Biomecânica na Educação Física escolar: qual a problemática atual? La biomecánica en la Educación Física escolar. ¿Cuál es la problemática actual? |
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Universidade Federal do Amazonas Laboratório de Estudo do Desempenho Humano Manaus, AM (Brasil) |
Ewertton de Souza Bezerra Déborah de Araújo Farias Mateus Rossato João Otacílio Libardoni dos Santos |
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Resumo O objetivo do estudo foi analisar a aplicação da biomecânica no contexto escolar. Foram revisadas informações relacionadas às intervenções da biomecânica no contexto escolar através de artigos publicados nos bancos de dados eletrônicos Scielo Brasil e Periódicos CAPES, utilizando os unitermos: “parâmetros curriculares nacionais”, “estrutura curricular” e “educação física”. Os estudos mostram que a biomecânica no âmbito escolar é pouco estudada, sendo necessária a realização de pesquisas que aproximem o desenvolvimento dos seus conteúdos às disciplinas de fundamentação da área de educação física durante a graduação, servindo assim de subsídio para uma aplicação do mesmo na educação física escolar possibilitando ao aluno um melhor entendimento. Unitermos: Parâmetros curriculares nacionais. Estrutura curricular. Educação Física.
Abstract The aim of this study was to analyze the application of biomechanics in the school context. We reviewed information related to interventions in the school context of biomechanics through articles published in electronic databases Scielo Brazil and CAPES journals using the keywords: “national curriculum parameters”, “curricular structure” and “physical education”. Studies show that biomechanics in schools is scarce, being necessary to conduct researches that will approach the development of this contents to the disciplines of reasoning in the area of physical education during the graduation, thus serving as a subsidy for the application in the school enabling the student to a better understanding. Keywords: National curriculum parameters. Curricular structure. Physical Education.
Presenteado em I Bioergonomics, Congresso Internacional sobre Biomecânica y Ergonomia, Manaus, Brasil, do 30 de maio ao 2 de junho.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 184, Septiembre de 2013. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
A biomecânica é uma disciplina que tem sua fundamentação nos primórdios das ciências naturais, porém no Brasil a mesma só começou a ser desenvolvida em 1965 dentro das grades curriculares dos cursos de Educação Física (para maior revisão ler, Amadio & Serrão, 2004).
Passados 47 anos ainda não parece claro como deve ser a estrutura de ensino desta disciplina na grade do curso de licenciatura em educação física como ressaltou LOBO DA COSTA & SANTIAGO (2007), talvez esta incerteza tenha reflexos no ensino desta disciplina como conteúdo da educação física escolar. Dois estudos (FREITAS & LOBO DA COSTA, 2000; CORREA & FREIRE, 2004) revelam de forma analítica que o PCN-2007 (Parâmetro Curriculares Nacionais) não apresenta de forma clara a relação entre as temáticas abordadas no conteúdo da educação física escolar e os da biomecânica. Mas antes de pensamos em uma problemática, deve-se refletir sobre a finalidade da educação física como conteúdo do ensino básico, para tal fim pode-se destacar Betti e Zuliani (2002) ao afirmarem que a educação física escolar como componente curricular deve introduzir e integrar o aluno na cultura corporal de movimento, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-la, instrumentalizando-o para usufruir do jogo, do esporte, das atividades rítmicas e dança, das ginásticas e práticas de aptidão física, em benefício da qualidade da vida.
Hoje a estruturação da disciplina na formação superior deveria ser reflexo do desenvolvimento acadêmico-científico da área, focando a aplicação da mesma como objeto complementar de uma disciplina extremamente aplicada à educação física. Algumas questões da relação biomecânica e educação física são: Qual a relação entre o que é desenvolvido nas pesquisas e o que é aplicado no conteúdo das aulas de educação física, tanto no ensino superior quando esta é desenvolvida como disciplina de formação, como no ensino fundamental e médio, quando esta passa a fazer parte do conteúdo da educação física? Em que áreas da biomecânica estão enquadrados os estudos desenvolvidos com crianças e jovens em idade escolar no Brasil? E qual a aplicabilidade destes estudos no conteúdo fim da aula de educação física? Estas questões são extremamente pertinentes e nos reporta ao objetivo principal do referido ensaio que foi fazer um posicionamento baseado nas publicações das revistas cientificas nacionais para analisar a aplicação da biomecânica no contexto escolar.
