Manual acadêmico para o ensino
dos fundamentos Manual académico para la enseñanza de los fundamentos básicos del baloncesto Academic handbook for teaching the fundamentals of basketball |
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Profissional de Educação Física e pesquisador Membro da equipe da USP, do Núcleo de Estudos, Ensino e Pesquisa do Programa de Assistência Primária de Saúde Escolar – PROASE |
Prof. Dr. José Eduardo Costa de Oliveira (Brasil) |
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Resumo Considerando as características motoras, cognitivas e outros fatores, é interessante que se busque por várias maneiras de conduzir o processo de ensino dos esportes, onde dependendo da idade e da realidade da turma, o educador/treinador lançará mão de “caminhos”' - métodos de ensino - para abordar os conteúdos específicos de cada modalidade esportiva a ser ensinada. Assim, mesmo reconhecendo a existência de uma gama de obras na literatura específica da Educação Física e do Esporte para o Basquetebol, que são alusivas a - exercícios prontos - e às metodologias para o processo ensino/aprendizagem dos fundamentos de várias modalidades esportivas, a exemplo do Basquetebol, o presente artigo intenciona, aqui, cobrir uma breve lacuna literária, que consiste em deixar um – manual acadêmico – de sugestões de exercícios básicos e norteadores, que possam servir como modelos dentro do processo ensino/aprendizagem, tanto para discentes de cursos de formação nas áreas de Educação Física e Esporte, bem como para docentes/treinadores e aprendizes, iniciantes na modalidade, por acreditar que os mesmos possam funcionar como “exercícios-modelo”, em razão da viabilidade didático-metodológica que eles carregam em seus bojos, além de estarem neles imbricados as formas mais fáceis, eficazes e claras de serem internalizadas pelos aprendizes, particularmente aqueles em fase de iniciação desportiva. Por fim, o Basquetebol, desporto originalmente norte-americano, com difusão mundial, evoluiu exponencialmente, e, por consequência, variáveis táticas e técnicas surgiram e/ou se aperfeiçoaram, para garantir a optimização dos resultados, resultando em diferentes abordagens metodológicas, a exemplo das que aqui foram citadas e discutidas. Unitermos: Manual acadêmico. Ensino. Fundamentos. Basquetebol.
Abstract Considering the characteristics of motor, cognitive and other factors, it is interesting to search for various ways of conducting the teaching of sports, where depending on the age and the reality of the class, the teacher/coach will make use of "paths" '- methods education - to address the specific contents of each sport to be taught. Thus, while recognizing the existence of a range of works in the specific literature of Physical Education and Sports for Basketball, we are alluding to - exercises ready - and the methodologies for the teaching/learning the fundamentals of various sports, such Basketball, this article intends here cover a brief gap literary, which is to have one - manual - academic suggestions and guiding basic exercises that can serve as models in the teaching/learning process, both for students of courses training in the areas of Physical Education and Sports, as well as for teachers/trainers and learners, beginners in the sport, believing that they can act as "financial model", because the viability didactic-methodological they carry in their bulges , and are interwoven in them the forms easier, efficient and clear of being internalized by learners, particularly those undergoing initiation sport. Finally, Basketball, sport originally U.S., with worldwide spread, evolved exponentially, and therefore variables tactics and techniques have emerged and / or improved, to ensure the optimum outcome, resulting in different methodological approaches, such of that have been cited and discussed. Keywords: Manual academic. Teaching. Foundations. Basketball.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 184, Septiembre de 2013. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Na intencionalidade de resolver os problemas que inviabilizavam as aulas de Educação Física durante os invernos, na gélida região dos Grandes Lagos nos E.U.A., o médico e instrutor de esportes (coach) do Springfield College, James Laurence Naismith, cria o Basquetebol em 21 de dezembro de 1851 (OLIVEIRA, 2013).
