A importância dos princípios do treinamento. Prescrição do treino La importancia de los principios del entrenamiento. La prescripción del entrenamiento |
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*Discentes do Curso de Educação Física **Orientador. Docente do curso de Educação Física Universidade Salgado de Oliveira, UNIVERSO (Brasil) |
Ludmilla Cândida Bessa* Heliton Gonçalves da Silva* Jackeline de Souza Carrijo* Prof. Kléber Mirallia de Oliveira** |
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Resumo A prática de atividades físicas vem crescendo a cada dia e tornando-se parte do cotidiano de muitas pessoas. Além de melhorar o condicionamento físico e proporcionar uma boa estética para o corpo, também faz com que a taxa de riscos de algumas doenças como depressão, diabetes e colesterol diminuam. Porém para se atingir os objetivos almejados é importante seguir os Princípios do Treinamento Desportivo (PTD), que devem ser utilizados tanto nos praticantes corriqueiros de atividades físicas quanto nos atletas de alto rendimento, para que o treino seja elaborado de uma forma que reflita as necessidades do indivíduo e que evite ao máximo os efeitos indesejáveis como lesões musculares, overtraining, entre outros. O objetivo deste estudo foi investigar sobre a importância dos PPT na prescrição do treino através de uma pesquisa bibliográfica. Unitermos: Princípios do treinamento desportivo. Atividades físicas. Diabetes. Colesterol.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 186, Noviembre de 2013. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
A prática de atividades físicas vem crescendo a cada dia e tornando-se parte do cotidiano de muitas pessoas. Além de melhorar o condicionamento físico e proporcionar uma boa estética para o corpo, também faz com que a taxa de riscos de algumas doenças como depressão, diabetes e colesterol diminuam. Porém para se atingir os objetivos almejados é importante seguir os Princípios do Treinamento Desportivo (PTD), que devem ser utilizados tanto nos praticantes corriqueiros de atividades físicas quanto nos atletas de alto rendimento, para que o treino seja elaborado de uma forma que reflita as necessidades do indivíduo e que evite ao máximo os efeitos indesejáveis como lesões musculares, overtraining, entre outros.
Segundo Dantas (2003) os PTD são os aspectos cuja observância irá diferenciar o trabalho feito à base de ensaios-e-erros, do científico. É um processo organizado de aperfeiçoamento, que é conduzido com base em princípios científicos, estimulando modificações funcionais e morfológicas no organismo (Barbanti, 1979). Deste modo o objetivo deste estudo foi investigar sobre a importância dos PPT para a correta prescrição dos exercícios físicos.
Metodologia
A pesquisa se classifica como bibliográfica, que conforme Salomon (2004), a pesquisa bibliográfica fundamenta-se em conhecimentos proporcionados pela Biblioteconomia e Documentação, entre outras ciências e técnicas empregadas de forma metódica envolvendo a identificação, localização e obtenção da informação, fichamento e redação do trabalho científico. Esse processo solicita uma busca planejada de informações bibliográficas para elaborar e documentar um trabalho de pesquisa científica.
Avaliação física: o início seguro
A avaliação física é um importante processo na prescrição de exercícios físicos e deve ser feita antes, durante e após o treinamento. Para Kiss apud Schmidt (2010) no início a avaliação física tem a função diagnóstica da condição física, durante o treinamento tem a função formativa, ou seja, acompanhamento do treinamento a médio e longo prazo e, após o treinamento tem a função somativa, ou em outras palavras, verificar se os objetivos previstos foram alcançados.
O primeiro instrumento a ser obrigatoriamente utilizado antes do início do processo de avaliação da aptidão da avaliação física é a anamnese. Para Pitanga (2008) a anamnese serve para que o profissional tenha conhecimento de diversos fatores e detalhes da vida do aluno, que podem interferir nos testes de aptidão física e/ou prática de exercícios físicos. Nela consta diversas perguntas que proporcionarão informações importantes para o profissional que irá executar o processo de avaliação da aptidão física.
