A incidência de estudos sobre corridas de rua e a prevalência de lesões nesse esporte La incidencia de estudios sobre carreras urbanas y el predominio de lesiones en este deporte The incidence of studies on race street and prevalence of lesions that sport |
|||
*Professor de Educação Física Graduando de Bacharelado em Educação Física na UNIGRANRIO, Duque de Caxias **Mestrado Interdisciplinar em Letras e Ciências Humanas, UNIGRANRIO Mestrado em Ensino em Saúde e Meio Ambiente, UniFOA Laboratório do Grupo de Estudos e Pesquisas em Representações Sociais na/para Formação de Professores, LAGERES ***Graduando do curso de Bacharelado em Educação Física na UNIGRANRIO, Duque de Caxias Membro do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Representações Sociais na/para Formação de Professores, LAGERES. Aluno de Iniciação Científica. UNIGRANRIO/ FUNADESP |
Cláudio Rodrigues Fortes Lima* Cristina Novikoff** Felipe da Silva Triani*** (Brasil) |
|
|
Resumo Este estudo parte do conhecimento empírico de um praticante de corridas de rua para uma investigação científica sobre o assunto. Nesta perspectiva, sendo a corrida uma atividade física que proporciona benefícios relativamente fáceis de alcançar e sua prática vem aumentando nos últimos anos de forma significativa (PAZIN et al., 2008), porém apesar dos benefícios da prática de atividade física, em especial a corrida, o aumento do número de praticantes tem levado também, conseqüentemente, o aumento do número de lesões. Neste cenário, esta pesquisa teve como objetivo identificar a incidência de estudos referentes à corrida de rua e a prevalência de lesões nos praticantes desta modalidade. Para atingir o objetivo proposto foi adotada uma pesquisa do tipo qualitativa, de cunho bibliográfico, porém pautada nas dimensões Novikoff (2006) para delineamento da pesquisa. Os resultados demonstraram que a incidência inicia-se em 2008, mas sendo maior em 2009. Na prevalência, os resultados demonstraram que 22,7% dos praticantes de 18 a 35 anos de idade sofrem algum tipo de lesão, em seguida com 40,9% os de 36 a 50 anos e na seqüência com 36,4% os praticantes com idade superior a 50 anos. Logo, conclui-se que a incidência de publicações foi maior entre os anos de 2009 a 2012, enquanto a prevalência foi maior no sexo masculino na idade compreendida entre 36 e 50 anos. Unitermos: Corridas de rua. Incidência de publicações. Prevalência de lesões.
Abstract This study is based on empirical knowledge of a practitioner of street racing for a scientific research on the subject. In this perspective, the race is a physical activity that provides benefits relatively easy to achieve and its practice has increased in recent years significantly (PAZIN et al., 2008), but despite the benefits of physical activity, especially running, increasing the number of practitioners have taken too, hence the increased number of injuries. In this scenario, this research aimed to identify the incidence of studies regarding the road race and the prevalence of injuries in practicing this sport. To achieve the proposed objective used was a qualitative study of bibliographical, but guided the dimensions Novikoff (2006) for research design. The results showed that the incidence starts in 2008, but was higher in 2009. Prevalence, the results showed that 22,7% of practitioners 18 to 35 years of age suffer some kind of injury then with the 40,9% 36 to 50 years, and 36,4% in sequence with the practitioners with older than 50 years. Therefore, it is concluded that the incidence was higher publications between the years 2009 to 2012, while the prevalence was higher in males in age between 36 and 50 years. Keywords: Street racing. Incidence of publications. Prevalence of injuries.
|
|||
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 186, Noviembre de 2013. http://www.efdeportes.com/ |
1 / 1
Introdução
Este estudo parte do conhecimento empírico de um praticante de corridas de rua para uma investigação científica sobre o assunto. O interesse pelo estudo, assim como pela graduação em Educação Física, surgiu através do sentimento de prazer pela prática da corrida de rua, prazer este que é responsável pela construção de uma vida de 15 anos de prática ativa de corrida, resultando em 50 corridas de 10 km, 2 corridas de 18 km e 4 corridas de 21 km.
O sentimento mencionado pelo autor é muito bem associado ao bem-estar de todos aqueles que realizam efetivamente a prática do exercício físico (HASKELL et al., 2007), mais especificamente, dentro das ecléticas formas de manifestação da prática de atividades físicas, as corridas de rua têm apresentado um grande quantitativo de adeptos, pois é caracterizada com uma atividade física fácil de ser praticada e os benefícios que ela proporciona, além do baixo custo oferecido (PALUSKA, 2005).
Nesta perspectiva, sendo a corrida uma atividade física que proporciona benefícios relativamente fáceis de alcançar, sua prática vem aumentando nos últimos anos de forma significativa (PAZIN et al., 2008), tornando-se uma prática popular que atualmente é definida pela Federação Internacional das Associações de Atletismo – IAAF (2005) como os disputados nos circuitos de rua, avenidas e estradas com distâncias oficiais que variam entre 5 a 100km.
