Exercício físico: bem estar, depressão e autonomia no idoso Ejercicio físico: bienestar, depresión y autonomía en la persona mayor |
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*Mestrando em Ciências do Exercício
(PPGEF-UGF) (Brasil) |
José Nunes da Silva Filho* Priscila Oliveira da Silva** |
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Resumo Os idosos vêm cada vez mais ocupando um número favorável na população mundial, simultaneamente cresce o número de sedentários, caso preocupante, pois, é no idoso que o processo degenerativo esta mais visível, e quando idoso e sedentário as doenças são categoricamente mais intensificadas e comprometedoras, podendo assim, atenuar o bem estar e capacidade funcional aumentando o índice depressivo no idoso. O objetivo do trabalho é evidenciar o quão a atividade física pode ser benéfica para saúde e qualidade de vida no idoso. Unitermos: Idoso. Exercício físico. Depressão. Autonomia.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 183, Agosto de 2013. http://www.efdeportes.com |
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Introdução
A “terceira idade”, termo criado na França na década de 60, eufemismo com intuito de combater os termos (velho – idoso),quando a França investia no lazer desta faixa etária, onde já percebiam que idosos ativos seriam mais convenientes ao sistema de saúde e finanças, (NERI, 2009).
Embora o Estatuto do Idoso (2003) assegurar como idosos pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos BRASIL (2003, p.09), Mas segundo Velasco (2006, p.15) profissionais das áreas da saúde e do esporte, consideram que a partir dos 45 anos, já apresentam mudanças degenerativas, com alterações físicas, psíquicas, afetivos, sociais e psicomotoras.
O envelhecimento com inatividade é segundo Carvalho Filho e Papaléo Netto (2006, p.03) como um fenótipo representado por vários marcadores como: redução de massa corpórea magra, flexibilidade, densidade mineral óssea (DMO), aspectos psicomotores dentre etc.
Com isso, Silva Filho (2012) quando mostra dados da Organização Mundial da Saúde (0MS, 2008) cria-se um espanto, pois, 31% dos adultos no mundo são insuficientemente ativos, e 3.2 milhões de mortes anualmente são atribuídas à falta de atividade física, ocupando o 04º maior fator de risco a mortalidade global.
Já sabido que as degenerações são presentes nos idosos, torna-se importante saber, que o indivíduo que envelhece de forma ativa, segundo OMS (2011); Bittencourt (2009, p. 205), e Santarém (2012, p.11) apresentam menor risco potencializado no envelhecimento inativo, sendo as mais conhecidas, as doenças sistêmicas como: obesidade, diabetes e hipertensão.
Depressão e atividade física
Através do envelhecimento cronológico, cria-se uma expectativa de que se elevam as doenças mentais de 34% aos 61 anos, para 67% aos 81, e com isso, acarretando um dos fatores preocupantes quanto à repercussão em saúde pública. Entre todas estas doenças, a depressão esta ocupando um lugar de destaque, pois, a mesma apresenta características atípicas na população, causando certa dificuldade para poder diagnosticá-la corretamente, e assim, dificultando a forma de tratamento da insanidade (BOECHAT, 2002, p. 37).
O idoso quando se depara com a realidade de morte e que tudo que construiu acabará, ocorre um grande desinteresse pela vida Rocha (2002, p.107), e com isso, o indivíduo mergulha na depressão, e conseqüentemente este faz com que seu ego reduza abruptamente (MONTEIRO, 2002, p. 10).
Alguns estudos feitos com pessoas idosas praticantes de atividade física mostram que há efeito positivo do exercício físico em relação à depressão. Sendo assim, o índice depressivo pode aparecer numa menor proporção em idosos praticantes de atividade física regular, pois, o que vem possibilitar uma melhoria no aspecto emocional, humor, bem-estar, diminuição de estresse, de ansiedade e da tensão (GOBBI et al, 2003 Apud BALBÉ et al, 2009).
