Exercício físico e diabetes Ejercicio físico y diabetes |
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Graduação em Educação Física Especialização em Ciência do exercício físico: da saúde a performance Faculdades de Dracena, Unifadra, SP |
Sidinei Volmar Garcia Ramires (Brasil) |
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Resumo O primeiro caso de diabetes foi no Egito há 1500 a c como uma doença desconhecida, na pessoa sendo que se confirmado a taxa de açúcar no sangue acima de 110mg% e considerado diabético pode ser herdado ou adquirido pelo estilo de vida da pessoa. O diabetes tipo 1 é uma destruição total ou quase total das células betas do pâncreas levando a não liberação da insulina já o diabético tipo 2 esta insulina e liberada, mas ela não consegue captar a glicose que esta no sangue. O tratamento para elas e insulina para o tipo 1 e remédios para o tipo 2, mas a pesquisas que revelam que com uma dieta e um treinamento físico há diminuição deste uso de remédios e insulina não somente no momento da atividade, mas ate horas após a atividade ainda fica a musculatura captando a glicose que esta no sangue. Assim mostra-se que e viável a pratica de atividade física junto ao tratamento medicamentoso ajudando a diminuir o seu uso. Unitermos: Exercício físico. Diabetes. Atividade física.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 185, Octubre de 2013. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Esse artigo trás uma revisão de literatura mostrando a importância de atividade física para a melhora das pessoas com diabetes mellitus.
O primeiro caso de diabetes ocorreu no Egito há 1500 aC como uma doença desconhecida. O nome diabetes foi usado por Apolonoi e Memphis em 250 a.C. Diabetes em grego quer disser sifão (tubo para espiar água), pois as pessoas bebiam muita água e urinavam muito. Só veio a definição diabetes mellitus no século 1 D.C mellitus significa em latim mel, logo chamavam de urina doce (GAMA, 2002).
O diabetes Mellitus e uma doença caracterizada pela elevação da glicose (açúcar) no sangue acima da taxa normal causando (hiperglicemia) essa taxa é de 60 a 110 mg aproximadamente estando o indivíduo em jejum a diabetes pode ser causada por fatores genéticos (herdado) ou fatores ambientais (MARCELINO e CARVALHO, 2005).
Embora esses fatores como histórico familiar, que não são modificáveis deveram ficar atento aos fatores modificáveis como obesidade, fatores terapêuticos, o sedentarismo, tabagismo, stress psicossocial e episódios depressivos podem estar associados a um aumento do risco de diabetes (LYRA et al, 2006).
O diabético apresenta sintomas como sede excessiva, urinação frequente, perda de peso sem explicação, fome extrema, visão embaçada, falta de sensibilidade nas mãos e nos pés fadiga recorrente, feridas com dificuldade de cicatrização, pele seca e mais infecções do que o comum (HOWLEY, 2000).
A diabetes mellitus esta quase sempre unida a outros problemas de saúde como doenças cardíacas coronárias, doenças vasculares periféricas insuficiência renal, retinopatia e neuropatias (HELMRICH, 1991; BONEN, 1995).
O diabetes mellitus e um dos mais importantes problemas de saúde pública tanto em pessoas afetadas por incapacitação e mortalidade prematura também pelo alto custo que se da ao seu tratamento (SILVA, 2002).
A prática de atividade física regular melhora a qualidade de vida das pessoas com diabete mellitus, pois na prática da atividade física o seu organismo utiliza a glicose que está no músculo e ao mesmo tempo ele consegue captar com mais eficiência a glicose que esta na corrente sanguínea (COSTA e NETO, 1992).
O objetivo deste estudo foi fazer uma revisão da literatura sobre a influencia do exercício físico em pessoas com diabetes e mostrar quais efeitos benéficos que ele tem sobre essa patologia.
