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Aptidão física relacionada à saúde e a Educação Física 

Escolar. Reflexões e experiências do PIBID UNIPAMPA

La aptitud física relacionada con la salud y la Educación Física escolar. Reflexiones y experiencias del PIBID UNIPAMPA

Health related fitness and Physical Education. Reflections and experiences PIBID UNIPAMPA

 

*Bolsista do programa de institucional de bolsas de Iniciação à Docência PIBID/CAPES

da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA)

**Coordenador do subprojeto educação física do programa institucional de bolsas

de iniciação à docência PIBID/CAPES da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA)

Thais Almeida Pereira*

Prof. Dr. Gabriel Gustavo Bergmann**

gabrielgbergmann@gmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Em nossa sociedade uma parcela significativa de indivíduos adultos contribui para o aumento das estatísticas associadas às doenças crônicas não transmissíveis como conseqüência da vida sedentária. Por essa razão, a educação física escolar vem sendo repensada, onde a preocupação com a educação para a saúde aparece como um dos conteúdos a serem tratados. Portanto, além da prática de atividades físicas, o conhecimento sobre tais práticas e os seus benefícios para a saúde devem ser incorporados no cotidiano escolar para que os alunos tenham conhecimento sobre a importância das atividades físicas. Diante deste panorama, este estudo: a) abordará a Aptidão Física Relacionada à Saúde e sua inserção nas aulas de Educação Física Escolar; e, b) apresentará reflexões a partir das experiências obtidas a partir das ações do subprojeto Educação Física do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à docência (PIBID) da Universidade Federal do Pampa. Aptidão Física Relacionada à Saúde refere-se às condições fisicas do indivíduo que estão diretamente relacionadas com a saúde e a qualidade de vida. Não podemos esquecer que para muitas crianças e adolescentes a educação física escolar é a única oportunidade de prática de atividades físicas planejadas, executadas e supervisionadas por profissionais da área. O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência da Universidade Federal do Pampa, através do subprojeto Educação Física, que atua na Escola Estadual de Ensino Médio Dom Hermeto no município de Uruguaiana, RS, vem trabalhando não apenas com a transmissão das diferentes manifestações da Cultura Corporal do Movimento, mas também visando a promoção da saúde. Então, nosso maior desafio é formar indivíduos que busquem a aquisição da saúde por meio da prática de atividades físicas de lazer, mantendo um padrão de vida saudável e fisicamente ativa.

          Unitermos: Aptidão física relacionada à saúde. Promoção da saúde. Educação Física. Escola. PIBID.

 

Abstract

          In our society a significant portion of adults contributes to the increase of the statistics associated with chronic diseases as a result of sedentary life. For this reason, scholar physical education is being rethought, where concern for the health education appears as one of the subjects to be treated. Therefore, in addition to physical activity, knowledge about these practices and their health benefits should be incorporated into daily school so that students are aware of the importance of physical activity. Given this framework, the aims of this study are: a) address the Health Related Fitness and their inclusion in Physical Education classes, and b) submit reflections based on experiences gained from the actions of the Physical Education subproject of Institutional Program of scholarship of Initiation to teaching (PIBID) of the Federal University of Pampa. Health Related Fitness refers to the physical conditions of the individual that are directly related to the health and quality of life. We can not forget that for many children and adolescents to physical education is the only opportunity for physical activity planned, executed and supervised by professionals. The Institutional Program of scholarship of Initiation to Teaching of the Federal University of Pampa, through Physical Education subproject, which operates in the Don Hermeto State High School in the Uruguaiana, RS, has been acting not only with the transmission of different manifestations of the Movement Body Culture, but also for the promotion of health. So our biggest challenge is to train individuals seeking to purchase health through physical activity for leisure, while maintaining a standard of living healthy and physically active.