Para Balbé et al (2009),o idoso precisa de melhor atenção e políticas públicas que auxiliam no tratamento da depressão e sedentarismo, e para Andrade; Luft e Mattos (2009) a atividade física melhora: instabilidade emocional, aumento da positividade e humor, autocontrole físico e psicológico, interação social, e independência.
Bem estar e autonomia
O processo de envelhecimento muita das vezes vem acompanhado da perda de autonomia Pereira (2009), e para Guimarães (2009) tomar banho, vestir-se, higiene pessoal, alimentar-se, continência, fazer compras, fazer caminhadas, são atividades básicas que quando atenuadas, provocam maiores níveis, sendo que 10% desta população são dependentes de uma ou mais atividades básicas da vida diária. O envelhecimento gera capacidade de agir de maneira empática, esta que tende a aumentar com a idade, e atitude mais conformista perante a vida, (CARNEIRO e FALCONE, 2008).
Ao ir a algum centro esportivo, a fim de realizar atividades físicas, não traz apenas benefícios físicos, mas também psíquicos e sociais estes que auxiliam na melhora do bem-estar, pois, indo a clubes, não se pratica apenas atividades físicas, mas há uma interação social vista em (falar, comunicar, compartilhar, agrupar, e fazer amizades), trazendo-lhes resultados sociais, afetivos, físicos e psíquicos, e bem-estar, que de certa forma é algo essencial na vida de todos os indivíduos, e não somente na de idosos, (PONT GÉIS, 2003, p.31).
Esta sendo notado estatisticamente que ao participar de atividades físicas regulares, os idosos induzam a uma maior longevidade, podendo alcançar em média cerca de 90 anos, (SHEPHARD, 2003, p. 300). Para Jacobi Filho (2009) a redução funcional e mobilidade estão relacionadas à falta de atividade física, e que a escolha da mesma como procedimento terapêutico, poderá reverter sérios problemas.
Sustentando a importância da atividade física, “O conceito antigo, preconizado por Hipócrates há quase 2.500 anos, de que as partes do corpo que se mantém ativas envelhecem com saúde enquanto as inúteis ficam doentes e envelhecem precocemente”, (JACOBI FILHO, 2009).
Tendo em vista que são inúmeros benefícios vindouros da atividade física para indivíduos idosos, fica nítido dizer que a pratica regular de exercícios auxilia e muito na manutenção a saúde dos idosos; e por conseqüência disto, torna-se justo afirmar que a atividade física quando corretamente trabalhada aumenta significativamente o potencial funcional, e aumenta consideravelmente o bem-estar destes, reduzindo assim índices depressivos.
Referências
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BITTENCOURT, V.F et al. Redução e manutenção da pressão arterial através de exercícios resistidos com pesos. Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Vol. 8 Núm. 4 - Out.Dez. 2009: 205-211.
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BOECHAT, Norberto. Depressão no Idoso: Aspectos Clínicos. In MONTEIRO, Dulcinéia da Mata Ribeiro. Depressão e Envelhecimento: Saídas Criativas. Rio de Janeiro: Revinter, 2002. p. 37-44.
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CARVALHO FILHO, Eurico Thomaz de; PAPALÉO NETTO, Matheus. Geriatria: Fundamentos, clínica e terapêutica. São Paulo: Atheneu, 2006.
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MONTEIRO, Dulcinéia da Mata Ribeiro. Depressão e Envelhecimento: Saídas Criativas. Rio de Janeiro: Revinter, 2002.
NERI, Anita. Gerontologia estuda o movimento de forma global. Disponível em: http://www.comciencia.br/entrevistas/envelhecimento/neri.htm. Acessado em: 04.mar.2009.
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PONT GÉIS, Pilar. Atividade Física e saúde na terceira idade: teoria e prática. 5. ed. Tradução Magda Schwartzhaup Chaves. Porto Alegre: Artmed, 2003.
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VELASCO, Cacilda Gonçalves. Aprendendo a envelhecer: À luz da psicomotricidade. São Paulo: Phorte, 2006.
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