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A visão do homem, usuário do serviço de saúde na atenção 

primária, sobre a assistência prestada: uma revisão de literatura

La visión del hombre, usuario del servicio de salud en atención primaria, sobre la atención brindada: una revisión de la literatura

 

*Acadêmico do 8º período do Curso de Graduação em Enfermagem, ICS/FUNORTE

Aluno do Grupo de pesquisa em Enfermagem, CNPq – (UNIMONTES)

**Acadêmico do 8º período do Curso de Graduação em Enfermagem,ICS/FUNORTE

Aluno do programa de Iniciação Científica, CNPq – FUNORTE/SOEBRAS

Grupo de pesquisa em Enfermagem, CNPq – (UNIMONTES)

***Enfermeiro. Mestrando em Ciências da Saúde. Professor das Faculdades Integradas

do Norte de Minas (FUNORTE), da Faculdade de Saúde Ibituruna (FASI)

Universidade Estadual de Montes Claros- MG (UNIMONTES)

Eduardo Aquino Rocha*

Lucinei Santos Alves**

Henrique Andrade Barbosa***

eduardoenfermagem1@gmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Introdução: Lançada pelo Ministério da Saúde do Brasil, a Política Nacional de Atenção Integral a Saúde Homem (PNAISH), veio com o objetivo de ampliar e facilitar o atendimento de homens entre 20 e 59 anos de idade, a principal porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS) é a Estratégia Saúde da Família (ESF), por esse motivo os profissionais da ESF serão os principais alvos. Objetivo: O principal objetivo deste estudo é conhecer e descrever, a partir de uma revisão de literatura, a visão do homem, usuário do serviço de saúde na atenção primária, sobre a assistência prestada. Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura. Resultados e discussão: O homem visualiza no serviço de saúde bem como sua assistência características de um trabalho voltado para ações meramente curativas, A pouca procura dos homens ao serviço de atenção primária, fundamenta- se no que o homem representa no seio familiar; ele é visto, e se autodenomina como o pilar central da família e não pode fraquejar nunca. Conclusão: Discutir saúde do homem e a implantação da PNAISH é um desafio que vem sendo enfrentado continuamente por pesquisadores, e através da pratica baseada em evidencias, pretende-se alcançar um longo anseio da sociedade em promover ações de saúde que atinjam homens com faixa etária de 20 a 59 anos de idade. A implementação deste projeto depende fatores que se resume na prática em: investimento em infra-estrutura, capacitação e valorização profissional e aumento de cotas de exames.

          Unitermos: Saúde do homem. Sexualidade masculina. Saúde Pública.

 

Abstract

          Introduction: Released by the Ministry of health of Brazil, the National Policy of Integral Care for human health (PNAISH), came with the objective to expand and facilitate the care of men between 20 and 59 years of age, the main gateway of the unified health system (SUS) is the family health Strategy (FHS), for this reason the ESF professionals will be the main targets. Objective: the main objective of this study is to describe, from a review of literature, the human vision, primary care health service, on the assistance provided. Methodology: this is a review of the literature. Results and discussion: the man displays in the health service as well as its assistance work features geared toward healing purposes actions, little demand for men to primary care service, based on what the man represents within the family; it is seen, and calls itself as the central pillar of the family and can never falters. Conclusion: Discuss human health and deployment of PNAISH is a challenge that has been faced by researchers, and through the evidence-based practice, the aim is to achieve a long desire of society to promote health actions reach men aged 20 to 59 years of age. The implementation of this project depends on a factor that comes down in practice in: investment in infrastructure, training and professional enhancement and increased quotas of exams.

          Keywords: Men's health. Male sexuality. Public health.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 184, Septiembre de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Lançada pelo Ministério da Saúde do Brasil, a Política Nacional de Atenção Integral a Saúde do Homem (PNAISH), veio com o objetivo de ampliar e facilitar o atendimento de homens entre 20 e 59 anos de idade, nos serviços de atenção primária a saúde, reduzindo as causas de morbimortalidade. Com esta iniciativa o governo pretende investir em vários eixos da atenção básica estruturando-as. Dentre os diversos investimentos pretende-se intensificar os serviços de: promoção a saúde, qualificação de equipes multiprofissionais e estruturação da área física. Serão investidos mais de 600 milhões de reais repassados para a atenção básica, incluindo procedimentos como planejamento familiar e ultrassonografia (US) de próstata. É um grande desafio para os profissionais por se tratar de um grupo de indivíduos que raramente procuram o serviço de saúde da atenção primária, por diversas questões, sendo elas: culturais, sociais e pessoais que se embasam na idéia de que o homem é forte e inabalável e a doença não se encaixa nesses padrões estabelecidos pela sociedade (BRASIL, 2008; LEAL et al., 2012).

