efdeportes.com

Os benefícios do método mãe canguru na recuperação do 

recém-nascido de baixo peso (RNBP): uma revisão bibliográfica

Los beneficios del método madre canguro en la recuperación del recién nacido de bajo peso (RNBP): una revisión bibliográfica

 

*Enfermeira graduada pela Universidade Estadual de Montes Claros, UNIMONTES, MG

**Docente do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual

de Montes Claros, UNIMONTES, MG. Mestre em Ciências da Saúde.

***Docente do Curso de Enfermagem da Universidade

Estadual de Montes Claros, UNIMONTES, MG

(Brasil)

Elizete Ângela de Souza*

Clara de Cássia Versiani**

Waldete Ruas***

Carla Silvana Oliveira Silva**

claraversiani@bol.com.br

 

 

 

 

Resumo

          Introdução: No Brasil, o Ministério da saúde, preocupado em desenvolver uma metodologia de abordagem perinatal de acordo com sua realidade e cultura, e buscando a promoção da atenção humanizada ao recém-nascido de baixo peso (RNBP), lançou por meio da Portaria n 693 de 05/07/2000, a norma de atenção humanizada do recém-nascido de baixo peso (método canguru). Objetivo: Identificar os principais benefícios do método canguru para a recuperação do RN a luz da literatura cientifica. Metodologia: Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica. Resultados: Foram acessados artigos indexados nos bancos de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), sendo utilizadas as bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Medical Literature Analyses and retrieval sistem online (MEDLINE). O que resultou em 53 estudos, que após criteriosa leitura foram selecionados obedecendo ao tema proposto. Em seguida foram analisados os principais benefícios e correlacionados. Conclusão: Os trabalhos de revisão permitem sistematizar a produção literária e subsidiar novas pesquisas. Este estudo evidenciou que a produção literária é vasta no que concerne ao método mãe canguru, porém há poucos estudos que subsidiam a temática do tempo de hospitalização e alta hospitalar.

          Unitermos: Método mãe canguru. Prematuro. Desenvolvimento infantil.

 

Abstract

          Introduction: In Brazil, the Ministry of Health, concerned to develop a methodology for perinatal approach according to their reality and culture, and seeking to promote humane care for newborns of low birth weight (LBW), launched by Ordinance No 693 of 05/07/2000, the standard of humane care of the newborn with low weight (kangaroo care). Objective: To identify the main benefits of kangaroo care for the recovery of the newborn light of the scientific literature. Methodology: This is a bibliographic review. Results: We accessed articles indexed in the databases of the Virtual Health Library (VHL), and used the databases: Latin American and Caribbean Health Sciences (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Medical Literature Analyses and retrieval system online (MEDLINE). This resulted in 53 studies, which were selected after careful reading obeying the theme. They were then analyzed and correlated the main benefits. Conclusion: The systematic review papers allow the literary production and support new research. This study showed that the literature is vast regarding the kangaroo mother care, but there are few studies that support the theme of hospitalization and discharge.

          Keywords: Kangaroo mother method. Premature. Child development.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 185, Octubre de 2013. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

Introdução

    Em todo mundo, nascem anualmente 20 milhões de crianças prematuras (bebês que nascem com idade gestacional inferior a 37 semanas) e com baixo peso ao nascimento (todos os bebês que nascem com peso inferior a 2.500g). Destas um terço morre antes de completar um ano de vida. No Brasil, a primeira causa de mortalidade infantil são as afecções perinatais, que compreendem os problemas respiratórios, a asfixia ao nascer e as infecções, mais comuns em crianças prematuras e de baixo peso. Além disso, muitos bebês são acometidos de distúrbios metabólicos, dificuldade para se alimentar e para regular a temperatura corporal. (BRASIL, 2009a; EFERBAUM & FALCÃO, 2005).

    Como proposta para melhorar os cuidados prestados a estes recém-nascidos, foi implementado, o método mãe-canguru (MMC), que consiste em retirar os bebês da incubadora, desde que hemodinamicamente estáveis, substituindo-a por uma fonte humana de calor direto e de alimento. Esta prática, além de baratear os custos da assistência, promove maior vínculo afetivo, maior estabilidade térmica e melhor desenvolvimento, além de reduzir os níveis de infecções cruzadas decorrentes da permanência de mais de um bebê por incubadora. (BRASIL, 2009; FEFERBAUM; FALCÃO, 2005).