          Keywords: Health-related physical fitness. Health promotion. Physical Education. School. PIBID.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 187, Diciembre de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Em nossa sociedade uma parcela significativa de indivíduos adultos contribui para o aumento das estatísticas associadas às doenças crônicas não transmissíveis como consequência da vida sedentária. Por essa razão, a educação física escolar vem sendo repensada, onde a preocupação com a educação para a saúde aparece como um dos conteúdos a serem tratados. Isto se justifica, pois inúmeros estudos relatam que crianças e adolescentes fisicamente ativos, tendem a permanecerem ativos durante a vida adulta. Vale ressaltar que, em outras épocas, os programas de educação física escolar eram vistos com o objetivo de aquisição e manutenção da aptidão física e saúde, porém, de forma incompleta, pois se preocupavam apenas com a realização de exercícios físicos sem nenhuma contribuição para a formação educacional dos jovens.

    O ser humano vem se tornando cada vez menos dependente de suas capacidades físicas para sobreviver18. Esta mudança no estilo de vida dos indivíduos é influenciada pelo meio que estes estão inseridos. Portanto, além da prática de atividades físicas, o conhecimento sobre tais práticas e os seus benefícios para a saúde devem ser incorporados no cotidiano escolar para que os alunos tenham conhecimento sobre a importância das atividades físicas.

    Crianças e adolescentes em idade escolar raramente apresentam sintomas associados às doenças crônicas não transmissíveis, tais como: câncer, dislipidemia, coronariopatias, hipertensão, diabetes, osteoporose e obesidade. Contudo, isto não quer dizer que estes indivíduos estejam imunes a tais enfermidades, visto que estas doenças têm seu princípio na infância e/ou adolescência e manifestam-se na vida adulta, principalmente quando aliados a comportamentos de risco como o tabagismo, alcoolismo, dietas hipercalóricas e sedentarismo.

    Muitos estudos mostram que a aptidão física das crianças e dos adolescentes do nosso país é preocupante e que em várias situações está abaixo dos índices considerados satisfatórios. Diante deste panorama, este estudo: a) abordará a Aptidão Física Relacionada à Saúde (ApFRS) e sua inserção nas aulas de Educação Física Escolar; e, b) apresentará reflexões a partir das experiências obtidas a partir das ações do subprojeto educação física do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à docência (PIBID) da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA).

Aptidão física: definições e características

    Aptidão fisica é a capacidade de realizar atividades fisicas com energia e sem excesso de fadiga e divide-se em Aptidão Física Relacionada ao Desempenho Motor (ApFRDM) e Aptidão Física Relacionada à Saúde (ApFRS).

    ApFRDM são as habilidades motoras e esportivas que contribuem para o desempenho de tarefas específicas, sejam elas no trabalho ou no esporte. Seus componentes são a composição corporal, a flexibilidade, a resistência cardiorrespiratória, a força/resistência muscular, a agilidade, a velocidade, o equilíbrio postural e a coordenação motora.

    ApFRS refere-se às condições fisicas do indivíduo que estão diretamente relacionadas com a saúde e a qualidade de vida. Em 1980, a Aliança Americana para Saúde, Educação Física, Recreação e Dança1 sugeriu os seguintes componentes para análise da ApFRS: composição corporal, medida através do somatório das dobras cutâneas triciptal e subescapular; flexibilidade, medida através do teste de sentar e alcançar; resistência cardiorrespiratória, medida pelo teste de corrida/caminhada de 9 minutos e força/resistência muscular, medida através do número de repetições de exercícios abdominais em 1 minuto.

    A resistência cardiorrespiratória e a composição corporal, quando em níveis abaixo do recomendado, estão fortemente relacionadas com doenças crônicas associadas ao sistema cardiovascular. A força/resistência muscular e a flexibilidade foram incluídas como componentes da ApFRS por acreditar-se que dores nas costas e problemas posturais podem ter como uma de suas causas a fraqueza e a falta de flexibilidade dos músculos que envolvem a coluna vertebral. Nesta perspectiva uma série de autores tem discutido o papel da educação física no desenvolvimento da ApFRS durante as aulas de educação física escolar.

