A ética no processo de formação do enfermeiro no Brasil La ética en el proceso de formación del enfermero en Brasil Ethics in the process of formation of nurses in Brazil |
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*Acadêmico do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES). Membro do Grupo de Pesquisa em Enfermagem da UNIMONTES. Montes Claros, Minas Gerais **Acadêmica do Curso de Graduação em Enfermagem da UNIMONTES. Montes Claros, Minas Gerais ***Acadêmico do Curso de Graduação em Enfermagem da UNIMONTES. Bolsista de Iniciação Científica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) Membro do Grupo de Pesquisa em Enfermagem da UNIMONTES. Montes Claros, Minas Gerais ****Enfermeira. Professora Mestre do Departamento de Enfermagem da UNIMONTES Membro do Grupo de Pesquisa em Enfermagem da UNIMONTES. Montes Claros, Minas Gerais |
Cássio de Almeida Lima* cassio-enfermagem2011@hotmail.com Helena Daniella de Morais Silva** Luís Paulo Souza e Souza*** Orlene Veloso Dias**** Fernanda Marques da Costa**** (Brasil) |
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Resumo A ética no processo de formação do enfermeiro se fundamenta na sua interface com a educação. Este estudo objetivou refletir sobre o ensino da ética nos Cursos de Graduação em Enfermagem no Brasil. Trata-se de uma reflexão teórica elaborada a partir de revisão de literatura em 19 artigos científicos relacionados ao tema proposto, publicados entre 2006 e 2013, disponíveis nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Foram selecionados três artigos na base BDENF, doze na LILACS e quatro na SCIELO. Como critério de seleção, foi considerado que os artigos abordassem o ensino da ética em enfermagem. A literatura investigada enfatizou que as constantes transformações no cenário educacional, modificações nas diretrizes regulamentadoras do Ensino Superior e da educação em enfermagem, e as vertiginosas mutações no mundo contemporâneo relacionadas à área da saúde, sobretudo à enfermagem, e aos campos científico, universitário, trabalhista, político, econômico e sociocultural interferem direta e visivelmente na formação de enfermeiros comprometidos com a atuação pautada pela ética. Unitermos: Ética. Educação em enfermagem. Ética em enfermagem. Enfermagem.
Abstract The ethics in nursing education process is based on its connection to education. This study aimed to reflect on the teaching of ethics in Undergraduate Nursing in Brazil. It is theoretical reflection writing from the literature review in 19 scientific articles related to the proposed theme, published between 2006 and 2013, available in the databases of the Virtual Health Library (VHL). Three articles were selected on the basis BDENF, twelve in LILACS and four in SCIELO. The selection criterion was that the articles addressed the teaching of ethics in nursing. The literature investigated emphasized that the constant changes in the educational scenario, changes in the regulatory guidelines of the Higher Education and nursing education, and the dizzying changes in the contemporary world related to health, especially to nursing, and scientific, university, labor political, economic and cultural interfere directly and visibly on the training of nurses committed to action guided by ethics Keywords: Ethics. Nursing education. Nursing ethics. Nursing.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 185, Octubre de 2013. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
A educação em enfermagem no Brasil passou por várias fases de desenvolvimento ao longo do tempo, apresentando reflexos das mudanças no contexto histórico da enfermagem e da sociedade brasileira (ITO et al., 2006). As Diretrizes Curriculares editadas pelo Ministério da Educação (MEC) orientam para a concepção de profissionais com adequada formação técnico-científica, compromissados com a postura ética e humanística (COSTA et al., 2010). As Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem (DCENF) direcionam as mudanças na formação do enfermeiro. Indicam a necessidade de formar um profissional capacitado para atuar com senso de responsabilidade social e cidadania, como promotor da saúde humana integral, baseado nos princípios da Reforma Sanitária Brasileira e do Sistema Único de Saúde (SUS) (FERNANDES et al., 2008). As mudanças na formação do enfermeiro não podem, assim, ser pensadas sem a visualização das perspectivas éticas que constituem a base de seu desenvolvimento (NÓBREGA-THERRIEN et al., 2010).
