Análise de alguns fatores da qualidade de vida de indivíduos da terceira idade que freqüentam a praça Dr. Augusto Silva, Lavras, MG Análisis de algunos factores sobre la calidad de vida de los adultos mayores que frecuentan la plaza Dr. Augusto Silva, Lavras, MG Analysis of some factors on the quality of life of older adults who frequent the Dr. Augusto Silva square, Lavras, MG
	*Graduados em Educação pela FAGAMMON Lavras **Discente de Nutrição pela UFLA ***Professor da Unifor, MG, FAGAMMON e Unis, MG (Brasil)	Geovani Francisco de Almeida Barbosa* Fernando Henrique Ramos* Bianca Martins de Figueiredo** Alan Peloso Figueiredo*** alanpf@terra.com.br
	Resumo           Atualmente é comum encontrar pelas ruas um maior número de pessoas com características da terceira idade, isso se deve à busca por uma melhor qualidade de vida e por conseqüência uma maior longevidade. O objetivo desse estudo foi analisar como se encontra a qualidade de vida de idosos que freqüentam a praça Dr. Augusto Silva, na cidade de Lavras – MG. A amostra foi composta por 20 idosos de ambos os sexos, escolhidos aleatoriamente, com idades compreendidas entre 58 e 82 anos. A maior parte dos idosos entrevistados demonstrou bons hábitos de vida e consecutivamente melhor qualidade de vida. Dentro dos aspectos analisados, percebe-se uma melhor qualidade de vida nos idosos entrevistados.           Unitermos: Qualidade de Vida. Idoso. Fatores.   Resumen           Actualmente es común encontrar por las calles a un mayor número de personas con características de la vejez, esto de debe a la búsqueda de una mejor calidad de vida y por consecuencia, una mayor longevidad. El objetivo de este estudio fue analizar cómo es la calidad de vida de los adultos mayores que asisten a la plaza Dr. Augusto Silva, en Lavras - MG. La muestra consistió en 20 hombres y mujeres ancianos, seleccionados al azar, con edades entre 58 y 82 años. La mayoría de las personas mayores encuestadas demostraron tener buenos hábitos de vida y en consecuencia, mejor calidad de vida. Dentro de los aspectos analizados, se observa una mejor calidad de vida en las personas mayores entrevistadas.           Palabras clave: Calidad de vida. Personas mayores. Factores.   Abstract           Currently, it’s ordinary to find in the streets a bigger number of people with elderly characters. It happens mainly because of the search of a better quality in life and consequently, more longevity. The aim of this review was to analyze how is the quality of life of the elderly who attend in the Dr. Augusto Silva’s square in the city of Lavras – MG. The sample is formed by 20 aged for both gender, randomly chosen, with the ages between 58-82 years old. The majority of the interviewed showed good life habits and consecutively better quality of life. Among all the analyzed aspects, it’s easy to realize a better quality of life between the interviewed elders.           Keywords: Quality of life. Elderly. Factors.
	EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 184, Septiembre de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O envelhecimento saudável tem sido uma das maiores preocupações da sociedade atual, pois a perspectiva de vida do ser humano tem aumentado consideravelmente com o passar dos anos. Como consequência, entra a população brasileira em um sustentado processo de desestabilização de sua estrutura etária, com estreitamento continuado da base da pirâmide etária e, consequentemente, envelhecimento da população (CARVALHO, GARCIA, 2003). Com essa longevidade cada vez mais acessível, torna-se comum encontrar idosos pelas ruas, porém, acompanhado de uma dúvida: como se encontra a qualidade de vida (QV) desses idosos?

    A QV está relacionada com a satisfação pessoal, autoestima e bem-estar, sendo, portanto ligada a fatores funcionais, emocionais, sociais, culturais e até mesmo religiosos. Segundo Holmes; Dickerson (1987, citado por MACEDO et al, 2003) qualidade de vida são informações sobre o bem-estar físico, social e emocional do indivíduo, como recursos necessários para satisfação individual, aspirações futuras, participação de atividades para o seu desenvolvimento e satisfação comparada entre ele próprio e os outros. Segundo Shephard (1996), citado por Pieron (2004) existe uma relação entre qualidade de vida e saúde.

