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Algumas premissas sobre os estudos em 

dermatoglifia no esporte e nas áreas da saúde

Algunas premisas sobre los estudios en dermatoglifia en el deporte y en las áreas de la salud

 

*Aluno do curso de Bacharelado em Educação Física pela ULBRA Carazinho, RS

**Orientadora. Mestre em Educação. Especialista em Atividade Física e Qualidade

de Vida, coordenadora dos cursos de Educação Física da ULBRA Carazinho, RS

(Brasil)

Ariel Estevan Kremer Rizzi*

Patricia Carlesso Marcelino**

patriciacarlessosiqueira@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Necessitamos constantemente de novas tecnologias e ferramentas que auxiliem na melhora da performance esportiva, manutenção e promoção da saúde, visto que Ciência & Educação Física estão cada vez mais entrelaçadas. Neste artigo de revisão apresentaremos algumas considerações sobre a dermatoglifia e sua utilização para o meio esportivo, áreas da saúde, bem estar e qualidade de vida.

          Unitermos: Dermatoglifia. Esporte. Atividade Física. Saúde.

 

Resumen

          Necesitamos constantemente nuevas tecnologías y herramientas que ayuden a la mejora del rendimiento en deportes, mantenimiento y promoción de la salud, ya que la ciencia y educación física están cada vez más interrelacionado. En este artículo de revisión se presentan algunas consideraciones sobre la dermatoglifia y su uso para actividades deportivas y áreas de salud, el bienestar y la calidad de vida.

          Palabras clave: Dermatoglifia. Deporte. Atividade física. Salud.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 184, Septiembre de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O presente artigo tem como objetivo apresentar algumas premissas sobre os estudos em dermatoglifia no esporte. A dermatoglifia é um método de observação das impressões digitais como marca genética e pode ser utilizada na orientação de talentos desportivos, prescrição de atividade física, prognóstico e promoção da saúde. (SALUS, 2012).

    É possível observar as impressões digitais dos dedos das mãos e correlacionar com potencialidades para as capacidades biofísicas como força, velocidade, coordenação motora e resistência. Aliar genótipo e fenótipo amplia as possibilidades de encaminhamento junto aos indivíduos no que tange a orientação de talentos, planejamento do treinamento desportivo, preparação físicas e prescrição de exercícios na promoção de saúde e afins.

Conhecendo a dermatoglifia

    Temos que entender o funcionamento básico dos fatores que regram o corpo humano. São eles divididos em dois: o fator fenótipo, que possui influência em cerca de 30%, no passo que, o fator genótipo interfere em cerca de 70% da atividade. Essa perspectiva percentual pode ser arrastada para o cotidiano, onde ninguém tem como mudar as características hereditárias, assim como cada indivíduo possui a probabilidade de herdar predisposições para desenvolvimento de algumas doenças, também possui a probabilidade de herdar habilidade físicas de seus antecedentes. 

    A busca pela performance em grandes eventos esportivos levou a medicina do esporte a pesquisar novas formas, não apenas de treinamento, mas de potencializar habilidades já inclusas nos atletas. Descobriu-se que a herança genética influencia, e muito, durante a prática de exercício físico.

    Ainda se falando em genética, nas últimas décadas vem se desenvolvendo e se afirmando uma técnica chamada de Dermatoglifia, utilizada para se traçar as características genéticas de um indivíduo nos aspectos de ser mais ou menos resistente à fadiga, ter mais ou menos força pura, mais ou menos coordenação, onde essas informações poderão servir como base para a confecção de um treinamento que vise à performance e ou qualidade de vida (FERNANDES FILHO, 1997; SILVA DANTAS, 2001; JUNIOR, HEBERLE et al., 2008).

    De acordo com Salus (2012) As impressões digitais são perenes porque desde que se formam no sexto mês da vida intrauterina permanecem invariáveis em número, situação, forma e direção até o fim da vida. São imutáveis, já que as impressões digitais não mudam fisiologicamente e são diversiformes, pois não existem impressões idênticas produzidas em dedos diferentes.

    Estas características colocam a dermatoglífia na condição de um método que estuda os indivíduos de forma única. Os desenhos formados durante a gestação são uma combinação de informação genética, desenvolvimento e maturação embrionária junto ao ambiente uterino apresentado. Esta combinação de fatores influencia diretamente o formato final da marca genética impressão digital. (SALUS, 2012).