Os praticantes de corridas de rua denominados por Goston e Mendez (2011) de atletas recreacionais, estes que realizam treinos regulares, a fim de buscar promoção de saúde, estética, integração sociais, fuga para o estresse do cotidiano, além do desejo de se manter bem classificado competitivamente (SALGADO, 2006). Em um breve levantamento dos principais estudos publicados referentes ao tema, observou-se que os praticantes da corrida de rua encontram-se na faixa etária de 30 a 49 anos.
Neste contexto, a prática regular de atividade física pode atuar na prevenção de futuros acometimentos neste público, a saber: osteoporose, diabetes melito, hipertensão arterial e doenças cardiovasculares. Estes dados tornam-se importantes, uma vez que de acordo com a maior associação de corredores do Estado de São Paulo, a Corpore, houve aumento de 52% do número de corredores com mais de 65 anos de idade (FUKUCHI; DUARTE, 2008).
Entretanto, apesar dos benefícios da prática de atividade física, em especial a corrida, o aumento do número de praticantes tem levado também, consequentemente, o aumento do número de lesões. Segundo Marti e seus colaboradores, (1988, apud, FUKUCHI; DUARTE, 2008) 37% dos jovens e 56% do público adulto, sofrem lesões.
Cabe aqui, diante do que foi exposto, apontar que o objetivo do presente estudo foi identificar a incidência de estudos referentes à corrida de rua e a prevalência de lesões nos praticantes da corrida de rua.
Metodologia
A análise dos dados dos artigos foi feita mediante a interpretação pautada em Bardin (2011).
A análise de conteúdo trata-se, portanto, de uma técnica que não tem modelo pronto, mas que constrói-se através de um vai-e-vem contínuo e tem que ser reinventada a cada momento, conforme Bardin (2011).
A análise de conteúdo se realiza em três momentos: a pré-análise, a exploração do material e o tratamento dos resultados: a inferência e a interpretação.
A Pré-análise é o momento de organizar o material, de escolher os documentos a serem analisados, formular hipóteses ou questões norteadoras, elaborar indicadores que fundamentem a interpretação final. Inicia-se o trabalho escolhendo os documentos a serem analisados. É preciso transcrever os dados coletados, sejam e entrevistas, observações ou questionários para se constituir o CORPUS da pesquisa. Para tanto, é preciso obedecer às regras de:
exaustividade – deve-se esgotar a totalidade da comunicação, não omitir nada;
representatividade – a amostra deve representar o universo;
homogeneidade – os dados devem referir-se ao mesmo tema, serem obtidos por técnicas iguais e colhidos por indivíduos semelhantes;
pertinência – os documentos precisam adaptar-se ao conteúdo e objetivo da pesquisa;
exclusividade – um elemento não deve ser classificado em mais de uma categoria.
Os estudos encontrados foram expostos em quadros de análise, bem como os indicativos de prevalência para serem estudados a fim de atingir os objetivos do estudo.
Resultado e discussão
Incidência de estudos acerca do objeto
A análise da incidência de publicações foi realizada através do mapeamento dos indexadores, a saber: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Portal de Pesquisa da BVS de Informação e Conhecimento para a Saúde (LILACS), National Library of Medicine National Institures of Health (PUBMED) e Scientific Electronic Library Online (SCIELO). O mapeamento foi realizado no período compreendido entre 2000 a 2012 para os indexadores CAPES, LILACS e PUBMED, já para o SCIELO no período de 2001 a 2013.
Tabela 1. incidência de publicações na CAPES de 2000 a 2012
Analisando a Tabela 1, é visível que houve maior incidência de dissertações sobre o tema no ano de 2012, porém teve início a partir de 2003, houve um declínio até 2006 e em 2007 voltou a incidir estavelmente até 2010 onde houve um aumento. Entretanto, em relação às teses houve incidência somente nos anos de 2008 e 2009, após esse período houve um declínio novamente.
Tabela 2. incidência de publicações no LILACS de 2000 a 2012
Na Tabela 2, é exposto as publicações acerca do tema no indexador LILACS e nele é possível perceber que não há incidência de estudos sobre o tema, uma vez que nos últimos 12 anos, não houve publicações.
Tabela 3. Incidência de publicações no PUBMED de 2000 a 2012
Analisando a tabela acima do indexador PUBMED, foi detectado que o ano de maior incidência foi em 2011, porém foi iniciado em 2009, no ano de 2010 não houve incidência, aumentando em 2011, onde atingiu seu ápice e regrediu em 2012.
