Educação Física escolar no ensino fundamental: participação e conteúdos preferidos pelos alunos e pelas alunas La Educación Física escolar en la escuela primaria: la participación y los contenidos preferidos por los alumnos y las alumnas |
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*Licenciado em Educação Física pela Universidade Estadual Paulista – UNESP Bauru **Licenciada Plena em Educação Física pela Universidade Estadual Paulista – UNESP Bauru Mestre e Doutora em Ciências da Motricidade pela UNESP Rio Claro (Brasil) |
Rodrigo Bianco Cantarelli* Fernanda Rossi** |
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Resumo Neste artigo objetivou-se analisar a participação de alunos e alunas dos primeiros anos do ensino fundamental na disciplina Educação Física, bem como os conteúdos preferidos pelos mesmos. A metodologia foi de natureza qualitativa e a pesquisa caracterizou-se como descritiva. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 27 alunos do ensino fundamental de uma escola da rede pública municipal de Jaú-SP, sendo 14 alunos do terceiro ano e 13 alunos do quinto ano. A partir das informações coletadas constatou-se que os conteúdos preferidos em Educação Física englobam esportes como futebol, basquetebol, voleibol e handebol e jogos e brincadeiras, como pular corda e queimada. Especificamente, o conteúdo preferido entre os alunos do 3º ano é o futebol e no grupo do 5º ano prevaleceu a queimada, sendo que os alunos mais novos, do 3º ano, gostam de atividades mais diversificadas em comparação aos alunos do 5° ano. A maioria dos alunos entrevistados participa de todas as aulas de Educação Física e um pequeno grupo participa de quase todas as aulas. Nenhum deles respondeu que não participa. Em relação à quantidade de dias por semana que gostariam de ter aulas da disciplina, os alunos do 3º ano revelaram o desejo de todos os dias participarem da Educação Física, enquanto entre os alunos do 5º ano prevaleceu dois dias por semana. Unitermos: Educação Física escolar. Ensino Fundamental. Perspectivas de alunos.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 184, Septiembre de 2013. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
As pesquisas relacionadas ao contexto escolar muitas vezes não incluem o aluno como sujeito do processo, ou seja, não valoriza as vozes dos principais interessados no processo de ensino e aprendizagem. Sacristán (2005) indica a falta de pesquisas que centralizem o aluno como parte essencial da educação formal. Acredita o autor que “atualmente o aluno, beneficiário da educação, deixou de ser o pólo de atração do pensamento educacional, tendo ficado diluído entre uma série de suposições implícitas”, suposições estas que não raramente perdem a força de seus significados originais (SACRISTÁN, 2005, p. 15).
Nesse sentido, na presente pesquisa buscamos inserir o aluno no centro da investigação, ouvir o que tem dizer os protagonistas do processo escolar no que tange à disciplina de Educação Física. Estabelecemos como objetivo deste artigo analisar a participação de alunos e alunas dos primeiros anos do ensino fundamental na disciplina Educação Física e os conteúdos preferidos pelos mesmos.
As pessoas geralmente explicam suas ações apoiadas em normas, utilidades e gostos. É importante conhecer o que os alunos gostam, pensam e esperam da disciplina Educação Física, para assim buscar desenvolver uma prática pedagógica contextualizada e que respeite as crianças como sujeitos ativos do processo de ensino e aprendizagem (LOVISOLO, 1997).
Metodologia
A pesquisa caracteriza-se como qualitativa, do tipo descritivo ou inferencial, que conforme Negrine (1999) possui o propósito de descrever e explicar as idéias das pessoas sobre determinado assunto.
A coleta de dados ocorreu numa escola da rede pública municipal de Jaú/SP, mediante entrevistas semiestruturadas com alunos do 3º ano (antiga 2ª série) e do 5º ano (antiga 4ª série) do ensino fundamental. A opção por entrevistar alunos de anos/faixas etárias diferentes ocorreu devido à intenção de incluir grupos que embora não tenham diferença muito significativa em termos de faixa etária podem apresentar concepções diferenciadas com relação à Educação Física escolar diante do tempo maior de vivência da disciplina na escola.
O roteiro de questões que norteou as entrevistas abordou as práticas corporais que os alunos mais gostam de realizar nas aulas de Educação Física, se participam de todas as aulas e se sentiriam falta delas, caso fossem extintas das escolas e quantos dias por semana gostariam de ter aula de Educação Física. Foram entrevistados 27 alunos. Do 3º ano foram 14 crianças, 57% do sexo masculino e 43% feminino, com idades entre 7 e 10 anos. Do 5º ano foram entrevistadas 13 crianças, 62% do sexo masculino e 38% do sexo feminino, com idades variando dos 9 aos 11 anos.