Aptidão física relacionada à saúde e a Educação Física Escolar

    O próprio indivíduo tem as maiores possibilidades de interferir na aptidão para a saúde, visto que os níveis de ApFRS são fortemente influenciados pelo estilo de vida. Quanto melhores os níveis de ApFRS, menores são os riscos de desenvolvimento de doenças associadas à comportamentos hipocinéticos, tais como: elevados níveis de colesterol sanguíneo, hipertensão arterial, osteoartrite, diabetes, acidente vascular cerebral, câncer, coronariopatias, depressão, ansiedade, além de problemas sociais. Desta forma, é fundamental que desde cedo crianças e adolescentes sejam apresentados de forma pedagogicamente organizada às diferentes manifestações da cultura corporal do movimento. Isto possibilitará a estes indivíduos conhecer estas práticas, aprender a executá-las e entender a importância da manutenção de uma vida fisicamente ativa mesmo após os anos escolares.

    Para Nahas e Corbin16 e Guedes e Guedes11 é necessário preocupar-se com a ApFRS nos conteúdos das aulas de Educação Física Escolar. Isto poderia auxiliar na solução para pelo menos parte dos problemas relacionados à inatividade física e aos comportamentos sedentarismos e suas doenças conseqüentes. Nesta perspectiva, Koutedakis e Bouziotas13 compararam variáveis de ApFRS em adolescentes que participavam somente das aulas de educação física escolar com aqueles que participavam, concomitantemente, de programas extracurriculares de exercícios físicos sistematizados e orientados. Os autores verificaram que os indivíduos que praticavam atividades extracurriculares apresentaram melhores performance nos testes, principalmente na resistência cardiorrespiratória. Resultados como o de Koutedakis e Bouziotas13 indicam que caso a educação física escolar tivesse uma carga horário maior e assumisse o compromisso com a ApFRS, possivelmente as crianças e os adolescentes teriam melhores desempenhos físicos.

    Embora Marques e Gaya14 concordem com a ideia dos autores citados acima, relatam também que a escola não pode ser a única responsável na resolução de problemas como a ausência de atividade física dos adolescentes. Esta deve ser uma questão a ser prestigiada também por programas políticos e em todos os setores da sociedade, principalmente pelas famílias dos jovens.

    Ainda conforme Marques e Gaya14 é comum, nos programas de educação física escolar, o predomínio do jogo e das atividades lúdicas, que privilegiam de forma exagerada às capacidades motoras coordenativas (equilíbrio, precisão e ritmo). Apesar de estas capacidades coordenativas serem de extrema importância para a formação integral dos alunos, verifica-se uma lacuna quanto aos conteúdos da aptidão física relacionada à saúde.

    Para um programa voltado à aptidão fisica na escola, é necessário que os alunos tenham conhecimentos básicos de fisiologia, biomecânica, anatomia e nutrição, que sintam prazer em realizar as atividades e que desenvolvam certas habilidades motoras, pois assim terão autonomia e motivação para a prática de atividades físicas. Esta parece ser uma função educacional relevante e de responsabilidade exclusiva da educação física escolar. Um bom exemplo é o atletismo, mais precisamente a corrida. Para que os alunos tenham a autonomia de realizar esse tipo de atividade, é necessário explorar os campos do conhecimento citados acima, como por exemplo, a freqüência cardíaca, a respiração, a hidratação, a alimentação antes, durante e depois de uma corrida de longa distância, o aquecimento e até mesmo as lesões e desconfortos causados por uma corrida mal orientada.

    Com o intuito de inserir estes e outros conteúdos nos programas de educação física escolar, o Grupo de Estudos em Epidemiologia da Atividade Física da Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas está desenvolvendo um projeto chamado “Educação Física + Praticando Saúde na Escola” que entende a escola, principalmente a aula de educação física, como o espaço mais apropriado para a transmissão do conhecimento acerca da promoção da saúde. Este projeto atende desde a 5ª série/6º ano do ensino fundamental até o 3º ano do ensino médio, sendo uma proposta a ser acrescentada e ajustada ao planejamento das escolas envolvidas, através da sistematização dos conteúdos relacionados à prática de atividades físicas e saúde.

    O objetivo principal deste projeto é incentivar a diversificação e a qualificação das aulas de educação física na escola, direcionando-se a uma perspectiva de problematização das práticas corporais e sua relação com a saúde no seu aspecto individual e coletivo, auxiliando na expansão destes conhecimentos tão importantes e significativos na vida dos alunos e da comunidade.

