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Introdução

    O câncer tem início com o surgimento e desenvolvimento rápido e progressivo de células das mamas (INCA, 2012; INCA, 2004).

    Dentre os diversos tipos de câncer, o de mama é o segundo mais prevalente entre mulheres em todo mundo, sendo que estudos de incidência preveem mais de 20% de novos casos diagnosticados anualmente. Estimativas da organização mundial de saúde para a ocorrência de casos dizem que são mais de 1.000.000 de casos novos a cada ano, em alguns países este tipo de doença assumiu o primeiro lugar dentre as causas de morte por câncer. No Brasil dados do IBGE indicam que são quase 20% de famílias Brasileiras chefiadas por mulheres, o que não nos garante que temos estabilidade familiar nos casos de Câncer de Mama, até por que os abalos psicossociais, que interferem na rotina da família, são correlacionados através de uma cultura errônea e ligações entre a doença e a morte são rotineiras o que desestrutura toda a base construída, por mais forte ou frágil que seja (INCA, 2004; CARVALHO, 2008; MELO, SILVA, FERNANDES, 2005).

    Para o ano de 2012 O ministério da saúde estimou mais de 52.000 casos. Em 2010 o número de mortes foi de 12.852, destas 12.705 foram mulheres e 147 homens. Houve aumento significativo do câncer de mama em países desenvolvidos, mas devido à forma como estas populações buscam, previnem e promovem saúde, a mortalidade consequentemente diminuiu, ao contrário do que acontece no Brasil onde incidem números elevados de câncer de mama e a mortalidade ainda é preocupante, pois as ações de promoção à saúde por meio de oferta de serviços na atenção primária ainda são de difícil acesso. A oferta é pouca e a demanda é reprimida e os diagnósticos são feitos tardiamente (INCA, 2012; INCA, 2004).

    O Principal objetivo deste estudo é realizar uma análise bibliométrica dos últimos dez anos de publicações da Revista Brasileira de Cancerologia sobre câncer de mama, rastreamento, busca ativa, planejamento familiar, alterações celulares e genéticas, discorrer e esclarecer o tema e mostrar a relevância dessa doença na sociedade contemporânea.

Método

    Trata-se de uma revisão de literatura, através do método bibliométrico, que visa analisar o corpo de uma determinada literatura revelando assim o seu desenvolvimento, amplitude e tipo de estudo (ARAÚJO, 2006).

    O enfoque se deu nos últimos dez anos de publicações da Revista Brasileira de Cancerologia, sobre o Câncer de mama realizada entre janeiro e fevereiro de 2013. Com o objetivo de esclarecer o que se propõe através de pesquisas atuais. Para este estudo pensou-se em cinco etapas, sendo elas: Análise do sítio bibliográfico da revista Brasileira de Cancerologia a partir do volume 49 do ano de 2003, seleção de todos os artigos que abordavam diretamente ou indiretamente sobre câncer de mama, divisão dos artigos, Estudo integral, análise e seleção dos mesmos. Eleitas as publicações feitas entre 2003 e 2012.

    Foram encontradas 64 publicações afins, após leitura somente 17 foram selecionados por serem compatíveis com o objetivo do estudo e 1 um artigo da Revista "Em Questão" que abordava o método bibliometria.

    Utilizou-se como critérios de exclusão artigos desconexos ou que não condiziam com a proposta de trabalho e abordavam os seguintes casos: assistência da fisioterapia nos casos de câncer de mama, valores prognósticos e grau histológico, estudo de grau nuclear, e índice miótico em casos com câncer de mama avançado, pós-operatório e câncer de mama, metástase gástrica associada ao câncer de mama, influência da dor, música no tratamento com quimioterapia, compressão pneumática pós mastectomia. Totalizando 47 exclusões.

    A discussão sobre Câncer de mama, e as publicações da RBC serão apresentados em categorias para melhor análise e interpretação.

Resultados

    Segue representação dos números encontrados nesta pesquisa.

Quadro 01. Fonte virtual dos artigos publicados entre 2003 e 2012.

 

Quadro 02. Publicações relacionadas ao câncer de mama de 2003 a 2012

 

Quadro 03. Categoria com estudos codificados entre 2003 e 2012

 

Quadro 04. Pesquisas mais utilizada nas produções bibliográficas de 2003 a 2012

Discussão

    Refletir sobre os diversos tipos de Cânceres sem deixar de dar enfoque ao Câncer de mama sempre foi uma preocupação da RBC, é o que mostra as tabelas acima, de 2003 a 2012 as edições mostraram que apesar do desenvolvimento contínuo da doença existem atualmente evidências com métodos dos mais diversos tipos de estudos que são oferecidos e atualizados anualmente e devem ser objeto de análise constante de equipes multiprofissionais, sobretudo por que os auxiliam seja na busca por casos novos, prevenção, tratamento ou na aplicação de metodologias que visem à corresponsabilidade da população assistida. Os trabalhos sobre câncer de mama são abordados e se limitam especificamente em sua maioria a parte biológica, portanto surge uma proposta de novos estudos voltados para a prática profissional (INCA, 2013, HÖFELMANN, ANJOS , 2012; MALUF, MORI. BARROS , 2008).

