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A prática de atividade física em parques 

públicos sem orientação de um profissional

La práctica de la actividad física en parques públicos sin orientación de un profesional

 

*Discentes do Curso de Educação Física

**Orientador Docente do curso de Educação Física, Mestre e Doutor em Educação Física

Universidade Salgado de Oliveira, UNIVERSO

Goiânia, Goiás

Felipe Freire Reis*

Juliana da Silva Mota*

Prof. Ademir Schmidt**

juliana.silva.mota@gmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O principal objetivo desse trabalho foi verificar a prática de atividade física sem orientação de um profissional. A metodologia utilizada foi a de campo e a pesquisa quantitativa. Foram entrevistados 57 indivíduos do sexo masculino, com idade entre 15 e 70 anos, em um parque ecológico na cidade de Goiânia, Goiás, situado no Setor Pedro Ludovico Teixeira e Marista Sul. A pesquisa aconteceu no dia 13 de Março de 2013. Pode-se observar que grande parte da população que pratica atividade física tem idade entre 21 a 30 anos, e relatam não possuir problemas de saúde. A atividade física praticada com maior freqüência entre eles é a caminhada. Um 40,4% desses indivíduos praticam atividade física por mais de 3 anos, com freqüência semanal de 3 vezes. A duração da atividade é de 50 á 60 minutos para cada sessão, sendo esta sempre a mesma. 59,6% desses indivíduos relatam que usam variações de intensidade em suas atividades, e são controladas através da percepção subjetiva. O que levou esses indivíduos a prática foi a saúde, sendo assim o principal objetivo dessa prática. Os indivíduos alegam que alcançaram os objetivos mesmo sem a devida orientação de um profissional de educação física. Pode-se perceber com esse estudo que as pessoas se preocupam com sua saúde, mas não levam em consideração a importância da orientação de um profissional para a prática de atividade física.

          Unitermos: Atividade física. Exercício físico. Orientação profissional.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 185, Octubre de 2013. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    Muitas pessoas vão aos parques de sua cidade para praticar atividade física, mas o problema em questão é que essa prática não é orientada por profissionais de Educação Física.

    A falta de orientação pode trazer danos para o praticante, tais como lesões musculares, traumas entre outros.

    Percebe-se que as pessoas se preocupam com sua saúde, mas não levam em consideração a importância da orientação de um profissional para a prática de atividade física.

    Desta forma, o estudo teve como objetivo analisar a eficácia da prática da atividade física em parques públicos sem a orientação de um profissional.

2.     Relação atividade física e exercício físico

    Atividade física para Trevisan (1997) é a realização de um conjunto de atividades que exijam gasto energético, sem programação prévia e sem objetivos específicos, como caminhar, subir escadas e outros. Ou seja, atividades cotidianas são consideradas atividade física. A atividade física é considerada um hábito saudável quando praticada regularmente. A atividade física é definida por McArdle, Katch e Katch (1998) a como os movimentos gerados por músculos e que tenha um gasto energético.

    A atividade física orientada passa a ser exercício físico. Exercício físico segundo Nahas (2001) representa uma atividade física planejada, sistemática e repetitiva, que tem por objetivo a manutenção, desenvolvimento ou recuperação de um ou mais componentes da aptidão física, realizado a partir de um programa em que o objetivo principal seja conseguir que estas pessoas alcancem seu equilíbrio fisiológico e uma melhor qualidade de vida. Sendo assim, o exercício físico exige mais do praticante, do que a atividade física. O exercício físico, por sua vez, é uma atividade física que tem planejamento, estrutura, e tem como objetivo a saúde ou aptidão física (AGUIAR, 2001).

    Hoje em dia grande parte das pessoas vai aos parques para realizar sua atividade física diária, sem ao menos a opinião ou orientação de um profissional de educação física. De acordo com Dantas (2000) a realização de forma inadequada de exercícios físicos pode ocasionar sérios problemas para os praticantes. Nos anos sessenta houve uma crescente procura da realização de exercícios para melhorar a saúde, mas isso aconteceu sem nenhum tipo de orientação e assim ignorando os riscos de uma atividade mal orientada ou não orientada.