    Assim, o método mãe-canguru (MMC) brasileiro foi estabelecido para ser desenvolvido em três etapas. A primeira previamente ao nascimento, com a identificação das gestantes com risco de darem à luz a uma criança de baixo peso. Nessas condições a futura mamãe recebe orientações específicas sobre os cuidados a serem tomados consigo e com o bebê. Recebe também apoio emocional, acolhimento e orientação psicológica. Na segunda etapa do método, o bebê encontra-se bem, sem necessidades de aparelhos ou de oxigênio, ganhando peso regularmente por pelo menos três dias e com um peso superior a 1.250 g. A mãe encontra-se segura e preparada para cuidar do seu filho com o treinamento teórico e prático dispensado pela equipe de saúde. Por fim, a terceira etapa, que consiste no acompanhamento da mãe e do bebê no ambulatório e/ou domicilio até atingir o peso de 2.500g, dando continuidade à abordagem biopsicossocial. Atuando na realização de exame físico completo da criança tomando como referências básicas o grau de desenvolvimento, o ganho de peso, o comprimento e o perímetro cefálico, levando-se em conta a idade gestacional corrigida (BRASIL, 2009; BRASIL, 2002).

    As evidências científicas indicam que o MMC traz benefícios à saúde do RNBP, reduz custo e tempo de internação hospitalar, humaniza a assistência, melhora o vínculo mãe-filho, ao dar à mãe função essencial no cuidado do recém-nascido, e aumenta a adesão ao aleitamento materno exclusivo.

    É importante ressaltar que tanto no Brasil, como nos países desenvolvidos, o Método Mãe-Canguru tem sido proposto como opção para uma parcela dos RNBP e não para substituir a tecnologia hoje utilizada nas unidades neonatais.

    Sendo assim a autora pauta-se da premissa que com a evolução das pesquisas e a aceitação do uso do método mãe canguru nas Unidades de Terapia Intensiva, vem beneficiando os grupos de RNBP e suas famílias. Partindo então do pré suposto que muitos hospitais não tem suporte suficiente para ampara à demanda desse grupo. Contando assim com uma evolução mais rápida da criança e posteriormente uma recuperação e independência, levando a uma alta precoce das UTIs. Fato que se confirma na maioria dos estudos acessados. É de fundamental ressalva que os profissionais de saúde, mães juntamente com sua família entendam os benefícios que rege o método canguru.

    O objetivo geral deste estudo foi de identificar os principais benefícios do método mãe canguru para a recuperação do RNBP a luz da literatura cientifica. Os objetivos específicos englobam: Relacionar os benefícios para o recém-nascido prematuro. Conhecer a eficácia do método aplicado ao prematuro.

Metodologia

    Neste estudo optou-se por fazer uma Revisão Bibliográfica, onde o levantamento bibliográfico foi realizado com base em analisar os principais benefícios do método mãe canguru bem como, certificando uma recuperação mais rápida do RNBP. Para realização desta revisão, foram cumpridas as seguintes etapas: definição do problema, estabelecimento dos critérios de inclusão para a seleção dos artigos (seleção da amostra) e busca dos artigos.

    O levantamento bibliográfico de publicações indexadas ou catalogadas foi realizado no período de Abril a Maio de 2012, nas bases de dados da Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Medical Literature Analyses and retrieval sistem online (MEDLINE), Literatura latino americana em ciências da saúde (LILACS). Estes são bancos de dados cujo acesso pode ser feito “online” através da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). As palavras chave utilizadas foram, respectivamente: método mãe canguru, desenvolvimento infantil e prematuro.

    Foram considerados como critérios de inclusão: Artigos publicados em português, na íntegra que retratassem a temática re­ferente os benefícios do método mãe canguru na recuperação do recém-nascido e artigos referidos banco de dados nos últimos seis anos (2005 a 2011). Esse período engloba a elaboração pelo Ministério da Saúde do manual Técnico: Atenção Humanizada do Recém Nascido de Baixo Peso.

    Foram encontrados 43 artigos que após leitura minuciosa dos resumos e de acordo com os critérios de inclusão, foram selecionados 10 artigos.

Resultados e discussão

    A revisão bibliográfica foi realizada considerando os 10 artigos que atenderam ao critério de inclusão na pesquisa. Estes foram sistematizados na tabela abaixo.

Distribuição dos resultados encontrados

    Dentre esses 10, cinco desses artigos (50%) tinham o delineamento do tipo revisão narrativa; um (10%) com delineamento do tipo revisão sistemática, um (10%) com delineamento do tipo estudo qualitativo e três (30%) com delineamento do tipo prospectivo.

