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Metodologia de aulas abertas enquanto instrumento para superação

 de lacunas nas aulas de Educação Física da escola do campo. 

Contribuição na formação dos trabalhadores campesinos

Metodología de clases abiertas como instrumento para la superación de lagunas en las clases de 

Educación Física de la escuela rural. Su contribución en la formación de los trabajadores campesinos

 

*Acadêmico de Educação Física licenciatura – UVA/GETHED

**Acadêmico de Educação Física licenciatura – UNIBAM

(Brasil)

Alisson Slider do Nascimento de Paula*

Francisco de Assis do Nascimento de Paula**

alisson_slider@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo deste trabalho é propor procedimentos metodológicos a partir da concepção de aulas abertas (HILDEBRANDT-STRAMANN, 2011), vinculado à concepção crítico-superadora (COLETIVO DE AUTORES, 1992). Para tanto, primeiramente deve-se reconhecer a relevância social da disciplina Educação Física no âmbito escolar para que sua presença não seja colocada em cheque; ademais, buscar conhecer a realidade social da escola, a qual estará sendo realizadas as aulas de Educação Física, para que haja coerência na seleção de conteúdos, valorizando, assim, as experiências sociais e culturais da região da escola. Com isso, buscaremos por meio desta proposta contribuir na formação humana do aluno, para que este venha a atuar na sociedade, bem como, critica-la e buscar estratégias para transformá-la.

          Unitermos: Metodologia de aulas abertas. Educação Física escolar. Escola do campo.

 

Abstract

          The objective of this work is to propose methodological procedures from the design of open classes (HILDEBRANDT-STRAMANN, 2011), linked to the critical design-surpassing (GROUP OF AUTHORS, 1992). To do so, first you must recognize the social importance of Physical Education in the school so that their presence is not put in check, in addition, seek to know the social reality of the school, which is being carried out physical education classes for that there is consistency in the selection of content, thus valuing the social and cultural experiences of the region's school. Thus, through this proposal will seek to contribute to the human development of the student, so that it will act in society and criticizes it and seek strategies to transform it.

          Keywords: Methodology for open classes. Physical Education. School field.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 184, Septiembre de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    No limiar da Educação Física escolar, encontramos diversos fatores que se pode refletir: Qual o real sentido de aplicatividade de determinado saber para os educando, ou qual a função social de determinados conhecimentos a serem disseminados nas aulas de Educação Física? A escola enquanto instituição mediadora para o processo de ensino e aprendizagem deverá contribuir para a formação humana dos educandos, através dos professores transmitindo os acervos culturais historicamente acumulados da sociedade para as crianças, adolescentes e jovens da educação básica.

    Nesse sentido, devemos identificar quais os reais conhecimentos acerca da área da Educação Física devem ser apropriados pelos alunos, pois não se deve repassar saberes que não tenham caráter reflexivos sobre os fenômenos que decorrem na sociedade, tratando-se de diversos elementos, desde as características de manifestações de caráter “especulativo” até as opressões e desigualdades provindas de uma sociedade individualista e exclusiva. Por conseguinte, é válido identificar quais os reais elementos que possam ser significativos para serem disseminados no processo de escolarização. Sendo assim, identificamos a relevância social da Educação Física a partir de um resgate histórico de seu objeto de estudo, pois os saberes que contemplam a Educação Física são manifestações corporais historicamente criadas pelos homens em determinados contextos históricos da humanidade e desenvolvidos culturalmente, passando por processos de sistematização até então serem estas manifestações corporais sistematizadas, o esporte, a dança, a ginastica, o jogo, a luta, as artes circenses, entre outras manifestações, que assim podemos denominá-las de Cultura Corporal1.

    Com isso, identificamos a relevância social da Educação Física a partir de seu objeto de estudo, quais seja cultura corporal, pois, sua matriz não é acabada tão pouco abstrata. Trata-se de manifestações com grandes relevâncias em determinados momentos históricos da sociedade. Assim, constatamos um grande valor de sua existência no currículo escolar. Todavia, como se deve ser aplicado os conteúdos que essa área do conhecimento engloba? Em diversas situações os conhecimentos a serem proferidos nas aulas de Educação Física escolar estão sempre nos entornos dos esportes, por se tratar da manifestação corporal com maior ascensão no universo da cultural corporal.