    Para Silva e Collaço (2004) cresce também a responsabilidade deste profissional na obtenção de informações e divulgar às pessoas sobre fatores importantes no resultado da saúde e bem-estar individual tais como a associação entre atividade física, aptidão física e saúde, os princípios para uma alimentação saudável, as formas de prevenção de doenças cardiovasculares e o papel das atividades físicas no controle do estresse.

    Um treino para se obter um resultado satisfatório, deve sempre estar atento aos princípios científicos do treinamento esportivo, que segundo Tubino e Moreira (2003) são: individualidade biológica, adaptação, sobrecarga, continuidade, Interdependência volume-intensidade, treinabilidade e espeficidade.

    A individualidade biologia é um fenomeno que explica a variabilidade entre elementos da mesma espécie. Cada ser humano possui uma estrutura física e uma formação própria. Para revelar as caractaristicas individuais são utilizados os testes e as medidas (TUBINO e MOREIRA, 2003).

    O princípio da adaptação está ligado ao fenomeno de stress. Selye (1956) apud Schmidt (2013) define estresse como “reação do organismo aos estímulos que provocam adaptações ou danos ao mesmo.” Se não fosse o princípio de adaptação os humanos não conseguiriam sobreviver em ambientes diferentes, não conseguiriam sobreviver a tarefas diferentes, a adaptação é o modo que temos para sempre estarmos apto a viver em condições diferentes.

    A sobrecarga é a aplicação de uma nova carga, ou seja superior a qual estava sendo utilizada. De acordo com Dantas (1995) imediatamente após a aplicação de uma carga de trabalho, há uma recuperação do organismo, visando restabelecer a homeostase.

    Ainda para Dantas (1995) o aproveitamento do fenômeno da assimilação compensatória ou supercompensação, que permite a aplicação progressiva do princípio da sobrecarga, pode, ainda, ser severamente comprometido por uma incorreta disposição do tempo de aplicação das cargas. Dantas (1995) diz que o equilíbrio entre carga aplicada e tempo de recuperação é que garantirá a existência da supercompensação de forma permanente.

    Tubino (1984) cita algumas indicações de aplicação do princípio da sobrecarga, referenciado nas variáveis: volume (quantidade) e intensidade (qualidade); em vários tipos de treinamento, como: contínuo, intervalado, em circuito, de musculação, de flexibilidade e agilidade, e técnico.

    A continuidade é essencial para qualquer tipo de treinamento, pois a condição física só pode ser alcançando ao longo do tempo, sem poder interromper o treino, com isso pode-se fazer um trabalho contínuo sem pausas e descompensação. Tubino (1984), explica o princípio da continuidade como: princípio que exige um treinamento que não tenha uma quebra da continuidade, ou seja, que não apresente uma intervenção das variáveis interatuantes. O princípio da continuidade não permite interrupções durante o período de treinamento.

    O princípio da interdependência volume-intensidade, é uma forma de trabalhar sempre como uma em destaque, ou seja, quando estiver usando em um treino um volume alto a intensidade será baixa, ou se a intensidade for alta o volume será menor. Para Tubino (1984), estas duas variáveis (volume e intensidade) deverão sempre estar adequadas ás fases de treinamento, seguindo uma orientação de interdependência entre si. Tubino (1984) completa dizendo que o aumento dos estímulos de uma dessas duas variáveis é acompanhado da diminuição da abordagem em treinamento da outra.

    Uma pessoa que treina há bastante tempo vai se aproximando dos seus limites pessoas do máximo do seu desempenho, ou seja, quanto mais treinado uma pessoa for, mais complicado é para se conseguir subir mais um degrau em seu treino, em seu desenvolvimento, o tempo também será maior em relação ao inicio do treino dessa pessoa. Barbanti (2010), fala que embora cada pessoa tenha uma “amplitude de sobrecarga” considerado ótima, essa amplitude, esse limite, aumenta consideravelmente durante o processo de treinamento.

    O princípio da especificidade preconiza que tem que se trabalhar de acordo com um objetivo específico para chegar a determinado resultado, ou seja, trabalhar especificamente, este princípio deve ser bastante considerável na hora de prescrever um treino. Dantas (1995) O princípio da especificidade é aquele que impõe, como ponto essencial, que o treinamento deve ser montado sobre os requisitos específicos da performance esportiva, em termos de qualidade física interveniente, sistema energético preponderante, segmento corporal e coordenações psicomotoras utilizados.