    Pode-se dizer que QV é influenciada pelo estilo de vida, realização profissional, estado de saúde, lazer, relação familiar, entre outros (INTERDONATO, GREGUOL, 2010). Na terceira idade a qualidade de vida pode ser entendida como uma manutenção da saúde em todos os aspectos, sendo percebidos na parte física, social, psíquica e até mesmo espiritual. Segundo Franchi; Montenegro (2005) existe cinco fatores para o idoso viver bem e ter saúde, que são: vida independente, casa, ocupação, afeição e comunicação. Além destes cinco fatores o autor também defende a prática de atividades físicas regulares, pois auxilia o indivíduo, principalmente o idoso na manutenção da sua capacidade funcional.

    Outro fator que pode influenciar diretamente na QV e por consequência na longevidade de um indivíduo é o estilo de vida adotado por ele, pois existem alguns fatores que interferem negativamente como: alcoolismo, tabagismo, obesidade ou sobrepeso, hipertensão arterial, sedentarismo, entre outros. Indivíduos que se enquadram na terceira idade apresentam menor incidência na questão do tabagismo, alcoolismo e sedentarismo quando comparados com indivíduos mais jovens. Isso ocorre principalmente pela preocupação dos idosos com sua saúde. É importantíssimo ressaltar nessa questão o nível de escolaridade, pois influencia negativamente no estilo de vida (LIMA-COSTA, 2004). Segundo Soares et al (2010), o maior nível de escolaridade contribui para uma melhora na saúde e por consequência na qualidade de vida.

    Segundo Macedo et al (2003), uma boa opção para melhorar a QV é a prática de atividades físicas, que se realizado de forma habitual traz benefícios para a saúde do individuo e principalmente, faz assim, com que o mesmo preserve por mais tempo sua capacidade funcional, a qual utiliza para realizar suas atividades do dia-a-dia.

    De acordo com Mello et al, (2005), o exercício físico sistematizado pode trazer diversos benefícios para o indivíduo, tanto na esfera física quanto mental, tendo como consequência uma melhor qualidade de vida. Segundo Mazo et al (2005), indivíduos da terceira idade que praticam atividade física regularmente, não apresentam quadros depressivos quando comparados com indivíduos sedentários.

    Segundo dados do último senso do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (2010) houve uma diminuição quanto à proporção de jovens e um aumento considerável de idosos. Os grupos etários menores de 20 anos já apresentam uma diminuição absoluta no seu contingente.

    Estima-se que até o ano de 2025, o Brasil será o sexto país do mundo com o maior número de pessoas idosas, sendo, portanto, uma preocupação para o governo brasileiro em se criar políticas sociais que deixem a sociedade mais preparada para essa realidade, pois essa mudança no perfil social não recebe o mesmo desenvolvimento no que diz respeito à qualidade de vida. Atualmente se faz necessária uma atenção maior no que diz respeito às condições de saúde experimentada pelos idosos. É de grande importância que os profissionais que estejam em contato com esse público sejam bem capacitados e consigam manter os idosos cada vez mais ativos (MENDES et al, 2005).

    Para Mendes et al (2005), o idoso necessita de atenção por parte da família e estar em constante contato com outras pessoas, para que possa assim, obter novas vivências, fazer novas amizades, receber e dar atenção, e assim sentir-se útil. É necessário perceber como estão as capacidades funcionais do idoso após a sua aposentadoria, pois muitos idosos ainda se sentem em condições de realizar alguma atividade após aposentar-se (PIMENTA et al, 2008). Cabe, portanto à família perceber isso e cuidar para que esse idoso continue realizando alguma tarefa e assim não se sinta sozinho e sem utilidade.

    Devido à preocupação com esse aumento da população idosa, esta pesquisa teve por objetivo analisar fatores da qualidade de vida relacionados com o estilo de vida e percepção de saúde e realização de atividades diárias de idosos que freqüentam a praça Dr. Augusto Silva na cidade de Lavras – MG.

Procedimentos metodológicos

    Esta é uma pesquisa de cunho qualitativo e quantitativo, tendo também um caráter transversal. O instrumento escolhido para avaliar a qualidade de vida foi um questionário semi-estruturado, contendo 11 perguntas de múltipla escolha, envolvendo questões sobre o estilo de vida e saúde. O questionário foi montado baseando-se em alguns domínios do questionário SF-36, que é um instrumento multidimensional capaz de avaliar a qualidade de vida.