A antropometria é o procedimento utilizado para medir o tamanho, as dimensões e as proporções do corpo humano (QUEIROGA, 2005). Segundo Marins & Giannichi (2003) a antropometria representa um importante recurso de assessoramento para uma analise completa de um indivíduo, seja ele atleta ou não, pois oferece informações ligadas ao crescimento, desenvolvimento e envelhecimento, sendo por isso crucial na avaliação do estado físico e no controle de diversas variáveis que estão envolvidas durante uma prescrição de treinamento. Para Shmidt (2010) as medidas antropométricas mais utilizadas pelos profissionais de educação física estão a estatura, comprimentos, massa corporal (peso), perímetros (circunferências), diâmetros ósseos, bem como, medidas da espessura das dobras cutâneas.
Princípios do treinamento desportivo
Diversos autores apresentam opiniões diferentes em relação aos PTD, mas os principais são: princípio da individualidade biológica, princípio da adaptação, princípio da sobrecarga, princípio da continuidade, princípio da interdependência volume-intensidade, princípio da treinabilidade e o princípio da especificidade.
O Princípio da individualidade biológica pressupõe que, por sermos seres biologicamente diferentes, o treinamento deve obedecer as características e necessidades individuais para que os exercícios tenham melhores resultados. Para Dantas (2003) o indivíduo deve ser considerado como a junção do genótipo (carga genética) e do fenótipo (interferência do meio, acrescida, somada ao indivíduo), dando origem ao somatório das especifidades que o caracterizarão. O professor tem que verificar as potencialidades, necessidades e fraquezas de seu atleta para que os pontos fortes sejam potencializados e os pontos fracos sejam corrigidos para que o treinamento tenha um real desenvolvimento.
O principio da adaptação é outro principio extremamente importante no treinamento desportivo. De acordo com Weineck (1991) a adaptação é a lei mais universal e importante da vida. Adaptações biológicas apresentam-se como mudanças funcionais e estruturais em quase todos os sistemas. Sob “adaptações biológicas no esporte”, entendem-se as alterações dos órgãos e sistemas funcionais, que aparecem em decorrência das atividades psicofísicas e esportivas. O indivíduo possui um estado de equilíbrio denominado homeostase e toda vez que um exercício físico é realizado, ocorre um estresse fisiológico e psicológico ao organismo. Esse estresse é necessário para a quebra da homeostase a fim de gerar uma otimizada no condicionamento físico. Dependendo da intensidade do estresse aplicado, a resposta do organismo pode variar entre a manutenção do estado de homeostase (quando o exercício é de baixa intensidade) e a ocorrência de lesões (quando a intensidade é acima do limite).
O princípio da sobrecarga baseia-se em após a aplicação de uma sobrecarga, o organismo necessita repor novamente a energia utilizada e reconstituir as estruturas desgastadas, para que na aplicação das sobrecargas posteriores o organismo esteja pronto para receber um novo estímulo, com intensidade igual ou superior ao anterior aplicado. Hegedus apud Tubino (1984) diz que os diferentes estímulos produzem diversos desgastes, que são repostos após o término do trabalho, e nisso podemos reconhecer a primeira reação de adaptação, pois o organismo é capaz de restituir sozinho as energias perdidas pelos diversos desgastes, e ainda preparar-se para uma carga de trabalho mais forte, chamando-se este fenômeno de assimilação compensatória. Assim, sabe-se que não só são reconduzidas as energias perdidas como também são criadas maiores reservas de energia de trabalho. A primeira fase, isto é, a que recompões as energias perdidas, chama-se período de restauração, o qual permite a chegada a um mesmo nível de energia anterior ao estímulo. A segunda fase é chamada de período de restauração ampliada, após o qual o organismo possuirá uma maior fonte de energia para novos estímulos.
