos e tamanhos com configurações e características diferentes, cada uma para um tipo de aplicação. Para Santini existem soluções onde a antena, o transceiver e o decodificador estão no mesmo aparelho, recebendo o nome de "leitor completo”. Além disso, muitos leitores são feitos com uma interface adicional que permite a ele enviar os dados recebidos a outro sistema (PC, sistema de controle de um robô etc.).

Controlador

    “Este componente é responsável pelo controle do leitor. Os controladores podem variar conforme a necessidade do sistema que esta sendo executado.” Santini (2008 P.07-10).

Frequência

    Uma vez que os sistemas de RFID geram ondas eletromagnéticas, são classificadas como sistemas de rádio. A função de outros serviços de rádio deve sob nenhuma circunstância ser prejudicada ou danificada pela operação de sistemas de RFID. É particularmente importante assegurar-se que os sistemas de RFID não interfiram em serviços de rádio móveis (polícias, serviços de segurança, indústria), serviços de rádio marinhos e aeronáuticos e telefones móveis. Santini, (2008)

    A necessidade de se fazer valer este cuidado acaba por restringir significativamente a escala de freqüência apropriada e disponível para o funcionamento de um sistema de RFID. Por esta razão, geralmente só é possível usar as escalas de freqüência que foram reservadas especificamente para aplicações industriais, científicas ou médicas ou para dispositivos curtos em escala. Estas são as freqüências classificadas mundialmente como escalas de freqüência de ISM (Industrial - Scientific - Medical), e podem também ser usadas para aplicações de RFID. Santana, (2006)

    Faixa de freqüência que operam:

  • Sistemas de Baixa Freqüência (30khz a 500khz) – Para curta distância de leitura e de baixo custo operacional. Normalmente utilizados para controles de acesso, rastreabilidade e identificação;

  • Sistemas de Alta Freqüência (850mhz a 950mhz e 2,4GHz a 2,5GHz) – Para leitura em médias e longas distâncias e leituras a alta velocidade. Normalmente utilizados para leitura de Tags em veículos e coleta automática de dados. Bhatt,( 2007)

RFID no futebol

    Essa idéia não é nenhuma novidade no voleibol e no tênis muito menos no próprio futebol, porém nunca não foi tirada do papel, a bola com chip RFID implantado lançado pela Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), foi implantado em 2009 para acabar com a polêmica em relação à queda da bola próxima a linha da quadra.

    Um projeto dessa bola chamado de “Bola Inteligente”, ele era composto por 10 antenas e quatro bases de transmissão em volta do campo. A informação se a bola passou a linha de gol é transmitida em menos de 1 segundo para um relógio no pulso do árbitro, capaz de receber e interpretar os sinais transmitidos. Uma técnica de triangulação com 4 antenas será utilizado para dar confiabilidade no cálculo exato da posição da bola.

    O projeto aqui apresentado seria bastante similar ao acima citado, com algumas modificações, iremos abaixo conhecer os equipamentos necessários, a disposição deles perante o campo de futebol e seu funcionamento.

Quanto aos equipamentos necessários

  • 04 antenas (de 2,45GHz de freqüência).

  • 04 bases de transmissão.

  • 01 chip. (introduzido na bola).

  • 02 relógios receptores. (01 em poder do árbitro e o outro no poder do 4º árbitro).

Quanto à disposição ao redor do campo

    A bola possuirá um mini transmissor que medirá 2 cm² e um peso insignificante em relação ao peso da bola, não interferindo assim na trajetória diante de um chute longo ou até mesmo com desvios.

Figura 1. Modelo do relógio e bola com o chip RFID

    A bola transmitira informações para as quatro antenas estarão localizadas próximas aos quatro vértices onde são cobrados os escanteios, com um alcance de um tipo de leitor de Tags ativas com freqüência de 2,45GHz, que tem o alcance entre 1metro e 100 metros cobriria com precisão toda área de qualquer campo de futebol hoje existente no mundo, passando assim com precisão a localização exata da bola dentro de campo.

Figura 2. Distribuição das antenas e bases de transmissão

    As antenas por seguinte retransmitirá as informações da bola para as quatro bases de transmissão localizadas nas mediações das antenas onde serão repassadas para um relógio de pulso no poder dos árbitros (principal e o quarto árbitro), informando se a bola entrou no gol ou saiu da área do campo.

