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História da Dança de Salão no Brasil: mestres
no Rio de Janeiro do século XIX

La historia del baile de salón en Brasil: maestros en el Río de Janeiro del siglo XIX

 

Mestre em Ciências Biológicas, UFPR

Especialista em Educação, IBPEX

Licenciada em Ciências Biológicas, UFPR

Maristela Zamoner

maristela.zamoner@gmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Entende-se que os resultados desta pesquisa trazem contribuições novas para a compreensão histórica do desenvolvimento da Dança de Salão no Rio de Janeiro do século XIX. A razão é que a literatura, até agora, não disponibilizava resultados de pesquisas sistematizadas sobre professores de dança que atuaram nesta localidade e neste século, haviam poucos nomes registrados e o tempo durante o qual atuaram não era sabido. A literatura também não caracterizava modificações relacionadas às Danças de Baile ao longo do século XIX no Rio de Janeiro. Nesta pesquisa, estudaram-se todas as edições de 776 documentos produzidos no século XIX na cidade do Rio de Janeiro, quase em sua totalidade periódicos, disponibilizados pela Hemeroteca Digital Brasileira até junho de 2013. Os documentos consultados cobrem o intervalo de 1808 a 1900. Não foi possível identificar os nomes de todos os anunciantes de aulas e nem nomes de todas as instituições de ensino formal que ofertaram aulas de dança. Entretanto, foi possível reconhecer 84 nomes de professores de dança diferentes e 82 nomes de instituições de ensino formal que ofertaram aulas de dança no intervalo pesquisado. A análise dos dados permitiu a percepção de três períodos distintos ao longo do século XIX, estabelecidos inicialmente pela constatação de uma completa renovação dos nomes de mestres de dança em cada período. O Primeiro Período foi reconhecido entre os anos de 1811 e 1848, o Segundo Período entre os anos de 1850 e 1872 e o Terceiro Período entre os anos de 1873 e 1900. Notou-se que o Primeiro Período foi caracterizado por maior valorização da atividade de ensino das Danças de Baile, que no século XIX já incluía a Dança de Salão. O Segundo Período foi marcado pela maior desvalorização e possível maior desprofissionalização. Respectivamente em cada um dos três períodos notou-se a corroboração destas caracterizações por: duração dos Períodos em anos - 37, 22 e 27; razões entre as quantidades de professores que atuaram mais de um ano e as durações de cada Período - 0,35, 0,05 e 0,33; razões entre as quantidades de professores que anunciaram aulas de dança em mais de um ano e aqueles que anunciaram em apenas um - 0,76, 0,04 e 0,50; média de tempo de atuação profissional em anos - 4,17, 0,52 e 3,26; vencimentos em relação a outras categorias de docentes - dobro, metade e sem informação; média de títulos de materiais gráficos oferecidos para venda por ano – 0,22, 0,05, 0,15. As médias decenais das quantidades anuais de instituições de educação formal que ofertaram aulas de dança revelaram a mesma tendência e caracterização dos referidos três períodos.

          Unitermos: Dança de Salão. Rio de Janeiro. História. Professores. Mestres. Ensino. Século XIX.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 187, Diciembre de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A digitalização e disponibilização de documentos produzidos em séculos passados, como jornais, revistas, livros, relatórios, libretos entre outros, vem permitindo que as sociedades das diferentes épocas e localidades sejam conhecidas em seus atributos mais peculiares, como por exemplo, suas características quanto à prática de dança.

    Segundo Zamoner (2013a), as Danças de Baile incluem diferentes modalidades, entre elas a Dança Erudita, como Minuetos e Gavotas, e também a Dança de Salão. O século XIX foi marcado pela prática, entre as Danças de Baile, da primeira Dança de Salão, a Valsa, que se universalizou por diferentes territórios originando novas danças (Zamoner, 2012). Portanto, o estudo das Danças de Baile deste período é notadamente relevante para a compreensão da História da Dança de Salão.

    Pinho (1970) registra a importância dos salões do século XIX abordando a prática da dança em diferentes localidades brasileiras, inclusive no Rio de Janeiro. Zamith (2007), referindo-se especificamente à sociedade fluminense, registra que ao longo do século XIX haviam mestres de dança especializados em conferir aos dançarinos um bom desempenho nos bailes. A autora chega a fazer referência a um anúncio de aulas publicado no Correio Mercantil em 16 de outubro de 1866. Renault (1969), em seu livro “O Rio Antigo nos Anúncios de Jornais, 1808-1850”, traz um estudo que inclui as danças da sociedade carioca do século XIX, citando raros nomes de professores como Louis Lacombe, Lourenço Lacombe e Jules Toussaint. Ao estudar a dança em determinada localidade e tempo, Elmerich (1987) registra que a identificação de seus professores é importante porque pode servir como indicador de quanto se dançava, o que é relevante para a compreensão histórica.

    Segundo Zamoner (2013b), consultar documentos disponibilizados pela Hemeroteca Digital Brasileira, fazendo-se busca por unitermos, foi útil na pesquisa sobre os Irmãos Lacombe, mestres de dança que atuaram no Rio de Janeiro durante o século XIX. A razão apontada pela autora é que este tipo de pesquisa permite a atribuição de significado histórico a dados que não constam na literatura, entretanto, estão registrados de forma dispersa em periódicos como jornais e revistas.

    Desta forma, o objetivo deste trabalho é, pelo estudo a partir da consulta a edições de documentos produzidos no Rio de Janeiro do século XIX e disponibilizados pela Hemeroteca Digital Brasileira, organizar dados sobre professores das Danças de Bailes que se encontram dispersos em periódicos, de forma a ser possível revelar informações desconhecidas na literatura atual e que possam ter significado histórico.

Metodologia

    A pesquisa foi procedida a partir do acervo histórico da imprensa periódica do Brasil, disponibilizado para consulta eletrônica pela Hemeroteca Digital Brasileira até junho de 2013. A definição de quais periódicos fariam parte da pesquisa foi estabelecida com base na filtragem dos documentos provenientes da cidade do Rio de Janeiro e produzidos no intervalo entre 1808 e 1900. Ao todo atenderam a estes critérios 776 documentos, praticamente em sua totalidade periódicos. Para o estudo da dança nesta sociedade e tempo, a metodologia escolhida nesta pesquisa é mais abrangente do que aquela utilizada por Renault (1969), que embora não tenha enfocado somente a dança, deteve-se a apenas 10 (dez) periódicos, restringindo suas observações a anúncios.

    Cada uma das edições de todos os periódicos filtrados foi acessada procedendo-se a busca pelo unitermo “dança”, sendo registrados seus totais de ocorrências. Quando a palavra “dança” foi percebida sem ter sido indicada pela busca, foi inserida na contagem, mesmo quando apresentou grafia diferente. Os documentos publicados em inglês, francês e italiano tiveram as buscas efetuadas com o unitermo “dança” nas respectivas línguas. Ao todo, o método permitiu, entre os resultados das buscas dos unitermos e as observações ocasionais dos unitermos não apontados pela busca, a contagem de 11.444 palavras. Delas, 9.129 corresponderam aos unitermos de busca e as demais a erros que apontaram outras palavras como: fiança, confiança, mudança entre outras.

    Procedeu-se a leitura integral dos textos nos quais se reconheceram os unitermos de busca. Cada um destes apontamentos foi analisado quanto ao contexto em que estava inserido, sendo registradas separadamente todas as ocorrências que diziam respeito a mestres de dança, instituições de ensino formal que ofertavam aulas de dança e materiais gráficos publicados. Os nomes de professores encontrados foram tabelados apresentando consigo o intervalo de anos em que foram constatados, os periódicos e respectivas edições nos quais foram localizados e, quando presente, o endereço em que se ofertaram aulas. Os endereços foram utilizados, entre outros parâmetros, para reconhecer se nomes com diferentes grafias pertenciam a um mesmo indivíduo ou não.

    Notou-se que alguns exemplares consultados estavam em condições ilegíveis, mutilados, parcialmente apagados ou danificados. Nem todas as coleções de edições estavam completas. Notou-se nos textos lidos que não foram apontadas, nos resultados de buscas eletrônicas, as presenças de todos os unitermos existentes no documento. Entretanto, as falhas constatadas não impediram que se atingissem os objetivos almejados para este estudo.

    Esta pesquisa foi complementada por consultas a dados de libretos brasileiros e europeus referentes a apresentações cênicas do século XIX e outras fontes de literatura. Estas informações foram confrontadas e confirmadas, entre maio de 2012 e agosto de 2013, nos endereços eletrônicos: http://www.internetculturale.it; http://polovea.sebina.it; http://catalogo.bnportugal.pt; http://trove.nla.gov.au; http://www.amadeusonline.net; http://openlibrary.org; http://www.worldcat.org; http://orlabs.oclc.org; http://www.bn.br.

Resultados

    Dentre todos os 776 documentos, incluindo todas as edições de cada um deles disponibilizadas, 309 apontaram a presença dos unitermos buscados uma ou mais vezes (Anexo I), sendo que foram encontrados: 431 anúncios de aulas de dança e/ou referências a atuação de mestres de dança; 1248 ocorrências dos unitermos em divulgações ou citações de atividades cênicas envolvendo dança; 310 textos com citações de materiais gráficos publicados sobre dança; 791 anúncios de colégios que ofereciam aulas de dança ou referência a algum deles.

