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Prática de exercício físico em diabéticos de uma

 associação de apoio do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil

La práctica del ejercicio físico en diabéticos de una asociación de asistencia del Estado de Río Grande do Sul, Brasil

Physical exercise practice among diabetics of a support association of the State of Rio Grande do Sul, Brazil

 

Faculdade de Educação Física

Centro Universitário Metodista IPA

Porto Alegre, RS

(Brasil)

Anderson da Silva Garcez

adsgarcez@gmail.com

Maristela Padilha de Souza-Rabbo

maristela.padilha@metodistadosul.edu.br

 

 

 

 

Resumo

          A prática regular de exercício físico é um fator comportamental importante no controle do diabetes, consistindo em um dos pilares do seu tratamento. Nesse sentido, este estudo teve como objetivo descrever a prática de exercício físico e suas características em um grupo de diabéticos de uma associação de apoio do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Utilizou-se como método um estudo do tipo transversal, de caráter descritivo quantitativo, com uma amostra de 32 diabéticos. O instrumento de coleta de dados utilizado foi um questionário padronizado e pré-testado. Dentre os resultados encontrados, verificou-se uma média de 60,6 anos (desvio padrão [dp] = 11,5 anos) para a idade, de 27,3 kg/m2 (dp = 4,2 kg/m2) para o Índice de Massa Corporal (IMC) e de 11,8 anos (dp = 11,3 anos) para o tempo de diagnóstico do diabetes. Verificou-se, também, um predomínio de participantes portador de diabetes do tipo 2 (91% [29 de 32]) e que fazem uso de medicamento para controlar a glicemia (88% [24 de 32]). Em relação à prática de exercício físico, 75% dos diabéticos (24 de 32) reportaram praticar exercício regularmente. Dentre as características dos exercícios praticados, a maioria, 67% (16 de 24), referiu praticar caminhada como modalidade, 79% (19 de 24) praticava três vezes ou mais por semana, 100% (24 de 24) praticava no mínimo 30min em cada sessão, 54% (13 de 24) o classificava de intensidade leve e 75% (18 de 24) praticava a mais de um ano. Portanto, conclui-se que a amostra de diabéticos estudada apresentou um perfil ativo quanto à prática de exercício físico, sendo o mesmo praticado com regularidade e de acordo com as recomendações propaladas para o controle do diabetes. Assim, a participação em associações de apoio pode contribuir para a prática de exercício físico visando o tratamento do diabetes.

          Unitermos: Exercício físico. Diabetes mellitus. Associação de apoio.

 

Abstract

          The regular practice of physical exercise is an important behavioral factor in diabetes control, consisting in a pillar of his treatment. Thus, this study aimed to describe the practice of physical exercise and its characteristics in a group of diabetics of a support association of the State of Rio Grande do Sul, Brazil. The method used was a cross sectional study, with quantitative descriptive character, contemplating a sample of 32 diabetics. The data collection instrument was a questionnaire standardized and pre-tested. Among the findings, there was an average of 60.6 years (standard deviation [sd] = 11.5 years) for age of 27.3 kg/m2 (sd = 4.2 kg/m2) for Body Mass Index (BMI) and 11.8 years (sd = 11.3 years) to the time of diagnosis of diabetes. There is also a dominance of participants with diabetes type 2 (91% [29 of 32]) and making use of drug to control blood glucose (88% [24 of 32]). Regarding physical exercise, 75% of diabetics (24 of 32) reported regular exercise. Among the characteristics of the exercises performed, the majority, 67% (16 of 24) reported practicing walking as a modality, 79% (19 of 24) practiced three times a week or more, 100% (24 of 24) practiced at least 30 minutes in each session, 54% (13 of 24) classifying the intensity of light and 75% (18 of 24) practiced more than one year. Therefore, we conclude that the sample of diabetics studied had an active profile on the physical exercise, the same being practiced regularly and in accordance with the recommendations divulged to control diabetes. Thus, participation in support associations can contribute to physical exercise targeting the treatment of diabetes.

          Keywords: Physical exercise. Diabetes mellitus. Support association.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 18 - Nº 182 - Julio de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O Diabetes Mellitus, também denominado simplesmente de diabetes, é um distúrbio metabólico crônico-degenerativo caracterizado por níveis elevados de açúcar no sangue (hiperglicemia) em decorrência de uma produção e/ou utilização inadequada do hormônio insulina, sendo responsável por um grande número de casos de morbidade e mortalidade na população em geral (WHO, 1999).