    Todo este processo durará milésimos de segundo não interferindo assim no andamento da partida.

Considerações finais

    Esse estudo permite compreender o RFID como ferramenta que pode ser utilizada como recurso na arbitragem do futebol, no sentido de auxiliar a arbitragem e controlar a violência causada por insatisfações com erros grosseiros.

    Outros esportes como o tênis e o voleibol já se utilizam dessa ferramenta e com sucesso, porém para os dirigentes da FIFA isso ainda é controverso, apontam que pode interferir na cultura desse esporte.

    Por outro lado o controle da violência é uma preocupação histórica, assim os recursos que ajudam nesse sentido serão sempre bem vindos.

    Na última copa do mundo realizada na África do Sul, a partida realizada entre Alemanha e Inglaterra onde a Alemanha vencia por 2 a 1 e o jogador Frank Lampard da Inglaterra após um chute firme de fora da área, a bola ultrapassou bastante a linha do gol, mas o árbitro e seus auxiliares por infelicidade não viram, com o gol a Inglaterra empataria a partida, mas acabou sendo goleada por 4 a 1.

 

Gol “fantasma” de Frank Lampard

    Apesar da resistência dos conservadores do futebol, o uso da tecnologia será algo certo de ser aplicado, seja na Copa do Brasil em 2014 ou daqui a 10 copas, pois é algo que o esporte necessita para sua própria evolução e aperfeiçoamento a fim de evitar lances importantíssimos como esse da última copa entre outros já ocorridos nesses últimos dois anos.

Referências

Livros

  • BRIGGS, Asa. BURKER, Peter. Uma História Social da Mídia de Gutemberg à Internet. 2 ed. Tradução Maria Carmelita Pádua Dias. Zahar. Rio de Janeiro 2006.

  • CABRAL, C.P. História do Futebol Mundial. 1ª ed. São Leopoldo, Símbolo Propaganda, 1981.

  • CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL. Regras Oficiais de Futebol. Rio de Janeiro, Palestra, 1988.

  • MINAYO, M. C. S., 1982 O Desafio do Conhecimento. São Paulo: Hucitec.

  • MURRAY, Bill. Uma História do Futebol. Tradução de Carlos Szlak. Ed. Hedra LTDA. São Paulo 2000.

  • MARCK, R.C.V. Futebol Impresa. 1 ed. São Paulo, Palestra, 1980.

  • OLIVEIRA, N. A História de Todas as Copas do Mundo de Futebol - 1930/1994. Ed. Lisa, 1995.

  • SANTINI, Arthur Gambin RFID: Conceitos, Aplicabilidades e Impactos [Livro]. - Rio de Janeiro : Ciência Moderna Ltda., 2008. 

  • WUOLIO, J. Futebol, o jogo mais popular. Enciclopédia Salvat da Saúde. Salvat Editora do Brasil, Rio de Janeiro, 1981.

Artigos de revista

  • FERNANDES, Everton Notreve Rebouças Queiroz, A tecnologia RFID: Uma nova tecnologia no mundo do trabalho. Pernambuco: [s.n.], 2005

  • FIFA NEWS. Boletim Mensal informativo da Federação Internacional de Futebol. Zurique, Agosto 1998.

Material da Internet

  • STAFF, HTML STAFF [Online] RFID: conheça o sistema de identificação que fará parte de seu dia-a-dia. willpower.art.br, 2001-2009. 06 de Janeiro de 2012. Disponível em: http://www.htmlstaff.org/ver.php?id=9211.

  • RFID BRASIL RFID BRASIL [Online] RFID BRASIL. 15 de Janeiro de 2009. 06 de JANEIRO de 2012. Disponível em: http://www.rfidbrasil.com/tecnologia-rfid.php.

  • SANTANA, Sandra Matias Técnologia por identificação por Rádiofreqüência - RFID [Online] // Disponível em: http://www.wirelessbrasil.org. 2006. 06 deJaneiro de 2012. Disponível em: http://www.wirelessbrasil.org/wirelessbr/colaboradores/sandra_santana/rfid_02.html

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