    Muitos nomes de professores foram constatados escritos de formas diferentes, em certos casos havendo impossibilidade de reconhecer se dois ou mais nomes pertenciam à mesma pessoa ou não. Entretanto, foi possível reconhecer citações de 84 mestres de dança diferentes ao longo do século XIX. A leitura de todas as ocorrências dos unitermos de busca revelou professores que anunciaram aulas de dança sem registrar seu nome e que muitas sociedades de dança e colégios registraram o ensino da dança, em muitos casos, referenciando a presença de um professor. Alguns colégios e raras sociedades de dança chegaram a citar os nomes dos professores neles atuantes. Devido à constatação de muitos anúncios sem citação do nome do professor considera-se que, muito provavelmente, uma quantidade maior que 84 professores anunciaram aulas no intervalo de tempo estudado e uma quantidade maior ainda deveria existir na cidade.

    Houve constatação de professores que se ofereciam para ministrar tanto aulas de dança quanto de musica. Notaram-se nomes que ocorreram em um único ano e nomes que ocorreram em mais de um ano, estes últimos, revelando uma atuação profissional consistente ao longo do tempo.

    A análise dos dados permitiu a identificação do que se denominará aqui “Períodos”, em três blocos distintos ao longo do século XIX. O que definiu inicialmente cada um dos três Períodos foi a completa renovação das ocorrências dos nomes de seus professores.

    Na seqüência cada um dos três Períodos é discutido separadamente, abordando-se suas particularidades, especialmente quanto aos seus mestres de dança. São tratados também os resultados sobre as instituições de ensino formal que ofertaram aulas de dança, as relações dos mestres de dança com atividades cênicas, as publicações de materiais gráficos sobre dança e professores que se declaravam autores.

Primeiro Período

    O Primeiro Período foi o mais duradouro, levando 37 anos para que os nomes dos seus professores desaparecessem dos periódicos. O intervalo de duração identificou-se entre os anos de 1811 e 1848.

    O nome de professor que iniciou este Período foi Luiz Lacombe, em 13 de julho de 1811 (Gazeta do Rio de Janeiro). Esta informação é condizente com Renault (1969), que registra a dança como parte da educação dos jovens, informando que “Louis Lacombe, é um dos pioneiros daquela atividade artística”. O autor justifica esta afirmativa citando o registro de Debret sobre a atuação de “Louis Lacombe” no dia 22 de janeiro do ano de 1818, na organização das danças de caráter para a festa de São Cristovão, em que se comemorou o aniversario da princesa real.

    Os nomes que encerraram este Primeiro Período foram Carolina Catton e Mr. J. F. Dorison. Em 8 de janeiro de 1848 no “Correio Mercantil, e Instructivo, Político, Universal” e em 15 e 21 de janeiro no “Diário do Rio de Janeiro”, Carolina Catton publica anúncios informando que suspendera suas aulas de dança porque se encontrava em mau estado de saúde, mas, devido a considerar-se restabelecida continuaria a ensinar. Entretanto, foram seus últimos anúncios, após ter ofertado aulas nos periódicos em um intervalo que cobriu 8 anos. Em 9 de março de 1848, no “Diário do Rio de Janeiro”, Mr. J. F. Dorison, após 12 anos anunciando aulas de dança, informa que é “antigo mestre de dança e de música, tanto vocal como instrumental já bem conhecido na corte” e em busca de “melhores ares para sua saúde”, muda-se para Nictheroy, colocando-se à disposição para ensinar. Foi o último anúncio constatado no nome deste professor, marcando também o encerramento do Primeiro Período.

    O professor cujo nome foi constatado nos periódicos abrangendo o maior intervalo de anos neste Período foi Luiz Lacombe, que anunciou aulas em um intervalo de 21 anos.

    O Quadro 01 apresenta os nomes de professores, conforme publicados, que foram reconhecidos no Primeiro Período e que se mostraram atuantes em pelo menos mais de um ano.

Quadro 01. Elenco dos nomes de professores encontrados na pesquisa atuando por mais de um ano e respectivos

 intervalos de anos da ocorrência de seus nomes nos periódicos analisados, configurando o Primeiro Período – Rio de Janeiro

    Além dos nomes elencados no Quadro 2, foram constatados ainda outros 17 nomes de professores que fizeram anúncios em apenas um ano. São eles, seguidos pelo respectivo ano de publicação: 1. Lourenço Alberti, de Lisboa (informava trabalhar também com fogos de artifício) - 1814; 2. Exmo. Visconde do Rio Seco - 1821; 3. José Nazari (Bailarino do Theatro São João) - 1823; 4. Guilherme Camps e sua consorte - 1824; 5. Snr. Romaib (discípulo da Real Academia de Música de Paris) - 1827; 6. Snr. João de Albuquerque - 1828; 7. Snr. João de Medeiros Gomes - 1828; 8. Ricardina Soares - 1836; 9. Edeltrudes da Fonseca (ministrava aulas de dança e de outras disciplinas em um colégio) - 1837; 10. Joaquina Rosa (ministrava aulas de dança e de outras disciplinas em um colégio) - 1837; 11. Sr. Antonio Garcia - 1841; 12. Sr. Rocha (não foi possível identificar se é o mesmo citado no Segundo Período, sendo classificado também no Primeiro Período devido a diferenças e grande intervalo entre as publicações) - 1845; 13. De Vecchi (não foi possível identificar se é o mesmo citado no Segundo Período, sendo classificado também no Primeiro Período devido a diferenças e grande intervalo entre as publicações) -1846; 14. Jeronimo Martinez e irmãs - 1846; 15. Francisca Farina – 1847; 16. João José Ferreira - 1847; 17. Miguel Vaccani Junior (pode ser o mesmo que no Quadro 01 consta como Miguel Vaccani Filho ou “Sr. Vaccani”, não foi possível confirmar) - 1847.

    Neste Primeiro Período nota-se que houve maior valorização da profissão de mestre de dança. Um dos fatos que reforça esta percepção consta no documento “O Correio da Camara dos Deputados” datado de 1831, informando que os valores pagos aos mestres de dança do imperador correspondiam a mais que o dobro do pagamento recebido pelos mestres de música, desenho, ler/escrever, francês e geografia. Consta que todos ministravam aulas três vezes por semana, nos quartos do imperador e das princesas. Os anúncios dos professores neste período freqüentemente também ofereciam aulas três vezes por semana, em geral, segundas, quartas e sextas, às 19 horas. Menos freqüentemente ofereciam-se aulas terças, quintas e sábados à noite.

    Neste Primeiro Período, constam os quatro irmãos Lacombe: Luiz Lacombe, Lourenço Lacombe, José Manoel Lacombe e Luiz Lacombe Junior. “Cadet” significa “mais novo” em francês, então, o irmão mais novo de Luiz Lacombe, de mesmo nome, pode ter acrescentado preliminarmente “Cadet” ao seu nome, como foi constatado em 1824, para diferenciar-se de seu irmão mais velho. Considerando ainda as datas de publicações, o nome Luiz Lacombe Cadet foi reconhecido como sendo de Luiz Lacombe Junior, nome publicado até 1840. Registros textuais informando as relações de parentescos entre os quatro irmãos foram encontrados nos periódicos estudados. Zamoner (2013b) apresenta pesquisa específica sobre os irmãos Lacombe.

    Um dado relevante sobre Philippe Catton é que anuncia aulas no início da década de 1830 e, ao que pode ser entendido, ausenta-se do país, retornando em 1840, quando publica no Diário do Rio de Janeiro que chegou com sua mulher a “esta corte” e se dispõe a ensinar em casas particulares e colégios “todas as danças de costume, e os mais bonitos boleiros de sala, minuetes, minuetes del Montenero de diferentes modos como se usa em Monte-Vidéo, e Buenos-Ayres”. Philippe Catton publica em 1846 a informação de que ficou doente, não está totalmente restabelecido, mas, volta a oferecer aulas. Depois desta publicação não foram mais encontrados anúncios deste professor.

Segundo Período

    Entre o Primeiro e o Segundo Períodos houve um ano, 1849, em que não foi constatado nenhum nome de professor de dança nos periódicos consultados conforme metodologia descrita.

    O Segundo Período abrangeu o intervalo entre 1850 e 1872. Foi o mais curto dos três, sendo que em 22 anos os nomes dos seus professores foram totalmente renovados.

    Apenas um nome de professor foi identificado anunciando aulas por mais de um ano neste período: Joaquim Antonio Piacentini, abrangendo o intervalo entre 1858 e 1872, portanto, tendo atuação constatada por 14 anos. Esta informação é condizente com Lange (1951), que cita como professor de dança “Joaquim Antonio Piacentini”, fazendo referência ao ano de 1869.

    Os 26 nomes de professores que surgiram nas publicações em apenas um ano são: 1. Sr. Sinta Anna - 1850; 2. Guiseppe Villa - 1854; 3. Carlos Atané (1o Dançarino de teatros da Espanha) - 1858; 4. Sr. João José da Rocha (foi classificado como outro professor, diferente do Sr. Rocha que consta no Primeiro Período, devido as diferenças nos nomes e às datas de publicações, com grande intervalo) - 1858; 5. Sr. Eugenio Chanoni - 1858; 6. Albino Ricardo Thompson e "sua velha" - 1859; 7. Luiz Martins - 1859; 8. José Freire Pinto Rocha - 1859; 9. Signor De Vecchi (foi classificado como outro professor, diferente do Sr. De Vechi que consta no Primeiro Período, devido às datas de publicações, com grande intervalo e a publicação de seu anúncio no periódico Monitore Italiano, em italiano) - 1860; 10. B. A. Ferreira da Silva - 1861; 11. Sr. Rocha (foi classificado como outro professor, diferente do Sr. Rocha que consta no Primeiro Período, devido às datas de publicações, com grande intervalo e diferente de Sr. João José Rocha porque o nome não foi citado por completo e não houve coincidência dos endereços) -1863; 12. Julio Marqueton - 1864; 13. José Lourenço de Paiva - 1868; 14. Capitão Ataliba Manoel Fernandes - 1871; 15. A. J. Mattos T. G. - 1871; 16. Eloy José da Cunha - 1871; 17. Eugenio A. Luiz da Cunha - 1871; 18. José Leandro Filgueiras - 1871; 19. G. De Mattia - 1871; 20. José Joaquim Xavir - 1871; 21. Guedes da Silva - 1871; 22. Joaquim José Piacentini - 1871; 23. Virginia Ferraz - 1871; 24. Mlle. Ferrare - 1871; 25. Mme. Baderna - 1871; 26. Matto - 1871.