Na contemporaneidade, o desporto caracteriza-se pela coletividade, pela oposição de duas equipes que disputam uma partida em quatro tempos de dez minutos, dentro de um campo de jogo de 420 m2, onde os movimentos apresentam-se, em sua maioria, com características intermitentes, e onde os fundamentos técnicos são os elementos que viabilizam o jogo, por apoiar à tática, e podem ser resumidos na execução dos gestos específicos, tratando-se dos processos afetos ao “como fazer”, e dependem de uma série de capacidades individuais dos praticantes, tais como as valências físicas e as habilidades motoras, gerais e específicas, envolvidas, além de aspectos cognitivos, para que os mesmo sejam apreendidos e propiciem o desenrolar do jogo (FERREIRA e DE ROSE JÚNIOR, 2003).
Por técnica, entende-se que o termo deriva do grego, τέχνη (téchne), significando técnica, ofício e cuja tradução literal pode ser: arte. Portanto, a técnica é o procedimento, ou o seu conjunto, que têm como objetivo obter um determinado resultado, seja no campo da ciência, da tecnologia, das artes ou em outra atividade, a exemplo do esporte (FERREIRA e DE ROSE JÚNIOR, 2003).
Assim, mesmo reconhecendo a existência de uma gama de obras na literatura específica da Educação Física e do Esporte para o Basquetebol, que são alusivas a - exercícios prontos - e às metodologias para o processo ensino/aprendizagem dos fundamentos, o presente artigo intenciona, aqui, cobrir uma breve lacuna literária, que consiste em deixar um - manual acadêmico - de sugestões de exercícios básicos e norteadores, que possam servir como - modelos - dentro do processo ensino/aprendizagem, tanto para docentes de cursos de formação nas áreas de Educação Física e Esporte, bem como para discentes universitários, por acreditar que os mesmos possam funcionar como “exercícios-modelo”, em razão da viabilidade didático-metodológica que eles carregam em seus bojos, além de estarem neles imbricados as formas mais fáceis, eficazes e claras de serem internalizadas pelos aprendizes, particularmente aqueles em fase de iniciação desportiva.
E, assim, que a partir destes “exercícios-modelo” aqui propostos, que o professor/técnico possa subsidiar-se noutras sugestões da literatura, bem como na sua criatividade, mas, garantido de que os conhecimentos e condições mínimas e necessárias para a compreensão dos gestos técnicos estará assegurada, permitindo, assim, o implemento de variações, dificuldades e progressões, de acordo com as necessidades, específicas, de cada população a sofrer a intervenção do profissional da área.
Metodologia de ensino sugerida
Considerando as características motoras, cognitivas e outros fatores, é interessante que se busque por várias maneiras de conduzir o processo de ensino dos esportes, onde dependendo da idade e da realidade da turma, o educador/treinador lançará mão de “caminhos”' - métodos de ensino - para abordar os conteúdos específicos de cada modalidade esportiva a ser ensinada.
Por método, o presente texto entende que a palavra tem origem grega, méthodos, e que significa “o caminho para chegar a um determinado fim/objetivo”, ou o programa que regula, previamente, uma série de operações que se devem realizar, apontando erros evitáveis, em vista de um resultado determinado; ou o processo ou técnica de ensino. Formado por meta, que é sinônimo de “para”, e hodos, similar a “caminho” (XAVIER, 1986).
Segundo Libâneo (1994), o método de ensino é a ação do professor/treinador, ao dirigir e estimular o processo de ensino, em função da aprendizagem dos alunos/praticantes, quando utiliza intencionalmente um conjunto de ações, passos, condições externas e procedimentos, de onde se pode esperar um determinado resultado do processo de ensino. Paralelamente, de acordo com Kunz (2003), os métodos de ensino supõem maneiras organizadas e sistemáticas de se criar ambientes que, de modo eficiente e científico, levem a resultados favoráveis.
Para tanto, a escolha do método pedagógico deve considerar: o professor/treinador, sua experiência, sua personalidade, seus valores e suas metas de aprendizagem; o aluno/praticante, sua maturidade; sua conduta diante das atividades e seu interesse, e, ainda, o meio, isto é: o lugar, o tempo e as condições de segurança para execução das atividades. Portanto, é possível se afirmar que não há apenas uma maneira de ensinar, nem mesmo a “maneira ideal”.
