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Bullying e Educação Física

Bullying y Educación Física

Bullying and Physical Education

 

Graduado em Educação Física. AEMS, Três Lagoas, MS

(Brasil)

Thiago dos Santos Valentim

tvs_3lagoas@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo deste artigo é discutir a problemática do Bullying no âmbito escolar da Educação Física. Para tanto, foi realizado um estudo exploratório que utilizou pesquisa bibliográfica. O fenômeno Bullying compreende todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas de maneira insistente e perturbadora, que ocorrem sem motivação evidente e de forma velada, sendo adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s), dentro de uma relação desigual de poder. Este tipo de violência se manifesta, sutilmente, sob a forma de brincadeiras, apelidos, trotes, gozações e agressões físicas. Com relação às maneiras que os alunos se envolvem com o Bullying, eles são classificados em alvos, alvos/autores, autores e testemunhas. Considera-se, como uma primeira estratégia, a identificação desses casos por parte do corpo docente de educação física. Para a identificação, o primeiro ponto é analisar quais papéis os alunos representam, ou seja, como os alunos se envolvem com o Bullying. Uma vez identificados, um bom recurso para combatê-lo é aplicar conceitos da ética e da axiologia às atividades desenvolvidas em aulas de educação física. Outras estratégias relevantes para a prevenção desse fenômeno seriam a elaboração e a utilização, em aulas de educação física, de materiais impressos, como livros infantis, infanto-juvenis, gibis e literatura de cordel, que discutam criticamente o Bullying. Conclui-se que, na área da educação física, não há indícios da existência de programas educacionais brasileiros voltados para a identificação, prevenção e controle deste tipo de violência. Por este motivo, é necessário que o professor de educação física desenvolva estratégias para prevenção desse fenômeno durante toda a educação básica, desde a educação infantil até o último ano do ensino médio.

          Unitermos: Bullying. Violência. Agressão. Estratégias de intervenção. Educação Física na escola.

 

Abstract

          The purpose of this article is to discuss the issue of Bullying in the school of Physical Education. To this end, we conducted an exploratory study that used literature. The bullying phenomenon comprises all forms of aggressive attitudes, intentional and repeated so insistent and disturbing that no evident reason and covertly, been adopted by one or more students against another (s), within an unequal power relationship . This violence manifests itself subtly in the form of jokes, nicknames, pranks, taunts and physical attacks. In the ways that students engage with the Bullying, they are classified into targets, targets / authors, authors and witnesses. It is considered as a first approach, identification of these cases by the faculty of physical education. For identification, the first point is to examine what roles students represent, ie, how students engage with Bullying. Once identified, a good resource to combat it is to apply concepts of ethics and axiology to activities in physical education classes. Other relevant strategies for prevention of this phenomenon would be the development and use in physical education classes, printed materials, such as children's books, children and youth, comic books and pamphlet literature, to discuss critically Bullying. We conclude that, in the area of physical education, there is no evidence that the Brazilian educational programs aimed at the identification, prevention and control of this type of violence. For this reason, it is necessary that the physical education teacher to develop strategies for prevention of this phenomenon throughout basic education, from kindergarten to senior year of high school.

          Keywords: Bullying. Violence. Aggression. Intervention strategies. Physical Education in school.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 183, Agosto de 2013. http://www.efdeportes.com

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Introdução

    Nas distintas idades da humanidade, a violência pode ser caracterizada como um problema crônico e recorrente. Ao se eleger um assunto que ocupe, atualmente, um lugar especial nas conversas cotidianas, pode-se apontar, sem medo de errar, a agressão e a violência humana. Estas, sem dúvida, são os assuntos mais veiculados em manchetes de jornais e revistas, em programas de televisão e de rádios, em filmes e em livros de sucesso (Rodrigues, Assmar e Jablonski, 2000).

    Infelizmente, cenas de assaltos, guerras, seqüestros, ofensas, brigas, atos de vandalismo e crimes já se tornaram naturais em muitos países, sociedades e regiões. Não importando mais o ambiente (familiar, escolar, social, hospitalar ou religioso), a idade (bebês, crianças, jovens, adultos ou idosos), o sexo, as condições sociais (classes baixa, média ou alta), psicológicas e físicas (portadores ou não de necessidades especiais) das pessoas.