    A amostra foi composta por vinte idosos frequentadores da praça Dr. Augusto Silva na cidade de Lavras – MG, local onde todos os dias frequentam inúmeras pessoas que se enquadram na terceira idade. Os idosos foram selecionados aleatoriamente, sendo, portanto, 10 homens e 10 mulheres com idades compreendidas entre 58 e 82 anos. A coleta dos dados foi realizada na referida praça no mês de abril do ano de 2012. A análise dos dados foi feita em porcentagem.

Resultados e discussão

    A tabela I representa as questões referentes às características demográficas e estilo de vida apresentado pela amostra entrevistada. Verifica-se na mesma que a idade média dos entrevistados foi de 68,8 anos. Destes, 60% praticam caminhada como forma de atividade física e 40% não fazem nada. Dentre os entrevistados 55% nunca tinham fumado na vida, 30% já tinham fumado e 15% faziam uso do cigarro, 55% nunca tiveram contato com álcool, 35% já haviam bebido e 10% bebiam, os níveis de escolaridade encontrada foram 5% analfabetos, 30% fundamental I, 15% fundamental II, 35% médio, 15% superior.

Tabela I. Características demográficas e estilo de vida de idosos freqüentadores da praça Dr. Augusto Silva, Lavras, MG

    O exercício de forma regular traz benefícios para os indivíduos (MELLO et al, 2005). Considerando que o estilo de vida adotado pelos indivíduos no decorrer de sua vida, pode influenciar de forma positiva ou negativa sua saúde e consecutivamente sua qualidade de vida, percebe-se um estilo de vida positivo por parte dos idosos, pois os resultados nos mostram a preocupação da grande maioria 60% dos entrevistados com relação à atividade física, pois contribui de forma significativa para a manutenção da capacidade funcional do individuo, comprovado pela pesquisa de Franchi; Montenegro (2005), onde afirmam que a realização de atividade física de forma regular contribui para a manutenção da capacidade funcional do indivíduo.

    Com relação ao tabagismo e alcoolismo, os resultados encontrados são satisfatórios, pois apresentam índices maiores de idosos que não fazem uso de cigarros e bebidas, constatando a presença de hábitos saudáveis adotados pelos idosos gerando influencia direta na sua saúde e QV. Porém não podemos nos esquecer dos indivíduos que apresentaram a parte negativa relacionada ao estilo de vida. Segundo Lima-costa (2004), idosos apresentam índices menores com relação ao tabagismo e alcoolismo quando comparados com indivíduos mais jovens. Portanto os idosos entrevistados na praça Dr. Augusto Silva comungam dessa afirmação, pois a grande maioria 55% se encontra longe desses hábitos negativos.

    Os níveis de escolaridade encontrados podem trazer benefícios para os indivíduos entrevistados, pois 65% dos entrevistados se encontram entre o fundamental II e o nível superior, ou seja, o seu grau de instrução lhe permite entender a importância e consequência dos seus atos e estilo de vida. Confirmando a pesquisa de Soares (2010), que diz que um maior nível de escolaridade contribui para uma melhoria na saúde e por consequência na QV de um indivíduo.

Gráfico da tabela I

    Na tabela II foram representadas as questões referentes às características de saúde e sua relação com as atividades diárias dos idosos. Foi constatado que 85% dos entrevistados consideram sua idade como a mesma, sem melhoras ou pioras, 5% a consideram melhor e 10% a consideram pior. Quando questionado sobre a interferência da saúde nas atividades diárias, 55% disseram que não havia interferência alguma, 45% responderam que sim, sentiam incômodos. Dentre os entrevistados, 85% apresentaram alguma dificuldade em realizar atividades dos dia-a-dia que são: levantar-se ou carregar mantimentos 25%, curvar-se, ajoelhar-se ou dobrar-se 25%, subir lances de escadas 20%, andar vários quarteirões 15%. Dos entrevistados apenas 15% não apresentaram dificuldade na realização das suas atividades cotidianas.