    Uma preparação física utiliza diversos métodos de treinamento, para que os objetivos sejam alcançados. Para um melhor entendimento será utilizado o método de treinamento continuo. Os métodos de treinamento contínuo abrangem os meios de preparação que utilizam os exercícios de movimentação contínua, em geral de longa duração e que visam o desenvolvimento cardiorrespiratório, principalmente. Também chamados de treinamento de cargas contínuas, treinamento de duração ou treinamento com cargas prolongadas (TUBINO e MOREIRA, 2003).

    Para Schmidt (2013) estes métodos resultam no desenvolvimento da resistência aeróbia e da resistência muscular geral, predominantemente. Aumentam a participação dos ácidos graxos como combustível, economizando glicogênio muscular, diminuem as reservas de triglicérides do tecido adiposo reduzindo o percentual de gordura corporal, aumentam a capacidade dos adipócitos em liberar ácidos graxos e proporcionam, ainda, o aumento do tamanho e número de mitocôndrias (onde se processa a beta-oxidação), dentre outras adaptações.

    Tubino e Moreira (2003), dizem que estes métodos de treinamento provocam um aumento da capacidade cardíaca, uma redução da FC de repouso, um amento do volume sistólico, uma melhoria da capacidade pulmonar para extrair oxigênio do ar inspirado, aumento do volume sanguíneo, maior armazenamento de glicogênio no fígado e nos músculos, um aumento do número de capilares funcionais nos músculos, um aumento do número e uma melhoria da composição das mitocôndrias nas fibras musculares.

    Existe um número considerável de métodos de treinamento contínuo, mas para este estudo serão adotados os métodos Aeróbio e o método da Zona Alvo.

    De acordo com Schmidt (2013) o método aeróbio é chamado de “Aerobics”, foi desenvolvido inicialmente para indivíduos sedentários, sendo posteriormente adaptado para a preparação de atletas de alto nível. Seu criador foi Kenneth Cooper, em 1967. Atualmente destina-se ao treinamento cardiopulmonar de atletas de esportes coletivos (terrestres) e não atletas. Esse método quantifica o total do trabalho através de tabelas de pontos, de acordo com as distâncias percorridas, ritmos conseguidos, faixas etárias e sexo.

    O método contínuo é mais adequado hoje, pois pode ser aplicado em esportes coletivos, pois não usa distâncias longas, ao mesmo tempo que dá possibilidade de uma quantificação que será referência principal para a aplicação de cargas.

    De acordo com Schmidt (2013) o método de treinamento zona alvo tem características diferentes do método contínuo aeróbio. Esse método criado pelo American College of Sports Medicine - ACSM (POLLOCK e WILMORE, 2009), destinado a reabilitação de cardíacos e condicionamento de sedentários. Tem como objetivo o treinamento da resistência aeróbia, podendo ser aplicado a atletas de desportos terrestres acíclicos e não atletas.

    Os trabalhos podem ser desenvolvidos por meio de diversos tipos de exercícios, pois o importante é a manutenção da frequência cardíaca dentro de uma faixa pré-estabelecida (zona alvo). O volume de trabalho deve consistir de 30 a 60 minutos de atividade dentro da zona alvo (ACSM, 1998 apud DANTAS, 2003).

3.     Metodologia

    A metodologia utilizada na pesquisa foi de campo. O estudo de campo é um tipo de pesquisa que procura o aprofundamento de uma realidade específica. Para Ventura (2002) a pesquisa de campo deve merecer grande atenção, pois devem ser indicados os critérios de escolha da amostragem, a forma pela qual serão coletados os dados e os critérios de análise dos dados obtidos. A pesquisa de classifica como quantitativa sendo que as informações são colhidas por meio de um questionário estruturado com perguntas claras e objetivas. Gil (2002) diz que se caracterizam pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Basicamente, procede-se à solicitação de informações a um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado para, em seguida, mediante análise quantitativa, obterem-se as conclusões correspondentes aos dados pesquisados.

    Foram avaliados 57 indivíduos do sexo masculino, com idade entre 15 e 70 anos, praticantes de atividades físicas em um parque ecológico na cidade de Goiânia, Goiás, situado no Setor Pedro Ludovico Teixeira e Marista Sul. A pesquisa aconteceu no dia 13 de Março de 2013.

