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Treinamento resistido e reeducação postural: 

práticas para melhor qualidade de vida do idoso

El entrenamiento resistido y la reeducación postural: prácticas para una mejor calidad de vida del adulto mayor

 

*Discente da Faculdade de Educação Física

da Universidade de Santo Amaro, UNISA

**Profa. Ms. Docente da Faculdade de Educação Física

da Universidade de Santo Amaro, UNISA

(Brasil)

Antonio Rafael dos Santos*

Cléia Bispo dos Santos*

Érica Iolanda dos Santos*

Patrícia de Souza Gama*

Solange de Oliveira Freitas Borragine**

patty_sgama@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Este estudo tem o objetivo de analisar a contribuição do treinamento resistido para a reeducação postural do idoso para sua melhor qualidade de vida. Para esse fim utilizamos como metodologia a pesquisa bibliográfica. Nos últimos anos o número de idosos cresceu significativamente e registros do Ministério da Saúde indicam que, em 2025, o Brasil será o 6º país com maior número de idosos do mundo. O processo de envelhecimento acarreta ao indivíduo danos musculoesqueléticos significativos devido a perda de força muscular, causando maior incidência de problemas posturais. Um programa de treinamento resistido pode atender a diferentes objetivos e níveis de aptidão física, sendo considerada uma prática segura para idosos, é o método mais utilizado para desenvolver força muscular esquelética, reconhecido por grandes organizações de saúde como eficaz para o bem-estar físico e mental dos indivíduos acima de 60 anos, trazendo-lhes melhor condição postural, ganhos motores e conseqüentemente, resultados significativos nos aspectos psicossociais.

          Unitermos: Treinamento resistido. Reeducação postural. Idoso. Envelhecimento. Qualidade de vida.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 185, Octubre de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Sabemos o quanto é importante a prática regular de atividade física e principalmente que, além de benefícios estéticos ela tem a função de promover a saúde, visando bem estar e melhor qualidade de vida. O exercício físico deve ser indicado para todos os indivíduos, no entanto, antes de iniciar é importante a orientação médica, habilitando-os para esta prática. Esse acompanhamento deve acontecer principalmente em pessoas com idade superior a 60 anos (caracterizados como idosos), uma vez que nessa faixa etária existe uma maior incidência de problemas de saúde. Dentre as perdas apresentadas no processo de envelhecimento salienta-se a instabilidade postural, que ocorre devido às alterações do sistema sensorial e motor levando-o, inclusive, a uma maior tendência a quedas.

    A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) define envelhecimento como um processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie tornando-o, com o tempo, menos capaz de fazer frente ao estresse do meio ambiente e, portanto, aumentando sua possibilidade de morte.

    De acordo com o Ministério da Saúde estima-se que até 2020 a população de idosos no Brasil aumente aproximadamente 175%, o que corresponde em números absolutos, a uma população de aproximadamente 28 milhões de pessoas.

    Nesse contexto, se torna cada vez mais importante estudar o processo de envelhecimento e as maneiras que permitam melhorar as condições de vida desses indivíduos, para que possam viver mais, com mais saúde e disposição, possibilitando-os maior independência funcional e melhor qualidade de vida.

Processo de envelhecimento

    O processo de envelhecimento, de acordo com Franchi e Montenegro Junior (2005) é um fenômeno totalmente fisiológico e um processo biossocial de regressão, onde ocorre a perda das capacidades ao longo da vida.

    De acordo com o estatuto do idoso (BRASIL, 2004), toda pessoa com mais de 60 anos de idade é considerada idosa. Como este processo é altamente complexo e variável, o aumento da expectativa de vida da população é atribuído à preocupação que se têm dado a qualidade de vida dos indivíduos na terceira idade, tendo como principal meio para proporcioná-la, o maior controle de doenças infectocontagiosas (imunização) e crônico-degenerativas.

    Segundo os autores Alfieri e Moraes (2008), o processo de envelhecimento se dá desde a concepção, onde ocorrem alterações sociais, fisiológicas e psicológicas. Dentre as alterações fisiológicas, destacam-se as modificações metabólicas, respiratórias, cardiovasculares, nervosas e locomotoras, que trazem prejuízos funcionais na realização das atividades do cotidiano. As deteriorações que ocorrem nos sistemas sensoriais e motor, aliadas a um estilo de vida sedentária, podem influenciar no desempenho do controle postural dos idosos, tendo em vista que este depende diretamente da integridade destes sistemas.