    Os estudos foram publicados um no ano 2005, um no ano 2006, três no ano 2007, um no ano 2008, três no ano 2010 e um no ano de 2011. Quanto ao local de publicação, um artigo (10%) foi publicado na Revista Brasileira Saúde Materno Infantil, um (10%) na Revista Brasileira Crescimento e Desenvolvimento Humano, um (10%) na Revista Brasileira de Fisioterapia, um (10%) na Revista Brasileira de Fonoaudiologia, um (10%) na Revista Brasileira de Atualização Cientifica, um (10%) no Periódico Cientifico do Núcleo de Biociências, um (10%) na UNICiências e três (30%) no Jornal pediátrico.

O Método Mãe Canguru e o aleitamento materno

    Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2009), apesar da constatação da contribuição da amamentação para o recém-nascido e dos esforços nacionais e internacionais para o incentivo desta prática, as taxas de aleitamento materno no Brasil, em especial as de amamentação exclusiva, estão bastante aquém do recomendado (até seis meses de idade e complementando-se até os dois anos ou mais).

    O aleitamento materno para o recém-nascido de baixo peso (RNBP) e ou recém nascido pré-termo (RNPT) apresenta aspectos peculiares, relacionados à separação precoce entre mãe e filho nos primeiros dias de vida, dificultando a amamentação, a qual é extremamente importante para esta população, e à ausência dos reflexos de sucção e deglutição, além de freqüentemente apresentarem condições clínicas críticas (FEFERBAUM; FALCÃO, 2005).

    O estimulo ao aleitamento materno é um dos objetivos do Método Mãe Canguru, pois favorece o fortalecimento do vínculo afetivo entre mãe e filho, promovendo ganho de peso ponderal (CASATI; OLIVEIRA & PAULA, 2010). A posição canguru permite que a mãe transmita a seu filho calor, amor e alimentação ideal. O leite materno aprimora a função de sucção do bebê, por meio de movimentos da boca e da língua, estimulados pelo interesse em sugar (ALVES; SILVA & OLIVEIRA, 2007; CAETANO, SCOCHI & ANGELO, 2005).

    Segundo Alves; Silva; Oliveira (2007), o leite humano é o alimento mais indicado ao RNPT nas primeiras semanas de vida, uma vez que possui alta concentração de nitrogênio, lipídeos totais, vitaminas A, D e E, cálcio, proteínas com funções imunológicas e ácidos graxos. Segundo Colameo; Rea (2006) amamentar precocemente um bebê prematuro promove a redução de perda de peso, aumenta o nível de glicose no sangue e diminui a bilirrubina não conjugada, contribuindo para o desenvolvimento intelectual e neurológico.

    Estudos salientam que o MMC promove o AME no momento da alta hospitalar, afirmam que este método também aumenta sua adesão. Assim, as mães que participam da metodologia canguru interromperam o aleitamento materno mais tardiamente, comportamento relacionado à presença junto ao bebê. (CARDOSO et al. ,2006; FILHO et al. ,2008; FREITAS & CAMARGO, 2007; SILVA & SEGRE, 2010).

    Almeida, Venancio, Sanches & Onuki (2010); trás, em estudo, que à uma maior freqüência de AME nos bebês cujas mães participaram do MC quando comparados àqueles que receberam atenção neonatal convencional.

    Os dados de AME à alta hospitalar corroboram os resultados de Lamy et al (2008); Brito (2008), em estudo prospectivos com bebês prematuros, os quais, que participaram do método apresentaram chance 2,34 a 37 vezes maior respectivamente de serem amamentados exclusivamente no momento da alta hospitalar.

    ANDRADE & GUEDES (2005), revelou em estudos que os melhores resultados referente a deglutição, sucção e respiração foram referentes ao Método Mãe-canguru, pois a proximidade materna facilitada pelo contato pele a pele contribuiu para o estabelecimento da amamentação em livre demanda, controle das habilidades fisiológicas, com melhor organização nos ciclos do sono, além de uma melhor organização dos estados comportamentais, havendo, portanto, menos sinais de estresse, quando comparado com o grupo controle. Os estudos realizados pela Colameo; Rea, (2006), apontam o uso do método como uma forma de estabelecer um vínculo afetivo mãe/filho num período de internação promovendo o aleitamento materno exclusivo e preparando a mãe para dar continuidade no processo após a alta hospitalar.