    No Brasil, conforme dados do Ministério da Saúde (DATASUS, 2001), o índice de prevalência de diabetes na população de 30 a 69 anos é de 7,6 casos por 100 mil habitantes. Na cidade de Porto Alegre este índice é de aproximadamente 9 casos por 100 mil habitantes, sendo o segundo maior índice do Brasil, ficando atrás somente da cidade de São Paulo com cerca de 10 casos por 100 mil habitantes.

    Os principais fatores associados à prevenção da ocorrência de diabetes na população são decorrentes de mudanças dos hábitos comportamentais, como sedentarismo e alimentação/dieta (ERIKSSON e LINDGARDE, 1991). Destaca-se, também, que o exercício físico é um fator de fundamental importância no controle do diabetes, consistindo, assim como o uso de medicamentos e dieta, um dos pilares do seu tratamento (FRAIGE FILHO, 2001). A adoção de uma prática regular e adequada de exercício físico pode contribuir no controle da glicemia sanguínea, aumentando a sensibilidade das células à glicose e agindo como um efeito hipoglicemiante, podendo prevenir ou retardar possíveis complicações e proporcionar uma melhor qualidade de vida (PERSEGUIN et al., 1996).

    Nesse sentido, este estudo teve como objetivo principal descrever a prática de exercício físico e suas características em um grupo de diabéticos de uma associação de apoio do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil.

Método

    Realizou-se um estudo do tipo transversal, de caráter descritivo quantitativo, com uma amostra de diabéticos participantes de encontros mensais educativos promovidos pela Associação Rio-Grandense de Apoio ao Diabético – ARAD. Esta associação, fundada em Abril de 1998 e filiada à Federação Nacional das Associações e Entidades de Diabéticos – FENAD e à International Diabetes Federation – IDF, é uma entidade filantrópica localizada na cidade de Porto Alegre, capital do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Sua principal missão é apoiar o portador de diabetes e familiares buscando qualidade de vida.

    O processo de amostragem foi do tipo não-probabilístico, em que, por conveniência, todos os diabéticos presentes nos encontros da associação de Agosto a Outubro de 2006 foram convidados a participar do estudo. Os critérios de inclusão adotados foram idade a partir de 18 anos e ser diabético (critério adotado devido participação de familiares nos encontros) e como critério de exclusão a não assinatura do Termo de Consentimento Informado pelo participante.

    O instrumento de coleta de dados utilizado foi um questionário padronizado e pré-testado composto por um conjunto de 20 questões contemplando características demográficas, socioeconômicas, do diabetes, do cuidado com a alimentação, do Índice de Massa Corporal - IMC (razão do peso corporal em quilogramas pela altura em metros quadrados; medidas autorreferidas) e da prática de exercícios físicos. Os questionários foram autopreenchidos pelos participantes, com a presença do pesquisador responsável para auxílio em caso de dúvidas no seu preenchimento.

    Os dados coletados foram digitados e analisados no programa Stata. Utilizou-se análise univariada descritiva para a apresentação dos dados, através de medidas de posição, de dispersão e de distribuição de freqüências (média, desvio padrão, freqüência absoluta e relativa/percentual).

    Todos os participantes da pesquisa assinaram um Termo de Consentimento Informado, em duas vias, ficando uma via em poder do participante e a outra com o pesquisador responsável, conforme as Diretrizes e Normas Regulamentadoras para a Pesquisa em Saúde, do Conselho Nacional de Saúde (Resolução 196/96). Obteve-se, também, através de um Termo de Autorização Institucional, o consentimento da diretoria da ARAD para a realização da pesquisa.

    O presente estudo foi aprovado e registrado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Metodista IPA (CEP/IPA) com o protocolo de nº. 0056/2006.

Resultados

    Um total de 32 diabéticos foi incluído no estudo. A média de idade do grupo foi de 60,6 anos (desvio padrão [dp] = 11,5 anos), com idade variando entre 26 e 82 anos, e uma média do Índice de Massa Corporal (IMC) de 27,3 kg/m2 (dp = 4,2 kg/m2), com valor mínimo de 19,0 kg/m2 e máximo de 36,0 kg/m2. A média de tempo de diagnóstico do diabetes apresentado pela amostra foi de 11,8 anos (dp = 11,3 anos), com uma amplitude entre um ano e 43 anos.

    Na Tabela 1 são apresentadas as características gerais do grupo de diabéticos estudado. Verificou-se um predomínio de participantes do sexo feminino (56% [18 de 32]), com nível de escolaridade entre o ensino fundamental e médio (78% [25 de 32]), com renda familiar de até sete salários mínimos (78% [25 de 32]), portador de diabetes do tipo 2 (91% [29 de 32]), com 13 anos ou menos de tempo de diagnóstico (68% [22 de 32]), que fazem uso de algum tipo de medicamento para controle do diabetes (88% [28 de 32]), que procuram controlar a alimentação/dieta (81% [26 de 32]) e que são classificados com sobrepeso ou obesidade pelo IMC (75% [24 de 32]).