    Assim, a violência é um mal a ser entendido sob uma óptica multifatorial e, nesta perspectiva, deve ser analisada por diferentes profissionais, como filósofos, sociólogos, biólogos, psicólogos, cientistas políticos, juristas, psiquiatras e professores.

    Hoje, sabe-se que essa forma de violência, não visualizada, vem se difundindo e alcançando proporções preocupantes. Por exemplo, quem já não foi vítima de apelidos pejorativos constantes, de brincadeiras agressivas na época escolar e de ser perseguido por alguns colegas, aparentemente sem justificativa alguma? Com isto, muitas crianças, perseguidas e rotuladas negativamente, são excluídas de brincadeiras, de times de futebol, de grupos de trabalho da escola, de círculos de amizades, guardando, assim, lembranças negativas da época escolar. Este tipo de violência denomina-se atualmente por Bullying.

    Em princípio, trata-se de um problema mundial, sendo encontrado em toda e qualquer escola, não estando restrito a nenhuma instituição; primária ou secundária; pública ou privada; rural ou urbana; católica, metodista, evangélica, espírita ou demais religiões. Pode-se afirmar que as escolas que não admitem a ocorrência de Bullying entre seus alunos desconhecem o problema ou se negam a enfrentá-lo.

    Ciente deste problema, indaga-se: como o corpo docente de educação física lida com esse tipo de violência na escola? Quais são as suas contribuições para se evitar e se combater o Bullying?

    Dito isso, o objetivo deste artigo é discutir a problemática do Bullying no âmbito escolar da educação física. Para tanto, elaboramos as seguintes questões que norteiam esta investigação:

    Espera-se, com este artigo, oferecer um pequeno referencial teórico a acadêmicos e Professores de educação física que se preocupam com os níveis atuais de violência que atingem as escolas, principalmente as públicas.

    Atitudes aparentemente inofensivas podem causar sérias conseqüências na vida de uma pessoa, como, por exemplo, a violência psicológica, que pode levar suas vítimas a uma grande infelicidade. A disseminação da violência no mundo se agravou de tal modo, que nas instituições escolares, onde se promove os pilares da cidadania, esta, está passando despercebida. A violência chega à escola de forma discreta e/ou velada e, muitas vezes, não é detectada pelos adultos. Colocar apelidos, ofender, “zoar”, gozar, encarnar, “sacanear”, humilhar, fazer sofrer, discriminar, excluir, isolar, intimidar, assediar, dominar, agredir, roubar, quebrar pertences etc. são características associadas à violência simbólica que recebe o nome de Bullying (LOPES NETO, 2003)

    A palavra Bullying em inglês quer dizer tirano, brigão, porém não tem tradução para a língua portuguesa e significa causar dor e angústia através de uma relação desigual de poder. Bullying compreende todas as atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais estudante contra outro(s) (LOPES NETO, 2005).

Histórico

    O Bullying começou a ser pesquisado na Europa, durante a década de 90, quando na Noruega descobriram o que estava resultando nas inúmeras tentativas de suicídio entre os adolescentes. A partir de então, foram realizadas inúmeras pesquisas e campanhas para reduzir os casos de comportamentos agressivos nas escolas.

    Cleo Fante ao descrever o histórico do fenômeno diz que foi o professor Dan Olweus, pesquisador da Universidade de Bergen, na Noruega, que relatou os "primeiros critérios para detectar o problema de forma específica, permitindo diferenciá-lo de outras possíveis interpretações, como incidentes e gozações ou relações de brincadeiras entre iguais, próprias do processo de amadurecimento do indivíduo" (2003, p. 45).

    Percebemos então que o fenômeno Bullying está ocorrendo nas escolas do mundo inteiro, inclusive no Brasil, apesar de não termos muitas pesquisas e estudos referentes a este assunto. Alguns estudos da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (ABRAPIA), nos mostram que nas escolas brasileiras o Bullying apresenta índices superiores aos países europeus.