    Como instrumento para coleta de dados utilizou-se um questionário com 12 perguntas fechadas de múltipla escolha, que abordavam: idade, problemas de saúde, exercício praticado, tempo de prática, frequência semanal, duração de cada sessão, a duração é sempre a mesma, variações de intensidade, como controla a variação, causa da prática do exercício, principal objetivo, alcançou o objetivo.

    Logo após a referida pesquisa, os dados foram tabulados utilizando o software Microsoft Excel e analisados através de gráficos de colunas, verificando e interpretando os resultados. Para Gil, 2007 a análise tem como objetivo organizar e sumariar os dados de forma tal que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto para investigação. Já a interpretação tem como objetivo a procura do sentido mais amplo das respostas, o que é feito mediante sua ligação a outros conhecimentos anteriormente obtidos.

4.     Resultados e discussão

    Os gráficos a seguir apresentam os resultados encontrados na pesquisa realizada.

Figura 1. Faixa etária dos praticantes de atividade física

    Como pode-se observar a maioria dos indivíduos que praticam atividade física estão na faixa etária de 21 a 30 anos, com 26,3%. Outro ponto a ressaltar é que 17,5% dos indivíduos que praticam atividade física estão na faixa de 61 a 70 anos. Dentre os 57 indivíduos questionados nenhum deles tem idade inferior a 15 anos.

Figura 2. Indivíduos praticantes de atividade física que possuem algum complicador de saúde

    A maioria dos indivíduos relataram não possuir nenhum complicador de saúde. Mas entre estes também tem indivíduos que possuem alguns desses complicadores. Um fator que chama atenção é que 21,1% dos indivíduos questionados tem hipertensão e a prática de atividade física realizada sem orientação pode ser prejudicial para esses indivíduos, podendo chegar até a uma parada cardíaca. A prática de atividade física orientada ajuda na melhora desses complicadores de saúde. Para Reis (2012) o exercício físico traz beneficios no controle da pressão arterial, que podem acontecer por diversos fatores diretos e indiretos da atividade física no organismo, tais fatores são: alterações cardiovasculares, alterações endócrinas e metabólicas, composição corporal, comportamento. Segundo Silva e Collaço (2004) a hipertensão também é um quadro que pode ser auxiliado com a presença de atividade física amenizando, assim os seus efeitos e diminuindo a aplicação de remédios.

Figura 3. Qual atividade física é mais praticada entre os indivíduos questionados

    Entre os indivíduos questionados, 70,2% fazem caminhada e 36,8% correm. Houve um grande aumento na prática da caminhada nas últimas decadas. Guiselini (1996) cita que a caminhada é praticada regularmente por quase 70 milhões de americanos, de acordo com a Associação Americana de Materiais Esportivos, devido aos inúmeros benefícios. Silva e Collaço (2004) relatam que a caminhada regular por mais de quarenta minutos dia, também promove algumas vantagens em relação à mortalidade de doenças cardiocirculatórias.

Figura 4. A quanto tempo os indivíduos questionados praticam atividade física

    Na figura 4 mostra que 40,4% dentre estes indivíduos já praticam atividade física a mais de 3 anos, uma porcentagem considerável estão começando a praticar atividade física, que corresponde a 15,8%. Hoje a prática de atividade física vem crescendo consideravelmente, percebe-se isto quando se vai aos parques se verifica a quantidade de pessoas que estão neste local praticando suas atividades diárias.

Figura 5. Quantas veses por semana os indivíduos praticam atividade física

    É considerável a quantidade de vezes que a maioria dos indivíduos praticam atividade física por semana, 36.8% destes praticam atividade física 3 veses por semana. Para se ter um resultado satisfatório a quantidade de vezes na semana para o treino é determinante, pois cada dia é uma nova evolução.

Figura 6. A duração de cada sessão da atividade física

    A figura 6 mostra que a atividade física de 35,1% dos indivíduos tem a duração entre 50 a 60 minutos e 28,1% destes indivíduos tem a duração da atividade física de mais de uma hora. Segundo a literatura existente, estes individuos estão dentro do padrão de duração de treinamento que é entre 50 a 60 minutos, quando se trata de treinamento aeróbio.