Tabela 1. Características dos diabéticos de uma associação

 de apoio do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (n=32)

    Dentre os diabéticos que utilizam medicamento, verificou-se que 68% (19 de 28) fazem uso apenas de hipoglicemiantes orais e que 32% (9 de 28) utilizam hipoglicemiantes e insulina ou apenas insulina (dados não apresentados em tabela).

    Em relação à prática de exercício físico, 75% dos diabéticos (24 de 32) reportaram praticar exercício físico de forma regular (Tabela 1). Diante do resultado encontrado, pode-se inferir que o grupo estudado apresentou um perfil ativo para a prática de exercício físico. Dentre os diabéticos que reportaram não realizar exercício (8 de 32), o motivo mais citado para a sua não realização foi falta de tempo, seguido por não gostar ou se sentir bem ao realizar exercício físico (dados não apresentados em tabela).

    Verificou-se, também, que 88% dos diabéticos (28 de 32) relataram ter recebido orientação sobre a importância da prática de exercício físico por parte de algum profissional da área da saúde. Além disso, dentre os que receberam orientação, 46% (13 de 28) reportaram terem sido orientados por mais de um tipo de profissional, sendo mais citado o médico seguido do nutricionista e profissional de Educação Física (dados não apresentados em tabela).

    Na Tabela 2 são apresentadas as características em relação aos exercícios físicos praticados pelos diabéticos. Dentre aqueles que relataram praticar exercício físico (24 indivíduos), a maior parte 67% (16 de 24), referiu a prática da caminhada como modalidade de exercício. Dentre os demais diabéticos, verificou-se a prática da caminhada e mais outro exercício ou somente a prática de outro exercício incluindo hidroginástica, corrida, musculação, natação, ciclismo, futebol e alongamento.

Tabela 2. Características dos exercícios físicos praticados pelos diabéticos

 de uma associação de apoio do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (n=24)

    Dentre as características dos exercícios praticados, 79% dos diabéticos (19 de 24) reportaram praticar exercício três vezes ou mais por semana, 100% (24 de 24) praticavam exercício por no mínimo 30min em cada sessão, 54% (13 de 24) o classificam de intensidade leve, 75% (18 de 24) o praticam a mais de um ano e 54% (13 de 24) utilizam parques como local de prática. Por outro lado, apenas 25% dos diabéticos (6 de 24) praticava exercício com orientação de um profissional de educação física e 21% (5 em 24) controlava a glicemia para a prática, apesar de quase todos, 97% (23 de 24), perceberem benefícios e melhora da saúde com a prática de exercício físico (Tabela 2).

Discussão

    Perante os resultados encontrados, primeiramente em relação às características gerais do grupo de diabéticos pesquisado, alguns apontamentos tornam-se importantes.

    Segundo Wild et al. (2004), a prevalência do diabetes é maior no homem do que na mulher, no entanto, existem mais mulheres com diabetes do que homens, uma vez que se verificou um maior número de mulheres no grupo pesquisado. Além disso, a proporção encontrada nesta pesquisa, quanto ao tipo de diabetes, está de acordo com as proporções verificadas na população em geral (McArdle, Katch e Katch, 2003).

    Verificou-se que quase a totalidade da amostra fazia uso de medicamentos para o controle do diabetes, ou seja, poucos indivíduos conseguem manter uma glicemia estável sem a utilização de medicação apropriada. E, devido a amostra ser predominantemente portadora do diabetes do tipo 2, constatou-se que o tipo de medicamento mais utilizado foi o hipoglicemiante oral, confirmando dados da literatura (Wilmore e Costill, 2001). Referente ao uso de medicamente no controle do diabetes destaca-se que o país dispõe de uma política de distribuição gratuita de medicamentos e materiais necessários à sua aplicação e monitoração, enfatizando como um pré-requisito para a obtenção dos medicamentos a participação em programas de educação para diabéticos (Brasil, Ministério da Saúde, Lei nº. 11.347/2006).

    Os diabéticos apresentaram um perfil pré-obeso, segundo classificação da World Health Organization (WHO, 2004), sendo importante considerar que um excesso de peso corporal pode interferir no controle do diabetes. Destaca-se que a variável IMC apresentada foi determinada através das estaturas e pesos autorreferidos apenas com o objetivo de se verificar um perfil de IMC da amostra. É importante mencionar que não foi utilizado nenhum protocolo de mensurações antropométricas para a referente variável apresentada. Apesar dos diabéticos terem apresentado uma média de IMC classificada como pré-obesa, podemos considerar que o grupo avaliado relatou controlar a alimentação/dieta, o que é um ponto importante para o controle do diabetes (FRAIGE FILHO, 2001).