Metodologia
Para alcançar tal objetivo foi realizado um levantamento bibliográfico nas bases de dados eletrônicos Scielo Brasil e Periódicos CAPES, considerou-se apenas periódicos publicados na língua portuguesa, posteriormente estes foram classificados através do WEBQUALIS (www.qualis.capes.gov.br), instrumento disponibilizado pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de nível Superior) que classifica os periódicos nacionais e internacionais através de identificadores. Estes recebem classificação seguindo o critério de ter um corpo editorial reconhecido, que haja avaliação pelos pares (pareceristas ad hoc) e dotados de ISSN, sendo assim, os periódicos são divididos em oito extratos: A1, o mais elevado; A2; B1; B2; B3; B4; B5; C (CAPES, 2008).
As revistas selecionadas tiveram sua classificação através da área de educação física, embora as mesmas recebam classificação para as outras áreas da saúde também, portanto os periódicos consultados foram: Arquivos em movimento (B4), Conexões (B4), Pensar a Prática (B2), Fisioterapia em Movimento (B2), Revista Brasileira de Ciência e Movimento (B2), Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte (B4), Revista Paulista de Educação Física (B5), Revista Brasileira de Educação Física e Esporte (B2) e Revista Brasileira de Biomecânica (B3).
Para a localização dos artigos foram utilizadas as seguintes palavras chaves: parâmetros curriculares nacionais, estrutura curricular, educação física, biomecânica, criança, escolar. Os resultados encontraram 48 artigos, destes apenas aqueles que expressavam alguma aplicação com a área escolar foram incluídos, ficando, portanto apenas 18 artigos.
Tópicos de discussão
Retornemos a primeira questão levantada: Qual a relação entre o que é desenvolvido nas pesquisas na área da biomecânica e o que é aplicado no conteúdo das aulas de educação física, tanto no ensino superior quando esta área é desenvolvida como disciplina de formação, como no ensino fundamental e médio, quando esta é parte do conteúdo da educação física?
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997) para a educação física escolar, abordam que o conhecimento da biomecânica deve ser relevante para o professor, quanto para o aluno (CORREA & FREIRE, 2004). Contudo, o mesmo não oferece referências suficientes que orientem o professor quanto a uma possível interação entre as duas áreas, tratando-as como universos distintos do conhecimento, quase sem interseções possíveis no âmbito escolar. A Biomecânica é tratada como um instrumento de análise de movimentos e posturas nos PCN, o que caracteriza uma visão incompleta da contribuição da mesma no âmbito da educação física escolar (FREITAS & LOBO DA COSTA, 2000).
Esta situação pode ocorrer em virtude do processo de formação dos professores no ensino superior, um estudo realizado por Vilela Junior (1999) propicia uma reflexão sobre a inclusão da disciplina biomecânica nos currículos dos cursos de graduação em educação física, embora Corrêa e Freire (2004) destaquem que a biomecânica ainda seja encarada por muitos alunos e até mesmo por professores, dentro da própria universidade, como uma disciplina a ser estudada e compreendida por técnicos que lidam com o desporto de alto rendimento ou por profissionais que tenham profundo conhecimento de física e matemática. Esta dicotomia pode levar ao entendimento equivocado da aplicação da biomecânica por parte dos professores, já que a prática da educação física na escola, não deve enfatizar a aptidão física e o rendimento padronizado, mas sim, “apresentar uma concepção mais abrangente, que contemple todas as dimensões envolvidas em cada prática corporal” (BRASIL, 1997, p.27). Esta falta de relação no entendimento da disciplina no processo de formação dos professores da licenciatura pode ser um início da compreensão da falta de interação entre a biomecânica e os conteúdos abordados na educação física escolar.
O elo entre a biomecânica e a educação física escolar pode ser observado através de componentes de natureza conceituais, procedimentais e atitudinais criados por Zabala (1998) (CORRÊA & FREIRE, 2004). Atualmente as necessidades de aplicação dos conteúdos da disciplina biomecânica nos programas da educação física escolar não mostram uma relação clara com o conteúdo desta na grade de disciplinas desenvolvidas no curso de educação física no nível superior. Ao analisar uma colocação de Corrêa e Freire (2004) que afirmam que a educação física escolar está centrada no movimento humano e este envolve princípios da mecânica e que compreender o movimento implica, com certeza, na compreensão de alguns princípios da biomecânica, sendo assim, esses conhecimentos devem ser significantes para os alunos, ou seja, só interessa a compreensão desses conhecimentos se houver uma aplicação à realidade do aluno. Portanto, se esta relação é necessária, por que não há aplicação da mesma? Parece que o professor não compreendeu a essência de ligação do conteúdo da disciplina quando esta foi desenvolvida na sua formação durante o nível superior ou o próprio professor responsável pela disciplina na Universidade ainda não percebeu esta necessidade de interação. Uma questão é pertinente, onde está a problematização dos conteúdos e sua aplicação? Possivelmente as formas de abordagem dos conteúdos da disciplina na graduação sejam muito mais voltadas aos conteúdos ligados ao bacharelado em educação física, do que mesmo aos desenvolvidos pela licenciatura.