Categoria 1 - O INCA e a Relevância da RBC

    O Instituto Nacional do Câncer ó o órgão Brasileiro vinculado ao Ministério da saúde, responsável por desenvolver ações de saúde que visam à promoção e o desenvolvimento de ações para delinear e aperfeiçoar o controle do câncer no Brasil (INCA, 2012; THULER et al., 2003).

    A Revista Brasileira de Cancerologia é a principal responsável por publicar evidências inéditas e exclusivas sobre os diversos tipos de câncer. Todas as publicações são feiras trimestralmente e são aceitas nas línguas portuguesa, espanhola e inglesa. O conselho Editorial é composto por diversos profissionais renomados e de excelência, do Brasil e do Exterior, definidos da seguinte forma: 01 diretor Geral, 01 Editor Científico, 01 Editor Assistente, 01 Jornalista responsável e o Conselho Editorial composto por 58 profissionais sendo eles: 06 do estado de São Paulo, 01 do Paraná, 02 do Rio Grande do Sul, 01 do Ceará, 45 do estado do Rio de Janeiro, 01 da Alemanha, 01 do USA e 01 do Canadá. (03). Daí a força e impacto deste periódico tão importante no combate a uma doença, muitas vezes, severa e mutilante (INCA, 2013).

Categoria 2 - O Câncer de Mama

    O câncer de mama surge com o desenvolvimento rápido e descontrolado de células mamárias, que se não foram descobertas a tempo podem formar tumores, malignos ou não. A partir dos 35 anos de idade toda mulher deve procurar os serviço de saúde, o aparecimento de caroços das mamas com ou sem sensação dolorosa é um sinal de que alguma alteração ocorreu e foge do normal.

    As regiões das mamas mais acometidas são os mamilos e a derme que ficam hiperemiadas. As axilas também podem comprometidas com o surgimento de nódulos, podendo surgir no período pré-menstrual, daí a importância da avaliação de um profissional capacitado, que irá examinar identificando ou não a presença de um tumor maligno ou não. Vários são os fatores de risco associados ao câncer de mama, dentre eles, podemos citar: Hereditariedade, má alimentação, sedentarismo, tabagismo, o uso de bebidas alcoólicas. Vários estudos têm mostrado que a alimentação balanceada e a amamentação são fatores preponderantes na prevenção do câncer de mama (INCA, 2013; ANJOS, HÖFELMANN, 2011; INCA, 2004; JÁCOME, et al.,2011).

Categoria 3 - O histórico do rastreamento, tipos de alterações celulares e atuação multiprofissional

    O rastreamento do câncer de mama teve início nos anos 70 por meio de estudos randomizados que inicialmente não tinham credibilidade, por serem de longa duração e tinham custos elevados, mas ao longo dos tempos serviu como base para a formação de pesquisadores e concomitantemente a evolução de evidências científicas. O rastreamento nada mais é do que a identificação do câncer de mama na fase inicial que objetiva o paciente ainda sem fase assintomática, detectando precocemente qualquer alteração que com intervenção profissional, o seu prognóstico seja positivamente melhorado. As lesões ao serem previamente detectadas, podem ser classificadas em três tipos: Alterações benignas, menos complexa, mas com existe o risco para o câncer se não tratadas, lesões malignas in situ , em geral maior risco para a malignidade câncer de mama e requerem o tratamento imediato e mais detalhado, lesões malignas invasivas, é o estado mais avançado da doença propriamente dito (SILVA, HORTALE, 2012; BORGES et al.,2008; INCA, 2003; CARVALHO, 2008).

    Enfermeiros ou médicos, profissionais que são habilitados pra realizarem o exame das mamas na atenção básica, devem ser procurados por mulheres a partir dos 35 anos de idade por serem as mais afetadas com a doença, estudos mostram que nos homens a doença acomete em média de 1%, portanto as mulheres são os maiores alvos e são orientadas no momento oportuno na consulta a realizarem o auto-exame das mamas frequentemente, e caso necessário será solicitado pelo médico a mamografia digital, exame de imagem que é considerado padrão ouro quando se suspeita de câncer de mama, no momento do rastreamento (BORGES et al., 2008).

Categoria 4 - Busca ativa

    Uma forma inteligente e prática utilizada é a busca ativa em populações adscritas da atenção primária, que objetiva o controle e identificação de possíveis casos, melhorando assim a assistência a ser prestada. Estudos mostram que mulheres foram identificadas nas diversas formas de rastreamento tem mais de 30% de possibilidade de reduzir mortalidade por câncer de mama. Ainda existem organizações internacionais e estudiosos que não indicam o auto-exame das mamas por parte do paciente por considerá-los leigos, pela falta de conhecimento necessário e conhecimento de um profissional (SILVA, HORTALE, 2012; THULER, 2003; HÖFELMANN, ANJOS, 2012; MELO, SILVA, FERNANDES, 2005).

