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Importância da musculação para portadores de Síndrome de Down

La importancia de la musculación para portadores de Síndrome de Down

 

Curso de Especialização em Fisiologia e Performance

do Exercício Físico – Unitoledo. Araçatuba

(Brasil)

Wanderson dos Santos Trecente

Prof. Me. Sérgio Tumelero

vienawst@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          A partir deste trabalho podemos mostrar benefícios tais como: melhora psicológica, melhora da capacidade física individual, melhora cognitiva e melhora no âmbito social. O indivíduo que apresenta Síndrome de Down (SD) precisa de um acompanhamento ainda maior já que seu corpo apresenta maior flacidez, inclusive nas articulações. A musculação é uma das modalidades de exercício mais praticadas em todo mundo, atualmente, não somente só jovens são adeptos desta modalidade, pois tem sido enormemente recomendada e reconhecida a sua importância para os idosos, cardiopatas e crianças, desde que com algumas adaptações e cuidados. Constatamos que a prática da musculação pode reverter várias complicações na vida do Portador desta Síndrome e que a musculação é uma ótima maneira de tentar solucionar problemas como, redução da flacidez articular, aumento da densidade óssea, melhora cardiovascular, e melhora psicossocial.

          Unitermos: Síndrome de Down. Musculação.

 

Abstract

          From this work we show benefits such as improved psychological improvement of individual physical ability, cognitive improvement and improvement in the social sphere. The individual who has Down syndrome (DS) need a bigger monitor as your body is more sagging, including the joints. Strength training is one of the most practiced forms of exercise in the world, currently, only young people are not only fans of this sport, it has been greatly recommended and recognized its importance for the elderly, and children with heart disease, since with some adaptations and care . We note that the practice of bodybuilding can reverse several complications in the life of this syndrome carrier and that weight training is a great way to try to solve problems such as, reduction of joint laxity, increased bone density, cardiovascular improvement, and improved psychosocial.

          Keywords: Down syndrome. Bodybuilding.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 183, Agosto de 2013. http://www.efdeportes.com

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Introdução

    Muito se fala dos benefícios dos exercícios resistidos ou musculação relacionada à saúde e qualidade de vida e também na melhora da composição corporal de indivíduos em diversas faixas etárias, inclusive de pessoas com patologias como diabetes, obesidade, hipertensão e indivíduos portadores de necessidades especiais como a SD, sendo uma atividade com total controle de intensidade e sobrecarga dos exercícios propostos. É observado na literatura epidemiológica que os portadores de SD necessitam diminuir os níveis de gordura corporal, principalmente por considerar que o sobrepeso e a obesidade estão associados a males à saúde e qualidade de vida (Organização Pan-Americana de Saúde, 2003).

    Os portadores de SD compõem um grupo específico onde se observam prevalências de sobrepeso e obesidade superiores às verificadas em populações adultas consideradas saudáveis. Conforme dados reportados na literatura epidemiológica, cerca de 45,0% dos homens e 56,0% das mulheres com SD apresentam excesso ponderal quando classificados pelo índice de massa corpórea (RUBIN, 1998). Alguns aspectos bem peculiares no estilo de vida de portadores de SD (PRASHER, 1995), estão relacionados com o sedentarismo, o uso de fármacos e os hábitos alimentares desequilibrados, sabendo-se que esses determinantes podem levar ao aparecimento de diversas patologias e/ou distúrbios, dos quais se destaca a obesidade (HENDERSON et al. 2007).

    Nos últimos anos, estudos (MELVILLE et al. 2005; HUSAIN, 2003) vêm procurando enfocar levantamentos na tentativa de fornecer subsídios que possam servir de linha de base na análise de atributos associados ao estado nutricional e composição corporal de portadores da SD. A análise dos compartimentos da composição corporal em qualquer fase da vida pode refletir o status de saúde como também o nível de aptidão funcional. Desse modo, observa-se que estudos (CARMELI et al. 2004; SHEFER et al. 2008) têm ressaltado a importância do treinamento de força, ou popularmente "musculação", na melhora da composição corporal nas diversas idades. Sobre esse foco, pesquisadores (RICHMOND, 2004) destacam o incremento de atividades físicas e esportivas, como a prática de exercícios de musculação, na melhora efetiva da composição corporal. Apesar disso, alguns estudiosos (BRASIL et al. 2001) vêm encontrando em seus trabalhos resultados contrários em relação ao impacto da musculação na composição corporal.