Os fundamentos básicos do basquetebol
Serão exemplos dos fundamentos básicos do Basquetebol, discutidos e analisados neste texto: o passe de peito; o passe de peito picado; os passes de ombro (direito e esquerdo); o passe sobre a cabeça; os passes em profundidade (direito e esquerdo); os dribles (como o giro, o drible por trás do corpo e o drible entre as pernas); as bandejas (direita e esquerda) e os arremessos (de curta, média e longas distâncias).
Os passes
Os passes do Basquetebol se constituem na metodologia de envio da bola aos companheiros, na intenção de permitir a continuidade do jogo. Dividem-se em três tipos básicos: os de curta, os de média e o de longas distâncias (FERREIRA e DE ROSE JÚNIOR, 2003).
Entre os de - curtas distâncias - estão o passe de peito; o de peito picado e o passe sobre a cabeça. Estes, são os que se apresentam como opção de - excelente precisão - e devem ser preferidos em momentos que se deseja assegurar a eficiência da transferência da bola a um companheiro, quer seja para que o mesmo finalize ou dê continuidade ao jogo.
Em relação aos de - médias distâncias - a precisão começa a ficar preterida, e, portanto, deve-se observar, com mais ênfase, as variáveis que podem interferir no seu aproveitamento, a exemplo da possibilidade do defensor interceptá-lo, da velocidade e da força necessárias a serem empregadas na bola e da própria distância a ser coberta pelo passe. É exemplo: o passe de ombro, executado com o braço direito e/ou o esquerdo.
E, por fim, aqueles tidos como de - longas distâncias - onde a precisão fica ainda mais preterida, a exemplo dos passes em profundidade. Estes devem ser preferidos em situações de contra-ataque ou quando se intenciona cobrir uma grande distância dentro da quadra, mas, devendo-se ter em mente a pouca eficiência que o mesmo agrega, no que diz respeito à recepção e a sua trajetória e etc.
Sendo assim, para que o processo ensino/aprendizagem dos passes se inicie, deve-se, inicialmente, se levar em consideração um importante pré-requisito: a existência de uma “regra geral” para ensinamento de todos os tipos de passes. Sendo ela:
Identificar se o aprendiz é “destro” ou “sinistro”, para que se possa, a partir disto, se estabelecer o seu “pé de apoio” ou o “pé de pivô”, que é o ponto de partida para a construção desse processo. Quando o aprendiz é destro, o seu pé de apoio será, sempre, o seu pé contrário, ou seja, o seu pé esquerdo, e, no caso de aprendizes sinistros, o seu pé de apoio deve ser, sempre, o seu pé direito (OLIVEIRA, 2012).
O passe de peito
Exercício-modelo sugerido:
Uma excelente opção para se ensinar todos os tipos de passes - quer sejam os de curtas, os de médias ou os de longas distâncias - é organizar os aprendizes em duplas, cada uma com uma bola, distribuídos em duas fileiras, onde cada um fica de frente para o companheiro, devendo-se equivaler indivíduos de igual tamanho, força, nível de aprendizagem/maturidade, de gênero; visando-se a otimização dos resultados. Portanto, recomendação que deve ser seguida de modelo, para todas as sugestões de exercícios que virão a seguir!
Inicia-se pela “regra geral para o ensinamento de todos os passes”: identificar se o aprendiz é destro ou sinistro, para que se estabeleça o seu pé de apoio.
Apos isto, o aprendiz deve estar com o seu pé de apoio sempre à frente, e o outro pé atrás, num afastamento anteroposterior dos membros inferiores.
Deve-se segurar a bola, sempre, com as duas mãos espalmadas nas suas laterais, mantendo-a na altura do peito e com os cotovelos fechados.
No momento do passe, o aprendiz deve projetar o tronco à frente, dando um passo, trocando sua base, sem retirar o seu pé de apoio do solo.
Simultaneamente, deve estender os cotovelos, girar as palmas das mãos para fora, deixando os polegares voltados para baixo; lançando-se a bola até a altura do peito do seu companheiro.