    Com efeito, a partir deste trabalho, fruto das vivências da disciplina curricular de estágio supervisionado do curso de licenciatura em Educação Física da Universidade Estadual Vale do Acaraú, buscou-se desenvolver aulas que tivessem diretamente participação dos alunos na construção coletiva das aulas. Para isto tornar-se efetivo, nos baseamos na metodologia de aulas abertas (HILDEBRANDT-STRAMANN, 2011), e paralelo a esta à concepção crítico-superadora (COLETIVO DE AUTORES, 1992). Pois, a partir da analise do lócus do trabalho, pode-se averiguar a falta de estrutura física, bem como carência de materiais didáticos para a Educação Física escolar. Estas problemáticas influenciam para que na escola não haja aulas de Educação Física de caráter prático, todavia somente dentro de sala de aula, seguindo os moldes de uma aula teórica e rígida.

    Nesse sentido, portanto, através do vinculo entre metodologia e concepção, buscou-se a superação desta lacuna. Ora, uma escola possuir a disciplina de Educação Física no currículo, e não poder vivências as manifestações corporais que os elementos da cultura corporal proporcionam, pode-se identificar como uma privação de experiências, noutro sentido, uma lacuna na formação dos estudantes. Pois, vale realçar que a formação escolar deve propiciar uma formação de caráter integral (cognitivo, afetivo, social e motor). Sendo assim, torna-se essencial a superação dessas lacunas na escola do campo.

Realidade da escola do campo

    Por se tratar de uma escola do campo, torna-se necessário, refletir sobre a realidade que esses tipos de instituições passam no dia-a-dia, pois sua realidade é distinta de outras instituições, no que diz respeito aos estabelecimentos de ensino urbano.

    A educação brasileira historicamente tem conduzido seu ponto central para a lógica da realidade concebida nas instituições urbanas, de maneira a qual ela se reproduza para a condição educacional da zona rural. Isso desdobra doravante do padrão de desenvolvimento arraigado no meio rural brasileiro, que engendrou grandes entraves para a questão da educação, ofertando prerrogativas e produzindo discriminação entre grupos e classes desde a colonização até os dias atuais.

    Consoante Silva (2004), o termo “desenvolvimento” passou a ser empregado, no Brasil, a datar da década de 1940, originado na linguagem biológica para explanar os procedimentos das transformações pelos quais passa os seres humanos em todas as etapas da vida. Ao decorrer da história, o conceito foi concebendo novos sentidos:

    Com o aparecimento da indústria e a sua consolidação enquanto processo em alguns países da Europa, começa a ocorrer uma mudança radical no modo pelo qual os vários países buscam sustentação econômica. O processo de industrialização modifica profundamente a estrutura econômico-social dos países envolvidos nessa “nova” atividade. As consequências para essas localidades são tão evidentes que em muito pouco tempo a industrialização configura-se como sinônimo de desenvolvimento [...] O progresso técnico difundiu-se, rapidamente, modificando os estilos de vida e de consumo e o projeto de melhoria da qualidade de vida da população centrado apenas na modernização da economia começou a se estruturar e se fortalecer. Ganhava força o modelo de desenvolvimento alicerçado na ideia da industrialização dos países. Mas essa forma de pensar não demorou muito a se mostrar profundamente desigual, determinando ritmos de progresso diferenciados, conforme o país e a região em que estivesse localizado (SILVA, 2004, p. 3).

    Conforme Silva (2001), na década de 1950, a indústria começa a assumir, progressivamente, o comando nos processos de acumulação do capital no Brasil. Com isso, o país deixa de ser “eminentemente agrícola”, de modo que o campo começa a ser visualizado como um local atrasado e que, para alcançar sua modernização, necessitaria acompanhar o desenvolvimento industrial instituído nos centros urbanos.

    De acordo com Baptista (2003), essa distinção se dá em relação o cenário de mundo que se consolida entre um espaço e outro. Consoante à autora, para a escola subsidiar a fundar um novo modo de vida e de desenvolvimento, é necessário levar em consideração as tarefas peculiares no campo, como:

    O resgate e o fortalecimento da autoestima do agricultor familiar. Descobrir o que existe de prazeroso em ser agricultor, pois o que, até agora, a escola fez foi insistir no vergonhoso e pesaroso. Não se trata apenas de adaptações curriculares, de didática, mas de postura, de filosofia, de visão de mundo, de tarefa política especifica no meio rural (Ibidem, p. 40).

