Aptidão física relacionada à saúde e ao desempenho atlético e atividade física na infância e adolescência: artigo de revisão La aptitud física relacionada con la salud y el rendimiento atlético y la actividad física en la infancia y la adolescencia: artículo de revisión |
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*Bolsista, Fundação Araucária, Acadêmico do curso de Educação Física da Universidade Estadual do Norte do Paraná, Jacarezinho-PR **Mestre em Ciências da Saúde, Professor da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), Jacarezinho-PR (Brasil) |
Waynne Ferreira de Faria* João Paulo de Farias* Rui Gonçalves Marques Elias** |
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Resumo Os benefícios proporcionados pela prática regular de atividade física na infância e adolescência são importantes para o processo biológico de crescimento e desenvolvimento humano. Nesse contexto, indivíduos que apresentam índices satisfatórios nos componentes da aptidão física relacionada à saúde como: estado nutricional, flexibilidade, força/resistência muscular e resistência aeróbia, estão sujeitos ao incremento das funções cardiovasculares, metabólicas, musculoesqueléticas e auxilio no controle e redução da adiposidade corporal. Por outro lado, índices satisfatórios nos componentes: velocidade, potência, agilidade, coordenação e equilíbrio estão associados positivamente com a prática mais eficiente nos esportes, aumento da saúde óssea, coordenação motora e baixa incidência de lesões no desporto. Portanto, investigações sobre o comportamento de indicadores da aptidão física em populações jovens, de diferentes estratos socioeconômicos, em diferentes regiões, podem fornecer valiosas informações para análise do estilo de vida adotado em sociedades distintas, em diferentes períodos da história, podendo servir de subsídios para programas de intervenção neste segmento populacional. Unitermos: Desempenho motor. Atividade motora. Jovens.
Abstract The benefits provided by the regular practice of physical activity in childhood and adolescence are important for the biological process of human growth and development. In this context, individuals who present satisfactory scores in the components of physical fitness related the health as: nutritional status, flexibility, muscular strength/resistance and aerobic endurance, are subject to increase functions cardiovascular, metabolic, musculoskeletal and aid in the control and reduction of adiposity. On the other hand, satisfactory in the indexes components: speed, power, agility, coordination and balance are associated positively with the most efficient practice in sports, increase bone health, motor skills and low incidence of sports injuries. Therefore, investigations into the behavior of indicators of physical fitness in young populations, from different socioeconomic strata, in different regions, can provide valuable information for lifestyle analysis adopted in different companies, in different periods of history, can serve as a support for intervention programs in this population segment. Keywords: Motor performance. Motor activity. Youth.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 187, Diciembre de 2013. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Um bom desempenho motor pode ser considerado um atributo fundamental para a construção de todo um acervo motor durante a infância e adolescência, tornando-se, assim, essencial para a efetiva participação em atividades cotidianas (PELEGRINI et al., 2011). Nessa fase do desenvolvimento humano, além das implicações fisiológicas relacionadas aos aspectos de maturação biológica, o organismo jovem encontra-se especialmente sensível à influência de fatores ambientais e comportamentais tanto de natureza positiva como negativa (GUEDES, 2007).
Um conjunto representativo de instituições nacionais e internacionais ligadas à saúde tais como: a Organização Mundial da Saúde, o Colégio Americano de Medicina Desportiva e a Federação Brasileira de Medicina do Esporte, destacam que o estilo de vida fisicamente ativo atua como fator de prevenção de um conjunto de doenças entre as quais se situam as cardiovasculares, a hipertensão arterial, hipercolesterolemia e hiperlipidemia, obesidade, diabetes mellitus tipo II, osteoporose, lombalgias, depressão e determinados tipos de câncer, mesmo quando praticado na infância e adolescência (GAYA; SILVA, 2007).