    O MMC constitui-se em uma estratégia de cuidado neonatal composta por princípios de humanização, na qual mãe e filho permanecem em contato pele a pele durante o maior tempo possível, proporcionando um vínculo afetivo entre mãe e filho e privilegiando a amamentação (KATAKURA et al., 2010).

O Método Mãe Canguru e o ganho de peso do RNBP

    Lamy et al; (2008) demonstrou em seus estudos que os recém-nascidos das unidades controle tiveram média de ganho ponderal ligeiramente superior às das unidades do método Mãe Canguru (15,3 versus 13,2 g/kg/dia). Por outro lado, as unidades canguru tiveram desempenho superior em relação à promoção do aleitamento materno.

    Em muitas unidades neonatais, o critério ponderal é definitivo para determinar a alta hospitalar. O conhecimento de como se sistematiza a prática do MMC no dia a dia é importante principalmente, com relação aos bebês que recebem alta com pesos mais baixos. Almeida et al (2007), em estudo avaliando os efeitos do MMC nos sinais vitais do RN, coletou sua amostra em unidade de cuidados onde o peso condicionante para a alta hospitalar, era em torno de 2.000g.

    Colameo e Rea (2006), em estudo realizado em hospitais públicos de São Paulo encontraram que algumas das exigências mais difíceis de cumprir para a inclusão do bebê no MMC etapa domiciliar foram: a exigência de ganhar peso superior a 15g/dia para entrar nesta etapa; peso mínimo de 1.500g para a alta (a maioria dos pesos adotados ficou entre 1.750g e 2.000g); obter ganho de peso consecutivo nos últimos três dias; não ser alimentado por sonda; compromisso materno e familiar de realizar o método 24h/dia e obedecer ao cronograma de retorno; a condição de recorrer ao hospital a qualquer momento de urgência.

    Para os mesmos autores, o Método Canguru tem papel importante para assegurar a saúde do bebê de baixo peso após a alta hospitalar, tanto pela oportunidade de fortalecimento do vínculo afetivo que oferece, como pelas altas taxas de amamentação que proporciona. (Colameo & Rea, 2006)

O Método Mãe Canguru nos sinais vitais do RNBP

    Uma das grandes dificuldades encontradas pelo RNBP é a manutenção da temperatura corpórea, em virtude principalmente, da falta de sudorese, da produção defeituosa de calor por menor movimentação, da imaturidade dos centros nervosos, da escassez de tecido celular subcutâneo e da oferta de oxigênio, limitada por distúrbios respiratórios. A hipotermia prolongada exige maior consumo de energia e oxigênio para produção de calor, o que prejudica o ganho ponderal. (ALMEIDA, ALMEIDA, FORTI, 2007). Dessa forma, a retirada do RNPT da incubadora ocorre quando o mesmo demonstra maturidade em relação ao controle térmico, independentemente do seu peso. Assim, o RNPT se conserva normotérmico, ou seja, com temperatura axilar oscilando entre 36 e 36,5 ºC. (ALMEIDA, ALMEIDA, FORTI, 2007).

    Em relação à temperatura corporal, Almeida e colaboradores (2007) concluíram que houve aumento significativo da temperatura corporal dos recém-nascidos pré-termo, RNPTs, após a aplicação de 30 minutos do MMC, e atribuíram ao método a melhora significativa do controle térmico, tão importante ao RNPT, devido à sua grande tendência à hipotermia, contribuindo, dessa forma, para a homeostase do mesmo. Foram avaliados 22 RNPT de baixo peso, sendo 10 do sexo feminino e 12 do sexo masculino. Os resultados revelaram um aumento significativo da temperatura e da saturação periférica de oxigênio e diminuição significativa da freqüência respiratória. A mediana dos valores da temperatura, antes da aplicação do método, era de aproximadamente 36,4 ºC e, após 30 minutos da aplicação, passou a ser 36,65 ºC. A hipotermia prolongada exige maior consumo de energia e oxigênio para produção de calor, o que prejudica o ganho ponderal. Esses resultados concordam com os achados Gazollo et al. (2000), que obtiveram também o aumento da SapO2 após a realização do MMC e, com isso, a promoção de melhora da oxigenação tecidual.

    A posição Canguru evita a perda de calor corporal e está associada com a manutenção ou aumento de calor durante essa posição. Assim sendo, o MMC é extremamente positivo para contribuir para o ganho ponderal dos RNs e evitar conseqüências deletérias de perda de calor.