    Mcardle, Katch e Katch (2003) e Simão, Baia e Trotta (2003), afirmam que o desempenho fisiológico diminui progressivamente a partir dos 30 anos de idade, onde o declínio é influenciado significativamente por variados fatores, inclusive o nível de atividade física que o indivíduo pratica.

    Simão, Baia e Trotta (2003) afirmam que com o avanço da idade acontece o envelhecimento dos órgãos e a perda da capacidade de divisão das células ganglionares do sistema nervoso central, reduzindo a capacidade dos órgãos dos sentidos, enrijecendo a estrutura vascular devido a processos de esclerose e levando à hipertrofia do coração. Do ponto de vista cardiológico, os autores citam que, nessa idade, a parede arterial sofre profunda reestruturação, provocando diminuição da elasticidade, engrossamento e serpenteamento das paredes, denominada fisioesclerose, acontecendo o enrijecimento dos tecidos das válvulas cardíacas.

    Platt (1976) apud Simão, Baia e Trotta (2003), relata que o pulmão sofre dilatação dos alvéolos e diminuição do mesmo, com alterações na estrutura das fibras ocasionando deficiência respiratória, redução da elasticidade, engrossamento da membrana basal dos capilares, diminuindo a permeabilidade. Uma vez que a mobilidade da caixa torácica é indispensável, a ossificação da cartilagem das costelas e as alterações da coluna vertebral levam a uma limitação da capacidade de dilatação do tórax.

    Conforme Lisboa, Altafim Júnior e Marson (2010), as manifestações mais conhecidas do envelhecimento ocorrem na musculatura esquelética, com a diminuição da força e da massa muscular, onde a redução mais intensa de força acontece nos músculos flexores do antebraço e nos músculos que mantém o corpo ereto. Poças (2009) afirma que para resultados significativos na minimização desses efeitos degenerativos, os exercícios devem ser orientados de maneira que haja um trabalho muscular que beneficie a tonificação da musculatura e não só a mobilidade articular.

Qualidade de vida do idoso

    O aumento da população idosa gera necessidades de mudanças na estrutura social para que estas pessoas, ao terem suas vidas prolongadas, não fiquem distantes de um espaço social, em relativa alienação, inatividade, incapacidade física, dependência, e, consequentemente, sem qualidade de vida. (FRANCHI et al, 2008).

    Para o idoso ter saúde e uma boa qualidade de vida, Franchi e Montenegro Junior (2005) registram que são necessários cinco fatores: vida independente; casa; ocupação; afeição e comunicação, o que nem todos possuem nesta faixa etária, podendo causar depressão e angústia, o que aumenta a incidência de insatisfação com a vida.

    Neri (2001) citado por Franchi e Montenegro Junior (2005), aponta as dificuldades do idoso em realizar atividades do cotidiano por problemas físicos como o principal fator das dificuldades do convívio social, trazendo prejuízos à saúde emocional. Os autores abordam a atividade física como meio de proporcionar o equilíbrio das habilidades funcionais, além de trazer o bem estar mental, por meio da integração e rotina das atividades, retirando-os do estado de inatividade.

    De acordo com os estudos de Mota et al. (2006), fatores como a participação ou não participação de programas de atividade física trazem alterações significativas na qualidade de vida do indivíduo idoso, logo, devem ser adotadas estratégias para assegurar o viver bem dessas pessoas.

    Para melhor qualidade de vida, um programa de exercício físico bem direcionado e eficiente para esta idade, ainda de acordo com Franchi e Montenegro Júnior (2005), deve ter como meta a melhora da capacidade física do indivíduo, evitando e diminuindo a deterioração das variáveis de aptidão física como resistência cardiovascular, força, flexibilidade e equilíbrio, buscando associar o aumento do contato social e a redução de problemas psicológicos como a ansiedade e a depressão. Logo, a prática de atividade física é fundamental para a qualidade de vida do indivíduo na terceira idade, atribuindo aos profissionais da saúde um engajamento na mobilização de recursos, além da elaboração e viabilização de projetos que atinjam a meta de uma população idosa cada vez mais ativa.