Para Guedes et al. (2012) a aptidão física é um atributo biológico direcionado à capacidade de realizar esforço físico. Sendo assim, Caspersen et al. (1985) relatam que a aptidão física se divide em dois grupos: aptidão física relacionada à saúde e aptidão física relacionada ao desempenho atlético. Portanto, em relação à capacidade motora podem ser identificados oito componentes: resistência cardiorrespiratória, força/resistência muscular, flexibilidade, velocidade, potência, agilidade, coordenação e equilíbrio (GUEDES, 2007). Nesse sentido, a aptidão física relacionada ao desempenho atlético deve levar em consideração a especificidade de cada modalidade esportiva (DUMITH et al., 2010), ao passo que a aptidão relacionada à saúde envolve, especialmente, aqueles componentes que em questões motoras podem influenciar positivamente no combate às doenças do tipo degenerativas não transmissíveis induzidas pelo estilo de vida sedentário (RONQUE et al., 2010; JAGO et al., 2010).
Nesse contexto, acredita-se que a manutenção de níveis adequados de aptidão física relacionada à saúde pode contribuir sobremaneira para uma maior expectativa de vida com menor morbidade, obtida pela mudança do estilo de vida que inclui, entre outras variáveis, a adoção preventiva do estilo de vida ativo (RAVAGNANI et al., 2006). No entanto, há vários estudos mostrando que os níveis de aptidão física em crianças e adolescentes não atingem níveis satisfatórios para a saúde (PELEGRINI et al., 2011; RONQUE et al., 2007; LUGUETTI et al., 2010; GLANER et al., 2005). Assim, o acompanhamento dos índices de desempenho motor de crianças e adolescentes podem contribuir de forma decisiva na tentativa de promover a prática de atividades físicas no presente e para toda a vida. Nesta perspectiva, o objetivo deste estudo foi revisar a literatura especializada a respeito da aptidão física relacionada à saúde e ao desempenho atlético e sua relação com a prática de atividade física na infância e adolescência.
Avaliação da aptidão física
Na literatura observa-se uma gama de baterias de testes motores, o que permite grande número de opções para o acompanhamento do desempenho motor. Dentre elas a bateria de testes e medidas do Projeto Esporte Brasil (PROESP-BR) vem sendo empregada em vários estudos brasileiros (BERGMANN et al., 2005; DUMITH et al., 2008; DUMITH et al., 2010). O PROESP-BR é um observatório permanente dos indicadores de crescimento, desenvolvimento somatomotor e do estado nutricional de crianças e adolescentes brasileiros de sete a 17 anos de idade e tem como principal objetivo delinear o perfil somatomotor, hábitos de vida e fatores de aptidão motora em crianças e adolescentes, tendo em vista agregar indicadores para a constituição de politicas de educação física e esportes para crianças e jovens no Brasil (GAYA; SILVA, 2007). A bateria de testes e medidas do PROESP-BR apresenta como principal vantagem a fácil aplicação. Além disso, requer baixo custo operacional e não necessita de infraestruturas físicas sofisticadas, sendo bastante apropriada para ser aplicada em um grande número amostral. Entretanto, outras baterias são reportadas na literatura, tais como: AAHPERD, Physical Best, NCYFS, Fitnessgram, CAHPERD e Eurofit.
Todas as baterias apresentam uma preocupação em envolver o número mínimo de testes motores e uma sequência que possa diminuir a interferência nos resultados após os testes motores subsequentes. Assim, Guedes (2007) sugere que o número ideal que deve compor uma bateria de testes motores esteja restrito de três a quatro itens quando esta envolve componentes de aptidão física relacionada à saúde, e entre seis e oito itens quando procura privilegiar componentes de aptidão física relacionada ao desempenho atlético.