Observação: o peito do companheiro a receber qualquer tipo de passe deve ser sempre o - alvo - a ser atingido, por perfazer a região mais segura e eficaz para tal.
A Recepção: Após o passe ter se completado, o aprendiz deve permanecer na sua posição final do passe, ou seja: com o pé de apoio invertido e com os braços estendidos a frente do tronco, na altura do peito, com as palmas das mãos voltadas para fora e os polegares para baixo, na intenção de receber a bola e recuar com o mesmo pé de apoio para trás, até a posição inicial do início do fundamento, conforme ilustra a figura a seguir. Após receber a bola, deve reiniciar o movimento e passar a bola ao companheiro novamente, num movimento contínuo de ida e volta, ou seja, de passe e de recepção, que viabilizam a força necessária para se passar, bem como para amortecer a bola na recepção.
Imagem extraída e adaptada de Zerbinato, 2013
O passe de peito picado
Variação do passe de peito, mas que se configura numa opção mais lenta. Fato que deve ser observado, para que a sua utilização não resulte em ineficiência e possibilidades de interceptação dos passes pelos adversários, no momento de uma partida.
Exercício-modelo sugerido:
Para tanto, pode-se utilizar de - todos - os mesmos procedimentos elencados no exemplo do – passe de peito tradicional – e que estão supra descritos em sete itens, e que perfazem a denominada “regra geral para ensinamento de todos os passes”.
No entanto, a principal diferença entre o passe de peito tradicional e o picado, é que este último, apesar de também ser lançado na altura do peito do companheiro; a bola deve quicar no solo antes de atingir seu alvo. Adenda-se que a bola deve quicar no solo numa região que deve equivaler-se com a – segunda metade – da distância entre os dois companheiros de passe, na intenção de que ela atinja a altura necessária do peito do companheiro, conforme ilustra a figura a seguir. Caso a bola quique antes dessa segunda metade da distância, ou seja: muito próxima do executor; na metade da distância dos dois e/ou muito próxima a do receptor, a bola até poderá chegar ao companheiro, mas, não na altura ideal, dificultando o processo de recepção do passe.
Após isto, também se deve repetir os procedimentos referenciais do item 7 (do passe de peito), que são alusivos à recepção dos passes.
Imagem extraída e adaptada de Zerbinato, 2013
O passe sobre a cabeça
Exercício-modelo sugerido:
Inicialmente, também se utiliza todos os mesmos procedimentos elencados no exemplo do – passe de peito tradicional – e que estão nos itens 1, 2, 3 e 4.
No momento do passe, o aprendiz deve, antes de projetar o tronco à frente, elevar a bola sobre a cabeça, de maneira que ela nunca fique atrás dela, e assim seja “roubada” por um adversário durante uma partida; mantendo os cotovelos apontados para frente, com os braços paralelos com a linha do solo, e, a partir disto, dar um passo à frente, trocando sua base, sem retirar o seu pé de apoio do solo.
Simultaneamente, deve-se estender os cotovelos, agora num movimento monoarticular, girando as palmas das mãos para fora, voltando os polegares para baixo, conforme ilustra a figura a seguir.
Apos isto, também se deve repetir os procedimentos referenciais do item 7 (do passe de peito), que são alusivos à recepção dos passes.
Imagem extraída e adaptada de Zerbinato, 2013
O passe de ombro
Características: Passe de médio alcance, e, também, de média precisão; dividido em passe de ombro direito e passe de ombro esquerdo.
Exercício-modelo sugerido:
Inicialmente, utilizar-se todos os mesmos procedimentos elencados no exemplo do – passe de peito tradicional (itens 1, 2, 3 e 4).
No momento do passe, o aprendiz deve, antes de projetar o tronco à frente, elevar a bola sobre um dos ombros (direito ou esquerdo), dependendo do lado a ser executado, posicionando a “mão de gatilho” (que é a mão que lançará a bola, sendo a mão direita, se o passe for o de ombro direito, ou à esquerda, se o passe for o de ombro esquerdo) atrás da bola e a outra mão na lateral interna da bola, na intenção apoiá-la, e, portanto, chamada de “mão de apoio”.