    Uma quantidade relevante de nomes foi encontrada no ano de 1871 devido à disponibilização de um documento oficial do “Ministério do Império” com nomes de professores de dança atuantes em instituições de ensino formal. Mesmo que estes nomes sejam desconsiderados devido a distorção que este documento poderia trazer na análise dos dados, a relação dos resultados entre o Segundo Período e os demais não se altera.

    Estes dados sugerem que a quantidade de pessoas que se ofereceram para ministrar aulas de dança e não se mantiveram nesta atividade foi mais elevada que nos outros dois períodos. Uma das possíveis razões para que um número proporcionalmente maior de pessoas não permanecesse atuando como mestre de dança pode ser a condição remuneratória.

    No ano de 1863, em “Brasil. Ministério do Império” divulga-se que até o ano de 1857 a entrada de professores de Dança no ensino público se dava por nomeação do Governo, ouvido o Reitor. Mas, em 24 de outubro deste ano, o Decreto 2006 determinou que a contratação devesse ser por concurso e a Dança é colocada como disciplina não obrigatória. Divulga-se ainda situação inversa sobre as remunerações de mestres, ao comparar com o Primeiro Período identificado nesta pesquisa. As remunerações dos mestres de dança do Magistério Público Secundário, em referência ao “Collegio de Pedro II”, neste ano de 1863 são registradas no referido documento como atingindo a metade das remunerações dos mestres de francês, inglês, latim e alemão, sendo ainda inferiores as remunerações de professores de italiano que não chegaram ao dobro das de mestres de dança.

    Estas constatações reforçam as mudanças notáveis que as Danças de Baile sofreram entre o Primeiro e o Segundo Períodos.

    Alguns detalhes sobre este Período merecem atenção. Sobre Mme. Baderna, Malta (2011) esclarece que a dançarina é a razão do uso do termo baderna no Brasil, para referir-se à desordem. Segundo o autor, Marietta, que já galgara prestígio nos palcos europeus, chegou ao Rio de Janeiro em 1849, sendo respeitada pela Família Imperial e pela elite carioca até levar o lundu aos palcos e se declarar antimonarquista, armando greves contra as faltas de pagamentos para os artistas. Diz o autor que seus últimos passos na capital foram registrados em 1865 quando atuava como dançarina de vaudeville. Entretanto, nesta pesquisa constatou-se que, por exemplo, Lourenço Lacombe e Maria dos Anjos dançaram um Lundum no Teatro São João em 1822, sendo que em anos seguintes, porém anteriores a 1849, esta dança foi apresentada diversas vezes neste teatro. O nome de Marietta Baderna foi constatado no ano de 1851 no documento “Brasil. Ministério do Império” na relação de artistas e empregados da Companhia de Baile, citada como “1ª. bailarina absoluta”, encabeçando a lista que contemplava ainda nomes de outras modalidades de artistas como mímicos e até figurantes. O mesmo documento registra seu nome como professora de dança no “Collegio de Mme. Grivet” e no “Collegio Espirito Santo”, ambos em 1871.

    Parece que o professor de nome Piacentini, cujo endereço fornecido confere com o de Joaquim Antonio Piacentini, tinha uma preocupação com a qualidade técnica do ensino dos Lanceiros. No ano de 1858 publica-se no “Correio Mercantil, e Instructivo, Político, Universal” uma crítica a mestres de dança que estariam ensinando a quadrilha dos lanceiros “afastando-se dos legítimos lanceiros que vierão da Inglaterra (como póde provar)”, finalizando por ofertar aulas em seu endereço.

    Entre os professores cujos nomes foram constatados apenas uma vez, “G. De Mattia” foi verificado no ano de 1871 no documento “Brasil. Ministério do Império” como professor de dança no “Collegio Brazileiro”. Entre os anos de 1856 e 1857 um professor de nome Girolamo de Mattia fez anúncios no jornal “Correio Paulistano”, de circulação em São Paulo/SP, apresentando endereço paulistano como referência para a oferta de aulas de dança. É possível tratar-se do mesmo professor que, portanto, moraria em São Paulo onde ministrava aulas de dança particulares na década de 1850 e, posteriormente, teria se mudado para o Rio de Janeiro, onde passou a ministrar aulas em instituições de ensino formal.

Terceiro Período

    O Terceiro Período, neste estudo que abrange restritamente o século XIX, teve a duração de 27 anos. Delimitado entre 1873 e 1900, mostra uma recuperação da valorização do ensino de dança, mas, sem equiparar-se ao Primeiro Período.

    O Quadro 02 mostra os nomes dos professores verificados por mais de um ano nos documentos estudados.

Quadro 02. Elenco dos nomes de professores encontrados na pesquisa e respectivo intervalo de anos de sua ocorrência, configurando o Terceiro Período – Rio de Janeiro

    Entre os professores cujos nomes ocorreram em mais de um ano, poder-se-ia citar ainda o casal Meroly, Guilherme ou João e Adelaide Abel, que tiveram seus nomes publicados no ano de 1873 e no de 1877. Entretanto, optou-se por não incluí-los neste quadro devido a constatação da publicação de alertas sobre o fato de serem golpistas atuando também em outras áreas além da dança.

    Quem ofertou aulas por mais tempo, 20 anos, foi A. T. R. Prata. Os nomes dos 18 professores que foram publicados, cada um deles, em apenas um ano são: 1. João Pereira de Azevedo - 1873; 2. Sr. Antonio Ferreira Lima Abdoral - 1874; 3. Sra. D. Adelia - 1877; 4. Orxata - 1877; 5. Silva - 1877; 6. Bacuráu - 1877; 7. João Alves - 1877; 8. J. S. Vinagre - 1881; 9. Sr. F. Soares Pieto - 1882; 10. Justino Dins Soares (citado por J. M. F. Leal) - 1883; 11. Mme. C. Bernardelli - 1883; 12. E. Poggiolesi (ou Poggioleri) - 1883; 13. Mlles. Marquet - 1887; 14. Francisco da Motta Lopes - 1898; 15. Antonio Alves da Nobrega - 1898; 16. José Cerqueira - 1899; 17. Sr. Moysés Jansem do Paço - 1899; 18. Mme. Cesallina Reis Keller (ex atriz, ex diretora do curso livre de Lisboa) - 1900.

    Uma publicação de Alvaro Dias na “Gazeta de Notícias” do ano de 1884 sugere que tinha alguma diferença pessoal com J. M. F. Leal. A publicação dizia que seu autor nada deve a ninguém e menos ainda ao “Illm. Sr. J. M. F. Leal”, informando que “se alguma pessoa se julgar credor d’este senhor, terá a bondade de se apresentar dentro de tres dias, que será satisfeita a sua conta, apresentando, documentos legaes”.

    O professor José Julio Veiga Cabral parece ter sido muito apreciado por seus alunos. Quando faleceu, foram diversas as mensagens de agradecimentos e homenagens, o que não se notou a respeito de nenhum outro professor deste século. O professor Serafim de Souza Martins declara-se como seu substituto em anúncios posteriores ao seu falecimento.

    O professor Pinto da Rocha publicou muitos anúncios de aulas de dança no Rio de Janeiro entre os anos de 1874 e 1883. Entretanto, foram constatados anúncios de partituras de “Pinto da Rocha” e de “A. Piagentini” em São Paulo no ano de 1872, no “Diário de São Paulo”. Os últimos anúncios de Pinto da Rocha, especialmente ao final da década de 1880, informavam que voltaria a Europa e deixaria em seu lugar o professor Manoel Bernardo. As palavras "danças de salão", juntas, foram observadas pela primeira vez nesta pesquisa sendo utilizadas por Pinto da Rocha, no ano de 1880.

Instituições de Ensino Formal

    Renault (1969) reconheceu em seu trabalho que colégios e pensionatos anunciaram seus serviços seguidamente entre 1808 e 1850.

    A oferta de aulas de dança feita por instituições que tem por finalidade a educação formal é um indicativo da forte inserção da dança na sociedade. No século XIX as normas legais de funcionamento destas instituições ainda não eram bem definidas, assim, as instituições particulares capazes de oferecer aulas que correspondessem aos anseios daquela sociedade teriam, provavelmente, maior sucesso na obtenção de alunos.

    A dança era parte integrante da vida e ainda havia o conceito, especialmente no início do século, de que era um diferencial social. Os pais deveriam apreciar que seus filhos a aprendessem e uma escola que ofertasse tais aulas traria um diferencial, que seria ainda maior se os alunos pudessem ter aulas com os mesmos professores da Família Real. Foi possível notar quais eram as instituições mais simples porque possuíam poucos mestres e cada um deles ministrava diversas disciplinas, não havendo professores que ministravam só dança.

    Entretanto, estas circunstâncias de diferencial trazido por nomes de professores ou suas qualificações tiveram importância apenas no início do século, especialmente durante o Primeiro Período. Ao final ainda havia instituições que ofertavam aulas de dança, porém, os nomes dos professores já não eram mais citados. Os nomes de professores constatados nestes anúncios ou os seus diferenciais e os intervalos de tempo em que as instituições os publicaram são: Luiz Lacombe Junior (Cadet) – 1824 a 1825 e 1833; Philippe Aime - 1829 a 1830; Luiz Lacombe “Mestre de Suas Altezas” – 1831; Mde. Toussaint – 1832; "Professores da corte" - 1834 a 1837; Sr. Rocha – 1845; Vaccani – 1846; Guiseppe Villa – 1854; José Lourenço de Paiva – 1868.