Para Tubino (1984) O princípio da continuidade compreenderá sempre no treinamento em curso uma sistematização de trabalho que não permita uma quebra de continuidade, isto é, que o mesmo apresente uma intervenção compacta de todas as variáveis interatuantes. Ou seja, para se alcançar o objetivo o treinamento não poderá ser interrompido.
O princípio da Interdependência volume-intensidade baseia-se na relação volume e intensidade. Eles são inversamente proporcionais. Por exemplo, quando eleva-se o volume se reduz a intensidade. De acordo com Dantas (1998) podemos realizar uma sobrecarga no volume através da quilometragem percorrida, do número de repetições, da duração do trabalho e do número de séries. Já a sobrecarga na intensidade dar-se -á através do peso utilizado, da velocidade, do ritmo, da redução dos intervalos e da amplitude do movimento. Por questões de segurança dá-se prioridade ao volume nas primeiras modificações do treino e só depois eleva-se a intensidade.
O princípio da especificidade está baseado na própria especificidade, ou seja, você deve treinar aquilo que quer melhorar. O treinamento deve ser montado sobre os requisitos específicos da performance desportiva, em termos de: qualidades físicas intervenientes, proporcionalidade entre os sistemas energéticos participantes; segmento corporal utilizado e coordenações psicomotoras empregadas (Dantas, 2003).
Conclusão
Na atualidade, cresce mais o número de praticantes de exercícios que treinam por conta própria nas academias ou em suas próprias residências. Isto é causado pela facilidade de acesso a algumas informações sobre treinamento adquiridas pela própria internet, revistas, vídeos ou pela vivência nas academias.
A prática de atividade física é sempre importante para se ter uma boa
qualidade de vida, mas feita de forma errada, pode trazer riscos de lesões.
As lesões podem ocorrer por gestos motores realizados incorretamente, onde as
posturas incorretas colocam a coluna vertebral e as articulações em
descompensação de cargas, riscos de lesões articulares e desvios posturais,
levando o corpo a fadiga muscular e mental, causando muitas vezes excessos de
treinamento, o conhecido overtraining.
Para que um programa de exercício físico seja bem elaborado é fundamental que o Professor de Educação Física tenha o conhecimento dos PDT, para que o treino seja previamente estabelecidos e individualizados de acordo com a necessidade e capacidade de cada indivíduo, com o objetivo de atingir o máximo desempenho em exercício e proteção do organismo contra excessos prejudiciais, como as lesões.
Referências
AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Quantity and Quality of Exercise for Developing and Maintaining Cardiorespiratory, Musculoskeletal, and Neuromotor Fitness in Apparently Healthy Adults: Guidance for Prescribing Exercise, Medicine and Science in Sports and Exercise. Volume 43 - Issue 7 – pp. 1334-1359, 2011.
BARBANTI, Valdir José (1979). Teoria e prática do treinamento esportivo. São Paulo: Edgard Blücher LTDA.
DANTAS, E. H. M. A prática da preparação física. 5. ed. Rio de Janeiro: Shape, 2003.
MARINS, João Carlos B. & GIANNICHI, Ronaldo Sérgio. Avaliação e prescrição de atividade física: Guia prático. 2 ed. Rio de Janeiro: Shape, 1998.
PITANGA, F. J. G. Testes, medidas e avaliação em educação física e esportes. 5. ed. São Paulo: Phorte, 2008.
QUEIROGA, M.R. Testes e medidas para avaliação da aptidão física relacionada à saúde em adultos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
SCHMIDT, Ademir. Caderno de Estudos de Cineantropometria. 2010. Curso de Educação Física. Universidade Salgado de Oliveira Campus Goiânia, Goiânia-Goiás.
TUBINO, Manoel José Gomes. Metodologia científica do treinamento desportivo. 3ª edição. São Paulo: Ibrasa, 1984.
SALOMON, DV. Como fazer uma monografia. 11a ed. São Paulo: Martins Fontes; 2004
WEINECK, Jürgen. Manual de Treinamento Esportivo. 2ª edição. São Paulo: Editora Manole, 1989.
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