    Embora não tenha sido realizada uma análise de associação entre prática de exercício físico e controle da alimentação, a literatura destaca que a combinação de exercício físico e dieta pode ser o suficiente para eliminar a necessidade de insulina ou de medicação oral utilizada para estimular a secreção de insulina. Os diabéticos do tipo 2 geralmente não apresentam as mesmas flutuações da glicemia que os do tipo 1 durante o exercício, no entanto, aqueles que utilizam medicações orais para estimular a secreção de insulina podem ter de diminuir a dose para manter uma glicemia normal (POWERS e HOWLEY, 2000).

    Quase todos os indivíduos analisados relataram ter recebido orientação sobre a importância da prática de exercício físico por algum profissional da área da saúde. O resultado apresentado confere com Nieman (1999), em que os profissionais da área da saúde possuem um papel fundamental no encorajamento de pacientes diabéticos para a prática de exercício físico. Além disso, embora seja plausível que o médico seja o profissional da saúde mais citado como orientador da importância da prática de exercício de físico na amostra pesquisada, já que é um dos profissionais da saúde que mais tem contato com os diabéticos de uma forma geral, destaca-se que é do profissional de Educação Física a responsabilidade pela orientação e prescrição de exercício físico como parte do tratamento do diabético (Dullius e López, 2003).

    Em relação às características dos exercícios praticados, para Cancelliéri (1999), os principais componentes do exercício físico que devem ser cuidados pelos diabéticos são: modalidade, freqüência, duração e intensidade. Além disso, verificamos que os resultados encontrados estão de acordo com as recomendações da American Diabetes Association (ADA, 2004), ao qual enfatiza para os diabéticos uma prática de exercício físico regular, com uma intensidade de 50 a 80% do VO2máx, numa freqüência mínima entre 3 a 4 vezes por semana e duração de 30 a 60 minutos.

    Podemos considerar que a prática de exercício foi regular pelos indivíduos analisados, pois 75% deles relataram praticá-lo a pelo menos um ano. Contudo, a intensidade dos exercícios relatados foi de intensidade leve, o que corresponde a algo em torno de 50% do VO2máx, ou seja, o mínimo recomendado. Quanto à frequência semanal, observamos que aproximadamente 80% dos indivíduos praticavam exercício no mínimo três vezes por semana, ou seja, conforme as recomendações da ADA, assim como a duração das sessões de exercício entre 30 a 60 minutos.

    Além do exposto, sobre os exercícios praticados, observou-se um predomínio da prática da caminhada como modalidade de exercício, possivelmente explicada por ser um exercício de baixo custo e acessível para a grande maioria da população e não requerer o uso de equipamentos, além de poder ser realizada em lugares acessíveis como parques e ruas. E, além disso, embora o grupo estudado tenha apresentado um perfil ativo para a prática de exercício físico, constatou-se, que a maioria o pratica sem a orientação de um profissional da área da Educação Física e que mesmo não controlando a glicemia para praticar exercício, a maioria percebeu benefícios na saúde com a realização de exercício físico, enfatizando a importância deste para o controle do diabetes e conseqüentemente da qualidade de vida.

    Como uma das principais limitações deste estudo, destaca-se que a amostra incluiu indivíduos portadores de diabetes que participavam de encontros educacionais promovidos pela ARAD, cujo principal objetivo era o apoio e a orientação ao diabético. Ou seja, um dos prováveis motivos para o resultado encontrado, seja devido ao interesse destes na busca de informação/orientação/educação. Seguindo essa abordagem, cabe ressaltar que segundo Fraige Filho (2001), a educação também consiste em um dos pilares do tratamento do diabetes, juntamente com o uso de medicamentos, dieta e a prática de exercício físico.

    Por fim, destaca-se que os resultados encontrados devem ser extrapolados com cautela para outros grupos de diabéticos, considerando a especificidade e o tamanho da amostra deste estudo. Desse modo, enfatiza-se a importância da realização de pesquisas descritivas semelhantes, porém com um tamanho amostral maior, que possibilite o uso de testes estatísticos para verificar associações.

Conclusão

    Conclui-se que a amostra de diabéticos estudada apresentou um perfil ativo quanto à prática de exercício físico, sendo o mesmo praticado com regularidade e de acordo com as recomendações de exercício físico propaladas para o controle do diabetes. Assim, a participação em associações de apoio que provêem informação/educação específicas para diabéticos, pode contribuir para uma prática regular de exercício físico visando sua importância no tratamento do Diabetes Mellitus.

Referências

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