Figura 01. Impressões digitais no sexto mês intra-uterina dos Coxins Volares. Fonte: Moore e Persaud, 1994

    Uma vez que a impressão digital é resultante de uma combinação de fatores relacionados ao código genético e ao desenvolvimento embrionário é possível, a partir da observação desta marca genética, a identificação das potencialidades que um individuo tem. As pesquisas demonstram que esta representação dérmica apresenta correlação direta com as capacidades biofísicas, além das combinações físicas entre estas valências. Estas observações são possíveis através da possibilidade de reconhecimento de padrões ou a identificação de marcas raras. (ABRAMOVA et al., 1996; ABRAMOVA et al., 2000; DEL VECCHIO et al., 2011).

    Para a observação das impressões digitais como marca genética, a ciência reconhece a Dermatoglifia como melhor método, desde que observados os pressupostos propostos por Cummins e Midlo (1961 apud Salus, 2012). Este método, de forma resumida, consiste em identificar as figuras presentes (arco [A], presilha [L] e verticilo [W]), identificar núcleos e deltas, contar deltas e linhas. As combinações matemáticas possíveis e a apresentação arquitetônica das ID, permitem o reconhecimento de padrões, a estruturação de fórmulas preditoras, a observação de marcas raras, e a identificação de potencialidades genéticas.

 Figura 02. Quatro tipos fundamentais de desenhos dermatoglíficos: Arco, Presilha, Verticilo e S-desenho. Fonte: Vaz, Teixeira, Assef, Alonso, 2011

    Segundo Vaz, Teixeira, Assef, Alonso (2011) as impressões digitais se compõem de cinco clãs principais, que se distinguem pela dominante funcional, de modo que sejam comparadas as intensidades baixas de desenhos (D10) e a baixa somatória da quantidade total de linhas (SQTL), e que estas se correlacionem com o alto nível de manifestações de força e de potência. Quando se trata, porém, do nível alto de coordenação e de resistência, sucede o contrário: a elevação do nível de D10 e SQTL, em grande medida, se correlaciona com o reforço da dominante da resistência e da coordenação. ABRAMOVA et al., 1996; ABRAMOVA et al., 2000; DEL VECCHIO et al., 2011).

Figura 03. Impressões digitais para análise. Fonte: Salus, 2012

    Os valores máximos, de D10 e de SQTL, orientam-se para que se acentuem as qualidades coordenativas do organismo. O baixo nível de D10, o aumento da parcela de desenhos simples (A, L), e a diminuição da parcela de desenhos complexos (W, S), o aumento SQTL, todos são próprios das modalidades esportivas, com alta potência, e tempo curto de realização. O alto nível de D10, a falta do arco (A), o aumento da parcela de W, o aumento SQTL caracterizam modalidades esportivas, e as diferenças em grupos de resistência de velocidade.

    Nas modalidades esportivas de jogos, a mesma tendência. As modalidades de esporte de velocidade e de força inserem-se: no campo de valores baixos de D10 e do SQTL; em modalidades, com a propriocepção complexa, no campo de valores altos; em grupos de esportes de resistência, em que ocupam a posição intermediária. A quantidade de linhas conjuga-se com o aumento da porcentagem de incidência de desenhos (W, S), com a redução da porcentagem de incidência de presilha (L), e com o desaparecimento de arco (A). Assim, pode-se dizer que as impressões digitais, como marcas genéticas, funcionam tal qual indicadores dos principais parâmetros de dotes e de talentos motores (ABRAMOVA et al., 1996; ABRAMOVA et al., 2000; DEL VECCHIO et al., 2011).

    Nikittchuk B.A.; Abramova T.F; Ozolin N. pesquisaram um esquema de princípios de associação das ID com as Qualidades Físicas:

  • Velocidade e Força explosiva – aumento das presilhas (L) (>7), diminuição dos verticilos (<3), presença ou aumento dos arcos e redução das SQTL.

  • Capacidade aeróbica, a resistência e as capacidades motoras complexas – diminuição dos arcos (até 0) e depresilhas (<6), aumento dos verticilos (>4) e o aumento da SQTL.