A dimensão ética do fazer cotidiano no processo de formação do enfermeiro se fundamenta na interface da ética com a educação. Tal dimensão se fundamenta no pensamento crítico, no desenvolvimento da capacidade de reflexão, de análise crítica da sociedade e nas relações socioeducativas dos sujeitos desse processo (FERNANDES et al., 2008). As questões éticas são inalienáveis ao processo ensino-aprendizagem e são fundamentais para a construção de novas práticas (RAMOS et al., 2011), o que reforça a necessidade de transformação das ações do educando, do educador e do modelo curricular constituído (FERNANDES et al., 2008).
O graduando em enfermagem, a partir da reflexão sobre os valores e significados que irão sustentar suas ações, deve assumir propósitos claros para construir um saber prático e vincular esse saber a um contexto ético, social e político. Isto requer compreensão e valorização do cuidar de si, englobando o lado pessoal, profissional e coletivo (FERNANDES; FREITAS, 2007). É necessário formar os enfermeiros para atitudes éticas de cuidado e disponibilidade de comunicação que se efetivem nas relações que estabelecerão com os usuários dos serviços de saúde (HADDAD; ZOBOLI, 2010).
Diante do cenário de mudanças educacionais, científicas e tecnológicas, o assunto merece mais atenção no sentido de se conhecer como os cursos de graduação vêm acompanhando essas mudanças (CARNEIRO et al., 2010). Nesse contexto, este estudo objetivou, à luz da literatura, promover uma reflexão sobre o ensino da ética nos Cursos de Graduação em Enfermagem no Brasil.
Método
A revisão da literatura pode proporcionar uma visão holística e avaliar o conhecimento atual sobre uma temática específica (POLIT; BECK; HUNGLER, 2011).
Dessa maneira, optou-se pela revisão da literatura para o delineamento metodológico deste estudo, que se caracteriza como uma reflexão teórica. Primeiramente, determinou-se o tema: a ética na formação do enfermeiro no Brasil. Em seguida, fez-se a busca de material literário, formado por artigos científicos, nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), especificamente nas bases Banco de Dados em Enfermagem (BDENF), Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Electronic Library Online (SCIELO).
Na etapa de busca de artigos, utilizaram-se os descritores Ética; Ética em Enfermagem; Educação em Enfermagem. Após a busca, foram feitas a leitura exaustiva e a seleção do material. Foram empregados como critérios de inclusão, na etapa de seleção dos artigos, a publicação entre os anos de 2006 e 2013, a fim de se concentrar informações recentes nesta revisão; artigos disponíveis na íntegra e no idioma português; presença do conceito abrangente do ensino da ética em enfermagem nos artigos; a abordagem do tema em questão e conteúdo pertinente. Após a seleção, aplicaram-se 19 artigos científicos nesta revisão, sendo três da base BDENF, doze da LILACS e quatro da SCIELO.
Discussão
A enfermagem desenvolve as ações de cuidar embasada num processo de diálogo humano e na valorização da individualidade de cada ser. Sob esse prisma, encontra-se integrada a um arcabouço próprio de conhecimento técnico-científico. Os cuidados de enfermagem devem estar isentos de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência. Preconiza-se, também, a garantia da privacidade, confidencialidade, humanização e do respeito ao pudor em todo o ciclo vital do usuário (LEITE; GOMES E CLAUDINO; SANTOS, 2009).
Para Pinheiro, Marques e Barroso (2006), é preciso valorizar a ética em todos os setores da sociedade e no que tange à formação do enfermeiro, principalmente nas universidades, que são instituições responsáveis por tal formação. Essa premissa aponta para um processo emancipatório de futuros profissionais situados em um patamar histórico de conquista da condição de agente coletivo e autônomo.