Tabela 4. Incidência de publicações no SCIELO de 2001 a 2013
No mapeamento do indexador SCIELO, constatou-se que os estudos sobre o tema foram iniciados em 2009, em 2010 não houve publicações. Entretanto, no ano de 2011 houve a maior incidência, retrocedendo em 2012 e se manteve estável em 2013.
Prevalência de lesões
A prevalência de lesões foi analisada através dos estudos de Hino e seus colaboradores (2009) e Ishida e seus colaboradores (2013). Para tal análise foram articulados os dados encontrados durante a pesquisa de revisão da literatura atual acerca da corrida de rua. Todos os dados foram articulados e discutidos dialeticamente nos procedimentos Novikoff (2010). Essa discussão inicia-se através dos seguintes resultados.
Tabela 5. Distribuição de lesões de acordo com o sexo (HINO et al., 2009).
Analisando a Tabela 5, encontram-se em exposição os dados do estudo de Hino e seus colaboradores (2009). Nele se pode observar que 30% dos homens e 24% das mulheres que praticam corrida de rua sofrem algum tipo de lesão. Isso implica dizer que os homens têm uma pré-disposição a sofre lesões, pois o estudo mostra que há prevalência do acometimento de lesões no sexo masculino. Esses dados conduzem a uma reflexão preocupante, pois corroborando com o estudo de Fukuchi e Duarte (2008), houve um aumento de aproximadamente 52% dos praticantes de corrida de rua nos últimos anos.
Tabela 6. Acometimento de lesões por faixa etária (ISHIDA, et al, 2013)
Ao analisar a Tabela 6, é possível perceber que há prevalência de 40,9% de corredores lesionados na faixa etária compreendida entre 36 a 50 anos de idade, seguida com 36,4% o público acima de 50 anos. E a menor prevalência de lesões esteve presente no público de 18 a 35 anos, com 22,7% dos casos.
Neste sentido, há semelhança nos resultados encontrados no estudo de Ishida e seus colaboradores (2013) em comparação aos de Marti e seus colaboradores, (1988, apud, FUKUCHI; DUARTE, 2008) onde houve maior prevalência de lesões no grupo adulto e menor nos jovens.
Considerações finais
Através deste estudo foi possível identificar que as incidências iniciaram nos anos de 2008 e 2009 em todos os indexadores, com exceção do LILACS onde não houve publicações. Atingindo a maior incidência entre os anos de 2009 a 2013.
Em relação às lesões, o estudo identificou que há prevalência nos praticantes de corrida de rua, no sexo masculino, nas idades compreendidas entre 36 a 50 anos de idade.
Referências
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, p. 229, 2011.
FUKUCHI, Reginaldo Kisho; DUARTE, Marcos. Análise cinemática comparativa da fase de apoio da corrida em adultos e idosos. Fisioterapia e Pesquisa, v. 15, p. 40-46, 2008.
GOSTON, Janaina Lavalli; MENDES, Larissa Loures. Perfil nutricional de praticantes de corrida de rua de um clube esportivo da cidade de Belo Horizonte, MG, Brasil. Rev. Bras. Med. Esporte – Vol. 17, Nº 1 – Jan./Fev. 2011.
HASKELL et al. Physical Activity and public health: updated recommendation for adults from the American College of Sports Medicine and the American Heart Association. Med. Sci. Sports Exerc. Vol. 39, p. 1423-1434, 2007.
HINO, A. A. F.; REIS, R. S.; RODRIGUES-AÑEZ, C. R.; FERMINO, R. C. Prevalência de lesões em corredores de rua e fatores associados. Rev. Bras. Med. Esporte – Vol. 15, Nº 1 – jan./fev. 2009.
ISHIDA, J. C. et al. Presença de fatores de risco de doenças cardiovasculares e de lesões em praticantes de corrida de rua. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, (São Paulo) 2013, Jan-mar; 27 (1): 55 – 65.
MARTI, B. et al. On the epidemiology of running injuries. The 1984 Bern Grand-Prix study. American Journal of Sports Medicine, v. 16, n. 3, p. 285-294, 1988.
NOVIKOFF, Cristina. As Representações sociais acerca de ensino superior para professores de graduação da área da saúde. [Tese de doutorado]. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2006.
PALUSKA S. A. Na overview of hip injuries in running. Sports Med. Vol. 35, p. 991-1014, 2007.
PAZIN, J. et al. Corredores de rua: características demográficas, treinamento e prevalência de lesões. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano, v. 10, n. 3, p. 277-282, 2008.
SALGADO, José Vítor Vieira; CHACON-MIKAHEL, Mara Patrícia Traina. Corrida de Rua: análise do crescimento do número de provas e de praticantes. In: Conexões, v. 4, n. 1. 2006.
Outros artigos em Portugués
Búsqueda personalizada
|
|
EFDeportes.com, Revista
Digital · Año 18 · N° 186 | Buenos Aires,
Noviembre de 2013 |