    O governo federal anseia que em média 2,5 milhões de homens na faixa etária de 20 a 59 anos procurem o serviço de saúde ao menos uma vez por ano. O intuito com estes investimentos e mecanismos é melhorar a assistência oferecida à população masculina promovendo uma mudança cultural. A PNAISH destaca o Brasil como pioneiro neste tipo de assistência na América latina, ficando atrás apenas do Canadá que foi o primeiro país do continente americano e do mundo a instituir uma política de saúde com foco exclusivo no Homem (BRASIL, 2008; LEAL et al.,2012).

    A principal porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS) é a Estratégia Saúde da Família (ESF), por esse motivo os profissionais da ESF serão os principais alvos na qualificação que terá enfoque e demonstrará meios de como envolver o Homem, na promoção a saúde, planejamento reprodutivo, cuidado familiar, bem como elaborar parcerias com a comunidade em geral, promovendo saúde dos mesmos (BRASIL, 2008; COUTO et al., 2010).

    Dentre os eixos definidos pelo pacto pela vida está a saúde do homem, embora a expectativa de vida da população Brasileira tenha aumentado nos últimos anos, o homem vive em média 07 anos menos que a mulher, esta diferença demonstra claramente que ações voltadas para a saúde do homem precisam ser desenvolvidas e constitui um grave problema de saúde pública (BRASIL, 2008; FIGUEIREDO, SCHRAIBER, 2011).

    O principal objetivo deste estudo é conhecer e descrever, a partir de uma revisão de literatura, a visão do homem, usuário do serviço de saúde na atenção primária, sobre a assistência prestada e se justifica pelo anseio da sociedade em que o homem veja no serviço de saúde um local acolhedor, com equipe multiprofissional capacitada e que possa expor seus problemas de saúde e obter êxito na resolução dos mesmos.

Metodologia

    A pesquisa do material bibliográfico realizou-se em quatro etapas (Figura 1). Na primeira etapa, foi definida a base de dados da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) para identificar e selecionar os artigos. A segunda etapa consistiu-se na definição dos descritores inseridos na busca dos mesmos e dos critérios de inclusão (VASCONCELOS et al., 2011). Os termos utilizados na busca foram delimitados a partir das palavras-chave presentes em artigos adequados ao tema, lidos previamente de forma não sistemática e por meio de consulta às coleções de termos da respectiva base de dados e Descritores em Ciências da Saúde (DeCS). Os descritores utilizados foram: Saúde do Homem, Sexualidade Masculina e Saúde Pública. A busca se restringiu a artigos publicados em português no período compreendido entre 2003 e Março de 2013.

    A consulta a base de dados foi realizada em Março de 2013. Na terceira etapa, realizou-se uma leitura dos artigos selecionados a fim de identificar os trabalhos que se identificavam com o tema proposto e ainda respeitavam os seguintes critérios de inclusão: 1) Abordassem Saúde do Homem e sua relevância; 2) Descrevesse a Política Nacional de Atenção Integral a Saúde do Homem; 3) Abordagem descritiva sobre sexualidade masculina; 4) Sentidos que atribuísse a Saúde do Homem como usuário da atenção básica. Como critério de exclusão utilizou-se artigos incompletos, teses, dissertações, resumos e artigos em inglês e espanhol que foram agrupados como amostra inadequada. Na quarta etapa se referiu à análise dos artigos selecionados que culminaram no estabelecimento de categorias analíticas e subcategorias, baseadas nos objetivos dos artigos pesquisados, para facilitar a compreensão do tema proposto neste estudo, a saber: Categoria 1 – A visão do homem, usuário do serviço de saúde na atenção primaria; Subcategoria A – A atenção básica à saúde do homem sob a ótica do usuário; Subcategoria B– Atenção à saúde do homem na visão dos enfermeiros; Subcategoria C – Relação homem x saúde; Subcategoria D – Demanda de homens nos serviços de atenção básica; Subcategoria E – PNAISH, formulação e implantação.