O perfil almejado dos egressos dos Cursos de Graduação em Enfermagem, conforme Ferreira e Ramos (2006), remete a um profissional com potencial para intervir nos serviços de saúde de baixa, média e alta complexidade. Por um lado, a tecnociência centrada nos hospitais e nos centros de diagnóstico de alta complexidade; por outro, a fome, a miséria, a injustiça, a corrupção política, a alocação de recursos e a distribuição dos serviços de saúde colocam o enfermeiro em um contexto marcado pela dicotomia, o qual exige desse profissional criticidade para adotar decisões éticas e morais. O pluralismo da sociedade, a complexidade dos problemas de saúde e a sofisticação da tecnologia impõem ao sistema educacional a premência de se repensar a sua função como agente facilitador e promotor da capacidade do estudante para tomar decisões.
Para Carneiro, Costa e Pequeno (2009), o ensino de enfermagem deve envolver o ato educativo comprometido com o outro, seus valores e relações, facilitador de um ethos pautado na reciprocidade e solidariedade e que possibilite a construção de condutas éticas nas quais o estudante, ao término da sua graduação, possa reconhecer, em cada ação de cuidado, as necessidades e complexidade do ser humano. Fernandes et al. (2008) complementam que isso implica na utilização dos princípios éticos norteadores do processo de formação do enfermeiro, ou seja, Beneficência, Não Maleficência, Autonomia, Responsabilidade, Liberdade, Alteridade, Solidariedade e Justiça.
Os contextos e os conflitos de convivência e de trabalho também devem guiar o processo ensino-aprendizagem da ética, sobre o qual os estudantes e os docentes podem estabelecer o diálogo. É importante que se tenha um ambiente em que a ética e sua prática sejam uma realidade (FERREIRA; RAMOS, 2006). Entretanto, em estudo de Bordignon et al. (2011) foram evidenciadas algumas fragilidades devido à fragmentação teórico-prática durante a formação profissional do enfermeiro. E alguns enfermeiros não perceberam ou não reconheceram a existência de fragilidades na sua graduação. Visualiza-se o distanciamento entre o que é teoricamente enfatizado e o que é vivenciado na prática.
Rates e Pessalacia (2010) afirmam que os conflitos éticos, frequentemente, envolvem temas relacionados à vida e à morte. As decisões a eles vinculadas são influenciadas pela formação moral, religiosa e profissional daquele que com eles se depara. Assim, o acadêmico de enfermagem pode-se ver em uma situação que exija certa conduta sobre uma questão de saúde, mas tal conduta pode entrar em discordância com seus valores profissionais, pessoais e religiosos.
A universidade, segundo Caregnato, Martini e Mutti (2009), deve enfocar a ética junto aos conhecimentos técnicos, reforçar princípios ético-morais, bem como escolher docentes que atendam a esses princípios. Nesse contexto, de acordo com Ferreira e Ramos (2006), o Projeto do Currículo do Curso de Graduação em Enfermagem deve redimensionar a arte de ensinar e aprender ética. Uma nova disciplina e somente mudanças programáticas não são satisfatórias para um ensino com perspectivas renovadas. Os valores a serem desenvolvidos pelos discentes precisam estar explícitos nesse projeto, mas não de forma absoluta. Os conteúdos devem se articular dialeticamente com o cotidiano, para provocar debates epistemológicos com a práxis e estimular os estudantes à reflexão crítica. O desenvolvimento da capacidade de raciocinar e de julgar assuntos éticos pressupõe uma atitude moral reflexiva e autônoma e a renúncia da imposição de valores.