A partir disto e, simultaneamente, dá-se um passo frente, trocando-se sua base, sem retirar o seu pé de apoio do solo, ao mesmo tempo em que se estende o cotovelo do braço da “mão de gatilho”, lançando a bola no peito do seu companheiro, girando a palma da mão que lançou a bola para fora, e deixando o polegar para baixo, também num movimento unilateral e biarticular do cotovelo e do ombro do braço de lançamento, conforme ilustra a figura a seguir.
Posteriormente, também se deve repetir os procedimentos referenciais do item 7 (do passe de peito), que são alusivos à recepção dos passes.
Imagem extraída e adaptada de Zerbinato, 2013
O passe em profundidade
Características: Passe de longo alcance e de pouca precisão. Também dividido em passe em profundidade direito e esquerdo. Utilizado, sempre, que se deseja cobrir uma grande distância dentro da quadra, a exemplo de um contra-ataque, onde se faz necessário que o passe seja feito de um garrafão ao outro.
Exercício-modelo sugerido:
Inicialmente, também utilizar-se de todos os mesmos procedimentos elencados no exemplo do – passe de peito tradicional (itens 1, 2, 3 e 4).
Após isto, no momento do passe, o aprendiz deve desequilibrar o seu centro de gravidade para trás, movendo seu pé de trás para um ponto ligeiramente mais distante daquele da posição inicial, fazendo-se uma base com o joelho de trás semiflexionado e o da frente estendido, sem que se retire o pé de apoio do solo.
Em seguida, deve-se projetar o braço de lançamento (direito, se o passe em profundidade for o direito e o esquerdo, se o passe for o esquerdo) totalmente estendido atrás do tronco, paralelo à linda do solo, segurando-se a bola entre as pontas dos dedos e o antebraço. O braço contrário deve estar flexionado em 90 graus à frente do corpo, como ponto de equilíbrio.
Simultaneamente, o aprendiz projeta o tronco a frente, dando um passo à frente, sem retirar o pé de apoio do solo, lançando a bola até o peito do seu companheiro, num movimento de adução de ombro no plano horizontal, num movimento monoarticular do ombro, girando a palma da mão do braço que lançou a bola para fora e deixando o polegar para baixo.
Posteriormente, também se deve repetir os procedimentos referenciais do item 7 (do passe de peito), que são alusivos à recepção dos passes.
Os dribles
Definição: “driblar” é o ato de conduzir a bola, que no Basquete, se faz necessário quicá-la junto ao solo, quando se deseja locomover-se de um ponto a outro dentro da quadra. Aqui dividido em: drible entre as pernas; drible por trás do corpo; giro (FERREIRA e DE ROSE JÚNIOR, 2003).
Exercícios-modelo sugeridos:
Coloca-se os aprendizes para executarem exercícios de “zig-zag”, com cones, utilizando-se das laterais da quadra, como se a mesma tivesse um ”corredor imaginário”, formado pelas linhas laterais do Basquete e as linhas laterais do voleibol (quando a quadra for poliesportiva, obviamente).
Neste exercício, o aprendiz vai conduzindo a bola na direção destes mesmos cones (quando o mesmo estiver ao seu lado direito, utiliza-se a mão direita para bater a bola e quando o obstáculo estiver ao seu lado esquerdo, utiliza-se a mão esquerda), e, logo a frente de cada um desses cones/obstáculos, executa-se um dos dribles (giro, entre as pernas ou por trás do corpo), com o objetivo de mudar de direção e mudar a bola de mão, e assim se livrar da marcação.
A seguir, três figuras ilustram o drible entre as pernas; o drible por trás do corpo e o giro, respectivamente:
As três imagens acima: 3.1; 3.3 e 3.4 foram extraídas e adaptadas de Zerbinato, 2013
As bandejas
As bandejas constituem o único fundamento onde é permitido que o praticante possa “locomover-se” em posse da bola, sem ter que quicá-la no solo. Obviamente que apenas em casos especiais, a exemplo de quando o jogador já esta em progressão prévia, onde ele tem por direito em empunhar a bola e executar até “dois passos” rítmicos para fazer a aproximação à cesta (FERREIRA e DE ROSE JÚNIOR, 2003).