Diabetes mellitus tipo 1
É caracterizada pela destruição das células betas que eventualmente, leva ao estágio de deficiência absoluta de insulina, ai entra a necessidade da administração de insulina para prevenir cetoacidose, coma e óbito (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
Em indivíduos diabéticos do tipo 1 além das anormalidades da secreção de insulina, apresentam com frequência distúrbios da secreção de hormônios contra reguladores, nestas pessoas a insulinemia não reduz durante o exercício, e em alguns casos pode ate aumentar. Isso mostra o aumento da capacitação de glicose pela musculatura em exercício e inibe a produção hepática de glicose e da lipólise no tecido adiposo, resultando em um rápido decréscimo na concentração plasmática de glicose. Contudo, no exercício prolongado, esse excesso de insulina resultara em hipoglicemia (VIVOLO, 1996).
Tratamento da diabete tipo 1
O tratamento para a diabete tipo 1 e a insulinoterapia intensiva (administração de insulina que reproduz da melhor forma possível a secreção fisiológica desse hormônio que junto a uma alimentação controlada, exercício físico, a auto monitorizarão da glicemia pode aproximar as condições metabólicas do indivíduo de um estado fisiológico, consequentemente prevenir ou retardar as complicações a longo prazo do diabetes mellitus (ANGELIS et., al 2005).
Funções da insulina
A insulina e um hormônio importante que contém várias funções: estimula a absorção de glicose na maioria das células do corpo, inibição de liberação de glicose pelo fígado inibição de liberação de ácidos graxos livres armazenados, facilitação da síntese proteica nas células do corpo e estímulo da síntese de glicose muscular após o exercício (FARREL, 2004).
Vários estudos mostram que a realidade do cuidado ao paciente diabético continua deficiente a respeito da utilização a insulina, mesmo com tantos avanços no tratamento insulinoterapeutico nos últimos anos ainda vemos falta de conhecimento pelos pacientes com a utilização de insulina tais como: delimitação da região de aplicação, rodízio dos locais de aplicação, conservação da insulina entre outros (STACCIARINI et al, 2008).
Tipos de insulina
Segundo Pimenta há vários tipos de insulina no mercado, mas as mais usadas são: Insulina (analógica) de ação ultrarrápida.
Podem ser aplicadas nas vias endovenosas, musculares e subcutâneas aplicada na subcutânea, em relação à insulina regular tem absorção mais rápida e pico mais elevado e duração de 3 a 4 horas pode ser administrada antes das refeições destas insulinas (análogos) temos dois tipos: a insulina lispro, a insulina aspart.
Insulina de ação rápida
São geralmente de origem humana e são denominadas de insulina regular (R) podem ser aplicadas nas vias endovenosas, muscular e subcutânea nas duas primeiras vias são em momentos de urgência na via endovenosa tem ação em 3 a 5 minutos, na via muscular tem início em 20 minutos pico de ação em 60 minutos e término em 120 minutos e na via subcutâneo e aplicado 30 minutos antes das refeições para o controle glicêmico.
Insulina de ação intermediária ou lenta
São geralmente aplicadas no subcutâneo 20 minutos antes do café da manhã e somente 2/3 da dose diária e a segunda dose 20 minutos antes do jantar, ou antes, de ir se deitar e apenas 1/3 da dose diária seu início de ação começa em 2-4 horas seu pico de ação entre 6-12 horas e duração de 16-20 horas (para as de origem animal tem início mais lento e duração mais longa).
Diabetes mellitus tipo 2
O diabetes mellitus tipo 2 (insulino não dependente) e causado pela redução da sensibilidade dos tecidos alvos ao efeito da insulina, para superar a resistência a insulina e evitar o acúmulo no sangue e aumentada a secreção da insulina pela urina, o pâncreas libera normalmente a insulina em diabéticos tipo 2, mas esta insulina não e totalmente usada sobrando assim, muita insulina e glicose no sangue e células com pouca glicose. Com esse excesso de insulina liberada as células betas acabam se deteriorando e assim a não produção de insulina e a pessoa acaba tendo que tomar remédios para aumentar a sensibilidade a insulina (LUCENA, J, B, S, 2007).
