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Prevalência de sobrepeso e obesidade em praticantes 

de atividades físicas em uma academia de Goiânia, Goiás

Predominio de sobrepeso y obesidad en personas que realizan actividades físicas en un gimnasio de Goiania, Goiás

 

*Discentes do Curso de Educação Física

** Orientador. Docente do curso de Educação Física

Universidade Salgado de Oliveira

(Brasil)

Arnaldo Pereira de Souza Filho*

Marcella Mendes Soqueira*

Márcio Frederico Leonardi*

Pedro Henrique Silva Ferreira*

Túlio Lima Teles Vítor Cavalcante Accioly*

Prof. Edson Leonel**

pedro_judoca1@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          A prevalência da obesidade tem crescido rapidamente e representa um dos principais desafios para a saúde pública. O objetivo deste estudo foi verificar a prevalência de sobrepeso e obesidade e o risco coronariano em praticantes de atividades físicas no Parque Flamboyant em Goiânia, Goiás, através das variáveis antropométricas. Participaram desta pesquisa 40 sujeitos (sendo 26 mulheres e 14 homens), com faixa etária entre 16 e 82 anos (média 26,83 ± 11,54. Verificou-se que as prevalências totais de sobrepeso foram de 45,2% e de obesidade grau I e II foram de 7,3%. Na comparação entre o sexo feminino e o masculino, a prevalência de sobrepeso foi maior nos homens, porém as mulheres apresentaram um grau de obesidade maior. Assim, a prevalência de sobrepeso e obesidade e o risco coronariano observada, evidenciam a importância dos profissionais da área de saúde em alertarem para os riscos que o excesso de gordura pode trazer para o indivíduo.

          Unitermos: Obesidade. IMC. RCQ. Academia.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 185, Octubre de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Hoje vivemos uma vida cômoda, cheia de luxos e facilidades, tudo instantaneamente. Algumas pessoas dizem que não precisam sair de casa para viver, pois, tem tudo que precisam TV, internet, rede sociais, namoros, comida por entrega, comida congelada, micro-ondas, e muitas outras formas de deixar a vida mais fácil. Porém como todos sabem esse estilo de vida não contribui para uma vida saudável, levando as pessoas a praticar cada vez menos atividades esportivas e exercícios físicos, visto que até mesmo suas atividades diárias não exigem nenhum condicionamento, fazendo com que o consumo calórico seja muito acima do gasto energético. Essa situação tem aumentado à incidência de obesidade e sedentarismo, e junto a esses aspectos os problemas de saúde cada vez mais rotineiros, e isso ocorrem cada vez com pessoas mais novas, que é o que mais nos preocupa. Damos uma atenção especial à alimentação, pois com os produtos químicos utilizados, os fast foods, tem tomado conta do mercado de alimentação, proporcionando cada vez mais diversidades nos alimentos, levando que as pessoas comam cada vez mais alimentos não naturais. Atualmente, observa-se elevada prevalência de sobrepeso e obesidade na população mundial. Este quadro tem se caracterizado como uma verdadeira epidemia representando um grave problema de saúde pública.

    Nos dias atuais o número de pessoas com excesso de peso corporal tem crescido de forma surpreendente na população mundial. Esse excesso de peso é classificado como sobrepeso ou obesidade e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), no ano de 2015 cerca de 1,5 bilhões de pessoas sofrerão com a obesidade, transformando-se em um grave problema de Saúde Pública, sendo caracterizada como uma verdadeira epidemia, principalmente em países desenvolvidos e naqueles em desenvolvimento, como é o caso do Brasil (SAMPAIO e NOGUEIRA, 2006).

    Constatino e Lopez (1999) alertam que a prevalência da obesidade cresce e preocupa os médicos, mostrando a necessidade de combatê-la e controlá-la desde a infância e a adolescência, pois a obesidade é um distúrbio do metabolismo energético e o melhor caminho para não se tornar obeso é prevenir, uma vez que envolve um fator de risco e em condições crônicas levam à incapacidade e à perda de produtividade, além de comprometer a qualidade de vida.

    Desta forma, o objetivo deste estudo foi verificar a prevalência de sobrepeso e obesidade em praticantes de atividades de uma academia em Goiânia- Goiás através das variáveis antropométricas de IMC e de RC/Q.

Desenvolvimento

    O IMC (Índice de Massa Corporal) e o RCQ (Relação Cintura Quadril), são medidas antropomórficas e antropométricas que comprovam riscos de saúde em padrões já aceitos pela OMS. Por sua vez, o IMC consiste no cálculo da massa (o peso em kg) dividida pela altura ao quadrado. Verifica especificamente a quantidade de gordura, sem discriminar a massa gorda da massa magra. O RCQ consiste no perímetro da cintura dividida pelo perímetro do quadril. Essas duas medidas aliadas somam um poderoso método de analisar os riscos de saúde.

    Embora o IMC não forneça informações acerca dos componentes da massa corporal, sua aplicabilidade não pode ser ignorada, já que envolve medidas relativamente fáceis de serem obtidas, é um método rápido e barato na determinação da obesidade, porém ele não fraciona os componentes da massa gorda e massa magra (SCHMIDT, 2010). A RCQ é um índice simples e prático para determinação da distribuição da gordura abdominal e um forte preditor de morte prematura e doenças cardiovasculares, podendo ser usado como índice de nível de adiposidade, mas não independentemente das concentrações de colesterol e da pressão sanguínea (PITANGA, 2008).