Figura 1. Fluxograma do processo de revisão de literatura baseado no estudo de Vasconcelos et al. (2011)

Resultados e discussão

    Segue apresentação dos resultados obtidos na pesquisa, divididos em categoria e subcategorias, para melhor exemplificá-los.

Figura 2. Esquema de divisão das subcategorias da categoria temática conceitual, baseada no objetivo do estudo

    Categoria 1 – A visão do homem, usuário do serviço de saúde na atenção primária, sobre a assistência prestada.

Subcategoria A – A atenção básica à saúde do homem sob a ótica do usuário.

    Para Gomes et al. (2011) os principais fatores que levam os usuários ao serviço de atenção primária a saúde são doenças crônicas, ou complicações causadas pelas mesmas. Nessa ótica existe uma correlação com a hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus, destaque para homes entre 40 e 60 anos de idade. O homem visualiza no serviço de saúde, bem como sua assistência, características de um trabalho voltado para ações curativas e não preventivas e quando é atendido por uma equipe multiprofissional, o acolhimento, a atenção e o carinho são indispensáveis. É neste momento que o homem avalia o atendimento prestado e vê como base o profissional médico, que inúmeras vezes não suplanta suas expectativas; a afetividade se torna um elo de ligação entre ambas as partes, uma relação interpessoal. Nesse mesmo contexto, o homem usuário se sente resignado a somente escutar as orientações passadas pelo profissional de saúde, onde na verdade o que ele deseja é ser ouvido.

    O espaço de serviço da atenção primária a saúde é visto como feminilizado, comprovado em diversas ações de promoção e educação em saúde que somente a mulher é freqüente, e onde deveria o homem compor tal grupo. A Estratégia Saúde da Família (ESF) é a principal porta de entrada dos serviços de saúde e notadamente existe uma deficiência profissional no acolhimento e entendimento do usuário homem, dificultando a essência deste serviço que é a corresponsabilidade, baseada numa cultura de quê o homem é naturalmente forte, e diante de um procedimento ou necessidade que exija expressar sentimento de dor ou angústia, sua masculinidade é colocada em questão e criticada. O homem deseja ver na atenção primária não somente um profissional lhe prestando um serviço, mas um amigo, onde ele possa relatar suas angustias, anseios, preocupações e necessidades. (COUTO et al., 2010).

Subcategoria B – Atenção à saúde do homem na visão dos enfermeiros.

    O enfermeiro faz parte de um sistema onde partes se completam e um depende da outro para funcionar, para que a prática de gestão de pessoas e organizacional seja aplicada e o serviço de saúde seja um ambiente que consiga contemplar a população masculina, com estrutura física e profissional, a Política Nacional de Atenção Integral a Saúde do Homem deve ser colocada em prática, o que não acontece na realidade brasileira. Para desenvolver ações e atividades que acolham o público masculino, profissionais devem ser capacitados e se interar do objetivo da PNAISH. Muitos profissionais não têm conhecimento do que se trata tal política o que demonstra a fragilidade do Sistema Único de Saúde (SILVA et al., 2012; KNAUTH et al.,2012).

    De acordo com Santana et al. (2011), o enfermeiro compreende que, o usuário do gênero masculino quando procura o serviço de saúde, há uma certa impaciência na espera por atendimento, qualidade essa verificada na população feminina; os homens procuram diretamente a farmácia no intuito de obter um medicamento para resolver sua enfermidade o mais rápido possível, não se importando com orientações e informações a serem dadas, dizem não terem tempo a perder. Verifica-se também que os homens chegam à frente da Unidade de Saúde, param, pensam e decidem se vão entrar ou não, observam se há profissionais do sexo masculino; se houver entram e ocupam lugares próximos a saída. Na visão dos profissionais de saúde, os homens utilizam o serviço de saúde para ações que contemplem medidas curativas ao contrário das mulheres que procuram por medidas preventivas; seguindo essa linha de raciocínio os profissionais de saúde indagam que as práticas profissionais ainda são direcionadas exclusivamente para saúde da criança, do adolescente, da mulher e do Idoso, ficando o homem adulto desprovido de assistência a saúde. Muitas deficiências ainda estão na formação profissional, visto que o Enfermeiro entende e visualiza o problema, mas a fragilidade de estrutura física e organizacional se torna um obstáculo no desenvolvimento de ações/atendimento direcionado ao público masculino, criar um vínculo entre homem e saúde está cada vez mais longe na realidade do Brasil (SILVA et al., 2012).