Para identificação dos alunos participantes da pesquisa adotamos como descrição a letra A (referente a aluno), seguida do número que representa o ano (3 para o 3º ano ou 5 para o aluno do 5º ano) e, na seqüência, o número que identifica a ordem de realização das entrevistas (por exemplo: A3.1 representa o primeiro aluno do 3º ano que foi entrevistado e A5.1 refere-se ao primeiro aluno entrevistado do 5º ano, e assim sucessivamente). Os pais ou responsáveis pelos alunos participantes assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido, autorizando a participação do menor na pesquisa e a publicação das informações obtidas em trabalhos científicos. Após a coleta de dados foi realizada análise do conteúdo (BARDIN, 2000) e estabelecidas como categorias de análise os conteúdos da disciplina Educação Física preferidos pelos alunos e a participação nas aulas de Educação Física, as quais são discutidas na seqüência.
Conteúdos preferidos em Educação Física e participação nas aulas: perspectivas dos alunos do ensino fundamental
Conteúdos preferidos nas aulas de Educação Física
Os conteúdos das aulas de Educação Física preferidos pelos alunos do 3° ano foram o futebol, seguido do basquete, alongamento, corda, corrida, vôlei, queimada e handebol. Os alunos do 3° ano gostam de atividades mais diversificadas em comparação aos alunos do 5° ano, já que neste último as preferências limitam-se apenas a três modalidades esportivas – futebol, basquete, handebol – e o jogo de queimada, sendo este o mais indicado, com onze indicações entre ambos os sexos, evidenciando que a queimada agrada tanto meninas quanto meninos. O gráfico 1 ilustra as opções indicadas pelos alunos.
Gráfico 1. O que você mais gosta de fazer nas aulas de Educação Física?
De acordo com o gráfico, percebemos que o conteúdo esportivo foi o mais citado pelos alunos. Filgueiras et al (2007) desvelou as concepções e preferências dos alunos sobre as aulas de Educação Física, constatando que 58% dos alunos consideram o esporte como conteúdo aprendido nas aulas de Educação Física. Os autores ainda ressaltam que com esse resultado pode-se confirmar a forte relação entre esporte e Educação Física, aproximando-se do imaginário discente e revelando uma herança histórica com a qual se deve lidar para transformar.
Conforme Betti (1999) o fenômeno esportivo é atualmente o veículo mais utilizado como forma de difusão do movimento corporal na escola, nos ensinos fundamental e médio. Contudo, ao trabalhar o esporte na escola, alerta Piccolo (1995), o professor não deve focar somente os aspectos técnicos e táticos das modalidades esportivas, mas sim adequar essa prática aos aspectos socioculturais de cada aluno, estimulando-os a aproveitarem suas experiências, criatividade e capacidade de exploração do movimento.
Ressalta Betti (1988) que a dimensão sociológica do esporte é pouco estudada. Afirma-se freqüentemente que o esporte oferece uma série de aprendizagens aos alunos, como a socialização, a disciplina, o ganhar e o perder, que esporte faz bem à saúde. Mas o esporte não é educativo a priori. Portanto, o professor de Educação Física deve adotar uma postura crítica e científica diante dele, o que significa questionar a todo tempo quais benefícios o esporte pode proporcionar ao aluno, compreender os mecanismos sócio-psicológicos que possibilitam a aquisição de aprendizagens e, ainda, considerar que o esporte não é somente elemento para aprendizagens secundárias, mas é fonte de diversão, prazer, alegria, possui valor intrínseco, promove a satisfação do participante a partir do envolvimento e realização da atividade.
Complementando estes raciocínios, Betti (1999) cita que há necessidade de mudanças tanto da ação prática quanto da reflexão teórica para que a Educação Física não selecione os melhores, nem repreenda os mais fracos, e sim dê a igualdade de condições para o desenvolvimento corporal. “A transformação didática dos esportes visa, especialmente, a que a totalidade dos alunos possa participar em igualdade de condições, com prazer e com sucesso na realização destes esportes” (KUNZ, 1991 apud BETTI, 1999, p. 27).
Em relação aos esportes citados nas respostas dos alunos destacou-se o futebol, o qual apareceu quatorze vezes quando somadas as duas séries. O futebol é um fenômeno social que retrata e expressa a sociedade brasileira. Este fenômeno ficou explícito no comentário de A3.12 que, ao ser questionado o porquê de gostar tanto de futebol, suspirou e disse: “é... tudo... é MINHA VIDA”.