Figura 7. A duração da atividade física é sempre a mesma?

    A duração da atividade física desses indivíduos costuma ser sempre a mesma como nos mostra a figura 7, em que 84,2% dos indivíduos questionados afirmam que seguem a mesma duração para a sua atividade física, a não variação do volume pode ser prejudicial pois e com a variação do volume se obtem maior resultados, e quando não há essa variação o corpo não recebe novos estimulos e não tem uma nova adaptação, ficando então o organismo sem alterações, pois para progredir em qualquer treino, sempre tem que haver novas adaptações . Um exercício físico bem planejado, preparado tem que ter a duração da atividade física modificada, o organismo do indivíduo precisa dessa adptação contínua para a busca de um resultado satisfatório. Para Lussac (2008) “capacidade de adaptação” ou “adaptabilidade” é o nome que se dá à diferente assimilação dos estímulos, frente à mesma qualidade e quantidade de exercícios ou carga de treinamento. Ela pode ser atribuída à correlação organismo/ambiente, sob o ponto de vista da predisposição hereditária e sua expressão (genética).

Figura 8. Há variações de intensidade nas atividades físicas destes indivíduos?

    A maioria dos indivíduos, ou seja, 59,6% dizem que tem variações de intensidade em sua atividade física (figura 8). E também se observa que os indivíduos nem sabem o que estão fazendo, em que 3,5% segundo a figura 8 não souberam dizer se tem variação ou não. Como sabem variar a intensidade de sua atividade física, sem ao menos ter a orientação de um profissional capacitado para lhe proporcionar um treino adequado de acordo com as necessidades especificas?

Figura 9. Como os indivíduos controlam a variação de intensidade

    Dos indivíduos que afirmaram que tem variação de intensidade na sua atividade física, 38,6% deles dizem que essa variação é controlada pela percepção subjetiva como nos mostra a figura 9. Nem sempre controlar a variação da intensidade de modo subjetivo é bom, pois pode haver erro, e essa variação tem que ser precisa, para obter um bom resultado. O melhor a se fazer é controlar a variação de intensidade com frequêncimetro, pois com ele pode-se confiar na precisão do controle. Mas não basta apenas ter um frequêncimetro e sair para os parques fazer a sua atividade física diária, mesmo possuindo o aparelho, deve-se saber qual a sua frequência ideial, o máximo que se pode chegar, para chegar a essa determinação, precisa-se de um profissional de educação física para orientar.

Figura 10. A causa da prática da atividade física

    O que levou a maioria dos indivíduos questionados a praticar atividades físicas foi a manutenção da saúde. Dos avaliados, 61,4% responderam que a saúde foi o fator que os levaram para esta prática. De acordo com Reis (2012) a associação entre atividade física e melhores padrões de saúde tem sido relatada desde os primeiros textos clássicos da medicina. Mas somente nos últimos 30 a 40 anos, através de estudos experimentais e clínicos com melhor abordagem epidemológica, pode-se confirmar que baixo niível de atividade física é um fator importante no desenvolvimento de doenças degenarativas, como o diabetes, hipertenção, doença coronariana e osteoporose. Sendo assim, o exercício físico nesse caso deveria ser orientado, pois é preciso cautela na hora da prescrição do exercício, e na hora da execução do mesmo. Silva e Collaço (2004) dizem que essa procura desenfreada pela atividade física para a saúde se deve também à mídia pelo fator positivo de divulgação, mostrando para a população a importância da prática regular de atividade física para uma qualidade de vida melhor. A mídia traz o que é bom, praticar atividade física, mas falta ressaltar a importância de realizar essas atividades com a orientação de um profissional.

Figura 11. O principal objetivo do início da atividade física

    O principal objetivo apresentado pelos indivíduos questionados foi a saúde em gera,l em que 61,4% responderam afirmando como principal objetivo (figura 11). Logo em seguida, com 31,6% das respostas, está o emagrecimento. Sendo assim estes indivíduos praticam atividades físicas com os objetivos de saúde em geral e emagracer.