Subcategoria C Relação homem x saúde.

    O termo saúde do Homem começou a ser tratado em meados dos anos 90, quando a Organização Mundial de Saúde começa a promover debates a cerca do assunto; preocupação da época era em relação à forma como o jovem vivia em sociedade. Atualmente o que relaciona o homem com a saúde é a sexualidade, doenças sexualmente transmissíveis, saúde reprodutiva e violência. As doenças sexualmente transmissíveis são mais comuns entre os homens, como pode ser observado em um estudo realizado na Espanha que indicou uma maior incidência do vírus HIV na população masculina, em torno de 6% e 3% na feminina. Em outro estudo foi indicado que o homem se protege menos que as mulheres e estão mais vulneráveis a contrair o vírus da AIDS (GOMES, NASCIMENTO, 2006; SCHWARZ et al., 2012).

    Segundo Gomes et al. (2012), a relação homem-saúde está dentro de um contexto e tem relevância mais ampla, essa classe deve ser incluída nas ações e planejamentos da ESF, dentro da visão de que proferir a PNAISH é um processo concomitante. Há de se levar em consideração que existem duas visões distintas sobre a PNAISH; a primeira relata que tal política já deveria ter sido inserida anteriormente, para que a sociedade contemporânea já estivesse usufruindo dos benefícios; a segunda linha de pensamento baseia-se nos profissionais, pois os mesmos já atendem uma demanda superior ás suas atribuições, e com uma somatória de indivíduos homens que irão procurar os serviços de saúde, associado às más condições de trabalho, desvalorização profissional, faz com que não se tenha estímulo para alavancar tal política, tendo em vista que a soma de todos os fatores incidem sobre a promoção da saúde, busca ativa e corresponsabilidade homem/saúde (GOMES, NASCIMENTO, 2006; GOMES, 2003).

Subcategoria D Demanda de homens nos serviços de atenção básica.

    Os atendimentos dos homens nos três níveis de atenção a saúde chegam a 30% em média, Isso se deve e baseia-se constantemente na cultura de cada ser, e tem influencia do meio social em que vive. A idéia de que homens são fortes, inabaláveis, não choram e não se intimidam frente a qualquer dor ou desconforto ainda persiste nos dias atuais, procurar algum tipo de suporte para amenizar o seu sofrimento ou mesmo tirar duvidas sobre algo que o acomete seria uma demonstração de fraqueza de vulnerabilidade, esse último sendo considerada a barreira primordial para atingir a população masculina (GOMES et al.,2007).

    A pouca procura dos homens ao serviço de atenção primária, segundo, Figueiredo, Schraiber (2011), fundamenta- se no que o homem representa no seio familiar; ele é visto, e se autodenomina como o pilar central da família e não pode fraquejar nunca, nesta situação um acometimento comprometeria toda a estrutura familiar. Os homens vêem certa deficiência nos horários de atendimento, sendo que existe incompatibilidade com o trabalho diário, pois na maioria das situações o homem é o provedor da família, ficando impossibilitado de deslocar-se ao local de atendimento, o que faz com que atitudes de buscar a atenção primária para sanar um problema e voltar para casa rapidamente seja frustrada, tal experiência faz com que esse indivíduo acabe gerando uma sobrecarga na atenção terciária, quando comparado em níveis de prioridade trabalho e saúde, o primeiro se sobressai (MACHADO et al., 2012).

    Há relatos de profissionais da ESF que obtém informações sobre homens de sua área de abrangência somente através de mulheres (esposa, filhas, parentes em geral), pois o mesmo raramente está em casa, devido ao trabalho. O serviço de saúde se torna falho no acolhimento desse público na questão do horário de funcionamento, deve-se formular ações de planejamento individual para o bem coletivo; estas devem ser repensadas urgentemente, fazendo com que o cliente aproxime do serviço de saúde através da atenção primária e a PNAISH seja efetivamente colocada em prática (MACHADO et al., 2012).