Após estas duas passadas rítmicas, o jogador fica obrigado a arremessar ou a passá-la para outro companheiro. Dividida em “bandeja direita” e ”bandeja esquerda”, em razão do lado da quadra e do garrafão, onde se dá a aproximação da cesta.
Bandeja direita: Executada sempre pelo lado direito da quadra. Utilizando sempre o pé direito para se iniciar a bandeja, finalizando a bola com a mão direita.
Bandeja esquerda: Executada sempre pelo lado esquerdo da quadra. Utilizando sempre o pé esquerdo para se iniciar a bandeja, finalizando a bola com a mão esquerda.
Esse fundamento técnico recebe a denominação de – bandeja – em função da alusão que faz ao mecanismo que finaliza o fundamento, comparado ao movimento de um garçom carregando uma bandeja de bebidas, “servindo” a bola o mais próximo da cesta.
Exercícios-modelo sugeridos:
Tanto na Bandeja Direita, como na Esquerda, dispor os aprendizes em fila.
Se a opção for iniciar pelo lado direito da quadra, os aprendizes irão conduzir a bola com a com a mão direita, até um ponto próximo do garrafão, que poderá estar demarcado com arcos, fita adesiva, ou até mesmo com giz, indicando o posicionamento e a ordem correta dos pés direito e esquerdo, que deve ser seguida.
Próximo à cesta, o aprendiz executa a última batida da bola, juntamente quando o pé esquerdo ainda está no solo; faz a empunhadura da bola e inicia-se a bandeja direita: “2 passos”, inicialmente com o pé direito e depois com o pé esquerdo; finalizando-se, levantando o joelho direito e arremessando a bola até a cesta com a mão direita, conforme ilustração abaixo.
Na Bandeja Esquerda, no lado esquerdo do garrafão/quadra, os mesmos aprendizes conduzirão a bola com a com a mão esquerda, também até um ponto próximo ao garrafão, que também poderá estar demarcado.
Próximo à cesta, o aprendiz executa a última batida da bola, quando o pé direito ainda está em contato com o solo; faz-se a empunhadura da bola e inicia-se a bandeja esquerda: “2 passos”, inicialmente com o pé esquerdo e depois com o pé direito; finalizando-se, levantando o joelho esquerdo e arremessando a bola até a cesta com a mão esquerda.
Imagem extraída e adaptada de Zerbinato, 2013
Os arremessos
O arremesso é o fundamento técnico onde o praticante, intencionalmente, tenta marcar um ponto durante a partida; e pode ser dividido em arremessos de curtas distâncias, geralmente aqueles próximos ou dentro do garrafão; arremessos de médias distâncias, aqueles fora das linhas restritivas, mas, ainda dentro da zona de dois pontos; e arremessos de longas distâncias, realizados após a linha de três pontos; e o lance-livre, que tem por particularidade ser realizado após a equipe adversária ser penalizada por alguma infração à regra, onde o executante tem a permissão de realizar a cobrança de lances consecutivos, sem marcação ou a possibilidade de interceptação. Realizado na linha de lances-livres (FERREIRA e DE ROSE JÚNIOR, 2003).
Regra geral para o ensinamento dos arremessos
Característica: para se ensinar os arremessos, ou o “Jump” (palavra que deriva do verbo em Inglês – saltar), quer seja os de curtas, os de médias ou os de longas distâncias, onde se procede da mesma maneira como nos outros fundamentos básicos do Basquetebol, iniciando-se identificando se o aprendiz é “destro” ou “sinistro”, mas, considerando-se uma característica particular dos arremessos, em relação aos passes, e, dividido em duas fases:
Primeira fase do Processo de ensino/aprendizagem do arremesso denominada de: “Fase do engatilhar o arremesso”:
Posiciona-se de frente para a cesta, com o aprendiz em afastamento látero-lateral dos pés, numa a largura maior ou igual a dos seus ombros.