    Em se tratando da Freqüência Respiratória o resultado da pesquisa nos mostra que a mediana dos valores da freqüência respiratória, antes da aplicação do método, era de 41,35 respirações por minuto (rpm) e, após trinta minutos da aplicação do método, passou a ser 36,8 rpm. Seguindo a mesma linha de resultado Andrade e Guedes (2005) mostram em seus estudos em relação aos sinais de estresse, verificaram-se quais sinais podem ser encontrados de acordo com cada subsistema. Nesse estudo, os sinais encontrados com maior freqüência foram: alterações respiratórias, soluço, variação do tônus, testa franzida e choro. Justificam-se os inúmeros benefícios do MMC no que diz respeito à homeostase, prevenindo, portanto, o aparecimento dos sinais de estresse, pois o contato pele a pele favorece a estabilidade fisiológica e as pausas na respiração não aumentam com os procedimentos diários. É extremamente importante para a recuperação da fadiga, pois o ambiente do alojamento Mãe-canguru contém muitos estímulos que se assemelham ao ambiente intra-uterino. Traz, ainda, consideráveis benefícios para a ventilação como taxa de saturação de oxigênio aumentada, normalização da temperatura, além de contribuir para a regulação do sono e organização dos estados comportamentais favorecendo, dessa forma, o desempenho da sucção.

    Em se tratando da Pressão Arterial e a Freqüência Cardíaca os resultados revelaram que a pressão arterial média e a freqüência cardíaca não mostraram diferenças estatisticamente significativas após 30 minutos de aplicação do MMC, segundo Gazollo et al; (2000) que, avaliando a eficácia do MMC em bebês submetidos a cuidado cardíaco intensivo pós-operatório, durante as primeiras horas após a entubação, não encontrou diferença significativa na pressão do sangue arterial.

    Por outro lado, estudos realizados por Gazollo et al.(2000) apontaram aumento da FC nos RNPT que podem ocorrer devido à mudança de posição do corpo do RN de supino para vertical e ao manuseio que leva ao aumento do estresse do RN.

O Método Mãe Canguru e o tempo de hospitalização

    Para Andrade e Guedes (2005), quando comparado o tempo de hospitalização, verificou- se que, no MMC, o tempo foi menor. O referido tempo de permanência hospitalar constitui-se em um dos aspectos positivos do MMC, pois a estabilidade fisiológica, a eficiência da sucção e, conseqüentemente, o processo de alimentação, são efetivados mais rapidamente pela proximidade materna, favorecidos pelo contato pele a pele, o que comprova os benefícios do MMC, tornando imprescindível sua utilização nos países em desenvolvimento, pois o menor tempo de permanência hospitalar contribui para o restabelecimento da relação mãe-bebê, diminui o risco de infecção hospitalar, além de acarretar em menores custos para a saúde pública.

    Em um estudo de coorte prospectivo, realizado por Lamy Filho et al. (2008), certificou que os recém-nascidos das unidades canguru tiveram tempo de permanência menor que os internados nas unidades convencionais (18,9 versus 24,1 dias). A diferença foi de 5,2 dias a menos para o grupo canguru, sendo marginalmente significante (p = 0,067).

Conclusão

    Diante dos resultados obtidos dentro das condições experimentais utilizadas, pode-se sugerir que o MMC promoveu o aleitamento materno nesses prematuros e possui papel de fundamental importância, é através desta prática que ocorre o vínculo mãe/filho e, conseqüentemente, o bem estar deste RN, contribuindo para o ganho de peso e desenvolvimento intelectual. O Método Canguru favorece a manutenção da temperatura corporal do RN prematuro, contribuindo para a melhora do controle térmico, o aumento da saturação periférica de oxigênio, melhorando a oxigenação tecidual, e a redução na freqüência respiratória, trazendo um maior conforto respiratório aos RNs. Sendo assim, o MMC promoveu alterações fisiológicas benéficas no RNPT de baixo peso, contribuindo de forma significativa para o seu controle fisiológico. Lembrando também que os dados, certificaram uma alta precoce, desses RNPT.

    Conseqüentemente, faz-se necessário o envolvimento de toda família neste processo, quando a mãe tem o apoio familiar os conflitos são melhores administrados promovendo, portanto, o tempo para o desenvolvimento da habilidade necessária para amamentar um bebê prematuro. Tudo isso acompanhado de importante suporte institucional por parte de uma equipe de saúde treinada e consciente da importância do atendimento preconizado nessa nova metodologia.

Referências

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 18 · N° 185 | Buenos Aires, Octubre de 2013
© 1997-2013 Derechos reservados