    No início do século as aulas de dança eram ofertadas de forma independente de agrupamentos de disciplinas, embora freqüentemente fossem citadas juntamente com as aulas de música. Ao final do século as aulas de dança passaram a ser enquadradas como parte da “Educação Física”, enquanto a música, que caminhava muito próxima à dança no início do século, passou a ser classificada como parte das “Bellas Artes”. Percebe-se que o enquadramento da dança no ensino formal migrou, ao longo do século, de uma concepção ligada à Arte para outra, ligada à atividade física.

    Alguns dos colégios chegavam a ofertar aulas de dança para pessoas que não fossem alunos regulares. Apenas um colégio que ofertava aulas de dança declarou que atenderia a 6 órfãs, no ano de 1833. Muitos ofereciam as modalidades de internato e externato.

    No início do século a maioria dos colégios constatados não tinha um nome, portanto, eram identificados, nos periódicos, pelos seus diretores ou endereços, que eventualmente mudavam. Estas circunstâncias inviabilizaram uma contagem geral precisa do número de instituições de ensino formal que ofertaram dança em todo o século XIX. Entretanto, as contagens destas instituições por ano foi viável.

    A primeira referência a um endereço no qual havia ensino de diferentes disciplinas, incluindo a dança, foi reconhecida no ano de 1817, edição número 66 da “Gazeta do Rio de Janeiro”.

    Ao todo, foi possível identificar nomes de 82 instituições de ensino formal que ofertaram aulas de dança, são elas, seguidas pelos respectivos anos em que foram constatadas: Collegio de D. Marianna – 1821; Collegio Inglez – 1827 – 1835 – 1840 – 1842 - 1849; Collegio da Glória – 1829 - 1833; Collegio Margarida Luiza da Silva Cervantes – 1830; Collegio Eugenia Harriz – 1831; Novo Collegio São Sebastião – 1832 – 1833 - 1846; Escola de Instrução Elementar – 1833 – 1834 - 1836; Collegio Francez – 1833 - 1839; Collegio Inglez e Portuguez – 1833 - 1836; Collegio Nacional Benemerência – 1836 - 1837; Collegio da Luz – 1837; Collegio Emulação – 1837; Collegio Santa Clara – 1843; Collegio Fluminense – 1844 - 1845; Collegio Portuguez Espanhol – 1844; Liceu Napoleão – 1845; Collegio de Bellas Letras – 1845 – 1846 - 1852; Collegio Frances e Nacional – 1845; Collegio Mnemosyne – 1845; Colegio da Conceição – 1846; Collegio Padre Gama – 1846; Collegio São Pedro de Alcantara – 1846 – 1879 - 1883; Collegio de Educação Literaria – 1846; Collegio Gama – 1846 - 1847; Collegio São Luiz (Collegio do Adiantamento) – 1847 - 1848; Collegio Reiners de Lacourt – 1849; Collegio Estrella – 1850 – 1852 - 1853; Collegio Nictheroyense – 1851; Collegio Nossa Senhora das Dores – 1853; Liceo Fluminense – 1853; Instituto Quararema – 1854; Instituto Collegial de Nova Friburgo – 1855; Collegio D. Firmina – 1855 – 1856 – 1857 - 1858; Collegio de São João Baptista – 1856; Collegio Amor das Letras – 1856 - 1871; Collegio de Meninas Portuguez e Francez – 1857; Collegio de Meninas Emulação da Juventude – 1858; Collegio Santa Cicilia – 1858; Collegio Portuguez Francez – 1858; Collegio de Santa Theresa – 1860; Collegio S. Teresa Paraybuna – 1860; Collegio Mme. Grivet – 1862 - 1871; Collegio de Humanidades Nova Friburgo – 1863; Collegio Regeneração – 1864; Collegio Parahyba do Sul – 1865; Collegio Saint Sebastien – 1867; Collegio Santa Rita de Cassia – 1868 - 1871; Collegio Abilio – 1871; Collegio da Baroneza de Geslin – 1871; Collegio Mme. Taniere - 1871; Collegio Inglez das Laranjeiras – 1871; Collegio Brazileiro – 1871; Collegio da Lapa – 1871; Collegio Santa Petronilha – 1871; Collegio Santa Alzira – 1871; Collegio Pinheiro – 1871; Collegio Marinho - 1871; Collegio de Santa Candida - 1871; Lycêo de Botafogo – 1871; Collegio São Salvador – 1871 - 1881; Collegio das Meninas – 1871; Collegio Espirito Santo – 1871; Collegio São João – 1871; Atheneu Provincial – 1873; Collégio de Meninas Nova Friburgo – 1874; Collegio Santa Josefina – 1875 -1876; Escola Valdez – 1876; Collegio de São José – 1876; Instituto Santíssima Trindade – 1877; Collegio Britannico – 1878; Collegio Gehlen – 1878; Collegio Camara de S Domingos – 1880; Collegio S Carlos Rezende – 1880; Collegio Nossa Senhora do Socorro – 1881; Collegio Abilio – 1883 - 1887; Collegio São Francisco das Chagas – 1884; Collegio Venerando – 1887; Collegio Beurem – 1887; Escola Normal Felisberto Pereira da Silva – 1888; Colegio Costa Pereira – 1894; Collegio Portugues – 1895; Collegio Rampt Williams – 1897; Collegio Friburguense – 1898.

    O Gráfico 01 mostra as médias em cada década do século XIX, calculadas a partir dos totais anuais de instituições de ensino formal que foram identificadas e anunciaram aulas de dança juntamente com a educação formal.

Gráfico 01. Médias de cada década do século XIX calculadas a partir dos totais anuais de instituições de ensino formal que ofereceram aulas de dança.

Fonte: consulta a todas as edições de 776 documentos, quase em sua totalidade periódicos, produzidos na 

cidade do Rio de Janeiro no século XIX e disponibilizados pela Hemeroteca Digital Brasileira até junho de 2013

    Nota-se que houve um auge nítido entre as décadas entre 1830 e 1850, coerente com o Primeiro Período, em seguida, uma queda entre os anos de 1851 e 1870, compatível com a característica do Segundo Período e por fim um ligeiro aumento entre os anos de 1871 e 1881, compatível com o Terceiro Período.

    O resultado da análise conjunta das ocorrências dos nomes de professores de dança e de instituições de ensino que ofertavam aulas de dança, reforça a percepção de uma tendência a três Períodos muito distintos no que diz respeito a aspectos da prática de danças na sociedade carioca do século XIX.

Dança cênica e danças de baile

    Notícias de peças teatrais incluindo números de dança foram verificadas do início ao final do século XIX. Constatou-se que, principalmente durante o Primeiro Período, muitos nomes de dançarinos anunciados nestas peças coincidiam com nomes de professores que anunciavam aulas de dança, o que foi gradativamente mudando ao longo do século. Ao final do século XIX não foram mais encontradas divulgações de peças teatrais com números de danças cujos dançarinos também constavam em anúncios de aulas.

    No início as peças teatrais eram anunciadas como notícias, o que foi modificando até o final do século XIX quando sua divulgação passou a ser feita por grandes anúncios. Chamou a atenção a quantidade de apresentações intituladas “Mestre de Dança”, ofertadas praticamente ao longo de todo o século.

    Citam-se na seqüência os nomes de dançarinos que ocorreram nos documentos consultados, conforme registrados, enquanto houve coincidência entre atuantes em Danças Cênicas e professores de Danças de Bailes: 1817: Augusto Toussaint (1o dançarino), parte da óperal L’oro non compra amore, de Marcos Portugal; 1821: Lourenço Lacombe (1o bailarino - Real Teatro), José Nazari, Carolina Piacentini, Luiz Lacombe; 1822: Lourenço Lacombe, Maria dos Anjos, Luiz Lacombe Junior, Estela Cezefreda, Mr. e Mde Toussant; 1823: Mr. e Mde Toussant, Lourenço Lacombe, Maria dos Anjos, Luiz Lacombe Junior (2o Bailarino), Estela Cezefreda, José Sanches, Carolina Piacentini, Julieta Lacombe, Felicianna Sanches del Aquila (provável irmã de José Sanches), Madame Clotilde Toussaint (dançarina da Opera de Paris), Miguel Vaccani; 1824: Luiz Lacombe, Carolina Anselmi, Miguel Vaccani, Felicianna Sanches del Aquila, Luiz José Lacombe, José Sanches, Carlota Anselmi; 1826: Mr. e Mde Toussant, Mr. e Mde Bourbon; 1827: Piacentini, Md. Dargé, Md. Toussaint, Md. Henry, Mll. Adéle, Mr. J. Toussaint (1o dançarino); 1830: Sr. Montani, Mr. Catton e sua mulher Maria Ricardini Soares; 1831: Felippe Catton; 1838: Carlos Pelagi; 1839: Mr. Lovrero; 1840: Margarida Lemos, Sra. Ricciolini, Snr. Catton; 1842: Filippe Caton e Carolina Caton (1os Dançarinos), Mr. Robert, Montani, Carlos Palagi, Jezuina Montani, Leopoldina Correa de Albuquerque, Emilia Amalia, Claria Ricciolioni; 1843: Luiz Montani, Sr. Francisco York (1o dançarino em Lisboa - Teatro São Carlos), Sr. Vecchi, Irena, Ricciolini, Farina; 1844: Sr. York, Farina, Clara Ricciolini, Luiz Montani, Carolina Caton, Filipe Caton, José de Giovanni; 1845: Sr. Francisco York, Luiz Montany, Caton e esposa, Farina; 1847: C Ricciolini, Farina, Judithe, Dercethy, De-Vecchi, Maria Velluti; 1848: Mde. Traballoni, Mr. Finart, Melle. Morean, Melle. Valdeman; De Vecchi; 1851: Mr. Bertaux, Maurin, Carlos, Mlle. Jani, Serafina; 1852: Sr. York; 1853: Sr. Luiz Montani; 1854: Sr. York citado em um artigo abordando sua atuação cênica.