Este esporte está tão arraigado na nossa cultura que é comum ouvirmos o termo “jogar bola” somente quando se refere a um jogo de futebol, tendo em vista tantos outros esportes que se utilizam da bola como objeto principal. Daolio (1989 apud Daolio, 1997) busca explicar este fenômeno ao refletir que na vida cotidiana todos os indivíduos devem cumprir regras sociais, e ao mesmo tempo em que fazem as mesmas coisas que as outras pessoas fazem é preciso se sentir um indivíduo único, diferente dos demais, e esse exercício é perfeitamente possível num esporte como o futebol.
Embora os meninos sejam mais ligados ao futebol (devido a questões culturais e sociais), o que pode ser notado nesta pesquisa é que as meninas estão cada vez mais gostando de praticar a modalidade. Este fato pode ser verificado nas respostas de A3.2, A3.11 e A3.13 que apontaram atividades relacionadas ao futebol como atividades que mais gostam de praticar durante as aulas de Educação Física.
Daolio (1995 apud Daolio, 1997) explica que o futebol pode ser estudado de diversas maneiras com os alunos, desde a vivência que a criança traz de fora da escola até estudos teóricos da história desse esporte no Brasil, envolvendo suas implicações sociais, a questão dos preconceitos inseridos na prática e sociedade, violência entre torcidas, evolução dos conceitos táticos. Pode-se também criar um campeonato interno, arbitrado pelos próprios alunos com supervisão do professor.
No ensino do futebol pode-se praticar, pensar, criticar, organizar, apitar, ou seja, participar com autonomia na cultura corporal relativa ao futebol, pois dessa maneira todos os alunos seriam incluídos nas atividades e não somente os mais habilidosos como normalmente ocorre (DAOLIO, 1995 apud DAOLIO, 1997).
Por fim, o que também chamou a atenção foi o aparecimento do alongamento como atividade mais prazerosa para os alunos A3.3 e A3.10. O primeiro disse: “Alongamento... porque eu me sinto bem depois de fazer” e o segundo: “Eu gosto mais de... fazer o alongamento, porque dá para a gente esticar... aí eu me sinto melhor depois”.
Participação nas aulas de Educação Física
Gráfico 2. Você participa de todas as aulas de Educação Física?
O acesso à educação é um direito de todos os cidadãos, da mesma forma que a Educação Física é um componente curricular obrigatório em toda a educação básica (BRASIL, 2001). Portanto, todo aluno que esteja matriculado na escola tem o direito de ter e participar das aulas dessa disciplina.
Podemos observar no gráfico 2 que vinte alunos responderam que participam de todas as aulas de Educação Física, enquanto sete disseram que não participam de todas as aulas, porém, estão presentes na maioria delas. Pereira et al. (2009) aborda que essa situação intensifica-se nos anos iniciais do ensino fundamental na medida em que as crianças entre os 6 e 10 anos de idade, além de terem necessidade de se movimentar, apresentam muita predisposição para o movimento. A ausência nas aulas não foi representada por nenhum aluno.
Nesta questão destacaram-se algumas respostas como a de A3.8: “tem vez que não estou com muita vontade, mas depois eu começo a brincar e me dá vontade”. A5.10 demonstra o bem estar que a Educação Física propicia dizendo que: “até quando eu estou com dor de cabeça eu vou lá treinar e passa”. Isso mostra a motivação que toma conta dos alunos quando começam a se movimentar.
Conforme Basei (2008), as aulas de Educação Física proporcionam às crianças diversas experiências, como criar, brincar, inventar, relacionar-se com outras pessoas, entre outros. Quando perguntados se sentiriam falta das aulas de Educação Física caso estas fossem extintas das escolas, apenas um aluno respondeu negativamente (A3.7), conforme o gráfico 3 a seguir.
Gráfico 3. Se a escola acabasse com as aulas de Educação Física, você sentiria falta delas?
Porém, mesmo esse único aluno afirmando que não sentiria falta delas, quando lhe foi perguntado quantas aulas de Educação Física gostaria de ter por semana, frisou a importância do brincar: “dez (risos)... porque eu gosto de fazer... para brincar”.
Nos dias atuais, as crianças passam mais tempo brincando em casa, assistindo televisão ou utilizando os brinquedos caros postos a sua disposição (videogames, computadores etc.) (DALLARI, 1986 apud MARCELLINO, 1999). Assim, a Educação Física passa a ser um momento de lazer e diversão para as crianças, onde elas podem brincar e interagir com os outros alunos.