    Para a utilização do método de Cummins e Midlo de forma científica, mais precisa e com resultados consistentes é que se propõe a utilização do gold standard Leitor Dermatoglífico© (Nodari Júnior, 2008). Este instrumento tem precisão 400% maior e é dez vezes mais rápido do que o método tradicional, que utiliza tinta, papel e lupa.

    A nova tecnologia abaixo apresentada é uma ferramenta real de grande importância na investigação e qualificação das pesquisas científicas. Além dessa aplicação, neste caso, os novos instrumentos colaboram na formulação dos novos conceitos nas observações e análises da marca genética impressão digital.

Figura 04. Dermatoglifia Digital. Fonte: Salus, 2012

    Segundo Santos (2003, 2004), apud Fernandes Filho (2007), quanto à dermatoglifia, considera-se que as impressões digitais (ID) são marcas genéticas universais, que permitem uma ampla possibilidade de diagnósticos nas áreas da patologia, da etnografia, dos esportes e das profissões que atuam em situações de risco, sob dependência ou exigência, próximas ao máximo de suas capacidades físicas.

    A prescrição de atividade tem que obedecer a particularidade de cada ser humano, respeitando todos os aspectos físicos e também diários, são os fatores chamados fenótipos e genótipos. Os fatores fenótipos baseiam-se nos fenômenos diários, são relacionados ao estilo de vida, a alimentação, ao sono, ao uso de álcool ou drogas, ao trabalho e demais atividades desempenhadas pelo ser. Já o fator genótipo trata-se da herança genética transmitida através dos genes dos pais para os filhos. (SALUS, 2012)

Utilização de laudos

    Na observação das Impressões Digitais (ID) como marca genética, a ciência reconhece a Dermatoglifia como melhor método, desde que observados os pressupostos propostos por Cummins e Midlo (1961). Este método, de forma resumida, consiste em identificar as figuras presentes (arco [A], presilha [L] e verticilo [W]), identificar núcleos e deltas, contar deltas e linhas. As combinações matemáticas possíveis e a apresentação arquitetônica das ID, permitem o reconhecimento de padrões, a estruturação de fórmulas preditoras, a observação de marcas raras, e a identificação de potencialidades genéticas. (SALUS,2012).

    Para a utilização do método de Cummins e Midlo de forma científica, mais precisa e com resultados consistentes é que se propõe a utilização do gold standard Leitor Dermatoglífico© (Nodari Júnior, 2008). Este instrumento tem precisão 400% maior e é dez vezes mais rápido do que o método tradicional, que utiliza tinta, papel e lupa.

    A nova tecnologia apresentada é uma ferramenta real de grande importância na investigação e qualificação das pesquisas científicas. Além dessa aplicação, neste caso, os novos instrumentos colaboram na formulação dos conceitos nas observações e análises da marca genética impressão digital.

    A coleta da impressão digital dura aproximadamente 2 minutos por indivíduo, e é realizada de forma informatizada por escaneamento rápido e ágil, não interferindo significativamente no andamento de treinamentos esportivos, sessões de programas de exercício, avaliações e consultas médicas. Além de colaborar efetivamente na orientação de talentos esportivos. (SALUS, 2012)

    Após a coleta das ID, as informações obtidas são encaminhadas para a SALUS Dermatoglifia que gerará o Laudo indicando as potencialidades de valências físicas, competências motoras, ou ainda, potencialidades genéticas de doenças, de acordo com a necessidade do usuário.

    Dentre estas capacidades, é possível identificar potencialidades para força, velocidade, coordenação, resistência e as combinações possíveis, ou seja, a associação de valências físicas e suas resultantes. No caso das doenças, o apresentado pelo Laudo é a probabilidade estatística manifesta em grupos investigados por situação clínica, ou seja, a Dermatoglifia é capaz de observar marcas raras ou padrões em grupos diagnosticados, quando correlacionado a grupos controle. (SALUS,2012).

    O profissional usuário do Leitor Dermatoglífico©, utiliza os resultados apresentados pelo Laudo como ferramenta norteadora de suas ações. A orientação de talentos esportivos tem na identificação das modalidades o encaminhamento adequado para a melhor adaptação das potencialidades, ou compensação de características genéticas pouco manifestadas nos indivíduos. (SALUS,2012).