    Conforme Simão, Baia e Trotta (2003), na busca da qualidade de vida se encontram técnicas modernas de reeducação postural, tais como yoga, alongamentos, respiração, shiatsu, acupuntura, ginásticas em geral, terapias corporais, dinâmica de grupo, nutrição suplementar e grupos de apoio. Dentre estas técnicas, está o treinamento de força ou resistido (também conhecido como musculação) que vêm ganhando popularidade em função de sua aplicabilidade nas situações que o idoso enfrenta na sua vida diária, melhorando as capacidades físicas utilizadas para ações como pegar ônibus, dirigir automóveis, subir escadas, caminhar na rua, transportar volumes, vestir-se, tomar banho, realizar pequenos agachamentos, etc. Portanto, e segundo os vários trabalhos recentes documentados, cada vez mais se intensificam os registros que apontam os benefícios do treinamento com pesos para reabilitação e profilaxia da incapacidade física em pessoas idosas.

Reeducação postural

    A reeducação postural, conforme estudos de Knoplish (2003) citado por Oliveira et al, (2012) é uma forma de auxiliar os idosos no processo de envelhecimento, uma vez que muitas mudanças ocorrem no organismo e dentre elas, uma bastante relevante está relacionada às alterações na postura. As alterações fisiológicas de perda da capacidade funcional ocorrem durante o envelhecimento em idades mais avançadas, comprometendo a saúde e a qualidade de vida do idoso, sendo agravadas pela falta de atividade física.

    São muitos os benefícios que a atividade física promove na realização de tarefas funcionais haja vista que, com o envelhecimento, acontece uma diminuição da capacidade funcional em virtude de alterações nos sistemas musculoesquelético e nervoso. O treinamento resistido combinado à reeducação postural pode auxiliar na recuperação ou fortalecimento desses grupos musculares, possibilitando que o idoso desenvolva suas atividades diárias com melhor fluidez, confiança e maior equilíbrio. (POÇAS, 2009)

    A postura e o alinhamento das partes do corpo entre si, durante o envelhecimento, tendem a ficar mais fracas em decorrência da perda de força muscular como cita Kauffman (2001) e Lianza (2001) apud Silveira et al (2010). As alterações degenerativas fazem o idoso perder força muscular, comprometendo sua postura corporal.

    Segundo Knoplish (2003) citado por Oliveira et al (2012), a boa postura é considerada fator importante à saúde do sistema musculoesquelético, evitando problemas mais graves relacionados a coluna vertebral. Na postura, as alterações na resistência do sistema musculoesquelético são caracterizadas por modificações estruturais dos tendões que se tornam mais rígidas e, consequentemente, com maior propensão de sofrer microrrupturas ou mesmo rupturas completas e diminuição da massa óssea.

    Para a prevenção e diminuição destes problemas Silveira et al (2010) apresentam que propostas educativas, preventivas e terapêuticas têm sido oferecidas à população idosa com o objetivo de oportunizar uma melhora da postura corporal. De acordo com os autores, as posturas são usadas para a realização de atividades com menor quantidade de energia, e é notável a influência do envelhecimento na estatura e consequentemente na postura dos idosos, indicando uma perda de constituintes que enfatizam o equilíbrio, seja articular, muscular ou neurológico.

    Sehnem (2011) registra que o indivíduo idoso possui posturas antálgicas tais como, aumento da cifose tóraxico-lombar, desabamento do arco plantar e diminuição do tamanho dos discos paravertebrais, ocasionando a diminuição da estatura corporal. De acordo com Ferreira, Massote e Lima (2005) a gravidade sobrecarrega as estruturas responsáveis por manter o corpo numa postura ereta. Normalmente, a linha de gravidade passa através das curvaturas fisiológicas da coluna vertebral e elas são equilibradas, porém, se o peso em uma região desloca-se para longe da gravidade, consequentemente, o restante da coluna compensa sempre buscando o equilíbrio.

    A importância de se realizar um trabalho de reeducação postural em idosos é a de minimizar esses efeitos naturais do envelhecimento, visando maior autonomia, e com isso, uma melhor qualidade de vida.