    Durante o Primeiro Período foram constatados oito nomes de professores de dança que também ocorreram em anúncios de apresentações de espetáculos cênicos de dança. No Segundo Período este total caiu para dois e no Terceiro Período para zero.

    Embora os registros nos periódicos tenham sido constatados a partir de 1817, existem documentos que se referem a eventos cênicos envolvendo dança no Brasil do século XIX que antecedem a esta data, notadamente com a atuação de Luiz Lacombe. Conforme Kuhl (2007), junto com a ópera “L'oro non compra amore” na estréia de Marcos Portugal no Brasil, em 17 de dezembro de 1811, “L. Lacombe” teria dirigido o baile “Li due rivali”, de sua composição. Entretanto, esta participação de Lacombe não é citada por autores que se referem a este evento (Zamoner, 2013b). Talvez a razão seja que a natureza deste “baile” esteja relacionada ao conceito de “entremez”, que, segundo Budasz (2008), fora trazido de Portugal como um entretenimento curto que vinha ao final ou intercalava atos de uma apresentação principal, portanto, assumindo um caráter secundário e desvinculado do contexto central do evento cênico. Já em um libreto de 1812 o nome de “Louis Lacombe” consta claramente como coreógrafo e diretor da dança “Apolo e Dafne”, no Brasil. Renault (1969), em estudo que abrange o período de 1808 a 1850, cita “Louis Lacombe” a partir do início de 1818. Cardoso (2011) refere-se um baile sério de um ato, invenção e direção de Luiz Lacombe, no ano de 1818, intitulada “O Prodígio da Harmonia” ou “O Triunfo do Brasil” no Teatro São João, no Rio de Janeiro que fora apresentada no intervalo do “drama por música intitulado Coriolano”.

    Sobre alguns destes dançarinos, cujos nomes foram constatados nos periódicos consultados, foi possível identificar experiência anterior na Europa de, por exemplo, Lourenço Lacombe, Julieta Lacombe, Miguel Vaccani, Ricciolini, Luiz Montani e Francisco York. Na seqüência alguns dados relevantes sobre alguns professores que tiveram atuação como dançarinos em eventos cênicos no Brasil do século XIX.

    Lourenço Lacombe e Julieta Lacombe: “Laurent Lacombe” teve uma atuação no ano de 1801 em um “Balletto” intitulado “O Julgamento de París”, de Antonio Rossi, em um único ato, no Teatro São Carlos de Lisboa, fazendo papel de uma noiva. Em julho de 1810, no Teatro São Carlos, na farsa “La testa riscaldata” dirigida por Marcos Portugal, “Lorenzo Lacomba” aparece como coreógrafo e compositor de “Os patriotas de Aragão ou O triunfo de Palafox”, onde “Giulietta Lacomba”, atua como bailarina. Em agosto de 1810 “Giulietta Lacomba” atua como bailarina em um “balletto” de Giovanni Battista Giannini, dirigido por Marcos Portugal. Em setembro de 1810, no Teatro São Carlos de Lisboa é apresentada a comédia “La mulinara ossia L'amore contrastato” de Giovanni Paisiello, com a cantora “Marianna Scaramelli” no papel de “Eugênia”, direção de Marcos Portugal. Juntamente com esta comédia foi apresentado o “balletto” de um ato intitulado “A restauração do Porto ou Um dos triunfos do herói Wellesley”, coreografado e interpretado por “Lorenzo Lacomba”.

    Luiz Lacombe: Em 1811 o nome de Marianna Scaramelli aparece em um libreto europeu com o sobrenome “Lacombe”, que segundo Cardoso (2009) teria adquirido no casamento com Joseph Louis Antoine Lacombe (Luiz Lacombe), irmão mais velho de Lourenço Lacombe. Quando Marcos Portugal foi convocado para vir ao Brasil, trouxe consigo Marianna Scaramelli e seria de esperar que, se fosse por razões profissionais, Lourenço Lacombe, que trabalhara com ambos assumindo danças, estivesse na comitiva de Marcos Portugal, o que não ocorreu. Assim, reforça-se a suposição de que Luiz Lacombe veio ao Brasil acompanhando sua esposa e não por ser um dos profissionais escolhidos por Marcos Portugal. Afinal, não foram encontrados indícios da atuação profissional de Luiz Lacombe na Europa como dançarino ou professor de dança e nem que tivesse colocação profissional ao chegar ao Brasil. O fato é que um mês após sua chegada, em busca de trabalho, publica um anúncio oferecendo-se para ensinar dança, sem citar qualquer experiência anterior nem relação profissional com o Teatro Real ou com a Família Real.

    Veluti, Vaccani e Ricciolini: Em 1810 e 1811, no Teatro São Carlos de Lisboa foram encontrados os nomes de “Giuseppa Veluti”, “Michele Vaccani” e “G. Ricciolini”, porém, em atuações de canto, algumas com Marcos Portugal e Marianna Scaramelli.

    Toussaint: Em 1840, José Maria Toussaint chega a identificar-se como tendo participado da Real Academia de Música de Paris e do Grand Opera, e como primeiro dançarino do Teatro São Pedro de Alcantara entre 1825 e 1832. O historiador Guilherme Peres (2008) refere-se a um dançarino de teatro que teria nascido no Brasil, de nome Jules Toussaint, filho do casal Josephine e Auguste Toussaint que residiriam no Brasil entre 1815 e 1821. Conforme o autor, Jules casou com Adéle e ambos foram morar com o tio de nome José Maria Toussaint, professor de dança, no Brasil. Adele deixou um livro em que conta sua história (Toussaint-Samson, 2004).

    Luiz Montani: Há dois libretos do ano de 1801, um datado de 15 e outro de 30 de agosto, ambos referentes ao Teatro Riccardi di Bergamo e ao “balli” de Luigi Dupen, intitulado “La morte di Lucrezia Romana” e “La partita ala caccia”, que teve no corpo de bailarinos “Luigi Montani”. Este nome reaparece como coreógrafo do “balletto” intitulado “O nababo de Visapur” em 22 de junho de 1818 e de um “Balletti” em 22 de abril de 1821, ambos no Teatro São Carlos de Lisboa. Em 1822, “Luigi Montani” é citado como coreógrafo de um “ballo-pantomima”. Em 1823, novamente no Teatro Riccardi di Bergamo como coreógrafo de um “ballo”. Em 1825, no Teatro São Carlos de Lisboa, como coreógrafo de “Balleto” em cinco libretos com datas distintas. Nos anos de 1827 e 1828, “Luigi Montani” é constatado em mais 6 atuações como coreógrafo. Nos anos de 1830, 1842, 1843, 1844, 1845 e 1853 há citação do nome “Luiz Montani” em trabalhos de dança no Brasil. Coreografias de “Luigi Montani” continuam aparecendo em libretos europeus nos anos de 1834, 1835, 1839, 1840, 1841, 1843 e 1844.

    Francisco York: No ano de 1840 “Francisco Jorch” consta como compositor e diretor de um “Baile mythologico” em um libreto do Teatro São Carlos. Em 1841 “F. Jork” é citado em um “baile” de 2 atos em Lisboa. No mesmo ano, “Francisco Jorch” consta como compositor e diretor de um “Baile mythologico” em 4 atos e de um “Bailete mytologico em tres quadros” e “Francisco Iorck”, como compositor e diretor de um “bailete mithologico” de dois atos, todos no Teatro São Carlos de Lisboa. Em 1842 “Francisco York” consta em um libreto do Teatro São Carlos como compositor e diretor de um “baile trágico” em 3 atos, e em outro libreto “Francisco Jorck”, como compositor e diretor de um “baile” em 4 atos. No ano de 1843 foi produzido um libreto no qual consta que “Francisco Yorck” compôs e dirigiu um “baile ou divertissement em um acto” apresentado no Teatro São Carlos. “Francisco York” (Sr. York) é citado no Brasil, em 1843, 1844, 1845, 1852 e 1854.

    No ano de 1851 é estabelecida uma escola de dança e outra de canto no Teatro São Pedro de Alcântara, para promover a independência da vinda de artistas da Europa.

Publicações e professores que se declararam autores

    O Quadro 03 apresenta os materiais gráficos que foram encontrados sendo citados ou oferecidos à venda, seguidos pelos anos em que foram constatados, autor (quando citado) e instituição que imprimiu ou editou.

Quadro 03. Materiais gráficos citados ou anunciados para venda nos documentos 

pesquisados, anos de sua constatação, autores e instituição impressora ou editora

    As buscas por publicações foram procedidas também no catálogo da Biblioteca Nacional, onde foi encontrada, classificada como “partitura”, uma quadrilha impressa. Consta no início do documento: “A PRINCEZA IMPERIAL NOVA QUADRILHA DEDICADA A S.A.I.A. SENHORA PRINCEZA D. IZABEL PELO PROFESSOR DE DANÇA J. A. PIACENTINI”. A seqüência da impressão contem descrições textuais da execução da quadrilha e uma partitura de música. Embora este documento não tenha data, pelo autor, entende-se que foi produzido durante o Segundo Período.

