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O nível de lesões no salto em distância

Las características de las lesiones en el salto en largo

 

*Profa. Dra. do Programa de pós-graduação stricto senso

em Letras e Ciências Humanas – UNIGRANRIO – Duque de Caxias

Coordenadora do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Representações Sociais

na/para Formação de Professores - LAGERES

**Professora de Educação Física

***Professora de Educação Física

****Graduando do curso de Bacharelado em Educação Física – UNIGRANRIO – Duque de Caxias

Membro do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Representações Sociais

na/para Formação de Professores – LAGERES. Aluno de Iniciação Científica

Prof. Dra. Cristina Novikoff*

c_novikoff@yahoo.com.br

Elis Soares Bernardino**

Juliette Salles dos Santos***

Felipe da Silva Triani****

felipetriani@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O atletismo é um esporte considerado um dos mais antigos, pode-se dizer que seus movimentos são explorados desde a existência dos homens, ou seja, se iniciou com os ancestrais que já os utilizavam por conta da constante luta pela sobrevivência. É um esporte no qual se utiliza de movimentos básicos como andar, saltar, correr e arremessar. O salto em distância é uma das modalidades do atletismo, onde seu salto é realizado em projeção horizontal, sendo composto por fases. Com o aumento de praticantes na modalidade foi verificado um elevado nível de lesão em atletas de salto em distância devido ao impacto no solo que realizam na hora do salto. É necessário verificar o número de lesões não só para controlar, mas também para preveni-las, bem como, para contribuir no aumento do desempenho esportivo, sobretudo na qualidade de vida do atleta. Diante disso, o objetivo deste estudo foi verificar na literatura referente à educação física, o nível de lesão em atletas de salto em distância. Para atingir esse objetivo, adotou-se o estudo do tipo qualitativo, de cunho bibliográfico, nele foram selecionados 10 artigos relacionados ao salto em distância e os tipos de lesões, a fim de verificar os níveis de lesões no salto em distância, os teóricos e os métodos de estudos. Os resultados apontam que o atletismo e o desporto com maior nível de lesões, sendo o salto em distância responsável pela maior parte delas devido ao impacto repetitivo na articulação dos joelhos. Logo, conclui-se que os atletas de salto em distância sofrem um nível alto de lesões esportivas, principalmente na região dos joelhos.

          Unitermos: Atletismo. Salto em distância. Lesões desportivas.

 

Resumen

          El atletismo es un deporte considerado uno de los más antiguos; se puede decir que sus movimientos son explorados desde la existencia del hombre, es decir, se inició con los antepasados que los han utilizado, debido a la constante lucha por la supervivencia. Es un deporte que utiliza movimientos básicos como caminar, saltar, correr y lanzar. El salto de longitud es uno de los tipos de atletismo, donde el talón se mantiene en proyección horizontal, que comprende distintas fases. En la práctica del método de aumento se observó un alto nivel de lesiones en los atletas de salto de longitud debido al impacto en el suelo en el momento de la realización de salto. Es necesario verificar el número de lesiones no sólo para controlar, sino también para contribuir a aumentar el rendimiento deportivo, sobre todo en la calidad de vida del atleta. Por lo tanto, el objetivo de este estudio fue evaluar en la literatura vinculada con la Educación Física, el nivel de lesiones en atletas de salto. Para lograr este objetivo, hemos adoptado un estudio cualitativo bibliográfico, seleccionando 10 artículos relacionados con el salto de longitud y el tipo de lesiones con el fin de comprobar los niveles de daño en el salto de longitud, en los teóricos y en los métodos de estudio. Los resultados muestran que el atletismo es el deporte con el más alto nivel de lesiones, y el salto de longitud es responsable de la mayor parte de ellos debido al impacto repetitivo de las articulaciones de rodilla. Por lo tanto, se concluye que los atletas de salto de longitud sufren un alto nivel de lesiones deportivas, especialmente en las rodillas.

          Palabras clave: Atletismo. Salto en largo. Lesiones deportivas.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 183, Agosto de 2013. http://www.efdeportes.com

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Introdução

    O atletismo é um esporte onde há presença de elementos básicos como correr, saltar, arremessar e lançar. E sua diversidade de provas é uma característica singular pelo qual os atletas necessitam de condições específicas de treinamento para a execução de tais elementos citados.