Categoria 5 - Atuação do SUS

    Através do SUS o Brasil implantou o Programa Nacional Viva Mulher, que oferece todo o suporte necessário para o desenvolvimento de ações que visam detecção precoce do câncer de colo do útero e da mama, através de capacitação profissional. O principal objetivo do programa são as pacientes assintomáticas, sendo assim o intuito é lhes promover assistência profissional que possa precocemente identificá-las e diagnostica-as, utilizando tanto o exame clínico das mamas quanto a mamografia digital (BORGES et al., 2008).

    Atualmente poucos estados do Brasil tem serviço de rastreamento organizado e implantado. Dados do SUS mostram que os números de mamografias realizadas anualmente chegam a três milhões. A evolução dos serviços de saúde e a capacitação da equipe multiprofissional são extremamente relevantes e se completa com a busca ativa de uma determinada população, educação em saúde contínua e a identificação de possíveis lesões (SILVA, HORTALE, 2012; BORGES et al., 2008; THULEC, 2003).

Categoria 6 - Planejamento familiar e hereditariedade e importância da amamentação e o teste genético

    O planejamento familiar é uma ferramenta a serem utilizadas com homens e mulheres, após confirmação do diagnóstico as mudanças se tornam visíveis tanto na vida psicossocial quanto na profissional, além do envolvimento familiar a equipe multidisciplinar pode melhor trabalhar essas questões e delinear alguns passos a serem seguidos e como lidar com a doença. Muitas dessas pessoas trazem consigo traços genéticos e hereditários da doença, mais especificamente nos genes, BRCA1 e BRCA2, mais de 50% dos casos podem estar ligados ao BRCA1 (HÖFELMANN, ANJOS, 2012; MALUF, MORI, BARROS, 2008; MELO, SILVA, FERNANDES, 2005).

    Enquanto mulheres que amamentam têm menor probabilidade de ter câncer de mama, a gestação quando é tida nos primeiros anos da adolescência ou da vida adulta têm maior possibilidade de desenvolverem o câncer de mama, esta relação não se aplica as mutações dos genes BRCA1 E BRCA2 (HÖFELMANN, ANJOS, 2012; CARVALHO, 2008; ARAUJO et al., 2007).

    O teste genético deve ser feito para que se tire as dúvidas em relação à família, a prevenir-se, e quando a família pensa em uma gestação. Após confirmação é comum que alguns sentimentos negativos de raiva, tristeza, angústia, associados à possibilidade da mastectomia. Especialistas indicam nos casos de gravidez que após o diagnóstico as gestações sejam interrompidas, mais fator negativo a ser superado pela família (CARVALHO, 2008; VIEIRA, GOMES, TRAJANO, 2005; ARAUJO et al.,2007).

    A ooforectomia e a mastectomia por se tratarem métodos de profilaxia, são vistos como positivos, mesmo depois da retirada da mama, trazem segurança por que diminuem significativamente a possibilidade de desenvolvimento de câncer de mama, mesmo em paciente que sofreram mutações genéticas dos genes BRCA1 e BRCA2 (THULER, 2003; HÖFELMANN, ANJOS, 2012; VIEIRA, GOMES, TRAJANO, 2005; MALUF, MORI, BARROS, 2008).

Conclusão

    Dentre os diversos tipos de fatores de risco relacionados ao Câncer de Mama os principais destaques são da falta de atividade física durante a vida, que traz consequências na fase adulta principalmente em pessoas do sexo feminino, fatores hereditários de câncer de mama. Mutações genéticas dos genes BRCA 1 e 2, indivíduos obesos, aumentos inexplicável das mamas. O surgimento de nódulos sem causa ou consequências são evidências a serem investigadas por profissionais capacitados. A principal forma de prevenir o Câncer de Mama não está cientificamente definida, mas a prática de atividades físicas, amamentação e educação alimentar são auxiliadores nesse momento, no intuito de auto-promover saúde.

    Mulheres com idade entre 50 e 69 anos de idade são alvos no rastreamento que deve ser feito a cada 2 anos, e as que após avaliação forem identificas como fontes de risco para Câncer de Mama devem realizar exame das mamas acompanhado da mamografia Digital. O indicado para realização da Mamografia Digital é a partir dos 35 anos de idade.

    O apoio Familiar, independente das diversas formações promovidas pelas atualizações contemporâneas de novas formações, é extremamente relevante para a recuperação dos pacientes acometidos por esta patologia, em todas as fases da doença, seja no momento da confirmação diagnóstica, tratamento quimioterápico ou até nos casos de mastectomia/ mutilação. Outro fator a se considerado são os novos espaços ocupados pelas mulheres que fizeram com que muitas assumissem a chefia da família, nestes casos algumas em liberdade financeira e outras em extrema pobreza. Através deste estudo realizou-se um importante estudo que possibilitou ampliar conhecimentos sobre rastreamento, busca ativa, planejamento familiar, alterações celulares e genéticas, sobretudo abordar o tema câncer de mama e mostrar a relevância dessa doença na sociedade contemporânea.

Referências

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