    Esses estudos da Abrapia (2002) apontam uma diferença em relação aos dados internacionais, pelo fato "de que aqui os estudantes identificaram a sala de aula como o local de maior incidência desse tipo de violência, enquanto, em outros países, ele ocorre principalmente fora da sala de aula, no horário do recreio"

    A educação física é uma disciplina que não tem sido poupada pelas manifestações de violência e as brigas geralmente começam por motivos banais, como uma discussão por causa de uma rixa desportiva. No Rio de Janeiro, um triste exemplo a lembrar é o do estudante de classe média que, na saída de um jogo de um campeonato inter colegial de futebol, sacou uma arma e descarregou-a contra seus ex-colegas do colégio em que estudara e que o provocavam. Mais recentemente, em São Paulo, um estudante de 15 anos matou um colega dando prosseguimento a um desentendimento que começou durante a aula de educação física (Faria Junior e Faria, 1999: 376).

    Cabe lembrar que o Bullying, visto como objeto de estudo, é caracterizado como um fenômeno recente (Lopes Neto e Saavedra, 2003; Fante, 2005). No entanto, se for analisado como ato, ele já aparecia em relatos literários da vida escolar, como em "Os Dias Escolares de Tom Brown" (Tom Brown’s Schooldays), clássico relativo à época da Rainha Vitória, na Inglaterra.

    Bullying compreende todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas (de maneira insistente e perturbadora) que ocorrem sem motivação evidente e de forma velada, sendo adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s), dentro de uma relação desigual de poder. Este fenômeno se manifesta, sutilmente, sob a forma de brincadeiras, apelidos, trotes, gozações e agressões físicas (Lopes Neto e Saavedra, 2003; Fante, 2005).

Classificação dos alunos envolvidos com o Bullying

Alvos (vítimas)

    São alunos(as) que somente sofrem Bullying. Normalmente, não dispõem de recursos, status ou habilidade para reagir ou fazer cessar os atos danosos. São, geralmente, pouco sociáveis, inseguros e têm problemas para se adequarem a grupos de alunos. Apresentam aspecto físico diferenciado dos padrões impostos por seus colegas (magro e/ou gordo) e têm pouco rendimento nos esportes e em lutas devido à coordenação motora pouco desenvolvida.

    A baixa auto-estima é agravada por intervenções críticas ou pela indiferença dos adultos sobre seu sofrimento. Alguns crêem serem merecedores do que lhes é imposto. Têm poucos amigos, são passivos, quietos e não reagem efetivamente aos atos de agressividade sofridos.

Figura 1. Alvo de Bullying

Alvos/autores (vítimas agressoras)

    São os (as) alunos(as) que ora sofrem, ora praticam Bullying.

    Habitualmente, esses alunos, que passaram por situações de sofrimento na escola, tendem a encontrar indivíduos mais vulneráveis que eles para transferir as agressões sofridas (Fante, 2005; Programa, 2005).

Figura 2. Alvo/autor de Bullying

Autores (agressores)

    São os (as) alunos (as) que só praticam Bullying.Os autores são indivíduos que têm pouca empatia.Além disso, são mais fortes do que seus colegas de classe, o que lhes dá vantagem em determinadas brincadeiras, esportes e lutas. Freqüentemente, pertencem a famílias desestruturadas, nas quais há pouco relacionamento afetivo entre seus membros. Seus pais e/ou responsáveis exercem sobre eles uma deficitária supervisão, além de, muitas vezes, oferecerem comportamentos violentos como modelo para solucionar conflitos, o que os leva a já apresentarem indícios de mau-caratismo e a adotarem condutas anti-sociais, como roubo, vandalismo e o uso de álcool e nicotina (Lopes Neto e Saavedra, 2003; Fante, 2005; Programa, 2005).

Figura 3. Autor de Bullying.

Testemunhas (espectadores)

    São os (as) alunos (as) que não sofrem nem praticam Bullying, mas convivem em um ambiente onde isso ocorre. As testemunhas, representadas pela maioria dos alunos, convivem com a violência e se calam em razão do temor de se tornarem as “próximas vítimas”. O medo, a dúvida sobre como agir e a falta de iniciativa da escola são fatores que acabam promovendo um clima de silêncio e de omissão nas testemunhas.

    O rendimento escolar destes alunos poderá decrescer, uma vez que passam a considerar a escola como um espaço inseguro. (Lopes Neto e Saavedra, 2003; Fante, 2005; Programa, 2005).