    Atrelado a tais achados, especula-se que algumas limitações nos procedimentos metodológicos, como a falta de supervisão e intensidade no incremento das cargas de treino e a desconsideração do princípio da individualidade biológica, possam influenciar negativamente no binômio "musculação e composição corporal". Os indivíduos com esta síndrome têm, entre outras características, um maior índice de sobrepeso e obesidade se comparados a indivíduos saudáveis, fazendo uso de uma quantidade maior de fármacos e normalmente possuem uma rotina alimentar desequilibrada contribuindo para o surgimento da obesidade.

    O programa de treinamento de musculação, aplicado ao portador de SD promove alterações em vários aspectos relacionados ao condicionamento físico, como aumento da resistência muscular localizada de todos os grupos musculares envolvidos. Proporciona mudanças nas seguintes medidas antropométricas: peso corporal; dobra cutânea subescapular, circunferência do tórax, circunferência da cintura, circunferência do antebraço direito, circunferência do quadril, massa magra, peso: gordura, peso muscular, peso residual, excesso de peso, peso ideal e IMC.

    Dessa forma que o treino envolvendo cargas possibilita ganhos no desempenho e condicionamento físico do portador avaliado, indicando ser uma possibilidade oportuna para melhorar sua qualidade de vida. Em se tratando de uma população restrita, com características e patologias diferenciadas é necessário solicitar estudos envolvendo participantes e treinamentos variados, para que dessa maneira possamos entender melhor os benefícios da atividade física, em específico da musculação, na prevenção e tratamento de patologias desses indivíduos (TONELLO et al. 2007).

    A musculação é uma atividade que possibilita trabalhar a massa muscular dentro de objetivos individuais. Pode-se trabalhar ganho de massa muscular (hipertrofia), definição muscular, aumento de força, reforço muscular, postura, reabilitação pós-lesões e melhora na capacidade de alongamento. Na musculação, podem-se executar os exercícios lentamente tendo acompanhamento do instrutor, sem o compromisso com o ritmo de uma aula de ginástica localizada. O resultado é a execução correta do movimento, qualificando o trabalho. Outra vantagem de fazer musculação é o resultado rápido. Após 1 mês de trabalho, nota-se melhora significativa no aspecto da musculatura.

    Uma grande característica da musculação é sua aplicação como assistente no processo de identificação e tratamento, procurando à correção de problemas de postura, ou estruturas corporais deficitárias, observadas por meio da escoliose, cifose e lordose acentuadas, que em vários aspectos são agravadas pela pouca mobilidade articular, encurtamentos de cadeias musculares, falta de força e por um volume de massa muscular baixa. Estas doenças se desenvolvem durante a infância e adolescência e só serão diagnosticadas muito tarde, na idade adulta ou avançada. Mesmo após anos de inatividade do individuo, conseguimos elevar o estado de condicionamento físico e melhorar a qualidade de vida, inclusive de pacientes com doenças crônicas e incuráveis, por meio da atividade física e musculação. Mesmo quando a limitação dos movimentos corporais for muito grande, nesses casos as adaptações dos exercícios nas máquinas de musculação, tornam-se ainda mais importantes e deve ser aplicada por profissional de Educação Física com habilitação e conhecimento técnico suficiente.

    Para o atendimento destas pessoas torna-se necessário a atualização e a atuação do profissional de Educação Física como treinador personalizado, para auxiliar e acompanhar mais de perto ou exclusivamente o aluno, no desenvolvimento do treino em sala de aula. Os indivíduos portadores de deficiências devem ser ajudados sempre que necessitarem, devendo-se lembrar de que a deficiência não pode ser o motivo, para que este indivíduo receba atenção diferenciada ou tratamento especial. A ajuda para a realização dos exercícios deve ser adaptada e dentro das condições pessoais.

    Os deficientes físicos são capazes de realizar inúmeras tarefas de treinamento, bastando apenas uma adaptação para tal desempenho. O mesmo vale para todos os outros praticantes, ou seja: a ajuda só deve ser aplicada quando estritamente necessária para a realização dos exercícios.