    A obesidade, com o passar do tempo, tende a repercutir de forma negativa tanto na qualidade como na expectativa de vida dos indivíduos. A incidência de diabetes, aterosclerose, gota, cálculo renal e morte cardíaca súbita são bastante freqüentes em pessoas obesas (PITANGA, 2008). O excesso de gordura corporal está associado a diversas doenças de dimensão física e psicológica, incluindo doenças cardíacas, hipertensão, diabetes, osteoartrite, transtornos de ansiedade entre outros (Nahas; Goldenberg e Elliot, apud Santos, 2003). Para classificar o nível de gordura corporal são recomendados valores de 15% para homens e 23% para mulheres, enquanto a quantidade de gordura de 25% ou mais para homens, e 32% ou mais para mulheres são consideradas como obesidades (PITANGA, 2008).

    O tratamento do paciente obeso deve ter como objetivo a saúde e o bem estar do indivíduo, e não apenas os padrões estéticos, porém a prevenção da obesidade parece ser a melhor opção frente ao quadro delineado (NETO 2003 apud REZENDE et al., 2008). A atividade física deve ser estimulada desde cedo e os seus benefícios também devem ser sempre lembrados, pois a prática de atividades regulares favorece a prevenção da obesidade, de doenças cardiovasculares, do bem estar, enfim, ajuda o indivíduo a ter uma melhor qualidade de vida. Além dos exercícios é importante salientar que um mau hábito alimentar e os excessos de consumo de bebidas alcoólicas e de cigarro são fundamentais para que o indivíduo tenha predisposição a esses problemas.

    Considerando a relação existente entre o excesso de gordura corporal e doenças crônicas degenerativa, fica evidente a importância de se verificar os índices de adiposidade no combate a estes problemas de saúde.

Metodologia

    A pesquisa se classifica como descritiva, que segundo Cervo e Bervian (2002, p.66) caracteriza-se por observar, registrar, analisar e correlacionar variáveis sem manipulá-las, procurando descobrir, com a precisão possível, a frequência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua natureza e características.

    Participaram desta pesquisa 40 sujeitos (sendo 26 mulheres e 14 homens), com faixa etária entre 16 e 82 anos (média 26,83±11,54), praticantes de atividades físicas de uma academia em Goiânia-Goiás.

    Foram determinados o Índice de Massa Corporal (IMC) e a relação da circunferência da Cintura-para-Quadril (RCQ). Para o cálculo do IMC foram coletadas as medidas antropométricas de Massa Corporal (em kg) utilizando uma balança digital da marca Bioland (capacidade até 200kg) e um antropômetro de marca Cescorf para determinação da Estatura (em metros). As medidas de circunferência da cintura e do quadril (em cm) foram realizadas com uma fita métrica flexível.

    Após calculados o IMC e a RCQ, os dados foram comparados aos padrões de referência disponíveis na literatura pertinente.

Resultados e discussão

Gráfico 1. Classificação do índice de massa corporal

 

Gráfico 2. Classificação do risco coronariano, com base na relação da circunferência da Cintura-para-Quadril (RCQ)

    No total foram avaliados 26 mulheres e 14 homens. As prevalências totais de sobrepeso foram de 45,2% e de obesidade grau I e II foram de 7,3%. No sexo masculino, os valores encontrados foram 32,7% para o sobrepeso e nas mulheres esse valor foi de 12,5%. Já a prevalência de obesidade grau I e II foi de 2,8% nos homens e de 4,5% nas mulheres. Na comparação entre o sexo masculino e feminino, os homens tiveram prevalência significante maior de sobrepeso do que as mulheres, porém as mulheres apresentaram um grau de obesidade maior do que os homens.

    Em relação aos percentuais de RCQ , observa-se que 52,3% dos homens tem um baixo risco coronariano. Já nas mulheres esse percentual é de apenas 23,3%. No sexo masculino, os valores encontrados foram de 6,5% tanto para o risco alto quanto para o risco muito alto. As mulheres tiveram 15,9% e 10,8% respectivamente. Comparando o sexo feminino com o masculino, os homens possuem um risco significante menor de doenças cardiovasculares do que as mulheres. O risco alto das mulheres é mais do que o dobro comparado com os homens e o risco muito alto também é maior nas mulheres.

    Em 2011, Kutschera, Moraes e Machado verificaram a prevalência de sobrepeso e obesidade em escolares surdos de uma escola de Belo Horizonte. Foram avaliados 30 adolescentes com faixa etária entre 14 e 18 anos. Concluiu-se que houve uma prevalência de obesidade no sexo feminino. Assim como no presente estudo, a obesidade e o risco coronariano foram mais prevalentes no sexo feminino, porém independentemente do sexo, é importante alertar principalmente as crianças e os adolescentes sobre os riscos que a má alimentação e o sedentarismo pode trazer para o indivíduo, a fim de combater a obesidade.

Conclusão

    Observou-se que os homens tiveram prevalência significante maior de sobrepeso do que as mulheres, porém, as mulheres apresentaram um grau de obesidade maior do que os homens. Também pode-se observar que as mulheres tem muito mais chances de ter uma doença cardiovascular do que os homens. O presente estudo conclui que a prevalência de sobrepeso e obesidade grau I e II e o risco coronariano é grande, sendo verificada uma prevalgência maior no sexo feminino.

    Assim, a prevalência de sobrepeso e obesidade e o risco coronariano observada, evidencia a importância dos profissionais da área de saúde em alertarem para os riscos que o excesso de gordura pode trazer para o indivíduo. Esse alerta se faz necessário principalmente nós como futuros profissionais de educação física, pois iremos lidar com crianças e adolescêntes, sobretudo na escola e em decorrência da vida das grandes cidades, as pessoas estão ficando cada vez mais sedentárias e deixando de fazer atividades físicas.

Referências

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