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A inclusão do aluno surdo no âmbito escolar

La inclusión del alumno sordo en el ámbito escolar

 

Universidade Salgado de Oliveira

(Brasil)

Guilherme Lopes

Josy Kamenach Silva | Leandro Borges

Pedro Wilson | Sandro Martins Junior

josykamenach@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O presente trabalho faz uma breve reflexão sobre a inclusão de alunos com necessidades educativas especiais no âmbito escolar, sobretudo os alunos surdos. Desse modo, este estudo busca a necessidade de pensar um modelo novo de escola e não de fazer caber o aluno surdo no modelo que já está ai, de modo a respeitar de fato as singularidades, promovendo espaços de convivência e conhecimento mútuo.

          Unitermos: Inclusão. Surdo. Escola. Convivência.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 186, Noviembre de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A inclusão de alunos com necessidades educativas especiais tem se expandindo cada vez mais, sobretudo nas últimas décadas na chamada educação inclusiva. Este assunto nos remete na condição de futuros educadores a refletir sobre a inclusão, pois nos dias atuais parece uma tarefa muito difícil devido à falta de recursos que as escolas enfrentam, principalmente na questão da acessibilidade, por alguns profissionais da educação que apresentam certa resistência, isso porque não se julgam qualificados para trabalhar com alunos com algum tipo de deficiência e por não ter incentivo por parte do governo em suas múltiplas esferas em relação a reciclagens constantes, aprimoramento e aperfeiçoamento de profissionais para trabalhar com essas crianças especiais.

    A educação na perspectiva escolar é uma questão de direitos humanos, e os indivíduos com deficiências devem fazer parte das escolas, as quais devem modificar seu funcionamento para incluir todos os alunos. (Declaração de Salamanca, 1994). É dever da escola se adaptar ao aluno com deficiência para a inclusão de todos.

    A inclusão causa uma mudança na perspectiva educacional, pois não se limita a ajudar somente os alunos que apresentam dificuldades na escola, mas apóia a todos: professores, alunos, pessoal administrativo, para que obtenham sucesso na corrente educativa geral. (MANTOAN,1997). Através deste contexto o objetivo do presente trabalho é fazer uma breve reflexão sobre a inclusão de alunos com necessidades educativas especiais no âmbito escolar, sobretudo os alunos surdos.

Metodologia

    O presente estudo se classifica como pesquisa bibliográfica, que segundo Gil (1991) ela é elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente com material disponibilizado na Internet.

Referencial teórico

    O principio da inclusão social de portadores de necessidade físicas ou mentais, está relacionado a um processo educacional que busca atender a criança e adolescentes com deficiência na escola ou na sala de aula de ensino regular. Para que isso ocorra, é de fundamental importância que pais, mestres e professores a sim como todo corpo docente se empenhe no suporte dos serviços da área de educação especial por meio de especializações e constante reciclagem de seus profissionais. Para compreendermos melhor a situação atual da inclusão e os aspectos que acabam provocando angústias e algumas vezes polêmicas, precisa-se voltar um pouco no tempo.

    Nas civilizações antigas era normal o infanticídio, quando se observavam anormalidades nas crianças. Durante a Idade Média a Igreja condenou tais atos, mas por outro lado, acalentaram a idéia de atribuir a causas sobrenaturais as anormalidades as pessoas, explicando-as como punição, em decorrência de pecados cometidos. Assim, as crianças que nasciam com alguma deficiência eram escondidas ou sacrificadas. De acordo com Mazzotta (1982, p.12): “O indivíduo deficiente é aquele que se desvia em grau aleatório da norma padrão em uma determinada variável, de maneira a necessitar de recursos especiais para desenvolver a sua capacidade máxima”. O termo excepcional é usado para descrever os alunos cujos padrões de necessidades educacionais sejam muito diferentes dos da maneira das crianças e jovens.