    Os quantitativos de títulos e suas respectivas datas de ocorrência nos periódicos acompanham o padrão de características dos três Períodos identificados, considerando, inclusive, que ao final do século havia maior facilidade de publicação do que em seu início. Constatou-se 8 títulos no Primeiro Período, 1 no Segundo Período e 4 no Terceiro Período, considerando as obras originais. As médias de publicações por ano em cada período, respectivamente, foram de: 0,22, 0,05 e 0,15.

    Além destes materiais gráficos citados, foi constatado o livro “A cornucópia dos salões”, de Garnier, sem citação de autor, anunciado a venda entre os anos de 1888 e 1889. Porém, não é um livro de dança, apenas contem entre seus assuntos, um manual de Cotilon.

Professores que se anunciaram como autores

    Ao longo da pesquisa foram encontrados três professores que se anunciaram como autores de publicações na área de dança no Rio de Janeiro do século XIX: Lourenço Lacombe, Pinto da Rocha e Alvaro Dias Patrício.

    Lourenço Lacombe: Constatou-se que, em 1835, Lourenço Lacombe, identificando-se como "antigo mestre de dança nesta Corte", publica uma critica a algumas pessoas que imprimiram uma parte de "suas contradanças" com "notaveis erros". Nesta publicação, informa que resolveu reunir suas Contradanças, formando uma coleção de 67 delas e duas galopadas, colocando esta coleção à venda e citando o nome de Laemmert, um impressor da época. No mesmo ano o General Oleré acusa Lourenço Lacombe de apropriar-se, nesta coletânea, de duas galopadas suas, informando que vai a Juízo, através do jornal “O Sete d'Abril”. Em 1839, José De Giovanni, professor de rabeca oferece a venda no “Diário do Rio de Janeiro”, “a collecção das 67 contradanças francesas, e gavota nova do finado Lourenço Lacombe”, indicando que, possivelmente, as galopadas foram retiradas da coleção.

    Pinto da Rocha: Noticia ao longo do tempo a venda do “Novo Manual de Dança ou Methodo fácil de aprender a dançar sem auxilio do professor”, afirmando ser de sua autoria. O primeiro anuncio encontrado foi na Gazeta de Notícias de 1877, referenciando a 2ª. edição do material e informando que foi “composto pelo professor de dança Pinto da Rocha por ocasião de sua viagem a Europa”. Na Biblioteca Nacional de Portugal há um livro cujo título é: “Manual de Dança: Methodo fácil para aprender a dançar sem auxilio do mestre”, editado nos anos de 1869, 1871, 1874, e 1894, porém, a autoria é de Justino Dias Soares. Nestas buscas, o nome Pinto da Rocha não apareceu como autor de nenhuma publicação de material bibliográfico sobre dança na Europa.

    Álvaro Dias Patrício: O professor Alvaro Dias Patricio também se coloca como autor, sua obra seria o “Novíssimo e completo manual de dança, tratado theorico e prático das danças de sociedade”. A primeira divulgação é encontrada no ano de 1888, na Gazeta de Notícias. Entretanto, este livro apresenta consideráveis coincidências com o livro “Nouveau manuel complet de la danse, Traité théorique et pratique de cet art depuis les temps les plus reculés jusqu'à nos jours”, cuja primeira edição foi publicada em Paris no ano de 1830 (teve várias edições posteriores), pela Paris Librairie Encyclopédique de Roret Dole Typ. Ch. Bind com a autoria atribuída a Carlo Blasis. O livro de Alvaro Dias Patricio aproxima-se mais de uma tradução com modificações a partir do livro de Carlo Blasis do que de uma obra efetiva e integralmente original. Uma publicação na “Gazeta de Noticias” de 1886, feita pelo professor Alvaro Dias, indica que pelo menos dois anos antes deste professor fazer sua publicação, deve ter lido o livro de Carlo Blasis, no qual consta detalhada descrição da Valsa Bostom:

    Valsa Bostom. – Achando conveniente por esta valsa em ensaios, por ter acolhido os maiores sucessos nos principaes salões da Europa e em alguns d’esta corte, julgou conveniente que em geral se usasse, por ser muito apparatosa.

    Esta valsa é completamente desconhecida de todos os professores do Rio de Janeiro, por ser ella muito moderna, mas fazendo elle um estudo sobre a descripção que dá o verdadeiro autor, obtendo um resultado favorável e verdadeiramente theorico; d’esta descripção é elle o único possuidor.

    Conforme Caminada (1999) Blasis foi um dançarino, coreógrafo, professor e escritor italiano, nascido em Nápoles no ano de 1797. Segundo a autora, começou a atuar profissionalmente como dançarino aos 12 anos, vindo a se afastar dos palcos por impedimentos de saúde, passando a escrever sobre dança e tendo sua primeira publicação em 1820, aos 23 anos de idade.

    Os livros “La Danse de Salons”, publicado em Paris (Chez L’Auteur), em 1849, e “The Drawing-Room Dances”, publicado em Londres (E. Charton), em 1847, são, ambos, de autoria de Henri Cellarius. Nenhum deles foi encontrado sendo anunciado nos documentos analisados nesta pesquisa. Constataram-se anúncios de aulas do professor “Henri Cellarius” no Brasil entre os anos de 1826 e 1827. Segundo Declerck (2013), Henri Cellarius foi um professor de dança nascido no ano de 1805 em Paris, que viera ao Brasil em 1826, retornando posteriormente à Europa.

Comparativos entre os três Períodos

    A definição da duração de cada um dos três Períodos identificados nesta pesquisa foi realizada primeiramente com base na completa renovação dos professores. A partir desta primeira divisão, notou-se, em cada Período, que as razões entre as quantidades de professores que ofertaram aulas por mais de um ano (histórico mais consistente de atuação profissional) e as durações dos respectivos Períodos revelaram um diferencial inicial entre os três Períodos, o que permitiu uma caracterização preliminar. A partir desta constatação da diferença entre os três Períodos, outros comparativos foram realizados.

    A duração de cada um dos Períodos, ou seja, o intervalo de tempo no qual houve completa renovação dos profissionais seguiu o mesmo padrão notado inicialmente: o Primeiro Período durou mais, 37 anos, o Segundo menos, 22 e o Terceiro teve duração entre o Primeiro e o Segundo, 27.

    O resultado da análise das razões entre os quantitativos de professores que anunciaram aulas por mais de um ano e aqueles cujos nomes só apareceram por um ano, dada pela divisão do primeiro pelo segundo, também se enquadrou no padrão dos três distintos Períodos. Caso, neste aspecto, houvesse um único padrão ao longo do século, a referida relação manter-se-ia semelhante nos três Períodos, apesar das médias anuais das quantidades de professores que ofereceram aulas por mais de um ano serem distintas.

    Este padrão também foi notado na média de tempo de atuação dos professores em cada período. Em média os professores do Primeiro Período atuaram por mais tempo e do Segundo Período por menos tempo. O mesmo padrão foi observado nas médias por ano das quantidades de títulos de materiais gráficos publicados em cada um dos Períodos.

    Estas constatações revelam que, além das diferenças nos quantitativos de professores que anunciaram aulas ao longo do século XIX por mais de um ano, outros fatores corroboram a caracterização dos identificados três Períodos. A Tabela 01 mostra os diferentes parâmetros analisados e seus resultados em cada um dos Períodos.

Tabela 01. Dados comparativos dos diferentes parâmetros definidores dos três distintos Períodos de Danças de Baile do século XIX, no Rio de Janeiro

    A análise comparativa dos dados reforça a constatação da existência de três Períodos distintos ao longo do século XIX no Rio de Janeiro, no que diz respeito à prática das Danças de Baile. Os dados corroboram a percepção de que o Primeiro Período foi de maior valorização da atividade, sofrendo queda acentuada no Segundo Período e uma recuperação no Terceiro Período.

Conclusões

    Entende-se que os resultados desta pesquisa trazem contribuições novas para a compreensão histórica do desenvolvimento da Dança de Salão no Rio de Janeiro do século XIX. A razão é que a literatura, até este momento, não disponibilizou resultados sistematizados sobre professores de dança que atuaram no Rio de Janeiro do século XIX, poucos nomes foram registrados e o tempo durante o qual atuaram não era sabido. A literatura também não caracterizara modificações relacionadas às Danças de Baile ao longo do século XIX no Brasil, nem especificamente no Rio de Janeiro.

    Com esta pesquisa foi possível o reconhecimento de 84 nomes de professores e 82 nomes de instituições de ensino que ofertaram aulas de dança. A pesquisa permitiu ainda a caracterização de três Períodos distintos, que puderam ser delimitados tendo como parâmetro inicial a completa renovação dos nomes de seus professores. O Primeiro Período foi caracterizado por parâmetros indicativos de valorização do ensino das Danças de Baile. Já o Segundo Período configurou-se de forma inversa, notando-se sua desvalorização e possível desprofissionalização. O Terceiro Período é caracterizado por uma recuperação da valorização do ensino de Danças de Bailes. Entende-se que os parâmetros estudados permitem compreender que a caracterização dos três Períodos pode ser aceita como um indicativo para além do ensino das Danças de Baile, avançando para a amplitude de sua prática.

    A riqueza de informações relacionadas capazes de ampliar o conhecimento atual da área, sugerir revisões sobre idéias estabelecidas e trazer significados históricos novos sobre a Dança de Salão no Rio de Janeiro do século XIX, mostra que são necessários aprofundamentos procedidos de forma sistematizadamente científica em pesquisas nesta área.

Referências bibliográficas

Anexo I

    Periódicos consultados com resultado para a busca pelos unitermos, seguidos dos respectivos anos de publicações disponibilizadas e quantitativos das ocorrências apontadas, incluindo visualizações percebidas sem apontamento nos resultados das buscas.