Treinamento resistido

    De acordo com Simão, Baia e Trotta (2003)

    O exercício físico é considerado hoje como uma das melhores maneiras de manter a qualidade de vida durante o processo de envelhecimento, exercendo influência favorável sobre a condição funcional do organismo e sobre sua capacidade de desempenho. Como não existem medicamentos para evitar o envelhecimento, assume o exercício físico um papel preponderante. (p. 06)

    Conforme Willardson e Burkett (2005), um programa de treinamento resistido pode atender e adequar-se a diferentes objetivos e níveis de aptidão física, sendo considerada uma prática segura para indivíduos saudáveis, atletas ou portadores de doenças crônicas. (POLITO e FARINATTI, 2003). Mota et al (2006) corroboram afirmando que a prática de exercícios físicos rigorosos, como os exercícios resistidos trazem melhora ainda mais significativas que a simples prática de atividade física. Distúrbios posturais e doenças pulmonares crônicas são algumas situações onde os exercícios de força são particularmente recomendados. (SIMÃO, BAIA e TROTTA, 2003)

    Outro registro que afirma a contribuição dessas práticas pelos idosos é o dos autores Fleck e Kraemer (1999) que apresentam que o treinamento de força tem demonstrado ser um meio efetivo para o aumento e manutenção da força, e esses exercícios com pesos deveriam ser priorizados no trabalho com idosos, visto os benefícios obtidos.

    Pierce et al citado por Marx et al (2001), apontam que atualmente este trabalho é um importante componente de programas de saúde e estética, por propiciar benefícios como o aumento da força muscular, aumento da endurance muscular, aumento da capacidade tamponante, menor estresse fisiológico durante a atividade física, dentre outros benefícios.

    Hoffman (2002) registra, no entanto, que muitas variáveis devem ser consideradas na montagem do programa de treinamento resistido (TR), tais como o número de séries, número de repetições, intervalo entre séries e exercício, velocidade de execução, ordem dos exercícios, frequência semanal, amplitude de movimento, intensidade, dentre outros.

    As adaptações sugeridas em um trabalho de TR são dependentes dos fatores específicos de cada indivíduo, relacionados aos seus interesses e necessidades, além do seu genótipo (WILLARDSON e BURKETT, 2005). De acordo com os autores, existem vários protocolos de TR, prescritos para diferentes objetivos. A diferença entre esses protocolos é a forma como as variáveis estão dispostas, e seus objetivos, que geralmente enfatizam a hipertrofia, força, potência ou endurance muscular. É atribuído ao TR de elevado volume e baixa intensidade o aumento da capacidade de endurance muscular.

    Por outro lado, segundo Kraemer et al (2002), no treinamento de baixo volume e elevada intensidade a principal adaptação desejada é o aumento da força e hipertrofia muscular. O TR tem demonstrado ser muito eficiente para estimular as características de condicionamento treináveis como a força, a potência, a hipertrofia e a resistência musculares. Outras variáveis, como velocidade, equilíbrio, coordenação, capacidade de saltar e flexibilidade, também têm sido positivamente estimuladas pelo TR.

    Conforme apresenta Hoffman (2002), o TR é o método mais eficaz para desenvolver força muscular esquelética e, atualmente, é reconhecido por grandes organizações de saúde como meio eficaz para melhorar a saúde e a aptidão dos indivíduos idosos. A atividade física aumentada e a participação em programas gerais de exercícios que incorporam atividades de resistência aeróbia, TR e exercícios de flexibilidade reduzem o risco de várias doenças crônicas como doença cardíaca coronariana, obesidade, diabetes, osteoporose, dor lombar, dentre outras.

    O TR, segundo Kraemer et al (2002), reduz com eficiência e segurança os fatores de riscos associados com doença cardíaca coronariana, diabetes não dependente de insulina e câncer de cólon; previne osteoporose, promove perda de peso e a sua manutenção. Melhora a estabilidade dinâmica e preserva a capacidade funcional, e ainda estimula o bem estar psicológico, particularmente quando incorporado dentro de um programa geral de condicionamento. O autor ainda apresenta que uma recomendação para o TR é a realização de uma série de 8 - 12 repetições para 8 - 10 exercícios, incluindo um exercício para todos os grupos musculares maiores, sendo 10 - 15 repetições para idosos e pessoas mais fragilizadas.

Treinamento resistido e reeducação postural para melhor condição de vida do idoso

    Segundo Mcardle (2003), o avanço da idade causa atrofia muscular devido à deterioração das unidades motoras. Também em idosos, essa baixa de massa muscular diminui a força e potência muscular, impossibilitando muitas vezes a execução de atividades da vida diária, como caminhar, levantar-se da cadeira e subir escadas.