Caso a bateria de testes motores seja idealizada para ser administrada em um único dia, os testes motores que procuram oferecer informações sobre a capacidade motora flexibilidade devem iniciar a sequência. Depois, pela ordem, os testes motores que exigem participação da potência, da velocidade, da agilidade e da força/resistência muscular. Deve-se completar essa série com os testes motores que envolvem a resistência cardiorrespiratória (GUEDES, 2007). Essa sequência para administração dos testes motores justifica-se em razão de as capacidades motoras flexibilidade, potência, velocidade e agilidade serem mais bem testadas no início de uma série de esforços físicos seguida por testes motores que procuram envolver força/resistência muscular, tendo em vista as implicações fisiológicas que envolvem essas capacidades motoras. Além disso, após a administração dos testes de caminhada/corrida de longa distância recomenda-se prolongado tempo para recuperação, e assim, sempre deverão ser administrados no final da sequência de testes motores de uma bateria.
Logo, a mensuração da aptidão física em jovens consiste em uma importante ferramenta disponível aos professores de Educação Física para avaliar e monitorar o desempenho dos seus alunos. Além disso, é importante determinar se o nível de aptidão física difere de acordo com determinadas características, tanto do aluno, quanto do contexto.
Benefícios de se manter apto fisicamente na infância e adolescência
A partir da década de 80, surgiu o conceito de aptidão física relacionada à saúde, que pode ser definida como a capacidade de realizar tarefas diárias com vigor, e demonstrar traços e características que estão associados a baixo risco de desenvolvimento prematuro de doenças hipocinéticas (CASPERSEN et al., 1985; DUMITTH et al., 2008).
Atualmente, muitos estudos têm indicado que níveis satisfatórios de aptidão física relacionada à saúde podem favorecer a prevenção, manutenção, melhoria da capacidade funcional e redução das chances de desenvolver inúmeras disfunções de caráter crônico degenerativo, tais como obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares, hipertensão, osteoporose dentre outras, proporcionando, assim, melhores condições de saúde e qualidade de vida a população (RAVAGNANI et al., 2006; CANDEIAS, 2006; DIAS et al., 2008).
Todavia, maior ênfase tem sido dada nos períodos da infância e adolescência, uma vez que nessas fases da vida o organismo parece mais sensível às modificações relacionadas aos aspectos motores e da composição corporal (RODRIGUES et al., 2007; ORSANO et al., 2010; BERGMANN et al., 2011). Os benefícios proporcionados pela prática regular de atividade física na infância e adolescência são importantes para o processo biológico de crescimento e desenvolvimento humano. Assim, indivíduos que apresentam índices satisfatórios nos componentes da aptidão física relacionada à saúde como: estado nutricional, flexibilidade, força/resistência muscular e resistência aeróbia, estão sujeitos ao incremento das funções cardiovasculares, metabólicas, musculoesqueléticas e auxilio no controle e redução da adiposidade corporal (CESCHINI et al., 2009). A literatura sobre a relação entre aptidão física e a saúde mental nos jovens é ainda escassa. Assim, Ortega et al. (2008) sugerem que a melhoria na aptidão física tem efeitos positivos de curto e longo prazo sobre a depressão, ansiedade, estado de humor e autoestima nos jovens, sendo também associado com um maior desempenho acadêmico.
Por outro lado, os componentes relacionados ao desempenho atlético como: velocidade, potência, agilidade, coordenação e equilíbrio estão associados positivamente com a prática mais eficiente nos esportes, aumento da saúde óssea, coordenação motora e baixa incidência de lesões no desporto (FAIGENBAUM; MYER, 2010). Para tanto, adolescentes devem envolver-se em atividades físicas de intensidade moderada a vigorosa por pelo menos 60 minutos por dia, acumulando assim, 300 minutos por semana, sendo que essas atividades podem ser realizadas no âmbito escolar ou fora, de forma estruturada ou não estruturada (STRONG et al., 2005).