Os principais fatores de risco são: obesidade, hereditariedade, sedentarismo, estresse e alimentação (HORTON, 1995).
A prática de atividade física regular contribui no tratamento e prevenção da diabetes mellitus, e também de várias outras patologias, tanto em homens, quanto em mulheres, independente do histórico familiar, hábitos alimentares, peso e outros hábitos do estilo de vida (CIOLAC, 2004).
Complicações do diabético
Insuficiência renal: Ela aumenta e acelera o risco de doenças macrovasculares Este aumento pode ser comtrolado adotando se medidas como controle de peso em pacientes obesos, atividade física apropriada (CARVALHO, 2005).
Nefropatia: Ela se desenvolve em 35 a 45% dos pacientes diabéticos tipo 1 e acomete cerca de 6 a 20% do diabéticos tipo 2 ela é uma das principais causas de insuficiência renal e esta associada a alta mortalidade por doenças cardiovasculares (ZANELLA).
Pé diabético: e um estado fisiopatológico multifacetado caracterizado por lesões que surgem nos pés da pessoa com diabetes que ocorre pela neuropatia em 90% dos casos de doenças vasculares periféricas e deformidades as lesões vem de traumas e geralmente se não tratadas, pela deficiência de cicatrização do corpo poderá se transformar em uma gangrena e assim vindo à amputação do membro (VIGO, 2005).
Entre outras mais que são agravantes para as pessoas diabéticas.
Exercício físico e diabetes
O exercício físico e considerado uma forma de atividade física padronizada, realizada para a melhora da aptidão física melhorando a condição geral de saúde ou a performance física (KATZER, 2007).
Segundo Crepaldi et al (2005) a primeira etapa para trabalhar com esse público é pedir exames que mostre as condições dos níveis sanguíneos de glicose, e também realizar uma avaliação física.
É importante sempre antes das atividades, os pacientes realizarem testes de glicemia para se notar a falta de glicose assim precisando repor com utilização de carboidratos ou notar a alta de glicose no sangue utilizando de insulina para normalizar e deixar para realizar a atividade mais tarde quando os níveis de glicose estiverem normais.
Segundo vários estudiosos, a atividade física apresenta benefícios rápidos para o diabético, com o aumento do consumo de glicose no músculo em atividade melhorando os níveis de glicemia naquele momento e até depois de horas após o fim da atividade física essa glicose continua sendo metabolizada pelo organismo melhorando os níveis de glicemia do indivíduo (ANGELIS, 2005; MERCURI2001; RODRIGUES, 2010; PERTENCE, 2009).
ARRANTES (2009) sugere que exercícios físicos prolongados até a exaustão diminuem a concentração de glicose em indivíduos diabéticos tipo 1 que não utilizarão insulina nas últimas 12 horas mostrando que podemos utilizar a atividade física junto ao tratamento.
Segundo Rodrigues et al (2010), a atividade física provoca uma diminuição do risco de doenças cardíacas, melhora da hipertensão arterial e combinada com a dieta mostra um controle da diabetes tipo 2 eliminando em alguns casos a utilização de medicamentos.
Considerações finais
Podemos notar que a pessoa diabética deve tomar cuidado não só com a diabete, mas também com todas as doenças que podem aparecer com a diabetes e todas as complicações que a própria patologia trás consigo.
Todos os estudos utilizados neste trabalho mostram a importância de uma dieta adequada e um programa de atividade física com intensidade moderada.
Assim podemos concluir que a atividade física junto a uma dieta balanceada pode ser utilizada junto ao tratamento medicamentoso podendo diminuir a quantidade ou a intensidade de uso de remédios.
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ZANELLA, M.T. Nefropatia Diabetica. Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP.
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