    Para atingir essas metamorfoses, um longo caminho foi percorrido pela educação rural assinalado por lutas relevantes por um projeto político-pedagógico para a vida educacional do campo.

    A escola da cidade e do campo como instituição formadora, deve ser local de debate e aprofundamento dos problemas sociais e de busca por soluções. A educação da cidade e do campo traz essa compreensão de escola: espaço de formação para um procedimento de transformação social. A educação e a educação física, o esporte e o lazer são meios de ação político-social que dão sentido à formação de um povo e, assim sendo, formar professores voltados especificamente para mercados de trabalho conectados à indústria da beleza, do culto ao corpo – a corpolatria – voltados ao esporte de espetáculo, ao esporte de alto rendimento e “lucros”, põe em cheque o desenvolvimento de um determinado projeto histórico (TAFFAREL et al., 2006).

    Os cursos de Educação Física no Brasil não preparam na formação para que os professores confrontem a situação na cidade, tampouco no campo. Para esclarecer, demonstremos o perfil do esporte conforme dados do Suplemento de Esporte da Pesquisa de Informações Básicas Muni­cipais do IBGE (Munic.). A pesquisa demostra que,

    A rede de ensino de educação básica da área rural corresponde a 50% das escolas do país. Aproximadamente a metade dessas escolas tem apenas uma sala de aula e oferece exclusivamente o ensino funda­mental I, representando 15% da matrícula nacional. Os estabelecimen­tos são, em sua maioria, formados por turmas multisseriadas ou unido­centes. Desses, 93% pertencem à rede municipal. Quanto aos recursos disponíveis, 21% não possuem energia elétrica, e apenas 5,2% dispõem de biblioteca e menos de 1% oferece laboratórios de ciências, de infor­mática e acesso à internet (Idem, p. 159).

    Com efeito, identifica-se a situação precária da escola do campo, assim, buscamos justificar a partir da “revolução verde” quando a lógica do capital-industrial penetrou no campo precisamente em 1960. Com enfeito, consistiu na modificação das matrizes tecnológicas da produção agro­pecuária, que passou a conservar-se na submissão dos agricultores familiares ao capital industrial (equipamentos, venenos, fertilizantes e máquinas). No final dos anos 1970, já se notava o esgotamento desta compreensão de produção pelo aumento de um proletariado rural e a superlotação dos grandes centros urbanos com o êxodo rural.

    Sendo assim, percebe-se a situação peculiar dos estudantes das escolas do campo. Assim, identificando-os enquanto classe oprimida, e para que pudéssemos contribuir para uma possível superação dessas amarras que impedem destes estudantes almejarem a superação do modo de produção capitalista, assim superando a exploração do homem pelo homem, propomos aulas de Educação Física baseadas na metodologia crítico Superadora (COLETIVO DE AUTORES, 1992), para:

    [...] desenvolver uma reflexão pedagógica sobre o acervo de formas de representação do mundo que o homem tem produzido no decorrer da história, exteriorizadas pela expressão corporal: jogos, danças, lutas, exercícios ginásticos, esporte, malabarismo, contorcionismo, mímica e outros, que podem ser identificados como formas de representação simbólica de realidades vividas pelo homem, historicamente criadas e culturalmente desenvolvidas (Idem, p. 26).

    Essa, perspectiva através de seus objetivos, busca através da formação humana do aluno, deixando claro, através de exposições concretas da realidade a qual a realidade está alocada, bem como a realidade social peculiar de cada estudante, no que diz respeito sua classe social. Através disso, e somente isso é capaz de despertar reflexões críticas dos estudantes acerca do sistema capitalista, para que possam identificar as relações de explorações, que possam identificar os reais objetivos do esporte espetáculo, dos megaeventos, que possam realmente conhecer sua realidade, para que assim possa lutar contra a alienação que desumaniza o ser humano, através de lutas, reinvindicações por uma transformação social, a qual prevaleça à justiça social, que seja superada a luta de classes com interesses antagônicos, que supere a exploração do homem pelo homem, que possam enfrentar e superar as estratégias neoliberais “pós-modernismo, neomodernismo, pós-industrialismo”, assim, poderíamos alcançar a emancipação humana.

    Esta perspectiva, por meio de um vínculo com a proposta de aulas abertas (HILDEBRANDT-STRAMANN, 2011), permitirá possibilidades os alunos estarem diretamente participando e contribuindo para as aulas, por intermédio de uma construção coletiva, a qual será valorizada todas as opiniões advindas dos estudantes para a configuração das aulas.