Subcategoria E PNAISH, formulação e implantação.

    Lançada oficialmente pelo ministério da saúde em 2009 a Política Nacional de Atenção Integral a Saúde do Homem, tem o objetivo de facilitar e ampliar o acesso da população masculina aos serviços de saúde. O plano é investir em torno de R$ 613,2 milhões de reais, num total de oito eixos de ação, entre eles de comunicação, promoção à saúde, expansão dos serviços, qualificação de profissionais e investimento na estrutura da rede pública. Os subsídios eram repassados às unidades de saúde para intensificar os procedimentos urológicos, planejamento familiar e a ampliação em até 20% no número de Ultrassom de próstata (BRASIL, 2009; LEAL et al., 2012; MEDRADO et al., 2012).

    O governo federal prevê que 2,5 milhões de homens em média, na faixa etária de 20 a 59 anos procurem o serviço de saúde ao menos uma vez por ano. A meta é otimizar a assistência oferecida a população masculina e de promover uma mudança cultural. A nova política coloca o Brasil na vanguarda das ações voltadas para a saúde do homem. O país será o primeiro da América Latina e o segundo do continente americano, o primeiro foi o Canadá, a implementar uma política de atenção à saúde masculina. A PNAISH tem como objetivo geral facilitar e ampliar o acesso da população masculina aos serviços de saúde, contribuindo para a redução das causas de morbimortalidade, e como objetivos específicos: organizar rede de atenção à saúde que garanta uma linha de cuidados integrais no manejo da redução da morbimortalidade no homem, com a Estratégia de Saúde da Família (ESF) como porta de entrada; apoiar ações e atividades de promoção de saúde para facilitar o acesso da população masculina aos serviços de saúde; qualificar profissionais de saúde para o atendimento dos homens; incorporar o homem no planejamento reprodutivo e no compartilhamento aos cuidados da saúde familiar e construir parcerias com a sociedade civil organizada para promover a saúde do homem (BRASIL, 2008; MEDRADO et al., 2012).

    Um dos referenciais da PNAISH é o pacto pela vida, que define como um de seus eixos principais a Saúde do Homem. Embora a expectativa de vida dos homens tenha aumentado de 59,7 para 68,4 anos entre 1980 e 2005, desde 1991 ela vem se mantendo 7,6 anos abaixo da média das mulheres; Em 2005, do total de mortes na faixa etária de 20 a 59 anos, 68% ocorreram entre homens. Essas disparidades demandam ações de saúde específicas para os homens em todos os níveis da atenção (BRASIL, 2008; GOMES et al., 2012; SCHWARZ, EDUARDO; 2012).

Considerações finais

    Discutir saúde do homem e a implantação da PNAISH é um desafio que vem sendo enfrentado continuamente por pesquisadores, e através da pratica baseada em evidencias, pretende-se alcançar um longo anseio da sociedade em promover ações de saúde que atinjam homens com faixa etária de 20 a 59 anos de idade. A implementação deste projeto depende de fatores que se resumem na prática em: investimento em infra-estrutura, capacitação e valorização profissional, investimento em tecnologia e aumento de cotas de exames. Fazer com que homens se tornem clientes da atenção primária é apenas um detalhe proposto pela PNAISH, à maior importância seria torná-los conhecedores dos seus direitos e deveres, e da sua responsabilidade no desenvolvimento de um projeto impar na saúde pública nacional.

    Para se chegar a um programa de saúde com excelência deve-se fortalecer um gênero. Uma proposta de se focalizar a saúde do homem pode ser válida se sustentada a partir de outros propósitos, diferentes daqueles que visam fortalecer os direitos das mulheres. A expressão saúde do homem pode vir ao encontro de uma política contemporânea, que preconiza a superação do modelo de mulher e saúde para o de gênero e saúde. Tal política tem sua deficiência na implantação, pois a atuação profissional se da no momento em que estruturas já foram estabelecidas e amadurecidas. Há necessidade de posições mais rígidas por parte dos governantes para colocar realmente em funcionamento o que explicitado na PNAISH, para que se feche esta lacuna que existe na atenção primária a saúde no Brasil.

Referência

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