    Uma modalidade a ser abordada exclusivamente neste estudo são as provas de salto em distância, como em qualquer outra modalidade exige bastante do atleta, a mesma é executada em fases, onde há uma fase de aproximação, seguida da fase aérea, visando sempre alcançar uma máxima distância. Porém, tais condições de técnica e exigência para almejar tanto o desempenho físico, pode se tornar um fator preocupante, pois a ocorrência de lesões desportivas vem sendo freqüentes, no qual, provavelmente esses incidentes são resultados de exercícios realizados de maneira extenuante ou até mesmo de maneira inapropriada, seja na iniciação ou em altos níveis de rendimento.

    Segundo Kettunen e seus colaboradores (2001), o aumento da demanda de exercícios modernos e competitivos provocou o aumento simultâneo no risco de lesões, causando preocupações, por partes dos indivíduos envolvidos como, os treinadores e atletas.

    Apesar, de o atletismo ser um esporte praticado desde antigamente, é importante tanto para os atletas quanto para os treinadores e profissionais envolvidos ter conhecimento e compreensão dos movimentos humanos, de saber como lidar com as capacidades de suportar e administrar o potencial de adaptação dos atletas. Segundo Pastre e seus colaboradores:

    Há maior taxa de lesão por atleta (l/a), nas provas combinadas (3,5 l/a), seguidas por eventos de velocidade (2,6 l/a), resistência (1,9 l/a) e saltos (1,9 l/a) respectivamente. E foi utilizado como método de coleta de dados o de Inquérito de Morbidade Referida (IMR) (2005).

    Entretanto, mesmo nos dias de hoje onde as ciências e tecnologias já ter tido um avanço na área da saúde, ainda existe um elevado nível de freqüência de lesões desportivas, o que causa preocupação por parte dos profissionais envolvidos, seja eles atletas ou treinadores.

    Contudo, os níveis de lesões desportivas possivelmente estão relacionados a vários fatores extrínsecos como, por exemplo, os erros tanto no planejamento como na execução do treinamento e, intrínsecos como o condicionamento físico. Nesse sentido é importante conhecer para talvez, quem sabe, controlar o nível da lesão, pois caso contrário pode-se tornar irreversível o caso. Por isso, diante dos riscos, os atletas e treinadores devem tomar certas precauções, pois se houver um afastamento das atividades, conseqüentemente interrompe o processo de adaptações orgânicas, o que pode levar uma queda no rendimento ou até mesmo o afastamento total do atleta no esporte.

    Diante disso, o objetivo deste estudo foi verificar na literatura referente à educação física, o nível e o tipo de lesão mais freqüentes em atletas do salto em distância.

Atletismo

    O atletismo é um esporte considerado um dos mais antigos. Nele, é considerado os movimentos como andar, correr, saltar e arremessar que são explorados desde a existência dos homens. Conforme Cohen e Abdalla (2005, p. 688) “o atletismo surgiu de uma necessidade humana em resguardar sua sobrevivência utilizando-se de movimentos corporais complexos para abater um animal ou preservar sua integridade física”. Porém, pode-se dizer que o atletismo surgiu e se aprimorou de acordo com a influência da necessidade de executar essas habilidades.

    O atletismo também é chamado de “esporte base” devido a sua característica de representar os movimentos naturais do homem e por servir de base para outros esportes.

    O atletismo se destaca não só pelos movimentos básicos, mas, sim por suas diversas modalidades, ou seja, um esporte com uma diversidade de provas como as de pista, que compreende em corridas rasas, corridas com barreiras ou com obstáculos, saltos, arremesso, lançamentos e provas combinadas (o decatlo e heptatlo); como as corridas de rua, nas mais variadas distâncias, que consiste na maratona e corridas de montanha; e as provas de cross country, que são corridas com obstáculos naturais ou artificiais; e finalmente a marcha atlética. Vale ressaltar que, além de testar os movimentos básicos do homem, o atletismo não exige somente à resistência física do atleta, mas também há uma integração dessa resistência à habilidade física do mesmo.

    Atualmente, ele é conhecido e praticado no mundo todo, pois a exposição dos atletas medalhistas nos Jogos Olímpicos e nas demais competições através de redes de comunicação foi o ponto alvo para esse reconhecimento e, com isso garantiu o aumento dos expectadores e estímulo para praticantes desse desporto. Vale ressaltar que este desporto faz parte do currículo escolar mas, que infelizmente ainda muito pouco difundido nas escolas.

    Enfim, o atletismo é constituído por várias modalidades como: corridas, marcha, lançamentos e saltos, onde é praticado em estádios, em vias públicas ou no campo. No qual, é uma prática que consiste na existência de estratégias e uma técnica implícita, onde também envolve basicamente o bom condicionamento físico do atleta. Porém, devido ao aumento no número de atletas e a exigência constante no desempenho dos mesmos, o atletismo é um esporte em que a ocorrência de lesões vem aumentando.