Mascarenhas e Rosa (2010) afirmam que essas discussões perpassam pelas DCENF e pela Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Elas são os principais aparatos legais que preconizam a efetivação de mudanças nas matrizes curriculares da formação do enfermeiro. E, para Pessalacia et al. (2011), as DCENF reforçam a importância de conhecimentos em ética para a constituição generalista do profissional de enfermagem. Fernandes et al. (2008) afirmam que enquanto as DCENF compõem um conjunto de diretrizes, a responsabilidade ético-social dos sujeitos envolvidos na composição do enfermeiro reúne atitudes que vão além dessas diretrizes e estão permeadas por valores, o que implica na reconstrução do modo vigente de pensar e fazer educação em enfermagem.
O investimento na concepção de enfermeiros sob a ótica da ética e também da humanização é condição essencial inclusive para a consolidação do SUS (HADDAD; ZOBOLI, 2010; ROQUE E LIMA et al., 2011). A transformação da prática profissional e do modelo assistencial, fortemente biologicista, tem grande dependência do direcionamento que as universidades dispensam à essa gênese. Tal cenário exige a atuação conjunta de todos os professores e conteúdos (HADDAD; ZOBOLI, 2010; LIMA et al., 2007), pois a ética não deve ser trabalhada unicamente na disciplina que a estuda, mas deve permear as práticas de todos os docentes e disciplinas que se desenrolam no interior do processo educativo (CAREGNATO; MARTINI; MUTTI, 2009; HADDAD; ZOBOLI, 2010; FERNANDES et al., 2008).
Nesse cenário, as instituições de ensino superior, ao formarem o enfermeiro com competências concernentes ao referencial ético-humanístico, contribuem para fortalecer os aspectos do relacionamento interpessoal, da integralidade da atenção à saúde, e, por conseguinte, beneficiar o desenvolvimento da Política Nacional de Humanização, que compartilha dos mesmos princípios teórico-filosóficos do SUS (ROQUE E LIMA et al., 2011).
Carneiro et al. (2010) afirmam que o aumento da sensibilidade ética está relacionado ao tempo de exposição do educando aos conteúdos dessa área. No entanto, alguns estudos constatam que o conhecimento dos docentes, supostamente expostos há mais tempo a conteúdos e situações de conflitos éticos, se equipara ao dos acadêmicos. É importante que o ensino seja transversal durante o curso e se aplique à aprendizagem nos serviços de saúde, uma vez que, como ressaltam Pessalacia et al. (2011), no Brasil o ensino da ética nos Cursos de Graduação em Enfermagem tem apresentado abordagens estritamente conceituais e deontológicas.
Planejar práticas docentes embasadas na incorporação dos saberes da ética frente às DCENF demanda a capacitação dos professores e o rompimento das concepções tradicionais, as quais reduzem a ética ao campo normativo. Os educadores devem buscar conhecimentos teóricos e metodológicos e precisam ter a seu alcance instrumentos para o desenvolvimento do seu trabalho (ARAÚJO et al., 2009). Para tanto, é preciso, por parte desses sujeitos, uma seleção cuidadosa, pertinente e atualizada de obras e autores que contemplem, aos acadêmicos, além dos assuntos inerentes à deontologia e ao exercício profissional, a reflexão sistemática e alicerçada à realidade social (MASCARENHAS; ROSA, 2010). Assim, os docentes são responsáveis por proporcionar espaços e construir estratégias que gerem visibilidade à ética em todos os momentos da formação e promovam a reflexão a partir dos problemas práticos (RAMOS et al., 2013).
Segundo Ferreira e Ramos (2006), embora a Problematização e a Aprendizagem Baseada em Problemas sejam vistas como estratégias de ensino eficazes, é preciso que os educadores se baseiem em uma determinada epistemologia ou teoria do conhecimento. Não basta adotar metodologias inovadoras, se o docente não detiver uma fundamentação pedagógica para direcionar as ações educativas. As ponderações acerca da formação ética do enfermeiro não deve se limitar à discussão dos conteúdos e estratégias pedagógicas. Por isso, é imprescindível problematizar a ética nos cenários educativos, com o reconhecimento do papel que vem sendo construído pelos professores (RAMOS et al., 2010).