    Estudos realizados por Fleck e Kraemer (1999), comprovam que a potência e treinabilidade são de extrema importância para as capacidades físicas do indivíduo. O número de neurônios, a velocidade de reação, os reflexos, a agilidade e coordenação tendem a diminuir, assim como a massa óssea, muitas vezes causadas pela osteoporose e a estatura, devido ao estreitamento vertebral.

    A recomendação geral, de acordo com Kraemer (2002), é que o delineamento de programas de TR evolua do simples para o complexo durante a progressão do treinamento inicial para intermediário e avançado. O progresso em TR para adultos idosos e saudáveis é percebido com a manipulação crônica das variáveis do programa, mas cautela deve existir com o ritmo de progressão na população idosa.

    Força e hipertrofia musculares são componentes cruciais da qualidade de vida, e, na medida em que a expectativa de vida aumenta, a perda de força muscular associada com a idade aumenta de importância. Logo, como registra Machado (2007), o TR é a mais adequada intervenção para estimular a hipertrofia muscular e limitar a sarcopenia.

    A recomendação para estimular força muscular e hipertrofia em adultos idosos, conforme estudos de Kraemer (2002) é a utilização de exercícios multiarticulares e uni articulares, inicialmente com aparelhos, podendo evoluir para pesos livres, com velocidade baixa à moderada, com 1 a 3 séries por exercício, com 60 à 80 % de 1 Repetição Máxima (RM) para 8 a 12 repetições com 1 a 2 minutos de descanso entre séries.

    O autor propõe também incluir o TR específico para potência nos programas para adultos idosos saudáveis. A recomendação para aumentar a potência em idosos é associar ao TR tradicional a realização de exercícios multiarticulares e uni articulares com cargas leves à moderadas (40 à 60% de 1 RM), para 6 à 10 repetições, com velocidade de movimento alta, sendo 1 à 3 séries por exercício.

    A proposta da inclusão de movimentos rápidos com cargas menores para melhorar a potência em pessoas idosas tem base teórica, no entanto, não considera que movimentos acelerados sejam mal tolerados por articulações fragilizadas. O TR tradicional produz importantes aumentos na potência. A melhora da resistência muscular em idosos possibilita maior habilidade para realizar trabalhos submáximos e atividades recreacionais (KRAEMER, 2002). O autor também acrescenta que o TR tradicional é eficiente para melhorar a resistência muscular, mas é possível incluir treinamento mais específico.

Considerações finais

    Sabemos que indivíduos idosos apresentam um controle postural alterado em relação aos adultos jovens, o que consequentemente pode elevar o número de quedas devido a perda de força e equilíbrio observados nesta população.

    É indispensável que antes de iniciar qualquer ciclo de atividade física, os idosos passem por avaliação médica especializada que possa determinar as condições iniciais e acompanhar cada indivíduo desde o início de seu programa de exercícios. Os demais procedimentos como instrução, prescrição e monitoramento de cada idoso durante sua prática de exercício, deve ser realizada por profissionais capacitados de Educação Física.

    Para que o trabalho seja realmente eficiente, faz-se necessária uma avaliação dos riscos de saúde que o idoso apresenta e suas limitações, bem como testes para avaliar suas capacidades, e assim, prescrever os exercícios adequados às suas condições e necessidades.

    É importante destacar que o exercício resistido não irá diminuir o tempo de envelhecimento das pessoas, porém, fará com que envelheçam com maior qualidade de vida, tendo em vista que o TR melhora a mobilidade articular e proporciona o fortalecimento muscular de forma que o idoso, com sua musculatura esquelética fortificada, tenha uma melhor postura, evitando assim, lesões ocasionadas em decorrência da ausência do trabalho resistido.

    Podemos concluir que o Trabalho Resistido associado a um programa de Reeducação Postural, promove melhorias no sistema musculoesquelético, possibilitando que o indivíduo idoso tenha efetividade na realização de suas atividades da vida cotidiana, trazendo com isso seu bem-estar físico e mental tão almejado, tornando-o mais autônomo e saudável, podendo usufruir melhor e com mais prazer todos os momentos de sua vida.

Referências bibliográficas

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 18 · N° 185 | Buenos Aires, Octubre de 2013
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