    1-A Actualidade - 1859-1864-16; 2-A América -1879-1880-4; 3-A Aurora Fluminense -1827-1839-24; 4-A Capital -1892-1893-2; 5-A Carapuça -1850 e 1857-1; 6-A Comedia Social -1870-1; 7-A Constituição -1885-1; 8-A Crença -1863-1; 9-A Eschola -1900-1;10-A Escola Revista -1877-1878-3; 11-A Estação -1879-1900-74; 12-A Folha Nova : noticiosa, litteraria e agricola -1882-1885-139;13-A Formiga -1862-1863-3; 14-A Grinalda Jornal dos Domingos -1848-2; 15-A Idéa -1874-1875-1; 16-A Illustração -1884-1890-38; 17-A Instrucçao Publica -1872-1888-10; 18-A Lanterna Magica -1844-1; 19-A Loja do Belchior -1833-1; 20-A Mai de Familia -1879-1888-7; 21-A Malagueta -1821-1824-3; 22-A Marmota na Corte -1849-1853-51; 23-A Meridional -1899-1; 24-A Miscellanea Scientifica -1833-1; 25-A Mocidade -1862-1; 26-A Mulher do Simplicio ou A Fluminense Exaltada -1832-1846-6; 27-A Mutuca Picante -1834-1835-4; 28-A Naçao : folha politica, commercial e litteraria : jornal da tarde -1872-1876-24; 29-A Nova Minerva -1845-1900-5; 30-A Ortíga -1839-1840-1; 31-A Reforma : orgao democratico -1869-1879-80; 32-A Regeneração -1866-1867-1; 33-A República : propriedade do Clube Republicano -1870-1874-29; 34-A Revolução Pacífica : jornal político, litterário e agrícola -1862-5; 35-A Rosa Brasileira -1853-1; 36-A Rusga da Carioca -1833-1; 37-A saudade -1855-1857-5; 38-A Semana -1885-1895-59; 39-A Semana : jornal litterario, scientifico e noticioso -1855-1857-7; 40-A Semana Illustrada -1861-1875-26; 41-A Trombeta -1832-1833-1; 42-A União -1886-1889-18; 43-A União: Jornal Politico,Literario e Commercial -1851-3; 44-A Verdade : jornal miscelanico -1832-1834-5; 45-A Vida Fluminense : folha joco-seria-illustrada -1868-1874-10; 46-A Violeta Fluminense : folha critica e litteraria dedicada ao bello sexo 1858--2; 47-Acajá -1860-1861-1; 48-Almanach Brazileiro Illustrado -1876-1883-23; 49-Almanach do Rio de Janeiro -1816-18271884-1; 50-Almanach Guimaraes: Para 1885 --2; 51-Almanak Administrativo, Mercantil, e Industrial do Rio de Janeiro -1891-1900-17; 52-America do Sul -1869-1; 53-Anais da Biblioteca Nacional -1876-1900-12; 54-Annaes Brasilienses de Medicina : jornal da academia imperial de medicina do Rio de Janeiro -1851-1885-6; 55-Annaes da Academia de Medicina do Rio de Janeiro -1885-1890-2; 56-Annaes da Assembléa Legislativa Provincial do Rio de Janeiro -1836-1888-5; 57-Annaes de Medicina Brasiliense : jornal da Academia Imperial de Medicina do Rio de Janeiro -1845-1851-1; 58-Annaes Maritimos : periodico consagrado aos interesses da marinha -1861-1; 59-Archivo das Familias -1881-1882-1; 60-Archivo Litterario -1863-1; 61-Archivo Medico Brasileiro : gazeta mensal de medicina, cirurgia, e sciencias accessorias -1844-1847-1; 62-Astrea -1826-1832-10; 63-Atirador Franco -1881-2; 64-Bazar Volante -1863-1866-12; 65-Beija - Flor Annaes Brasileiros -1830-5; 66-Bibliotheca Brasileira -1863-2; 67-Binoculo -1881-1882-3; 68-Boletim da Ilustrissima Camara Municipal da Corte -1862-1874-2; 69-Boletim da Sociedade de Geographia do Rio de Janeiro -1885-1900-5; 70-Boletim do Expediente do Governo -1859-1862-1; 71-Boletim do Grande Oriente do Brazil : jornal official da Maconaria Brazileira -1871-1899-5; 72-Boletim do Grande Oriente Unido e Supremo Conselho do Brazil : jornal offical da maconaria brazileira -1873-1877-1; 73-Brasil. Ministério do Império -1832-1888-39; 74-Brasileiro Pardo -1833-1; 75-Brazil : orgão do partido conservador -1883-1885-17; 76-Campeão Lusitano -1882-1892-17; 77-Carbonario : orgao do povo -1881-1890-89; 78-Chronista -1836-1838-22; 79-Cidade do Rio -1887-1900-695; 80-Clamor Nacional -1824-1826-10; 81-Comedia Popular : hebdomadario illustrado e satyrico -1877-1878-2; 82-Constitucional -1862-1864-19; 83-Correio da Tarde -1879-1; 84-Correio das Modas, Jornal Critico e Litterario -1839-1840-14; 85-Correio do Brazil : jornal do commercio, lavoura e industria -1871-1872-15; 86-Correio do Rio de Janeiro. -1822-1823-2; 87-Correio Mercantil -1830-1836-73; 88-Correio Mercantil: e Instructivo, Politico, Universal -1848-1868-533; 89-Correio Official -1833-1841-51; 90-Corsario : periodico critico, satyrico e litterario -1880-1896-7; 91-Coruja thetral -1840-1841-1; 92-Cosmo Litterario -1864-2; 93-Dezesseis de Julho : orgao conservador -1869-1870-2; 94-Diabo a Quatro : illustração infernal -1881-3; 95-Diário da Assemblea Geral, Constituinte, e Legislativa do Imperio do Brasil -1823-4; 96-Diário da Câmara dos Senadores do Império do Brasil -1826-1833-6; 97-Diário de Noticias -1870-1872; 1885-1895-123; 98-Diário de Saude -1835-3; 99-Diário do Brazil -1881-1885-51; 100-Diário do Commercio -1888-1892-226; 101-Diário do Povo : politico, litterario, noticioso e commercial -1867-1869-12; 102-Diário do Rio de Janeiro -1821-1858-1522; 103-Diário do Rio de Janeiro -1859-1878-343; 104-Diário Fluminense : critico, litterario, recreativo e noticioso. -1884-4; 105-Diário Mercantil -1824-1827-17; 106-Diário Portuguez -1884-1885-20; 107-Distracçao : semanario humoristico e satyrico -1884-1887-23; 108-Don Quixote : jornal illustrado de Angelo Agostini -1895-1900-2; 109-Ecco Popular -1866-1867-2; 110-Echo das Damas -1879-1888-3; 111-Espelho Fluminense ou Novo Gabinete de Leitura : modas, poesias, charadas, etc. -1843-4; 112-Folhinha Commercial e de Utilidade Geral -1840-2; 113-Folhinha do Povo -1900-1; 114-Gabinete de Leitura -1837-1838-10; 115-Gazeta da Noite -1879-1880-13; 116-Gazeta da Tarde -1880-1900-380; 117-Gazeta de Noticias -1875-1879-430; -Gazeta de Noticias -1880-1889-1114; -Gazeta de Noticias -1890-1899-934; -Gazeta de Noticias -1900-124; 118-Gazeta do Brasil -1827-1828; 1860-9; 119-Gazeta do Rio de Janeiro -1808-1822-45; 120-Gazeta dos Tribunaes : dos juizos e factos judiciaes, do foro, e da jurisprudencia -1843-1846-2; 121-Gazeta Juridica : revista semanal de jurisprudencia, doutrina e legislacao -1873-1887-6; 122-Gazeta Luzitana : publicacao semanal dedicada a colonia portugueza no Brazil -1883-1888-13; 123-Gazeta Nacional : orgao republicano -1887-1888-7; 124-Gazeta Official do Imperio do Brasil -1846-1848-8; 125-Gazeta Universal : instructiva, politica e commercial -1844-7; 126-Gazetinha -1880-1883-12; 127-Hospital dos Loucos -1862-1; 128-Illustração Brasileira -1854-1855; 1878-3; 129-Illustração do Brazil -1876-1880-7; 130-Imperio do Brasil: Diário do Governo -1823-1833-10; 131-Imperio do Brasil: Diário Fluminense -1825-1831-40; 132-Imprensa Evangelica -1864-1892-17; 133-Jornal da Camara dos Deputados -1834-1; 134-Jornal da Sociedade Philomatica -1859-1; 135-Jornal da Tarde -1869-1872-36; 136-Jornal da Tarde : folha politica e noticiosa. -1877-1878-139; 137-Jornal das Familias -1863-1878-30; 138-Jornal de Instrucção e Recreio -1845-5; 139-Jornal do Agricultor: principios praticos de economia rural -1879-1894-15; 140-Jornal do Brasil -1891-1900-261; 141-Jornal dos Debates -1837-1838-3; 142-La Voce del Popolo : organo della colonia italiana al Brasile. -1889-1; 143-Labaro Academico -1874-1; 144-Le Messager du Bresil : Journal Francais -1878-1884-2; 145-Le Nouvelliste -1848-1; 146-L'Écho du Brésil -1859-1860-4; 147-L'Etoile du Sud -1882-1900-5; 148-Liberdade -1896-12; 149-L'iride Italiana -1854-1856-2; 150-Luz Brasileira -1829-1830-1; 151-Marmota -1833-3; 152-Marmota Fluminense : jornal de modas e variedades -1854-1858-36; 153-Merrimac : publicacao hedbomadaria humoristica, critica, satirica e litteraria -1863-1; 154-Minerva Brasiliense : bibliotheca brasilica, collecao de obras originais -1845-3; 155-Minerva Brasiliense: jornal de