Dentre os alunos do 3º ano que responderam que sentiriam falta das aulas de Educação Física, algumas respostas indicaram o aspecto do divertimento, como a de A3.1: “Iria sim... porque é divertido... acho que iria ficar triste se acabasse”. A3.6 concorda com a idéia de diversão e declara a afinidade com o professor: “Sim... porque o professor é muito legal... dá para a gente brincar... jogar bola... conversar com as pessoas”. A3.10 colocou que: “cada dia é uma atividade diferente... não é tudo igual”. A3.12 interpretou a possível ausência das aulas de Educação Física de modo bastante enfático, formulando a seguinte resposta: “eu iria dar aula... eu gosto demais”.
Com relação às respostas dos alunos do 5º ano nota-se que estes também sentiriam falta das aulas, como citou A5.2, ao frisar o brincar nesses momentos: “não teria como a gente brincar... e aí eu sentiria falta”, enquanto A5.7 entende a Educação Física como um momento de descanso das outras aulas refletindo da seguinte forma: “educação física é um descanso para nós de ficar lá dentro [apontou para a sala de aula] imagina, sem educação física só tem o recreio para descansar... o resto é só estudar”. Para A5.8: “a gente dá uma paradinha nos estudos e vai brincar um pouco”.
De acordo com as respostas acima, notamos que alguns alunos relacionam a Educação Física a um momento/espaço para brincar ou jogar na escola, o que pode ocorrer devido a necessidade de suprir a falta de movimentos ou atividades físicas promovida pelo excesso do tempo em que os alunos passam imóveis (sentados na sala de aula). Mas, também, torna-se necessário que os alunos compreendam que a Educação Física também propicia, como os outros componentes curriculares, certo tipo de conhecimento, aqueles relacionados à cultura corporal de movimento (BETTI; ZULIANI, 2002).
Em relação à disciplina de Educação Física no currículo escolar, o gráfico 4 a seguir representa a quantidade de dias por semana que os alunos gostariam de ter aulas de Educação Física.
Gráfico 4. Quantos dias por semana você gostaria de ter aula de Educação Física?
A maioria dos alunos do 3º ano (doze) gostariam de ter aula de Educação Física todos os dias da semana, como, por exemplo, A3.5 que disse: “porque todo dia ia ter um tempo para brincar... porque eu não tenho tempo de brincar nas outras aulas... aí eu sentiria falta de brincar na escola”. Já A3.12 gostaria que tivesse aula todos os dias somente se atendida a seguinte condição: “se tivesse futebol sempre, poderia ser todos os dias”.
Dentre os alunos do 5º ano quatro disseram que gostariam de ter aulas todos os dias. A5.5 explicou: “todo dia (risos)... porque eu gosto né... a gente se diverte um pouco, descansa um pouco das aulas na classe”.
A freqüência predominante no 5º ano foi dois dias de aula por semana. Cinco alunos deste último ano apontaram essa opção, como A5.13 que citou: “gostaria de ter de segunda-feira e também de quinta” e A3.7 que explicou: “já tive muitas aulas... e já está bom”. A resposta deste aluno pode estar relacionada ao fato de que não raramente a Educação Física na escola desenvolve conteúdos que não variam ao longo das aulas, deixando assim de criar expectativas para que os alunos queiram cada vez mais participar das mesmas.
Com o decorrer dos anos, os alunos tendem a diminuir o interesse pelas aulas de Educação Física. Essa desmotivação tem início no final do ensino fundamental, quando os mesmos passam a ter uma visão mais crítica da realidade e surgem novos interesses sociais, não atribuindo à Educação Física tanta importância (BETTI; ZULIANI, 2002).
Darido (2004) também concluiu que há um progressivo afastamento dos adolescentes da Educação Física escolar, especialmente quando chegam ao ensino médio. A autora aponta a repetição das atividades nas aulas, que são as mesmas desde os primeiros anos do ensino fundamental, com o enfoque na execução dos gestos técnicos esportivos, como um dos fatores responsáveis pelo desinteresse dos alunos. Reforçam esse debate Ouriques et al. (2008), destacando a importância de conhecer o público alvo a fim de promover maior adesão e permanência nas atividades praticadas pelos estudantes ao longo da vida escolar. Partindo deste princípio, os professores devem inserir atividades que proporcionem prazer aos alunos e ao mesmo tempo veiculem os conhecimentos relativos à disciplina.
Considerações finais
A partir das informações coletadas com os alunos dos anos iniciais do ensino fundamental foi possível constatar que os conteúdos preferidos da disciplina Educação Física englobam esportes como futebol, basquetebol, voleibol e handebol e jogos e brincadeiras como pular corda e jogar queimada. Especificamente, o conteúdo preferido entre os alunos do 3º ano é o futebol e no grupo do 5º ano prevaleceu a queimada, sendo que os alunos mais novos gostam de atividades mais diversificadas em comparação aos alunos do 5° ano.