    Para cada série, são apresentados conteúdos, sugestões de planos de aula, textos de apoio e processos de avaliação. Para apresentar e problematizar as diferentes temáticas identificadas na literatura e/ou elaboradas pelo projeto podem ser utilizados recursos como aulas práticas, aulas expositivas, jogos e brincadeiras, debates, vídeos, trabalhos de pesquisa, confecção de materiais (cartazes, folders, etc.), seminários, dramatizações, músicas (elaboração de paródias, por exemplo), entrevistas, produção textual, saídas de campo, etc.

    De acordo com a proposta do projeto, da 5ª a 8ª série (6º ao 9º ano) os alunos devem aprender e refletir sobre aquecimento e alongamentos, o impacto dos avanços tecnológicos, a freqüência cardíaca durante a atividade física, alimentação saudável, importância da atividade física, intensidade e volume das atividades físicas, capacidades físicas e aptidão física, postura, sedentarismo, exercícios aeróbios e anaeróbios e a importância do balanço energético. Já no ensino médio os conteúdos a serem desenvolvidos são: saúde, atividade física, exercício físico, aptidão física, composição corporal, doenças crônico-degenerativas, exercícios aeróbios de força e flexibilidade, programas de atividades físicas, dietas e suplementos alimentares, conceito de beleza, estética, hidratação, desidratação, reidratação e substâncias proibidas no esporte.

    A escola, por intermédio da educação física, deve reservar um espaço de suas aulas para tratar do aprimoramento da ApFRS e capacitar seus alunos a identificarem e conhecerem os benefícios da prática de atividades físicas. O professor de educação física tem a possibilidade de avaliar e acompanhar o desenvolvimento de seus alunos e verificar as possíveis alterações nos componentes da aptidão física ao longo de determinados períodos.

    Através da análise da ApFRS na escola, é possível verificar a relação entre o nível de aptidão física com doenças crônicas que tendem a comprometer, futuramente, a vida dos nossos alunos, lembrando que grande parte dos distúrbios orgânicos que ocorrem na vida adulta, podem ser minimizados ou evitados através de hábitos de vida saudável assumidos ainda na infância e adolescência. Diante disto, não parece haver dúvidas que a escola, principalmente pela educação física, é o local mais adequado para a educação para a saúde. Obviamente, outros locais onde práticas motoras são realizadas também podem assumir esta responsabilidade. Não obstante, não podemos esquecer que para muitas crianças e adolescentes a educação física escolar é a única oportunidade de prática de atividades físicas planejadas, executadas e supervisionadas por profissionais da área. Por essa razão, torna-se urgente a necessidade de adoção de uma nova visão de educação física escolar que não privilegie apenas jogos e atividades lúdicas (MARQUES e GAYA14), mas também a promoção da saúde. As práticas de atividades físicas durante as aulas de educação física escolar estão muito aquém do nível desejado para se ter uma boa ApFRS, tendo em vista que a maior parte do tempo, o aluno encontra-se em atividades de baixa intensidade, o que não apresenta grandes mudanças na aquisição e manutenção da saúde. Por esta razão é que a escola deve preocupar-se em incentivar a prática de atividades físicas e transmitir conhecimentos básicos sobre a ApFRS, pois somente as aulas de educação física na escola não são suficientes devido ao baixo nível de esforço exigido durante as mesmas4. Podemos observar esta afirmação no estudo de GUEDES E GUEDES11, quando concluem que “durante as aulas de educação física observadas no estudo, os escolares se dedicaram muito pouco tempo a realização de esforços físicos que podem induzir adaptações voltadas a um melhor funcionamento orgânico”.

Reflexões e experiências do Subprojeto Educação Física do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência da Universidade Federal do Pampa

    O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), através do subprojeto Educação Física, que atua na Escola Estadual de Ensino Médio Dom Hermeto no município de Uruguaiana/RS, vem trabalhando não apenas com a transmissão da Cultura Corporal do Movimento (CCM), mas também visando a promoção da saúde, através das aulas de educação física e de avaliações antropométricas e motoras realizadas semestralmente.