    Este elo entre as concepções permitirá que os alunos entrem em contraposição no momento da construção da aula, com isso, terão de traçar meio para que as atividades estejam nos conformes de cada um dos estudantes. Esta estratégia em busca de interesses comuns, de reconhecimento da realidade concreta social, os debates nas aulas de caráter críticos e reflexivos, em busca de superações, abrirá possibilidades para uma formação a qual os estudantes compreendam que por meio do trabalho, sendo este a matriz ontológica do ser social, oportunizem seu reconhecimento enquanto seres sócio-históricos, por meio disso, de busca por objetivos comuns para a superação das contradições então existentes, poderão por meio de sua formação, enfrentar o mundo do trabalho, reivindicar por direitos iguais, que possam através de uma consciência crítica a qual estes estudantes se reconheçam enquanto força produtiva, que se todos lutarem por um único objetivo, irão superá-lo com êxito.

Desenvolvimento

    Para que fosse possível desenvolver os conteúdos da Educação Física dentro de uma perspectiva de aulas abertas paralelamente com a concepção crítico-superadora, foi necessário abrir um espaço de debate e reflexões, sobre quais os conteúdos da Educação Física poderiam ser abordados nas intervenções do estágio supervisionado na escola Nazaré Severiano. O momento do debate foi complexo, pois a primeira intervenção dos estudantes era que eles queriam a vivência dos esportes nas aulas, a saber, as aulas de Educação Física seguiam uma linha prioritariamente dentro de sala com vivências de conteúdos apenas dentro de perspectivas teóricas, e quando tinham a oportunidade de vivenciar algum conteúdo da cultura corporal em sua expressão, faziam circuitos dentro da Academia interna da escola.

    Contudo, esse momento de debate, de ouvir opiniões para que pudesse compreender quais suas carências, quais suas opiniões acerca das aulas de Educação Física, pode-se explanar um pouco sobre a cultura corporal, e sobre novas possibilidades de vivenciar práticas que tivessem pouca visão da sociedade. Com isso, despertou interesses dos educandos em poderem tirar usufruto de práticas como dança e o teatro. Ora, esses elementos são imprescindíveis para a existência concreta da cultura corporal, pois, trata-se de expressões corporais historicamente criadas pelos homens e culturalmente desenvolvidas e sistematizadas, assim tendo seu papel significativo para a atual sociabilidade.

    Então, partimos da sistematização das aulas, que seguiriam uma dinâmica teórico-prática dentro de uma perspectiva crítica do atual sistema vigente da sociedade. O planejamento teve participação fundamental dos estudantes, pois quais seriam os saberes que eles gostariam de compreender da dança e do teatro, pois, é necessário iniciar do que eles almejam, para que no processo de execução das atividades, os educandos não venham a se desestimularem com as práticas que estão sendo desenvolvidas. Para isso, no teatro os estudantes deram ênfase em temas pertinentes com a sociedade, como por exemplo, obesidade, bullying, preconceito racial, gravidez na adolescência e drogas. Com efeito, foi necessário debates de textos, para que o assunto fosse tratado com cautela sendo analisadas minuciosamente as possibilidades de execução de representações teatrais que pudessem incorporar essas temáticas de cunho sociais.

    Com este primeiro processo elaborado, acerca da vivência do teatro, buscou-se a formação de grupos, para que assim fosse possível que todos os educandos desenvolvessem uma determinada representação teatral acerca da temática de sua equipe.

    A partir desse momento, foi possível desenvolver diversas atividades adaptando o espaço e os materiais, bem como, levando em consideração as dificuldades encontradas pelos estudantes no exercício destas atividades. Estas vivências oportunizaram uma grande participação dos estudantes da turma do 2º ano do ensino médio. Os estudantes do gênero masculino não deixaram que os paradigmas sociais influenciassem no processo de realização das atividades.

    Com os temas referentes a situações problemáticas concretas da sociedade, foi possível debate criticamente sobre as causas desses fatores, pois se compreende enquanto fatores complexos que engendram os problemas sociais, a partir do individualista da sociedade exclusiva.