Figura 4. Testemunhas de Bullying

Principais conseqüências do Bullying

Alvos

    Em geral, ficam amedrontados, estressados e com um quadro de baixa auto-estima, capacidade mínima de auto-aceitação e auto-expressão, podendo até desenvolver doenças de origem psicossomática. Muitos alunos passam a ter baixo desempenho escolar, resistem ou recusam-se a ir para a escola, chegando a simular doenças. Sentem-se infelizes, sofrem com o medo, desenvolvem quadro de depressão e ansiedade. Trocam de colégio com freqüência e/ou abandonam os estudos. Há jovens com extrema depressão e que se sentem tão oprimidos que acabam tentando ou cometendo o suicídio. Além disto, podem atingir a vida adulta com os mesmos problemas, tendo dificuldades para se desenvolverem e se adaptarem ao ambiente de trabalho (LOPES NETO e SAAVEDRA, 2003).

Autores

    Admite-se que os alunos que praticam o Bullying têm grande probabilidade de se tornarem adultos com comportamentos anti-sociais e violentos (por exemplo, brigas freqüentes e lesões relacionadas a estas, porte de armas), podendo vir a adotar, inclusive, atitudes delinqüentes e/ou criminosas (LOPES NETO e SAAVEDRA, 2003).

Testemunhas

    Apesar de não sofrerem as agressões, diretamente, muitos alunos podem se sentir incomodados com o que vêem e inseguros sobre o que fazer. Alguns reagem negativamente diante da violação de seu direito a aprender em um ambiente seguro, solidário e sem temores. Tudo isso pode influenciar negativamente sua capacidade de progredir acadêmica e socialmente (LOPES NETO e SAAVEDRA, 2003).

Pesquisa/gráficos

    A questão numero 1 foi elaborada para reconhecer através da pesquisa a ocorrência do Bullying entre Meninos e Meninas.

    Grafico 1 classifica manifestos de Bullying por gêneros, constata se que 63% ocorrem entre meninos e 37% meninas.

    A questão numero 2 procurou se reconhecer os alunos que sofreram agressões verbais, físicas ou materiais classificando as vitimas de Bullying.

    Pode se verificar que durante as aulas os alunos que não são vitimas de boatos, xingamentos ou agressões são 19% das opiniões, mas isso não indica que isso não pode ocorrer uma vez que 22% indicam que raramente foram vitimas dessas agressões, 33% várias vezes e 26% sempre. Com o total de vitimas em 81%.

    A questão numero 3 procurou verificar se os alunos que se envolveram em agressões verbais, físicas ou materiais classificando os Agressores ou Vitimas/agressoras no fenômeno Bullying.

    O gráfico 3 expõe que 11% admitem que já agrediram colegas, e 22% afirmam que ocorre varias vezes,percentual baixo de afirmações podem ter ocorrido por receio de punição ou vergonha na hora da entrevista, 31% Raramente e 36% Nunca, totalizando 64% de Agressores ou Vitimas/Agressoras.

    A questão numero 4 houve a tentativa de identificar os alunos que são Testemunhas do fenômeno Bullying.

    Neste podemos constatar que 15% afirmam serem testemunhas de Bullying, 25% afirmam que várias vezes presenciaram o fenômeno, 42%% declararam que raramente foram presenciados e 18% nunca presenciaram. Totalizando 82% de testemunhas de atos de agressões.

    Na questão número 5 houve a tentativa de identificar de acordo com os alunos onde se localiza a concentração de agressões.

    Podemos verificar que 26% dos atos são em aulas de Educação Física, 29% foram identificados em sala de aula e 45% no recreio. Avalia se que a maioria dos incidentes foram no horário do recreio.

    Na questão número 6 tentamos identificar a reação dos professores perante as agressões

    O gráfico expõe que 42% Tenta resolver o problema, 32% leva todos para direção ou coordenação, 15% não faz nada, afinal ele não percebe, 7% finge que não percebe, 3% faz brincadeira sobre a situação, 1% não ouve resposta. Totaliza se que 74% dos professores tentam resolver o problema de qualquer forma encaminho para coordenação ou direção.