No entanto, mesmo sabendo dos benefícios de se ter uma boa aptidão física há indícios de que crianças e adolescentes apresentam, atualmente baixos níveis de aptidão física (PELEGRINI et al., 2011) e que estes se relacionam com a composição corporal (RONQUE et al., 2007 RONQUE et al., 2010; MAK et al., 2010). Em um estudo com adolescentes de Demerval Lobão/PI de 14 a 15 anos de idade, observou-se uma diminuição da pontuação da aptidão física com o aumento da gordura corporal, demonstrando no geral que esses adolescentes são um grupo vulnerável aos riscos de saúde devido ao estilo de vida e sua relação com os componentes da aptidão física relacionada à saúde (ORSANO et al., 2010). Já Rodrigues et al. (2007) associaram o nível de aptidão cardiorrespiratória com os fatores de risco cardiovascular em adolescentes com idades entre 10 e 14 anos, observou-se que o grupo de baixa aptidão apresentou maior prevalência de indivíduos com excesso de peso para ambos os sexos e associação significativa entre aptidão cardiorrespiratória e triglicerídeos, porém observou-se apenas para o sexo masculino.
Assim a aptidão cardiorrespiratória mais baixa parece ter influência negativa sobre os fatores de risco cardiovasculares em adolescentes, o que corrobora com o estudo de Jago et al. (2010) que associaram a aptidão cardiorrespiratória e o índice de massa corporal com fatores de risco cardiovasculares em adolescentes americanos, encontrou-se que a circunferência de cintura, colesterol de baixa densidade, triglicérides, pressão arterial diastólica, resistência à insulina e índice de massa corporal foram inversamente associados com a aptidão cardiorrespiratória. Portanto o excesso de peso e a aptidão cardiorrespiratória parecem ser associados com fatores de risco de cardiovascular entre adolescentes, porém, as associações mais fortes são observadas para o excesso de peso (RONQUE et al., 2010). Mesmo que as crianças e adolescentes não apresentem sintomas decorrentes das doenças crônico-degenerativas não transmissíveis nesta fase da vida, com o decorrer dos anos, podem manifestar estado de morbidez em função dos fatores de risco, pois hábitos construídos na adolescência tendem a permanecer até a idade adulta, formando futuramente indivíduos sedentários (ALVES et al., 2005). Além da formação de indivíduos inativos Guedes et al. (2006) indicam que o excesso de peso na infância e adolescência é um fator de risco determinante para o aparecimento de doenças cardiovasculares e metabólicas na vida adulta, o que torna importante conhecer e prevenir esses quadros, a partir do monitoramento precoce em crianças e adolescentes. Portanto, investigações sobre o comportamento de indicadores da aptidão física relacionada à saúde em populações jovens, de diferentes estratos socioeconômicos, em diferentes regiões, podem fornecer valiosas informações para análise do estilo de vida adotado em diferentes sociedades, em diferentes períodos da historia, podendo servir de subsídios para programas de intervenção neste segmento populacional.
Prática esportiva na infância e adolescência associada à prática de atividade física na vida adulta
O engajamento em atividades físicas e atividades de cunho desportivo, embora não especificamente dentro de um programa supervisionado, estão ligados diretamente e indiretamente com o melhor funcionamento cognitivo (atenção e memória) em jovens, desempenho acadêmico elevado, redução do abandono escolar e maiores chances de ingressar no curso superior (BARBER et al., 2001). Além disso, Perkins et al. (2004) relatam que adolescentes que jogam esporte organizado são oito vezes mais susceptíveis de se envolverem em atividades sistematizadas aos 21 anos de idade.
Não obstante, Tammelin et al. (2003) avaliaram a associação entre a participação de diferentes tipos de esportes na adolescência e atividade física na vida adulta em uma amostra de 7794 finlandeses, verificou-se que a participação em esportes pelo menos uma vez por semana entre as moças e duas vezes por semana entre os rapazes foi associada com alto nível de atividade física na vida adulta, onde o engajamento nos esportes de resistência e alguns esportes que exigem e incentivam a diversificação de habilidades esportivas, pareceram ser mais benéficos em relação ao aumento da prática de atividade física na fase adulta. Desta forma, a prática de atividades físicas e de esportes na juventude aumenta a probabilidade de ser ativo na vida adulta.