Ferreira e Ramos (2006) enfatizam que a transversalidade no ensino da ética no Curso de Graduação em Enfermagem deve integrar um processo participativo, encerrando ativamente professores, discentes, enfermeiros e representantes dos usuários dos serviços de saúde. Oficinas para revisão e reformulação de conceitos educativos pautados na ética são imprescindíveis. Ademais, significados pedagógicos precisam ser amplamente debatidos para a transformação da práxis e para o resgate do verdadeiro sentido da enfermagem: o respeito à vida do ser humano.
Fernandes et al. (2008) asseguram que nesse processo se insere a utilização das metodologias ativas de ensino-aprendizagem, as quais permitem aos estudantes ocuparem a posição de participantes na construção de seu conhecimento, sendo que o professor se coloca como facilitador e orientador. São metodologias que reconhecem a realidade concreta e a premência de se trabalhar, além das características técnicas, as emoções, as relações interpessoais, que desenvolvem valores e atitudes coletivamente.
Algumas estratégias podem ser adotadas na graduação, tais como a valorização e ampliação das discussões éticas durante todo o processo de formação, favorecendo o enfrentamento dos problemas éticos na perspectiva pedagógica. Também poder-se-ia enfatizar o papel do enfermeiro como coordenador de sua equipe, sensível, atento ao exercício de sua autoridade e comprometido com essa problemática. A reflexão sobre o cotidiano do trabalho, ainda na graduação, é referida como uma estratégia não apenas para se perceber os problemas éticos, mas também para pensar em elaborar possíveis soluções. A ênfase na perspectiva ética do cuidar é uma responsabilidade a ser assumida por todos os envolvidos na assistência e na formação, de forma que se desenvolva o pensamento crítico-reflexivo frente às possíveis tomadas de decisão e suas decorrências para o enfermeiro perante seus colegas, usuários e familiares (BORDIGNON et al., 2011).
Nesse sentido, na inserção do acadêmico nos cenários reais do trabalho, além das relações institucionais, eles passam a construir relações com os usuários dos serviços de saúde, com a família e com a comunidade. Dessa aproximação podem emergir inúmeros casos de implicações éticas. O estudante adentra no mundo real da vida, da saúde, do sofrimento, das diferenças sociais, econômicas e culturais. Ele busca a interlocução teórica-prática e se depara com os desafios da realidade (RAMOS et al., 2013).
Um novo modelo de ensino ressalta a tomada de decisão em circunstâncias práticas do cuidar em enfermagem e se confronta com o modelo tradicional. Esse novo modelo propicia a implementação de comportamentos autônomos e reflexivos por parte do estudante, o qual passa a possuir oportunidades de atuação participativa e transversal sobre a dinâmica da ação-reflexão-ação no seu processo de formação (PESSALACIA et al., 2011; BORDIGNON et al., 2011).
Considerações finais
A partir da análise da literatura investigada, é possível concluir que o ensino da ética no percurso da formação do enfermeiro se fundamenta em aspectos holísticos. Os sujeitos envolvidos no processo de formação do enfermeiro guiado pela ética são influenciados por vários aspectos, a saber: modificações nas políticas regulamentadoras do Ensino Superior e da educação em enfermagem, além das vertiginosas mutações no mundo contemporâneo relacionadas à área da saúde, especificamente à enfermagem, e aos campos científico, universitário, trabalhista, político, econômico e sociocultural. Os docentes e discentes devem reconhecê-los em sua práxis educacional cotidiana e superar as dificuldades existentes no processo ensino-aprendizagem para que se construa uma harmonia entre tais aspectos. Dessa forma, os futuros enfermeiros, docentes, universidades e usuários dos serviços de saúde poderão se beneficiar mutuamente. E as novas configurações no panorama da saúde no Brasil preconizam posturas embasadas pela ética, pois ela é primordial para a consolidação da atenção à saúde pelo enfermeiro, marcada por capacidades técnicas, científicas e humanas.
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