A segunda questão está relacionada com o enquadramento dos estudos desenvolvidos com crianças e jovens em idade escolar no Brasil relacionado às áreas temáticas da biomecânica? Antes da abordagem direta vale relembrar que a biomecânica possui quatro métodos próprios de investigação que interagem entre si para as observações nas diversas áreas de aplicação da biomecânica, como mostrou Bezerra e Serrão (2012), figura 1. Sendo que todos os métodos podem ser aplicados nos mais diversos temas do âmbito escolar (para maior revisão consultar, Corrêa e Freire, 2004).
Figura 1. Métodos e campos de aplicação da biomecânica
Outra preocupação de grande relevância é a relação mobiliário escolar e medidas antropométricas, embora apenas dois estudos tenham sido observados, o primeiro foi desenvolvido por Ritter e Wiskow (2006) que investigaram a adequação do mobiliário escolar em relação à estatura de alunos do ensino médio, 89 escolares foram observados evidenciando que havia apenas um tipo de mobiliário escolar para todos os tipos de estaturas, concluindo que o mobiliário escolar era inadequado, em grande parte, para as dimensões corporais dos avaliados. Neste mesmo interesse Reis, Reis e Moro (2005) observaram o mobiliário escolar em relação à antropometria e ergonomia da postura sentada, concluindo que há adoção de apenas um modelo de mobiliário escolar, não atende as especificações ergonômicas, pois os padrões antropométricos destes indivíduos não são compatíveis, acarretando vários problemas posturais, dificuldades de atenção e patologias.
Rosa Neto (1990) realizou avaliação postural em escolares de 1ª a 4ª séries com o simetógrafo, em 791 escolares entre 7 a 12 anos, e pode verificar que os índices de alterações estruturais eram elevados, embora o instrumento citado não esteja diretamente ligado as técnicas anteriormente relatadas, a analise estática realizada de forma qualitativa pode ser atribuída à biomecânica. Outro estudo no segmento escolar destaca que as alterações posturais de escolares em alunos de 5ª e 6ª séries podem acontecer devido a hábitos inadequados no transporte de mochila e pela permanência na posição sentada e que programas posturais educativos devem fazer parte da contextualização escolar (REGO & SCARTONI, 2008).
Outro foco da educação física escolar é o aperfeiçoamento dos movimentos naturais e as analises dos padrões fundamentais destes movimentos. Esta deve ser uma preocupação emergente por parte do professor. Alguns estudos relacionam esta situação, Maforte et al. (2007) analisaram os padrões fundamentais de movimento como o saltar, correr, chutar, arremessar e receber em escolares de sete a nove anos de idade praticantes de educação física escolar, do 3º período do ensino infantil, 1ª e 2ª séries do ensino fundamental, utilizando filmadoras para posterior analise do padrão de movimento proposto no protocolo de McClenaghan e Gallahue (1985). A partir da analise os autores puderam perceber que o grupo do 3º série apresentou os componentes dos padrões de movimento no estágio elementar e o grupo da 1ª série encontrava-se em um processo de transição entre o estágio elementar e maduro, ficando o grupo da 2ª série com o padrão no estágio maduro. O que demonstra que ocorreu um retardo no desenvolvimento destas habilidades, já que as mesmas deveriam ter ocorrido até o seis anos como descrevem alguns modelos descritivos de desenvolvimento (GALLAHUE & OZMUN, 1998).
Avelar et al. (1999) afirmam que existe uma relação entre o estado de amadurecimento do sistema nervoso e o processo de desenvolvimento da criança e a utilização de estratégias mecânicas durante os movimentos cotidianos. Seus estudos apontaram que mesmo sem ter o conhecimento dos princípios mecânicos, a criança os utiliza através de experiências vivenciadas pelo ato de brincar.
Estas informações nos levam a refletir que o PCN poderia sugerir a estrutura cronológica de aplicação dos conteúdos e fornecer os instrumentos necessários para a avaliação da evolução de tais conteúdos e não meramente abordá-lo como conteúdo que compõe a área da biomecânica.