A maioria dos alunos entrevistados indicou que participa de todas as aulas de Educação Física e um pequeno grupo que participa de quase todas as aulas. Nenhum deles respondeu negativamente a essa questão. Em relação à quantidade de dias por semana que gostariam de ter aulas da disciplina, os mais novos (alunos do 3º ano) revelaram o desejo de todos os dias participarem da Educação Física, enquanto entre os alunos do 5º ano prevaleceu dois dias por semana.
Esportes e jogos são conteúdos freqüentes nas aulas de Educação Física. Cabe ressaltar, como lembram Cantarelli e Rossi (2013), que é preciso que tais conteúdos sejam trabalhados de forma ampla na escola, favorecendo a diversidade de práticas para que os alunos descubram movimentos novos, criem, brinquem, inventem, expressem seus sentimentos, estabeleçam vínculos com outras pessoas, respeitando-as, aprendendo a lidar com suas diferenças, construindo e (re)construindo significados relativos à cultura corporal de movimento. Para que, assim, sejam não somente inseridos na cultura corporal de movimento, mas que desenvolvam a autonomia para também produzir essa cultura.
Entendemos que as perspectivas dos alunos devem ser incorporadas no planejamento e prática pedagógica, assim como nas pesquisas científicas. Tais perspectivas podem ser um importante instrumento para análise dos professores, a fim de conhecer e entender os desejos, as motivações e desmotivações dos alunos e a conseqüente mediação adequada dos objetivos e conteúdos escolares.
Referências
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2000.
BASEI, A. P. A Educação Física na Educação Infantil: a importância do movimentar-se e suas contribuições no desenvolvimento da criança. Revista Iberoamericana de Educación, n. 47/3, 2008.
BETTI, I. C. R. Esporte na escola: mas é só isso, professor? Revista Motriz, v. 1, n. 1, p. 25-31. Rio Claro, SP, 1999.
BETTI, M.; ZULIANI, L. R. Educação Física Escolar: Uma proposta de diretrizes pedagógicas. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, ano 1, n.1. São Paulo: Editora Mackenzie, 2002.
BETTI, M. Esporte, Educação e Sociabilização: Algumas reflexões à luz da sociologia do esporte. [ S.l.]. Kinesis, v. 4, n. 1, 1988.
BRASIL. Lei n. 10.328, de 12 de dezembro de 2001. Introduz a palavra “obrigatório” após a expressão “curricular”, constante do § 3º do art. 26 da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que “estabelece as diretrizes e bases da educação nacional”. Presidência da República: Brasília.
CANTARELLI; R. B.; ROSSI, F. Significados e afinidade com a Educação Física escolar: o que dizem os alunos dos anos iniciais do ensino fundamental? EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, ano 18, n. 181, jun. 2013. p. 1-6. http://www.efdeportes.com/efd181/afinidade-com-a-educacao-fisica-escolar.htm
DAOLIO, J. Cultura: Educação Física e futebol. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 1997.
DARIDO, S. C. A Educação Física na escola e o processo de formação dos não praticantes de atividade física. Rev. bras. Educ. Fís. Esp., São Paulo, v.18, n.1, p.61-80, jan./mar. 2004.
FILGUEIRAS, I. P. et al. Concepções e preferências sobre as aulas de Educação Física escolar: uma análise da perspectiva discente. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, v.6, n.3. Barueri, SP, 2007.
LOVISOLO, H. Estética, Esporte e Educação Física. Rio de Janeiro: Sprint, 1997.
MARCELLINO, C. Pedagogia da Animação. Campinas: Papirus, 1999.
NEGRINE, A. Instrumentos de coleta de informações na pesquisa qualitativa. In: MOLINA NETO, V. TRIVIÑOS, A. (Org.). A pesquisa qualitativa na Educação Física: alternativas metodológicas. Porto Alegre: Sulina, 1999.
OURIQUES, I. C., et al. Adesão e permanência no projeto de dança educacional da secretaria municipal de São José. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, ano 13, n. 119, 2008. http://www.efdeportes.com/efd119/adesao-e-permanencia-no-projeto-de-danca-educacional.htm
PEREIRA, R. S. et al. A Educação Física nas séries da fase inicial do ensino fundamental: olhar do professor polivalente. Revista da Educação Física/UEM, v.20, n.3. Maringá, 2009.
PICCOLO, V. L. N. Educação Física Escolar: ser...ou não ter? Campinas: Editora da Unicamp, 1995.
SACRISTÁN, J. G. O aluno como invenção. Porto Alegre: Artmed, 2005.
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