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Alterações decorrentes do envelhecimento

Los cambios asociados al envejecimiento

 

*Nutrição – Faculdade de São Lourenço, MG

**Professora do Curso de Nutrição da Faculdade de São Lourenço

***Coordenador do Curso de Educação Física

e Nutrição e Docente da Faculdade de São Lourenço

Sócio proprietário da HFFitness, Centro de Treinamento Personalizado

(Brasil)

Cleide Aparecida Gonçalves Magalhães*

Isabel Cristina Mendes*

Viviane Nogueira Messias*

Profª Esp. Antonella Zogbi Gomes Pinto**

Prof. Ms. Hugo Politano***

personalhugo@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo deste estudo foi observar as alterações do envelhecimento, bem como conhecer as patologias e alterações fisiológicas do idoso, desenvolvendo atividades de cuidado nutricional da prática clínica. Após o preenchimento do questionário e o termo de consentimento, foi marcada a data e horário da avaliação. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva do tipo estudo de caso, que foi realizada com um paciente idoso, do sexo masculino, 87 anos, altura 1,76 m, peso habitual 65 kg, peso atual 57 kg, pardo, casado, 1 filho, brasileiro, católico, aposentado, que foi internado em uma Instituição Hospitalar do Município de Cruz Alta. Assim, identificou-se o Índice de Massa Corporal de 18,4 kg/m², apresentando grau de magreza nível 1, uma perda grave de peso corporal de 12,3% e adequação do peso corporal de 83,84% apresentando desnutrição leve.

          Unitermos: Alteração fisiológica. Terceira idade. Estado nutricional.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 186, Noviembre de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O envelhecimento da população é hoje um fenômeno mundial, que vem ocorrendo de forma crescente tanto em países desenvolvidos, como em países em desenvolvimento. Isto representa um crescimento mais elevado da população dosa em relação aos demais grupos etários (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007a, MAGNONI, CUKIER e DE OLIVEIRA, 2010). Esse crescimento é resultante da alta fecundidade no passado (anos 50 e 60) e do aumento da expectativa de vida da população. A queda na taxa de fecundidade atual resulta em uma mudança na distribuição etária da população brasileira, tornado os idosos um componente cada vez mais expressivo na população total (MORAES, 2008).

    No Brasil, estima-se que existam, atualmente, cerca de 17,6 milhões de idosos (pessoas com 65 anos ou mais). Dentro do grupo das pessoas idosas, os que possuem idade igual ou superior a 80 anos, vêm aumentando proporcionalmente e de forma muito mais acelerada, constituindo o segmento populacional que mais cresce nos últimos tempos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007a). Muitas pessoas idosas são acometidas por doenças crônicas que por sua natureza não tem cura e necessitam de acompanhamento constante. Essas condições tendem a manifestam-se de forma mais expressiva nesta fase da vida, resultando em incapacidades, alterações na funcionalidade, que dificultam ou impedem o desempenho de atividades cotidianas e comprometem a qualidade de vida, estabelecendo um grau de dependência, que pode chegar a 50% entre os com 90 anos ou mais (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007a).

    Estudos comparativos têm comprovado o fato que os homens são mais vulneráveis às doenças, sobretudo às enfermidades graves e crônicas, quando comparados às mulheres. Em conseqüência os homens apresentam maiores taxas de mortalidade, explicado pelo fato de que eles não buscam precocemente os serviços de atenção primária de saúde, tendo como resultado o agravo das doenças (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008b).

    Neste contexto, a avaliação clínica dos pacientes idosos deve ser ampla e cuidadosa, pois estes apresentam alterações anatômicas e fisiológicas atribuídas ao envelhecimento humano (MORAES, 2008).

Objetivo geral

Objetivos específicos

Metodologia

    Trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva do tipo estudo de caso, que foi realizada com um paciente idoso, do sexo masculino, 87 anos, altura 1,76 m, peso habitual 65 kg, peso atual 57 kg, pardo, casado, 1 filho, brasileiro, católico, aposentado, que foi internado em uma Instituição Hospitalar do Município de Cruz Alta na data de 21/09/2010. A coleta de dados foi realizada através de exame físico e anamnese e levantamento documental em prontuário.

Índice de Massa Corporal (IMC)

Percentual da Perda de Peso Corporal

Percentual da Adequação do Peso Corporal

Resultados e discussões

    O envelhecimento é “um processo dinâmico e progressivo no qual há alterações morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas que determinam a perda da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio-ambiente, ocasionando maior vulnerabilidade e maior incidência de processos patológicos que terminam por levá-lo a morte” (PAPALÉO NETTO, 1996).

    Essas alterações podem ser fisiológicas (senescência) ou patológicas (senilidade). Durante o exame físico, observamos no paciente a presença de sarcopenia, desidratação, diminuição da força muscular, perda de peso corporal e mobilidade física prejudicada. As mudanças que ocorrem no metabolismo hidroeletrolítico predispõem o idoso à desidratação. A redução da água corporal é acompanhada da diminuição da massa muscular e massa óssea causadas por alterações neuroendócrinas, sendo mais evidentes no sexo masculino. Isto contribui para uma maior tendência à redução do peso corporal, redução na força muscular, mobilidade, equilíbrio, com maior predisposição a quedas e imobilidade física. Assim, o paciente desidratado e com a mobilidade física prejudicada tem um maior risco de desenvolver úlceras por pressão. Observamos a presença de úlceras de grau I na região ilíaca, nos calcâneos e dorso dos pés direito e esquerdo (MORAES, 2008).