Discussão

    Os dados qualitativos referentes ao questionário proposta para os alunos do Projeto CRASE coração de mãe foram transcritos, analisados, interpretados e comparados. Houve uma interpretação e apresentação dos dados quantitativos e através de gráficos e uma analise descritiva.

    As respostas obtidas nos questionários foram apresentadas de acordo com os objetivos iniciais da pesquisa. Foram feitas analise dos questionários entregue para os alunos no intuito de identifica possíveis casos de Bullying nas aulas de educação física no Projeto CRASE coração de mãe. A comparação das respostas dos alunos a auto percepção dos professores de educação física frente à violência escolar durante as aulas.

    Embora os professores se considerem conhecedores do assunto, mostraram-se distantes com respeito aos problemas que ocorrem, assumindo uma postura ora autoritária, ora de omissão, ocasionadas por não saberem como intervir. O professor tem papel fundamental na prevenção e combate ao Bullying, porém se ele adota uma postura ausente e não interfere nestes atos agressivos, o fenômeno continua presente.

    Adotar estratégias de prevenção, bem como detectar precocemente o problema Bullying parece ser a maneira mais adequada para reduzir a chance de que este e outros problemas, como, as dificuldades emocionais e de aprendizagem sejam desenvolvidos. Logo, deve-se preocupar com a capacitação e a formação continuada dos professores, dando-lhes subsídios para conhecer melhor e saber como intervir e diminuir os casos de Bullying, assumindo, uma postura crítica diante do problema.

    Nesta seção, são descritas algumas atividades que podem atuar diretamente na redução, no controle e, até mesmo, na prevenção de atitudes de Bullying. Para tanto, são citados apenas os trabalhos de Puig (1999), Marqueset al. (2006), Lopes Neto e Saavedra (2003), Fante (2005) e Oliveira e Votre (2006). Outros referenciais teóricos de Educação, Educação Física, Filosofia, Psicologia e Sociologia trarão, sem dúvida, contribuições para a elaboração de atividades aplicadas à Educação Física.

Conclusão

    No âmbito internacional, as estratégias de combate ao Bullying estão mais consolidadas nas escolas e, também, mais desenvolvidas no contexto acadêmico.

    Todos os projetos e programas educacionais brasileiros que combatem e previnem a violência escolar, até onde esta pesquisa avançou, dão maior enfoque à violência explícita. Na realidade, ainda são reduzidos os programas educacionais que objetivam atuar sobre o fenômeno Bullying.

    Para que as estratégias de intervenção do Bullying sejam eficazes, devem ser incluídos, além dos alunos, o corpo docente, os funcionários da escola, os familiares e a comunidade do entorno.

    O professor de educação física deverá iniciar estratégias para prevenção deste problema desde a educação infantil, uma vez que “a literatura estrangeira mostra que, quanto mais precoces sejam as intervenções, melhores são os resultados quanto à redução e ao controle de Bullying nas escolas” (Lopes e Saavedra, 2003: 119).

    Através dos dados podemos concluir que há casos de Bullying no colégio e que eles acontecem tanto em outras partes do colégio quanto nas aulas de Educação Física. Porém, a freqüência com que o Bullying acontece, é em uma escala bem menor do que em outras partes do colégio, como foi revelado pelas crianças. Esse problema acontece por vários motivos, como por exemplo: Intolerância as diferenças relacionadas à aparência física; condição financeira; local onde mora; comportamento etc.

    Podemos afirmar como no estudo da ABRAPIA (2002), que o Bullying causa inúmeros problemas às vítimas como: Raiva; tristeza; revolta e culpa. O importante agora, é que algo deve ser feito para trabalharmos o Bullying, auxiliando e discutindo no ambiente escolar, não só com as vítimas, mas com os autores e as testemunhas, os problemas que podem vir a ser causados e como esse processo podem ser revertidos, para que em fim, o Bullying seja sanado dentro das instituições de ensino, e esta, consiga desenvolver o seu verdadeiro papel, o de promover a educação e transformar a criança em um ser sociável.

    Uma vez iniciadas, na educação infantil, estas estratégias de prevenção e de controle ao Bullying deverão acompanhar o estudante pelas etapas de ensino fundamental e médio, sendo inseridas como conteúdo específico da disciplina de educação física.

Referências bibliográficas

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