Figura 12. O objetivo desta prática foi alcançado? Os indivíduos mostram que estão felizes com a prática da atividade física, em que 63,2% dos questionados responderam que atingiram 

o seu objetivo principal como mostra a figura 12. Como o indivíduo sabe se o seu objetivo foi alcançado sendo que não mensurou os resultados obtidos? Podem ter percebido alterações íisicas, 

mas não quer dizer que houve um resultado satisfatório. De acordo com Reis (2012) cada objetivo tem uma forma adequada de treinamento que deve ser seguida para obter resultados esperados.

    Para um resultado satisfatório da prática do exercício físico, esta deve sempre respeitar os setes princípios científicos de treinamento citados por Tubino e Moreira (2003) que são: individualidade biológica, adaptação, sobrecarga, continuidade, Interdependência volume-intensidade, treinabilidade e espeficidade.

    Para Silva e Collaço (2004) muitos efeitos positivos podem ser alcançados com exercícios físicos, mas se realizados sem orientação adequada podem ocasionar inúmeros problemas, dentre eles: problemas osteo-articulares e até em casos mais grave, infarto agudo do miocárdio (IAM).

Conclusão

    Com este estudo comprovou-se que as pessoas se preocupam em praticar atividade física, mas não se preocupam com a falta de orientação de um profissional de educação física.

    As pessoas que mais praticam atividade física diária são pessoas com idade entre 21 á 30 anos e pessoas com 61 à 70 anos. A atividade física mais praticada é a caminhada e 40,4% dos avaliados estão na prática de atividade físca a mais de 3 anos, sendo praticada 3 vezes por semana, com duração de 50 á 60 minutos cada sessão. Os indivíduos alegaram que a duração de suas ativídades é sempre a mesma, e os que apresentam variações de intensidade, a controlam pela percepção subjetiva. 61,4% dos avaliados disseram que praticam atividade fisíca para melhorar e manter a saúde, sendo assim tendo como objetivo principal a saúde em geral. 63,2% dos avaliados dissseram que alcançaram o objetivo principal, mesmo esta não sendo uma atividade física orientada.

    Pode-se perceber que muitas pessoas estão equivocadíssimas em relação a atividade física, achando que ir ao parque fazer uma caminha de qualquer forma já basta, não se alertam do perigo que estão correndo, tendo o risco de ter lesões musculares, entre outras desvantagens que a falta de um profísisonal traz.

    A falta de orientação de um profissional de educação física poder ser bastante prejudicial, pois as pessoas podem estar realizando os exercicios de forma inadequada tendo então problemas futuros. O profissional de eduação física esta apto a realizar e orientar qualquer programa de treinamento, sendo que o mesmo acompanha o aluno em seus treinos, não o deixando realizar movimentos incorretos. Outro aspecto importante é que os profissionais sempre estarão realizando/prescrevendo exercícios respeitando os princípios científicos do treinamento esportivo, que são: individualidade biológica, adaptação, sobrecarga, continuidade, Interdependência volume-intensidade, treinabilidade e espeficidade, sendo assim obtendo resultados satisfatórios, o que não é possível quando os exercícios são realizados sem a orientação profissional, reduzindo ou impossibilitando sua eficácia

Referências

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  • DANTAS, E.H.M. A prática da preparação física. 5ª ed. Rio de Janeiro: Shape, 2003.

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  • GIL, A. Carlos. Como elaborar projeto de pesquisa Como elaborar projeto de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2002.

  • GIL, A. Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa. 5 ed. 8 reimpr. São Paulo: Atlas, 2007.

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  • NAHAS, M. V. Atividade física, saúde e qualidade de vida – conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo . Ed. Midiograf. Londrina, 2001.

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  • REIS, A.Educação Física: seu manual de saúde. Ed. DCL, São Paulo, 2012.

  • SCHIMIDT, A. Caderno de Estudos de Treinamento Esportivo, Goiânia, 2013.

  • SILVA.E.C.; COLLAÇO.J.T.D.; Centro de Orientação de Atividade Física e Saúde - COAFiS e sua Importância para a Sociedade. Belo Horizonte, 2004.

  • TUBINO, M.J.G.; Metodologia científica do treinamento desportivo. 3ª edição. São Paulo: Ibrasa, 1984.

  • TUBINO, M.J.G.; MOREIRA, S.B. Metodologia Científica do Treinamento Esportivo. 13ª Ed. Rio de Janeiro: Shape ,2003.

  • VENTURA, D. Monografia jurídica. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2002.

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