    Com o surgimento dos renascentistas foi compreendida a concepção de anormalidade, com avanço da medicina veio a noção patológica, de forma a conscientizar toda a população a respeito dos portadores de deficiência. No passado, os portadores de deficiência principalmente os com deficiência mental, eram totalmente rejeitados, internados em orfanatos, manicômios e outros tipos de instituições. Esses internatos acolhiam uma diversidade de sujeitos com patologias distintas, alguns deficientes, outros doentes. (AMARAL, 2001, p. 32). Essa fase foi chamada de exclusão social dos portadores de necessidades especiais, porque as pessoas que fugiam do padrão de comportamento ou de desenvolvimento por qualquer motivo eram totalmente excluídas do contexto social e da convivência com os demais.

    A linguagem é responsável pela regulação da atividade psíquica humana, pois é ela que permeia a estruturação dos processos cognitivos. Assim, é assumida como constitutiva do sujeito, pois possibilita interações fundamentais para a construção do conhecimento (Vygotski, 2001). É através do contato com a linguagem que o sujeito se constitui. Já para as pessoas surdas, esse contato é prejudicado, podendo trazer conseqüências emocionais, sócias e cognitivas. Assim, os sujeitos surdos pela defasagem auditiva enfrentam dificuldades para entrar em contato com a língua do grupo social no qual estão inseridos (Góes, 1996).

    Devido às dificuldades acarretadas pelas questões de linguagem, pode-se observar no âmbito escolar que as crianças surdas não possuem um desenvolvimento nem um conhecimento adequado. Primeiramente é necessário a utilização da educação bilíngüe, que torna a língua de sinais obrigatória para os educadores. É a partir desta língua que o surdo entrará em contato com o seu grupo social. Assim, do mesmo modo que ocorre quando as crianças ouvintes aprendem a falar, a criança surda exposta à língua de sinais irá adquiri-la e poderá desenvolver-se, no que diz respeito aos aspectos cognitivos e lingüísticos de acordo com sua capacidade. O objetivo da educação bilíngüe é tornar essa língua presente no contexto escolar, no qual estão inseridos os alunos surdos.

    De acordo o Antino (1997, p. 21), todas as pessoas independentes de seu estado físico e mental são membros igualmente importante em uma sociedade e que a diversidade e a diferença enriquecem e agrega valores ao meio escolar, possibilitando novas vivencias e aprendizagens para as pessoas consideradas deficientes ou que por qualquer motivo não se adaptaram ao sistema escolar e as que já estão adaptadas fazendo com que eles compreendam o fato de nem todos nos sermos iguais. A inclusão é o resultado de uma longa caminhada que vem sendo construída passo a passo por todos nós ao longo de milhares de anos de registro histórico da humanidade.

Considerações finais

    É importante que os educadores saibam a língua de sinais, de modo a poder interagir de maneira clara com o seu aluno. Assim, para o aluno surdo será efetivamente melhor uma escola na quais os conteúdos sejam ministrados em sua língua de domínio, que ele tenha professores e companheiros que partilhem com ele a língua de sinais, de modo a poder se desenvolver o mais plenamente possível.

    A tarefa é criar espaços educacionais onde a diferença esteja presente, onde se possa aprender com o outro, sem que aspectos fundamentais do desenvolvimento de quaisquer dos sujeitos sejam prejudicados. A escola, para além dos conteúdos acadêmicos, tem espaço para atividades esportivas, de lazer, de artes e de criação, nas quais poderiam conviver crianças com diferentes necessidades, desde que as atividades fossem preparadas e pensadas para isso. Não se trata de inserir a criança surda nas atividades propostas para ouvintes, mas de pensar atividades que possam ser integradoras e significativas para surdos e ouvintes.

    Desse modo, este estudo procura refletir problemas implicados em experiências de inclusão de alunos, sobretudo os surdos, indicando a necessidade de pensar um modelo novo de escola e não de fazer caber o aluno surdo no modelo que já está ai, de modo a respeitar de fato as singularidades, promovendo espaços de convivência e conhecimento mútuo.

Referências

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