sciencias, lettras e artes -1843-1845-21; 156-Monitore Italiano : periódico settimanle di politica, science, lettere, arti, commercio, industria e teatri. -1860-1; 157-Museo Universal: jornal das familias brazileiras -1837-1844-56; 158-Novo Correio de Modas : novellas, poesias, viagens, recordacoes historicas, anedoctas e charadas -1852-1854-1; 159-Novo e Completo Indice Chronologico da Historia do Brasil -1842-1879-8; 160-O Brasil -1840-1852; 1863-1876; 1876-50; 161-O Academico -1855-1856-1; 162-O Album Semanal -1851-1852-20; 163-O Americano -1831; 1847-1851-6; 164-O Amor Perfeito : jornal critico jecoso e instructivo -1849-4; 165-O Annunciador -1850-3; 166-O Apostolo : periodico religioso, moral e doutrinario, consagrado aos interesses da religiao e da sociedade -1866-1900-141; 167-O Auxiliador da Industria Nacional -1833-1896-9; 168-O Barco dos Traficantes -1861-1862-4; 169-O Besouro : folha illustrada, humoristica e satyrica -1878-1; 170-O Brasil Histórico -1864-1882-4; 171-O Brasil Illustrado : publicacao litteraria -1855-1856-4; 172-O Brasileiro -1832-1833-1; 173-O Brasileiro Imparcial -1830-1; 174-O Brazil -1857; 1890-1891-10; 175-O Brazil - Medico -1887-1900-13; 176-O Burro Magro -1833; 1854-1855-1; 177-O Caixeiro -1873-1; 178-O Caramuru -1832-1; 179-O Carijo, Jornal Politico e Literario -1832-1833-1; 180-O Carioca -1833-1834-1; 181-O Catão -1832-1833-3; 182-O Censor Brasileiro -1828-1; 183-O Charivary Nacional -1859-1; 184-O Chronista -1862-1; 185-O Clarim, Echo da União : jornal politico e imparcial -1849-1852-1; 186-O Constitucional -1822; 1841-1842-1; 187-O Constitucional, Diário Marcantil, Politico, e Litterario -1831-5; 188-O Correio da Camara dos Deputados -1831-2; 189-O Correio da Tarde -1855-1862-90; 190-O Correio da Tarde -1848-1852-58; 191-O Cosmorama na Bahia -1849-1; 192-O Cruzeiro -1878 e 1890-29; 193-O Cruzeiro: Jornal Politico, Literario e Mercantil* -1829-1830-41; 194-O Curupira : jornal litterario e instructivo -1852-1853-3; 195-O Despertador : diario commercial, politico, scientifico e litterario -1838-1841-114; 196-O Despertador Municipal -1850-4; 197-O Domingo -1873-1875-3; 198-O Echo do Rio : jornal politico e litterario -1843-1844-2; 199-O Esbarra -1833-1; 200-O Escorpião -1862-1863-4; 201-O Espelho -1821-1823-8; 202-O Espelho -1859-1860-1; 203-O Espelho Diamantino -1827-1828-7; 204-O Espirito Publico -1862-1; 205-O Evaristo -1833-2; 206-O Exaltado -1831-1;835-1; 207-O Farricoco -1848-1849-1; 208-O Figaro : Folha Ilustrada -1876-1878-2; 209-O Futuro -1862-1863 e 1869-6; 210-O Fuzil -1849-1; 211-O Globo : orgao dos interesses do commercio da lavoura e da industria -1874-1883-108; 212-O Grito da Razão -1825-1; 213-O Grito Nacional -1848-1858-16; 214-O Guanabara -1838-1855-12; 215-O Homem do Povo -1840-1; 216-O Instincto -1839-1840-1; 217-O Jornal das Senhoras : modas, litteratura, bellas-artes, theatro e critica -1852-1855-54; 218-O Jurujuba dos Farroupilhas -1831-1; 219-O Ladrão -1835-1837-1; 220-O Magico -1851-1852-7; 221-O Maiorista -1841-1842-2; 222-O Mequetrefe -1875-1893-22; 223-O Mercantil -1844-1847-236; 224-O Moderador, Novo Correio do Brasil -1830-1831-2; 225-O Mosquito: jornal caricato e critico -1872-1877-11; 226-O Nicromante -1895-4; 227-O Noticiador -1849-1; 228-O Novo Censor Jornal Analytico -1831-1; 229-O Pae de Familia Catholico -1858-1859-1; 230-O Paiz -1884-1889-52;-O Paiz -1890-1899-439; -O Paiz -1900-81; 231-O Palpite da Epoca: folha humoristica e noticiosa -1900-1; 232-O Pao D'assucar -1835-4; 233-O Paquete do Rio -1836-1837-14; 234-O Parlamentar -1837-1839-2; 235-O Patriota : jornal litterario, politico, mercantil, do Rio de Janeiro -1813-1814-1; 236-O Pharol Constitucional -1842-1844-4; 237-O Portuguez no Rio de Janeiro -1852-3; 238-O Portuguez: jornal progressista e pugnador dos direitos dos portuguezes -1861-1865-32; 239-O Povo -1849 e 1873-2; 240-O Programma Guiador - O Guiador -1887-4; 241-O Programma-Avisador -1884-1888-97; 242-O Progresso Medico -1876-1878-1; 243-O Publicola -1836-1; 244-O Quinze de Novembro do Sexo Feminino: periódico quinzenal, litterário, recreativo e noticioso -1889-1890-5; 245-O Rabugento -1862-2; 246-O Regenerador -1860-1861-2; 247-O Reporter -1879-22; 248-O Republico -1830-1855-6; 249-O Rio-Nu -1898-1900-57; 250-O Sete d'Abril -1833-1839-31; 251-O Simplicio -1831-1832-3; 252-O Simplicio da Roça -1831-1832-7; 253-O Social -1845-1846-5; 254-O Tempo -1891-1894-107; 255-O Tymbira -1889-1890-1; 256-O Typographo : folha dedicada a arte typographica -1867-1; 257-O Tyranno -1857-1880-2; 258-O Velho Brazil -1853-1854-2; 259-O Verdadeiro Caramurú -1833-1; 260-O Verdadeiro Patriota -1830-1831-4; 261-O Volantim -1822-1; 262-O Vulgarisador -1877-1880-1; 263-Opiniao Liberal -1866-1870-4; 264-Os Dois Mundos - 1877-1878-1; 265-Ostensor Brasileiro: jornal litterario pictorial -1845-1; 266-Pequeno Almanak do Rio de Janeiro -1842-1843-2; 267-Periodico dos Pobres -1850-1871-69; 268-Pharol do Imperio -1837-18; 269-Reportorio Theatral -1840-2; 270-Republica das Moças -1879-1; 271-Reverbero Constitucional Fluminense -1821-1822-2; 272-Revista Academica -1873-1; 273-Revista Agricola do Imperial Instituto Fluminense de Agricultura -1869-1891-1; 274-Revista Brasileira: jornal de litteratura, theatros e industria -1855-1; 275-Revista Brazileira: jornal de sciencias, lettras e artes -1851-1979-98; 276-Revista Complexa -1878-1880-1; 277-Revista Contemporanea -1818-1819-4; 278-Revista da Semana -1900-2; 279-Revista de Engenharia -1879-1891-2; 280-Revista do Centro Litterario -1882-1884-5; 281-Revista do Exercito Brasileiro -1883-1885-1; 282-Revista do Instituto da Ordem dos Advogados Brasileiros -1862-1893-2; 283-Revista do Instituto Polytechinico Brasileiro -1867-1900-1; 284-Revista do Rio de Janeiro -1876-1877-2; 285-Revista Illustrada -1876-1898-60; 286-Revista Luso-Brasileira -1860-4; 287-Revista Maritima Brazileira -1881-1889-1; 288-Revista Medica Brasileira -1841-1843-2; 289-Revista Mensal da Sociedade: ensaios litterarios -1863-1874-1; 290-Revista Mensal das Decizões Proferidas Pela Relação da Corte -1876-1877-1; 291-Revista Moderna : publicacao quinzenal illustrada -1897-1899-6; 292-Revista Musical: semanario artistico -1879-1880-9; 293-Revista Nacional e Estrangeira -1839-1840-7; 294-Revista Popular: noticiosa, scientifica, industrial, historica, litteraria, artistica, biographica, anedoctica, musical -1859-1862-39; 295-Revista Theatral -1894-1895-12; 296-Rio Post -1886-1888-1; 297-Semana Familiar -1862-4; 298-Semanario do Cincinnato -1887-1; 299-The American Mail -1873-1; 300-The Anglo-Brazilian Times: political, litterary, and commercial -1865-1884-57; 301-The Brazilian Review -1889-1900-4; 302-The Rio Mercantile Journal -1847-1856-1; 303-The Rio News -1879-1900-210; 304-Tres de Maio -1858-1; 305-Tribuna Artistica : periodico semanal escripto e redigido por artistas -1871-1; 306-Tribuna Liberal: orgao do partido -1888-1889-13; 307-Tribuna Pharmaceutica: orgao do Instituto Pharmaceutico do Rio de Janeiro -1874-1882-1; 308-Tribuna Pharmaceutica: orgao do Instituto Pharmaceutico do Rio de Janeiro -1874-1882-1; 309-União Medica: archivo internacional de sciencias médicas -1881-1890-4; 310-Voz Fluminense -1829-1831-1.

Fonte: Hemeroteca Digital Brasileira, consultas realizadas até junho de 2013

*Periódico com informações relativas à Pernambuco, dados desconsiderados.

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 18 · N° 187 | Buenos Aires, Diciembre de 2013
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