    Quando da prescrição de treinamento para rendimento atlético, o foco está na maximização das potencialidades, condição esta, que encaminha os atletas aos melhores resultados possíveis a partir das características genéticas observadas.

    A associação entre Laudo Dermatoglífico e prescrição a partir destas informações, proporciona ao usuário do Leitor Dermatoglífico© uma melhor condição de trabalho com a possibilidade de um diferencial inovador, a partir de tecnologias baseadas em resultados de investigações científicas.(SALUS,2012).

Sua utilização na academia

    O Salus Academia é um serviço de comodato do Leitor Dermatoglífico® destinado para academias e estúdios de personal training. Nesse caso o processo de coleta das impressões digitais é realizado na empresa do comodatário, os dados são enviados automaticamente (via internet) para a sede da SALUS®, onde seus profissionais analisam as impressões digitais e emitem laudos personalizados.

    Estas informações aperfeiçoam o trabalho do profissional da atividade física, pois representa uma forte ferramenta de qualificação da prescrição de exercícios. Esse serviço agrega ao comodatário um excelente diferencial em seu estabelecimento, pois aumenta a adesão aos programas de exercício, ampliam a fidelização de clientes e aceleram os resultados esperados pelos praticantes. (SALUS, 2012).

Considerações finais

    As cristas dermopapilares que deixadas sobre uma superfície são denominadas impressões digitais e representam um marcador genético, do tipo quantitativo, cujas características estatísticas configuram-se como variáveis discretas (BEIGUELMAN, 1995).

    A dermatoglifia antecipa a utilização das tendências genéticas de um indivíduo e, aliada à atuação do meio ambiente, pode contribuir, não exclusivamente para a determinação do talento, mas para potencializar o seu desenvolvimento, podendo ser utilizada na orientação e montagens de treinamento com diferentes finalidades, indo de melhora da aptidão física até a performance.

    Para os praticantes dos programas visando a melhora da performance ou prescrição de exercícios para a promoção de saúde, o objetivo do Laudo da dermatoglifia é apresentar ao profissional, quais as potencialidades que, no primeiro momento, devem ser priorizadas, aumentando assim as possibilidades de adesão à rotina de atividade física e uma vez alcançados os primeiros resultados inserir paulatinamente os exercícios que irão compensar características menos evidentes.

    Com base nessas premissas temos mais uma ferramenta para nos auxiliar na busca pela melhora da performance, qualidade de vida e saúde das pessoas a serem atendidas por nós profissionais de Educação Física.

Referencias

  • ABRAMOVA, T. et al. Finger dermatoglyphs as markers of the functional features. Current research in sports sciences: an international perspective, p. 213, 1996. In: http://www.salusdermatoglifia.com.br/dermatoglifia.php?. Acesso em 07/11/2012.

  • ABRAMOVA, T. F. et al. Asymmetry of signs of finger dermatoglyphics, physical potential and physical qualities of a man. Morfologia, v. 118, n. 5, p. 56-9, 2000. In: http://www.salusdermatoglifia.com.br/dermatoglifia.php?. Acesso em 07/11/2012.

  • BEIGUELMAN, B. Dinâmica dos Genes nas Famílias e nas Populações. 2ª ed. Revista Brasileira de Genética. Ribeirão Preto, 1995.

  • CASPERSEN, C. J. et al. Physical activity and exercise: summary. J. Pub. Hlth. Rep. 100: 131-146, 1985.

  • DALMORO, João Batista. Dermatoglifia: A Nova Fronteira da Ed. Física. Porto Alegre: 2010.

  • DANTAS P.M.S.; FILHO J.F. identificação dos perfis, genético, de aptidão física e somatotípico que caracterizam atletas masculinos, de alto rendimento, participantes do futsal adulto, no brasil. 2000.

  • FERNANDES FILHO, J.F. Estudo comparativo dadermatoglifia, somatotipia e do consumo máximo de oxigênio dos atletas da seleção brasileira de futebol de campo, portadores de paralisia cerebral e de atletas profissionais de futebol de campo, não portadores de paralisia cerebral. Fitness & performance Journal, v.3, n.3, p. 157-165, 2004.

  • SALUS, 2012. Soluções em Dermatoglifia. Disponivel em http://www.salusdermatoglifia.com.br/dermatoglifia.php? Acesso em 07/11/2012.

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