efdeportes.com

Fatores relacionados à hipertensão arterial 

e obesidade em crianças e adolescentes

Factores relacionados con la hipertensión arterial y la obesidad en niños y adolescentes

 

*Acadêmica do curso de Fisioterapia

Universidade Estadual de Goiás

**Professora do curso de Educação Física

Universidade Estadual de Goiás

(Brasil)

Marina Costa Machado *

Raíssa Alves Teixeira de Medeiros *

Wanessa da Silva Santiago*

Thaís Inacio Rolim Póvoa**

thaisrolim.edfis@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          A hipertensão arterial (HA) e a obesidade podem desencadear doenças cardiovasculares (DCV`s) e são consideradas problemas de saúde pública, tendo em vista que suas prevalências têm aumentado substancialmente tanto na população adulta quanto em crianças e adolescentes. Ambas podem ser desencadeadas por fatores endógenos e ambientais, sendo que o preocupante crescimento observado nas taxas de excesso de peso e de HA primária decorre principalmente em virtude de alimentações inadequadas e de baixos níveis de atividade física, além do tabagismo, os quais constituem fatores ambientais que corroboram com hábitos de vida não saudáveis e podem gerar piores níveis de saúde na idade adulta.

          Unitermos: Hipertensão arterial. Obesidade. Crianças. Adolescentes.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 184, Septiembre de 2013. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

    A Hipertensão Arterial (HA) é uma síndrome clínica causada por diversos fatores, podendo estar associada a inúmeras alterações fisiopatológicas. É possível que ela se apresente em diferentes formas como a primária, ou essencial, e secundária (PFEIFFER, 2009). Há indícios que evidenciam que a HA essencial do adulto pode ter início na infância ou na adolescência. Esse fato reforça a importância da identificação dos fatores relacionados à hipertensão arterial nestas etapas da vida (RIBEIRO et al., 1999).

    A taxa de hipertensão arterial observada em crianças e adolescentes não pode ser desprezada, já que tem sido apresentada uma prevalência de 1% a 13% nessa população e a mesma tem aumentado no mundo (RIBEIRO et al., 1999). Em estudo realizado por Monego e Jardim (2006) na região Centro-Oeste do Brasil, na cidade de Goiânia, foram avaliados 3169 crianças e adolescentes escolares de 07 a 14 anos e identificou-se a prevalência de 5 % de hipertensão arterial. O estudo Carment (CARNELOSSO et al., 2004) avaliou sujeitos com idade igual ou superior a 15 anos e encontrou 35,4% de HA.

    Na infância e adolescência, os principais fatores que podem desencadear o aparecimento da HA primária são a obesidade, ou o excesso de peso, e o histórico familiar positivo para a HA. Mas, como refere o estudo de Bogalusa, outros fatores como tabagismo e sedentarismo também contribuem (BERENSON et al., 1991).

    A obesidade é caracterizada como problema de saúde pública em toda a população, seja de adultos, seja de crianças e adolescentes. Na população de crianças, tem havido aumento na prevalência, o que pode gerar complicações na adolescência e na vida adulta, sendo que durante a infância, o entendimento e a mudança de hábitos relacionados à obesidade são mais difíceis de ser compreendidos (MELLO, LUFT, MEYER, 2004). Monego e Jardim (2006) encontraram a prevalência de 16,0% de excesso de peso, sendo 4,9% de obesidade em sujeitos de 07-14 anos e o estudo Carment, com jovens acima de 15 anos, identificou 44,1% de excesso de peso.

    A obesidade é caracterizada como fator de risco para ocorrência de diversas doenças durante a própria infância e adolescência ou na fase adulta, como problemas cardiovasculares, câncer de cólon, diabetes e problemas de ordem psicossocial. Além disso, existe uma estreita relação entre a síndrome metabólica cardiovascular, hiperinsulinemia, baixa tolerância à glicose, dislipidemia e hipertensão arterial (COSTA,TADDEI, COLUGNATTI, 2003; GIUGLIANO; CARNEIRO, 2004).

    Sabe-se que a obesidade é classificada como umas das alterações metabólicas mais antigas já descritas e pode iniciar em qualquer idade, podendo ser desencadeada por fatores como o desmame precoce, introdução inadequada de alimentos, distúrbios alimentares e por fatores endógenos (OLIVEIRA, CERQUEIRA, OLIVEIRA, 2003; GIUGLIANO, CARNEIRO, 2004)

    A obesidade pode ser definida como uma doença caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura, sendo conseqüência do balanço energético positivo. Tal processo pode ser fruto, na maioria dos casos, do aspecto socioambiental que cerca a vida de cada indivíduo. Entretanto, o balanço energético positivo característico da obesidade pode estar relacionado a mudanças no consumo alimentar, apresentando uma maior ingestão energética diária ou relaciona-se à diminuição dos níveis de atividade física do indivíduo (MENDONÇA, ANJOS, 2004).

    Segundo Silva e Lopes (2008), a diminuição dos níveis de atividade física nas últimas décadas, baseia-se no aumento de veículos motores para ir à escola, maior tempo gasto com atividades sedentárias e menor participação em esportes organizados, o que pode provocar efeitos adversos à saúde física e mental, além do incremento nas condições de risco e diminuição do estilo de vida saudável. A Organização Mundial de Saúde (WHO, 2007) corrobora com esta explicação e refere que a maioria das atividades de vida diárias que permeiam o cotidiano das pessoas como as do trabalho, da escola, dos afazeres domésticos, do deslocamento para os compromissos e do tempo livre têm sido cada vez menos conduzidas através de esforços físicos.

    Alimentação inadequada e níveis de atividade física reduzidos demonstram prejudiciais alterações nos hábitos de vida infantil, e essa situação vem determinando crescentes prevalências de excesso de peso, obesidade e de hipertensão arterial. Além do crescimento de outras doenças como o diabetes mellitus não-insulino-dependente (DMNID), e das doenças cardiovasculares. Observa-se que os maus hábitos e o estilo de vida que podem influenciar negativamente no aparecimento de doenças cardiovasculares são aprendidos e têm início em fase precoce na vida (MONEGO, JARDIM, 2006; RIBEIRO et al., 2006).

    A prática regular de atividade física apresenta um papel fundamental no controle e tratamento da obesidade, porém, estudos mostram que nas últimas décadas têm-se observado um declínio considerável no nível de atividade física de toda a população. Em crianças e adolescentes, o aumento dos níveis de atividade física contribui para uma melhora do perfil lipídico e metabólico, reduzindo assim a obesidade infantil e posteriormente adulta, visto que a criança obesa apresenta grande potencial para se tornar também um adulto obeso (BRACCO et al, 2006; JENOVESI, 2003; MATSUDO et al, 1998).

    Dessa maneira, o hábito de praticar atividades físicas iniciado na infância pode ser fundamental para evitar possíveis doenças cardiovasculares, obesidade e outros fatores de risco cardiovasculares durante a fase adulta. Além de seu caráter preventivo, a prática de atividade física pode gerar melhora do aparelho locomotor, performance neuromotora e potência aeróbica (MATSUDO et al, 1998).

    Observa-se, portanto, que os fatores ambientais são também importantes em relação aos fatores genéticos na determinação da obesidade e dos níveis de pressão arterial ao longo da vida (PFEIFFER, 2009). E os fatores ambientais não devem ser ignorados, ao contrário, deve haver o incremento de políticas públicas com vistas ao incentivo a estilos de vida saudáveis desde a infância e adolescência.

Referências

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 18 · N° 184 | Buenos Aires, Septiembre de 2013
© 1997-2013 Derechos reservados