    Segundo Tonello (2007), a musculação é recomendada para portadores da síndrome proporcionando resultados positivos após o treinamento, promovendo aumento na resistência muscular localizada de todos os grandes grupos musculares, como o peitoral, costas, abdome e pernas. Também proporciona ao portador alterações nas suas medidas antropométricas reduzindo o peso de massa corpórea gorda, redução da dobra cutânea subescapular, diminuição da circunferência do tórax, da cintura e dos braços. Os treinamentos de resistência muscular localizado são sempre priorizados buscando sempre conseguir alcançar algumas melhoras nas atividades funcionais do ser humano e no caso específico dos portadores de SD apresenta significativas melhoras no andar, no correr, no brincar, no subir e descer escadas, no passear e no trabalhar.

    A hipertrofia está relacionada diretamente à síntese de componentes celulares, particularmente dos filamentos protéicos que constituem os elementos contráteis. Sabe-se que a intensidade na síntese das proteínas contráteis musculares é muito maior durante o desenvolvimento da hipertrofia do que a intensidade de sua degradação, levando progressivamente a um número maior de filamentos tanto de actina como de miosina nas miofibrilas. Além do espessamento das miofibrilas da célula, novos sarcômeros são formados pela síntese protéica acelerada e, correspondentes reduções no fracionamento protéico.

    Aumentos significativos são observados também nas reservas locais de ATP, fosfocreatina e glicogênio. Além disso, o tecido conjuntivo que envolve as fibras musculares sofre aumento em resposta o treinamento, o que de forma discreta, também colabora com a hipertrofia. (BOMPA, 1998; GENTIL, 2006; MAUGHAN, 2000; McARDLE, 2003).

    Sem dúvida o dano muscular é um fator muito importante para o processo de hipertrofia. Entretanto, ao contrário do que se acreditava há poucos anos, vários outros fatores também possuem papel determinante no aumento da secção transversa das fibras musculares. Acredita-se, portanto, que a hipertrofia seja resultado da soma de vários fatores e diversos mecanismos que a estimulam de forma direta e indireta. O treino de musculação, quando adequadamente prescrito, pode promover o desenvolvimento de vários destes estímulos. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi o de verificar a melhoria na qualidade de vida do portador de SD. Incentivar a prática do exercício para os benefícios de ordem física e social. Observar a melhora da capacidade cognitiva e do controle corporal. O trabalho foi realizado através de pesquisas de ordem bibliográficas, onde foram consultados livros, revistas e periódicos especializados sobre o assunto.

Considerações

    Com base em todos os aspectos que foram abordados no decorrer do presente trabalho, podemos observar que a SD é adquirida por um erro no código genético. Esta Síndrome vem acompanhada de muitos problemas, tanto de aspectos físicos quanto mentais, podendo haver exclusão do p de SD perante a sociedade.

    Pudemos constatar que a prática da musculação pode reverter várias complicações na vida do portador desta síndrome e que a musculação é uma ótima maneira de tentar solucionar grandes problemas como, redução da flacidez articular, aumento da densidade óssea, melhora cardiovascular, e melhora psicossocial.

    Entre os benefícios que foram observados o mais importante é a redução de tecido adiposo (gordura), pois com a redução da gordura diminui o risco de cardiopatias e também aumenta a relação do Portador com a sociedade, melhorando a autoestima, os deixando mais confiantes e alegres.

    De acordo com o presente estudo, a musculação apresenta com um dos fatores importantes na melhora da qualidade de vida dos portadores da SD, lembrando que para sua inclusão na sociedade é necessário que desde criança, o portador de SD conviva com pessoas e crianças sem SD.

Referências

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  • Shefer G, Carmeli E, Rauner G, Yablonka-Reuveni Z, Benayahu D. Exercise running and tetracycline as means to enhance skeletal muscle stem cell performance after external fixation. J Cell Physiol. 2008.

  • Tonello, Maria Georgina Marques et al (2007) Musculação para um aluno com síndrome de down e o aumento da resistência muscular localizada. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, n. 104. http://www.efdeportes.com/efd104/sindrome-de-down.htm

  • Vygostky. Levi Semenovitch. Uma leitura de Vygotsky sobre o brincar na aprendizagem e no desenvolvimento infantil, 1998.

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