Salto em distância

    O salto em distância é uma das modalidades do atletismo. E é considerado, dentre outras provas que inclua saltos, uma das mais antigas provas. Pois, esse fato é possível verificar em registros. Segundo Ramos (1980, p. 113 ) “A partir da XIII Olimpíada, o salto em distância foi praticado com halteres, de pedra ou chumbo, de várias formas e de um a três quilos. Julgavam que seu emprego aumentava a extensão do salto”. Atualmente, este procedimento não é mais utilizados nas provas de salto em distância.

    O salto em distância ou salto em projeção horizontal, como também é chamado por alguns autores, é composto pelas seguintes fases: corrida de aproximação, impulsão, vôo ou flutuação e queda ou aterrissagem. No qual o atleta necessita da capacidade de impulsão, habilidade e técnica necessárias para obter o sucesso no seu desempenho final, além de ter que ser um ótimo velocista. Como não é somente nesta prova de salto, mas em todas as provas de atletismo é importantíssimo que o atleta deva se empenhar ao máximo, pois o seu sucesso depende somente dele mesmo. É importante que o atleta se dedique ao máximo no seu tempo de treino técnico, de modo a poder assimilar os movimentos de salto a melhor maneira possível, e o mais importante o de poder formar condições de aproveitamento da velocidade da corrida de modo a sincronizá-la com as fases do salto. Dentre as bases de treinamento utiliza-se o trabalho muscular sendo, considerado base necessária para o desempenho do atleta. Conforme afirma o autor Fernandes:

    Trabalho muscular para melhorar a força: levantamento de pesos, saltitamentos com carga. O levantamento de pesos deve ser utilizado apenas duas vezes por semana, para fortalecer principalmente as pernas (2003, p. 86).

    Pois, caso sua prática seja realizada de maneira inadequada, tanto nos treinos quanto nos momentos das competições, pode ocorrer algum tipo de lesão trazendo vários riscos a seu desempenho final.

Lesões desportivas

    A lesão faz parte da rotina diária dos atletas. Segundo Whiting (2009, p. 2) “lesão é o dano sofrido pelos tecidos do corpo em resposta a um traumatismo físico.” Diante do fato, a influência causada pela lesão interfere diretamente no desempenho dos atletas.

    A ocorrência de lesões no meio esportivo vem crescendo a cada dia, esse fato pode está relacionado a vários fatores extrínsecos e intrínsecos. Apesar dos avanços das ciências e tecnologias ainda existem uma elevada ocorrência de lesões, de modo a preocupar os profissionais envolvidos.

    No salto em distância os fatores de riscos para uma instalação de lesão pode estar relacionados a aspectos como: tempo e método de treinamento, execução inadequada do movimento, e o constante impacto que os atletas dão no solo ao executarem o salto e a queda. Diante desse fato, é importante que os profissionais envolvidos tenham entendimento para identificar e saber controlar as possíveis causas, de modo a tomar medidas preventivas.

    A lesão pode surgir por conseqüência da repetição exaustiva de algum gesto técnico da modalidade, onde não respeitam o período de descanso e recuperação ou até mesmo na execução incorreta de movimento. Segundo Andrews e seus colaboradores (2005), lesão ou o microtrauma repetidos em um mesmo local podem causar um efeito acumulativo que resulta em efeitos negativos para a articulação e suas estruturas. Esse fato pode tornar preocupação, pois caso não tome alguma intervenção tornará irreversível o problema.

Metodologia

    Para o presente estudo foi realizado uma pesquisa de revisão bibliográfica de natureza qualitativa, de modo que foi feito uma seleção de oito artigos e dois livros referentes ao salto em distância e o nível de lesão nos atletas, a fim de verificar os tipos de lesões mais freqüentes com relação às incidências e causas.