Com um dos pés ligeiramente à frente. Crianças destras: pé direito ligeiramente à frente. Crianças sinistras: pé esquerdo ligeiramente à frente
Coloca-se a bola na altura do peito, com os cotovelos fechados, posicionando-se a mão de arremesso atrás da bola e a mão contrária, de apoio, na lateral da mesma.
No momento do arremesso, executa-se o movimento de elevação da bola sobre a cabeça e, simultaneamente, realiza-se uma flexão dos joelhos, dos quadris, do tronco e dos tornozelos, fazendo-se que tudo isto se configure na primeira fase do arremesso, construída de movimentos preparatórios e, por isso, denominada de fase do “engatilhar” o arremesso. De prepará-lo!
Segunda fase: Fase do “desengatilhar o arremesso”, do “shoot”, do “tiro”, ou do arremesso propriamente dito:
Assim, num segundo momento, executa-se todos os movimentos contrários do “engatilhamento” do arremesso, ou seja: o movimento de extensão do cotovelo do braço de arremesso, a flexão do punho do mesmo braço, e, simultaneamente a extensão dos dois joelhos, dos dois tornozelos, dos quadris e do tronco. Simultaneamente, salta-se para cima, fazendo com que a bola gire no seu eixo contrário.
Devendo, o arremessador, após o arremesso, aterrissar no mesmo local de onde partiu o salto para o arremesso, evitando o desequilíbrio de seu corpo e a consequente invasão do espaço dos adversários, desrespeitando o princípio do cilindro.
Imagem extraída e adaptada de Zerbinato, 2013
Considerações finais
Por fim, na perspectiva de uma análise conclusiva, o Basquetebol, desporto originalmente norte-americano, com difusão mundial, evoluiu exponencialmente, e, por consequência, variáveis metodológicas surgiram e/ou se aperfeiçoaram para garantir a optimização dos resultados, resultando em diferentes abordagens, a exemplo das que aqui foram citadas e discutidas.
As sugestões aqui apresentadas são desenvolvidas através do método parcial, que consiste em ensinar uma destreza motora por partes para, posteriormente, uni-las entre si, bem como do método global, que consiste em ensinar uma destreza motora apresentando-a no seu conjunto (XAVIER, 1986).
Não obstante, que este trabalho possa contribuir para o enriquecimento do material bibliográfico sobre a temática e também possa fomentar a discussão com profissionais de Educação Física e do Esporte, estudantes, técnicos, atletas e ex-atletas, que se interessem no estudo e na pesquisa sobre uma das modalidades esportivas mais deslumbrantes do esporte mundial, instigando, portanto, outros profissionais e pesquisadores a discorrerem, com ainda mais particularidades, sobre os principais aspectos metodológicos do Basquetebol.
Bibliografia
DE ROSE JÚNIOR, D; TRÍCOLI, V. Basquetebol: uma visão integrada entre ciência e prática. Barueri, SP: Manole, 2005.
FERREIRA, A. E; DE ROSE JÚNIOR, D. Basquetebol: técnicas e táticas: uma abordagem didático-pedagógica. São Paulo: E. P. U: Editora Pedagógica e Universitária da USP, 2003.
KUNZ, E. et al. Didática da Educação Física 1. 3a ed. Ijuí: Unijuí, 2003.
LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.
OLIVEIRA, José Eduardo Costa de. Basquetebol. Aspectos Históricos e Funcionais. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, ano 17, n. 174, nov. 2012. http://www.efdeportes.com/efd174/basquetebol-aspectos-historicos-e-funcionais.htm
____. James Naismit. O criador do Basquetebol. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, ano 18, n. 180, mai. 2013. http://www.efdeportes.com/efd180/james-naismith-o-criador-do-basquetebol.htm
XAVIER, T. P. Métodos de Ensino em Educação Física. São Paulo: Manole, 1986.
ZERBINATO, F. Fundamentos Técnicos do Basquetebol. Disponível em http://www.slideshare.net/ferzerbinato/fundamentos-tecnicos-do-basquetebol. Acesso em 30/05/2013.
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