    Atualmente, nas aulas de educação física da EEEM Dom Hermeto são trabalhadas diversas modalidades de esportes, que compreendem desde os esportes coletivos até os esportes radicais, além de danças, lutas, esportes individuais, ginásticas, atletismo, etc. Todas estas atividades são organizadas ao longo dos anos finais do ensino fundamental. Concomitantemente a estes conteúdos, os temas relacionados à ApFRS e dos benefícios de uma vida fisicamente ativa são trabalhados durante as aulas. Desta maneira, os alunos são capazes de obter conhecimentos teóricos e práticos a respeito do tema em questão e assim entenderem os benefícios da prática de atividades físicas e diferentes possibilidades de alcançar e manter tais benefícios.

    Entendemos que seja papel da educação física escolar despertar nos alunos o gosto pela prática regular de atividades físicas. Por esta razão, os conteúdos devem ser diversificados e transmitidos de forma integrada, ou seja, os conteúdos da CCM juntamente com os assuntos relacionados à ApFRS e a promoção da saúde. Desta forma, os alunos ganham autonomia para escolher e praticar a atividade física que mais lhes agrada, através das vivências proporcionadas pelas aulas de educação física escolar e as contribuições do professor acerca da promoção da saúde.

    Em estudo feito por Costa et al.5, onde tratam de algumas propostas e sugestões curriculares para a Educação Física, abordando a promoção e a educação para um estilo de vida mais ativo e saudável, vem ao encontro do que estamos realizando na E.E.E.M. Dom Hermeto. A primeira proposta diz respeito às experiências motoras nas aulas de Educação Física, estas devem ser prazerosas, favorecendo a auto-estima e uma atitude positiva do jovem em relação à atividade física. Através do novo planejamento das aulas de educação física escolar da escola E.E.E.M. Dom Hermeto, onde uma ampla variedade de conteúdos e práticas corporais estão sendo trabalhadas, constatamos que estamos trabalhando em prol da auto-estima e da autonomia dos alunos, para que estes tenham capacidades de escolher e praticar o esporte que mais lhe agrada. A segunda proposta é que os objetivos e conteúdos devem ser progressivos e sequenciais, garantindo que as aulas respeitem o nível de desenvolvimento dos jovens em cada nível de ensino e não sejam repetitivos. Elaboramos um planejamento onde os alunos aprendem os conteúdos relacionados à educação física escolar e a ApFRS de forma gradual e progressiva, desde o 5º ano do ensino fundamental até o 9º ano de ensino fundamental (a E.E.E.M. Dom Hermeto só tem turmas de ensino fundamental no período diurno), tornando as aulas bastante dinâmicas e sempre acrescentando algo a mais na aprendizagem do aluno. A terceira proposta é que os conceitos e informações sobre atividade física, aptidão física e saúde devem ser explorados com maior ênfase entre os adolescentes mais velhos, favorecendo a autonomia para a adoção de um estilo de vida ativo e saudável. Tais conceitos e informações, como já dito anteriormente, vêm sendo trabalhados com mais ênfase nas séries finais do ensino fundamental, aprofundando os conhecimentos dos educandos acerca da promoção e manutenção da saúde.

    Ainda neste estudo, verifica-se que os níveis de atividade física no trabalho, no deslocamento e nas tarefas domésticas reduziram ao longo do tempo, enquanto as atividades no domínio do lazer tenderam a se estabilizar. Então, nosso maior desafio é formar indivíduos que busquem a aquisição da saúde por meio da prática de atividades físicas de lazer, mantendo um padrão de vida saudável e fisicamente ativa.

Considerações finais

    Concluí-se que os cuidados com a aptidão física relacionada à saúde durante as aulas de educação física escolar inexistem ou são insuficientes para trazer melhoras significativas para a qualidade de vida dos educandos. Entretanto, podemos observar que existem diversas maneiras de trabalhar a aptidão para a saúde, juntamente com todos os outros conteúdos da educação física, basta ser reservado um espaço das aulas para o aprimoramento dos componentes da ApFRS e para os esclarecimentos sobre a importância da prática de atividades físicas mesmo depois dos anos escolares.

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