    De acordo com os autores que se manifestaram sobre o assunto, segue abaixo a tabela representativa no qual eles apresentam o tipo de lesão com relação às incidências e causas:

Quadro 1. Tipos de lesões com relação às incidências e causas

Resultados e discussões

    O autor Pastre e seus colaboradores (2007), concluiu baseado no seu estudo que, o risco de lesão é acentuado, mas não tem relação entre variáveis para tornar mais agravante o caso, salvo para atletas em provas de salto, que apresentaram estrutura e tempo de treinamento com fatores predisponentes à lesão. Já para o autor Laurino e seus colaboradores (2000, p. 364), “os padrões de lesão variaram em função da modalidade praticada. Os resultados do seu estudo evidenciaram que os praticantes do atletismo apresentam um risco elevado de lesões músculo esquelético”. E por sua vez a autora Tomazoni e seus colaboradores (2011, p. 126-127), percebeu de acordo com seu estudo que: “o atletismo foi o quinto esporte que apresentou maior frequência de lesões. O atletismo diferencia-se das outras modalidades por possuir uma diversidade de eventos na própria modalidade, com características de especificidade na execução dos seus gestos e uma dinâmica que necessita de um ótimo desempenho e exigências fisiológicas de seus atletas. Além disso, pode-se concluir que existe uma carga excessiva sobre a articulação do joelho durante a prática desse esporte”. O autor Figueira, com base nos dados do seu estudo afirma que:

    Dentre em alguns desportos como o atletismo, a prevalência de lesões do tornozelo é superior a 40%. A entorse da articulação tibiotársica (ET) é a lesão mais freqüentes em atletas de alta competição. O principal mecanismo de lesão é a inversão excessiva do tornozelo provocando estiramento ou ruptura de ligamentos do complexo lateral (2010, p. 9).

    De acordo com o autor Almeida (2009, p. 3), “[...] a elevada taxa de incidência das lesões musculares, principalmente, nos isquiotibiais é freqüentes nos desportos explosivos, com consequências importantes no rendimento desportivo dos atletas. Este tipo de lesão ocorre com maior frequência nos desportos do futebol e do atletismo”. Já o autor Ferretti e seus colaboradores (2008, p. 2) afirmam que “a tendinopatia do patelar ou jumper's knee (joelho do saltador) é uma afecção que acomete freqüentemente atletas praticantes de atividades de salto ou aquelas que exigem força de impacto repetitivo”. Já o autor Dandy afirma que:

    No joelho do saltador ocorre na inserção do ligamento no pólo inferior da patela. Onde o paciente não consegue saltar vigorosamente, e o desempenho atlético é afetado. A volta aos esportes é rara dentro de seis meses após o procedimento ser realizado (2011, p. 428).

    E, no entanto, o autor Vaisberg (2011, p. 140) afirma que “a fibromialgia predispõe ao aparecimento de lesões por contratura muscular, sugerimos que ela possa atuar como um mecanismo de indução ao surgimento de lesões musculares de repetição”.

    Já para o autor Lopes e seus colaboradores (1993, p. 709) “o treinamento intensivo produz alterações no plano do músculo e das suas inserções nos núcleos de ossificação secundários”. Podendo por sua vez correr o risco do aparecimento de lesão.

    E por fim, a autora Gonçalves (2005, p. 6) acredita a lesão e a dor são fatores que fazem parte do treinamento e da vida dos atletas. “É possível observar que a dor causada pelas lesões é algo que molesta os atletas, porém não deve ser impedimento para a prática da modalidade.” E também as lesões são um elemento a mais na rotina de treinamento dos atletas para então, chegar ao alto nível de desempenho.

Conclusão

    De acordo com a pesquisa realizada foi possível observar que há um nível elevado e que o maior número de ocorrência de lesões no salto em distância está, situada nos membros inferiores, principalmente nas regiões do joelho. Pode-se dizer que a lesão ocorre devido à frequência de estímulos e o nível de estresse. Podendo variar suas causas conforme os fatores dispostos, dentre eles estão a duração e o tipo de treinamento, a execução inadequada dos gestos, repetição exaustiva e principalmente por estarem constantemente executando o movimento de impacto sobre o solo, além de ser uma atividade que exija ao máximo do atleta. Pois seu sucesso depende exclusivamente do seu desempenho.

    Diante disso, é de extrema importância que os profissionais envolvidos estejam se capacitando para melhor entendimento sobre o movimento humano, suas possibilidades e limites para então quem sabe tentar reduzir essa demanda de lesões, pois todos nós sabemos que os atletas do salto em distância e até mesmo da outras modalidades necessitam de condições específicas para alcançarem seu desempenho máximo, ou seja, para alcançarem o alto rendimento.

    Entretanto ainda é limitado este tipo de estudo, pois há uma grande carência de pesquisas na área de prevalência de lesões. Onde são encontrados poucos estudos que relatam as modalidades esportivas que mais causam lesões musculoesqueléticas, a origem, a classificação e o local anatômico dessas lesões. Porém são recomendados novos estudos relacionados ao tema proposto, com quantitativo maior de autores e pesquisas relacionadas a tal, na intenção de se obter um resultado mais consistente.

Referências bibliográficas

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