    Segundo o Ministério da Saúde (2007), o processo natural de envelhecimento está associado a uma redução da acuidade visual devido às alterações fisiológicas das lentes oculares, déficit de campo visual e doenças de retina. Durante a anamnese o paciente relatou a necessidade do uso de lentes corretivas para a realização de tarefas da sua vida cotidiana, isso é comprovado através da literatura que nos diz que aproximadamente 90% das pessoas idosas necessitam do uso de lentes corretivas para enxergar adequadamente. Além das alterações visuais, cerca de um terço das pessoas idosas referem algum grau de declínio na acuidade auditiva. A presbiacusia, ou seja, a perda progressiva da capacidade de diferenciar os sons de alta freqüência é a causa mais comum relacionadas a essa queixa. Essa alteração foi percebida durante a realização da entrevista, onde foi necessário usar estratégias de comunicação com o paciente idoso, como a utilização de frases curtas e objetivas, falar próximo e pausadamente (MAGNONI, CUKIER e DE OLIVEIRA, 2010).

    Na avaliação clínica do homem idoso, torna-se importante a avaliação do sistema geniturinário. Uma das alterações mais comuns é a hiperplasia prostática, cujos sintomas incluem redução do jato urinário, disúria, sensação de esvaziamento vesical incompleto e retenção urinária (MORAES, 2008).

    Para o tratamento da retenção urinária, é indicado o uso de sondagem vesical de demora (SVD) e quando as tentativas de cateterismo vesical não são bem sucedidas, ou seja, quando a via uretral está impossibilitada, é indicada a sondagem suprapúbica (SMELTZER e BARE ,2002, p.1063).

    Outro motivo a procurar atendimento médico é a presença de retenção urinária, o mesmo já possuía diagnóstico de hiperplasia prostática e fazia uso de SVD, após o deslocamento da mesma e de várias tentativas de cateterismo não bem sucedidas devido a obstrução da via uretral, foi necessária a realização de sondagem suprapúbica no paciente. Após a avaliação do paciente, os principais diagnósticos de enfermagem levantados foram: déficit no autocuidado para banho e higiene relacionado ao prejuízo musculoesquelético, evidenciado pela incapacidade de lavar o próprio corpo; deambulação prejudicada evidenciada por prejuízo musculoesquelético; eliminação urinária prejudicada relacionada a obstrução anatômica, evidenciada por oligúria; risco de infecção relacionado a procedimentos invasivos; integridade da pele prejudicada relacionada a imobilização física, evidenciada pelo rompimento da superfície da pele; mobilidade física prejudicada relacionada ao prejuízo musculoesquelético, evidenciada pela amplitude limitada de movimento; nutrição desequilibrada relacionada a fatores biológicos, evidenciada pelo relato de ingestão inadequada de alimentos, menor que a porção diária recomendada; proteção ineficaz relacionada a nutrição inadequada evidenciado por úlceras por pressão e fraqueza; volume de líquidos deficiente relacionado a falha dos mecanismos reguladores, evidenciado por diminuição do débito urinário.

Conclusão

    As alterações fisiológicas do envelhecimento foram mais prevalentes do que as alterações patológicas. Todos os achados são citados pela literatura, como alterações decorrentes do processo de senescência. A supressão e até mesmo a restrição selecionada de macronutrientes, tais como, gordura, carboidrato e proteína, já testada em cobaias se mostrou eficiente. Mas não ocorrendo uma simultânea restrição da ingestão de energia, observou-se um aumento significativo na expectativa de vida. O exagero no consumo dos macronutrientes, especialmente, proteína ou gordura, eleva o aparecimento de tumores e algumas enfermidades localizadas, diminuindo o tempo de aparecimento de índices graves de maturação precoce seja física como bioquímica, imunológica e até do envelhecimento global. A intensidade, a idade de início e a projeção da mudança dietética são fatores determinantes na obtenção de uma resposta casual à restrição alimentar. A expectativa de vida também é determinada pela ingestão de alguns micronutrientes, ingestão esta que modula os mecanismos de envelhecimento até certo grau. Por exemplo, consumo aumentado de substâncias antioxidantes, tais como, ácido ascórbico, alfa-tocofenol, carotenoides, pode por partes, abater as concentrações de radicais livres. A população idosa em sua totalidade é mais propensa a uma condição nutricional marginalizada e por isso sofrer um maior risco de falta de nutrientes em momentos de estresse ou em diligência com a saúde. O apetite pode variar dependendo da condição à qual o idoso é exposto, seja de ordem física, social ou emocional abalando assim a capacidade de consumo e produção de dietas adequadas do ponto de vista nutricional. Fatores inclusos aí são: solidão, número de refeições diárias, preparo, compra ou alteração na mastigação por problemas dentários e receita monetária para obtenção dos nutrientes específicos e necessários e ainda o uso de álcool e medicamentos. Ainda soma-se a esses fatores a diminuição da função dos órgãos que vem naturalmente com o envelhecimento, particularmente nos indivíduos acima de 80 anos de idade.

    Sugerimos novas pesquisas com indivíduos de diferentes classes sociais e uma maior amostra.

Bibliografia

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