O efeito de programas de atividade física sobre a aptidão de crianças e adolescentes
No Brasil, o nível de atividade física em adultos está bem abaixo do recomendado dos padrões internacionais. Cerca de 60% da população adulta são sedentários (SUZUKI et al., 2011; BARETTA et al., 2007), sendo que os jovens apresentam uma porcentagem semelhante a dos adultos (HALLAL et al., 2006; GONÇALVES et al., 2007; CESCHINI et al., 2009 e JÚNIOR et al., 2011). A escola é hoje um local onde quase todos os jovens frequentam durante vários anos de sua vida, representando uma excelente oportunidade de intervenção, pois é neste período que a aquisição de comportamentos saudáveis tende a perdurar até a fase adulta (AZEVEDO et al., 2007; ORTEGA et al., 2008). Sendo assim, Guedes e Guedes (2001) analisaram a intensidade, a duração e a frequência dos esforços físicos a que são submetidos os alunos nos programas de educação física escolar em 15 escolas diferentes de ensino fundamental e médio, revelaram que o nível de intensidade e a duração dos esforços físicos realizados pelos escolares foram menores que o limite mínimo necessário para que possam ocorrer benefícios à saúde.
A eficácia de intervenções para melhorar a atividade física foi recentemente analisada em uma revisão sistemática da literatura (KRIEMLER et al., 2011). A análise concluiu que programas baseados nas escolas foram bem sucedidos em melhorar o condicionamento físico entre crianças e adolescentes em idade escolar. No entanto, as evidências mostram alta variabilidade no efeito de diferentes tipos de programas realizados na escola. Sendo que alguns conseguiram pequenos aumentos do nível de atividade física (WILSON et al., 2005; ARDOY et al., 2011; CARDON et al., 2007). Para avaliar os efeitos dos programas de intervenção na aptidão física de jovens, estudos têm utilizado bateria de testes e medidas distintas (KATZ et al., 2010; ARDOY et al., 2011; STARC; STREL, 2012).
Um programa anual de intervenção escolar visando melhorar a prática de atividade física, aptidão e aspectos psicossociais em adolescentes chilenos de baixo nível socioeconômico, constatou que o grupo intervenção apresentou um aumento significativo na capacidade aeróbia em compração com o grupo controle. Em relação aos aspectos psicossociais, a pontuação de ansiedade diminuiu 13,7% e 2,8% e a autoestima aumentou 2,3% e 0,1% para o grupo intervenção e controle, respectivamente (BONHAUSER et al., 2005). Os resultados mostram benefícios significativos em termos de aptidão física e estado de saúde mental, podendo servir como subsídios para a constituição de outros programas de intervenção.
O Projeto Saúde na Boa, empregado por Barros et al. (2009) consiste em um programa de intervenção com estudantes de ensino médio nas cidades de Recife e Florianópolis, pertencendo às regiões nordeste e sul do Brasil, respectivamente, cujos métodos incluíram mudanças ambientais organizacionais, educação de atividade física e treinamento de profissionais. Embora semelhantes no início, após a intervenção de nove meses, o grupo controle relatou dias inferiores engajados em atividades físicas com intensidades moderada a vigorosa por 60 minutos/dia que o grupo intervenção (p < 0,01). Ainda Barros et al. (2009) relatam que a promoção da atividade física na escola deve ser priorizada. Não obstante, em revisão sistemática da literatura latino-americana, Hoehner et al. (2008) mostraram que intervenções no ambiente escolar são altamente recomendadas para promoção de atividade física.
Conclusão
O incremento das funções cardiovasculares, metabólicas, musculoesqueléticas, controle e/ou redução da adiposidade e melhor funcionamento cognitivo (atenção e memória) podem ser proporcionados pela prática regular de atividade física na infância e adolescência, resultando em maiores índices de desempenho motor, além dos processos biológicos de crescimento e desenvolvimento humano. Além disso, a prática de atividades físicas e de esportes na juventude aumenta a probabilidade de praticar atividade física na vida adulta.
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EFDeportes.com, Revista
Digital · Año 18 · N° 187 | Buenos Aires,
Diciembre de 2013 |