    Por conseguinte, deu-se início nas intervenções sobre dança, todavia, os estudantes não estavam dispostos em vivenciarem alguns tipos de dança, como, ballet, tango, forró, samba, entre outros. Todavia, todos os saberes da dança são imprescindíveis para que possa compreender as relações históricas da sociedade com este elemento da cultura corporal. Então, para que fosse possível os educandos vivenciarem este saberes por eles rejeitados, pensou-se em uma estratégia de fundo, a qual, deve-se ser um processo contínuo.

    Assim, elaborou-se abordar a dança no sentido, em qual buscássemos desenvolve-la nos temas contemporâneo, como, hip hop, break, passinho, e outros. A partir disso, não obstante, os estudantes mostraram-se empolgados com essa proposta, assim buscamos desenvolver um processo iniciante de aulas, em primeiro no passo-a-passo, por conseguinte, nas interpretações musicais, para que assim, eles pudessem compreender os processos de materialização de coreografias. Com efeito, foi possível desenvolver essas atividades, garantindo assim uma sistematização a partir de um trabalho coletivo entre os estudantes.

    Nesse sentido, portanto, abordamos as danças, em seus sentidos históricos e seus benefícios para a sociedade e sua relevância social, no que diz respeitos aos projetos sociais que abordam diretamente nas periferias com a intervenção dos grupos de dança de rua. Com isso, os estudantes puderam apreciar vídeos sobre a dança, vivencias e aprendizagem dessas danças no sentido de iniciantes, os primeiros passos. Assim, pode-se constatar que os estudantes mostravam-se entusiasmados para a realização desta temática, assim buscamos através de atividades lúdicas abordar um pouco o ballet, nesse sentido, todos que estavam participando das intervenções participaram sem contestações.

    Sendo assim, pode-se identificar que a partir das duas propostas de intervenções, desenvolveu-se intervenções acerca da dança e do teatro, não se limitando somente na vivencia do esporte, dentro de uma perspectiva acabada sendo tratado isoladamente.

    Os conteúdos que foram tratados nas intervenções estavam diretamente ligados com a concepção da cultura corporal, estes conteúdos estiveram diretamente vinculados com a realidade social, e, sobretudo, todas as intervenções, tiveram um caráter dialético, o que causou contradições entre estudantes e professor, engendrando a partir de necessidades novas possibilidades de intervenção das atividades, considerando todas as opiniões de todos os estudantes. Este trabalho gerou grande frisson entre os educandos, em todas as intervenções a maioria dos membros da turma participava.

Considerações finais

    Os saberes tratados no estágio foram sobre dança e teatro, estiveram sempre vinculados com a realidade social, para que a partir disso os estudantes pudessem compreender seu papel enquanto ser sócio-histórco, que vive em uma sociedade burguesa, a qual prevalece às relações de classes, as quais são antagônicas, que se expressa na exploração do homem pelo homem.

    A partir de aulas abertas, e um concepção crítica, os educandos vivenciaram momentos de debates e reflexões, de contradições e de superação desses paradoxos, para que os determinados objetivos estivessem um fim comum a todos, assim prevalecendo às opiniões de todos, com um caráter universal. Essa metodologia foi empregada para que os educandos pudessem compreender s relações sociais, que é a partir dessas que surge a consciência, e será a partir de uma consciência emancipada que se poderá lutar por justiça social, por mudança no cenário do campo, por uma sociedade isonômica. A Educação Física, bem com a educação, a partir da disseminação/transmissão do acervo cultural histórico da sociedade, a partir da compreensão das relações de poder, a partir do reconhecimento enquanto sujeitos da classe produtiva, só assim, será possível superar as táticas do sistema hegemônico-dominante-opressor da sociedade burguesa.

Nota

  1. Coletivo de Autores: Celi Taffarel, Michelle Escobar, Valter Bracht, Carmen Lucia Soares, Castellani Filho, 1992.

Referências

  • BAPTISTA, F. M. C. Educação Rural: das experiências à política pública. Brasília: Abaré, 2003.

  • COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do Ensino de Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992.

  • HILDEBRANDT-STRAMANN, Reiner. Concepções Abertas no Ensino da Educação Física. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2011.

  • SILVA, J. G. O Que É Questão Agrária. São Paulo: Brasiliense, 2001.

  • SILVA, M. S. Educação do Campo e Desenvolvimento: uma relação construída ao longo da história. 2004

  • TAFFAREL, C. N. Z. et al. Formação de Professores de Educação Física para a Cidade e o Campo. Pensar a Prática (UFG), v. 09, p. 153-179, 2006.

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