Qual a importância de analises quantitativas dos movimentos naturais no meio escolar? Um estudo analisou estes aspectos quantitativos, Melo et al. (2008) fizeram um estudo com o intuito de analisar o salto vertical de crianças com idades entre quatro e doze anos. Os resultados mostraram que as crianças no estágio maduro coordenavam mais os movimentos corporais no momento da execução do movimento. Conhecendo a técnica do salto vertical, o professor de educação física poderá auxiliar seus alunos quanto ao aprendizado do movimento e melhoria deste, evitando sobrecargas desnecessárias nas articulações da coluna vertebral (lombar), quadril e joelho durante uma atividade lúdica. Mas até onde ocorre tal aplicação? Este é uma questão difícil de responder ainda, pois não há referência de nenhum estudo que tenha feito um levantamento junto aos professores da área escolar que ministram a disciplina educação física sobre os conteúdos aplicados na aula que tenha direta relação com a biomecânica.
A locomoção ainda é o grande foco da maioria das publicações, Mota et al. (2002) descreveram o comportamento das variáveis cinemáticas durante a marcha de crianças (oito a nove anos) com e sem mochila. Não houve diferenças nas variabilidades espaciais e temporais quando os sujeitos caminharam com e sem mochila. As diferenças significativas ocorreram para a velocidade, cadência, ângulo de inclinação de tronco e quadril quando na situação da marcha com mochila. Os autores sugerem que o maior valor do ângulo no quadril pode ser em conseqüência de uma postura compensatória do tronco. Em outro estudo David e Ávila (2001) focam que os padrões cinemáticos do andar não modificam em relação aos adultos na mesma situação, estes mesmos autores em 2004, evidenciaram que o padrão de deslocamento articular do membro inferior não modifica durante o processo na situação sem mochila, embora em alguns movimentos, principalmente no plano transverso e frontal, nota-se grande variabilidade das medidas nas crianças (6 a 10 anos), devido provavelmente à pequena amplitude dos movimentos e à influência de erros experimentais, ficando difícil de estabelecer a variabilidade do movimento em si.
O ser humano está se movimentando a todo o momento, pois é uma forma do mesmo interagir e relacionar com o meio em que vive. Como foi apresentado acima, existem pesquisas aplicadas diretamente em crianças com o objetivo de verificar os movimentos fundamentais, mas se sabe que a aplicação destes métodos para o aperfeiçoamento desses movimentos, essenciais ao ser humano, são pouco utilizados no âmbito escolar. Será que o problema está com o interesse do professor em exercer sua verdadeira tarefa na escola? Ou os professores estão “fechando os olhos” para um problema tão evidente nas escolas?
A atual formação dos professores pode não oferecer subsídios suficientes para que este possa observar, analisar e concluir para posteriormente modificar aspecto do movimento em todos os âmbitos escolares. Nesta perspectiva, por que não trazer o foco dado recentemente por Lobo da Costa (2008), onde a analise do movimento não deveria ser compreendido como uma ação isolada, através da observação dos resultados de uma técnica de investigação da biomecânica, mas sim como o produto multicasual e heterárquico, sem distinção entre o centro e periférico, aproveitando a relação com o que se traz da herança genética e das relações com o ambiente.
Considerações finais
É de conhecimento geral que a biomecânica no âmbito escolar é pouco estudada e aplicada. O país possui vários grupos de pesquisas com linhas relacionadas à biomecânica, mas o foco no âmbito escolar é pequeno. O presente ensaio apresentou diversos questionamentos baseado nas pesquisas científicas com interação ou não dos distintos métodos de investigação, embora estes tenham focado a criança no contexto escolar, não se percebe uma preocupação em entender a relação que esta tem em seus diversos estágios com sua carga genética, como o meio em que vivem e até mesmo como esses aspectos podem influenciar na perspectiva causa-efeito do movimento final, seja ele o andar, saltar ou até mesmo aqueles que irão ser combinados para o gesto desportivo.
Com isso, perpetua uma grande dúvida, por que a biomecânica não possui uma interação com a educação física escolar? A resposta desse problema pode estar na formação superior, pois o professor de educação física não consegue relacionar o conteúdo da biomecânica nas aulas. Por fim, precisa-se entender melhor a complexa interação dos sistemas no comportamento motor durante a realização do movimento, desenvolver estratégias de aplicação do conteúdo da biomecânica no ensino superior e melhor focar como o professor irá aplicar este conhecimento na aula de educação física. Mas um caminho é claro, os grupos de pesquisa em biomecânica no Brasil que possuem vínculos com a educação física precisam evoluir para aproximar o conteúdo desenvolvido nas pesquisas, daquele desenvolvido nas disciplinas de fundamentação da área nas grades do curso de nível superior em educação física, com a aplicação deste junto ao plano de aula desenvolvido na escola, fazendo assim que o aluno tenha um melhor entendimento, até mesmo na perspectiva interdisciplinar.
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