Tabela II. Características de saúde física e dores na realização de atividades diárias

    A população futura será composta por pessoas idosas em sua maioria IBGE (2010). Espera-se chegar à terceira idade com uma melhor capacidade funcional, uma vez que o idoso precisa de autonomia para viver bem e desempenhar suas atividades diárias. Os idosos entrevistados não apresentaram resultados satisfatórios nas questões funcionais relacionadas com a percepção de saúde e atividades diárias. Porém o bom estilo de vida apresentado por eles pode contribuir bastante para a manutenção da capacidade funcional e uma consequente melhora nesse quadro.

    Mendes et al, (2005), afirma que o desenvolvimento de políticas sociais ligadas ao público idoso, não sofre o mesmo aumento quando relacionado com a mudança no perfil da população em geral. Embora os resultados apresentados na tabela II não sejam muito confiantes, acredita-se em uma melhora, uma vez que os governantes demonstrem mais preocupação em oferecer para esse público, experiências diversas como: atividades culturais e físicas, de forma que ocupem seu tempo ocioso e assim, seria cada vez mais fácil fazer com que cheguem conscientes e capazes de realizar suas atividades cotidianas. Pois Segundo Holmes; Dickerson (1987, citado por MACEDO, et al, 2003) qualidade de vida são informações sobre o bem-estar físico, social e emocional do indivíduo, como recursos necessários para satisfação individual, aspirações futuras, participação de atividades para o seu desenvolvimento e satisfação comparada entre ele próprio e os outros.

Gráfico da tabela II

Conclusão

    Conclui-se com esta pesquisa que dentro dos aspectos analisados, boa parte dos idosos frequentadores da praça Dr. Augusto Silva, apresentam qualidade de vida considerável, uma vez que seu estilo de vida positivo apresentou valores significativos. Sendo, portanto, de suma importância pesquisas mais aprofundadas e com uma amostra superior à que foi utilizada, para que se alcance resultados relacionados com outros fatores da qualidade de vida.

Referências

• CARVALHO, José Alberto Magno; GARCIA, Ricardo Alexandrino; O envelhecimento da população brasileira: Um enfoque demográfico. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 19(3), 725-733, mai-jun, 2003.

• MELLO, Marco Túlio; et al. O Exercício físico e os aspectos psicobiológicos. Rev Bras Med Esporte, Vol. 11, n.3, Mai/Jun, 2005.

• FRANCHI, Kristiane Mesquita Barros; MONTENEGRO, Renan Magalhães; Atividade física: uma necessidade para a boa saúde na terceira idade. Revista brasileira em promoção da saúde. Vol.18, n.3, pág. 152-156, 2005.

• Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Censo demográfico 2010. [Internet]. Disponível em: www.ibge.com.br.

• INTERDONATO GC, GREGUOL. Qualidade de Vida Percebida por Indivíduos Fisicamente Ativos e Sedentários. Rev. bras. Ci. e Mov. Vol.18, n.1, p.61-67, 2010.

• LIMA-COSTA, Maria Fernanda; A escolaridade afeta, igualmente, comportamentos prejudiciais à saúde de idosos e adultos mais jovens? – Inquérito de Saúde da Região Metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Epidemiol. Serv. Saúde. Vol.13 n.4 Brasília dez. 2004.

• MACEDO, Christiane de Souza Guerino et al. Benefícios do exercício físico para a qualidade de vida. Revista Brasileira de Atividade Física: Saúde, V.8, n.2, p. 19-27, 2003.

• MAZO, Giovana Zarpellon; et al. Tendência a Estados Depressivos Em Idosos Praticantes de Atividades Física. Rev. Bras. Cine. Des. Hum. Vol.7, n.1, p. 45-49, 2005.

• MENDES, Márcia R.S.S. Barbosa; et al. A situação do idoso no Brasil: Uma breve consideração. Acta Paul Enferm. 18(4), 422-6, 2005.

• PIERON, M. Estilo de vida, prática de atividades físicas e esportivas, qualidade de vida. Fitness e Performance journal, v.3,n.1,p.10-17, 2004.

• PIMENTA; et al; Avaliação da qualidade de vida de aposentados com a utilização do questionário SF-36. Rev. Assoc. Med. Bras. Vol.54, n.1 São Paulo Jan./Fev. 2008.

• SOARES, Maurícia Brochado Oliveira; et al; Morbidades, capacidade funcional e qualidade de vida de mulheres idosas. Esc Anna Nery (impr.) out-dez; 14 (4):705-711, 2010.

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