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Excesso de peso corporal e obesidade
abdominal: impacto na pressão arterial

El exceso de peso corporal y la obesidad abdominal: el impacto en la presión arterial

 

*Nutricionista. Universidade Gama Filho, RJ

**Nutricionista e Docente. Universidade Gama Filho, RJ

(Brasil)

Juliana Pinho Monteiro*

Michelle Teixeira Teixeira**

Aline Teixeira Silva Fagundes**

Josie de Souza Oliveira**

josievocal@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma das doenças com maior prevalência no mundo e é caracterizada pelo aumento da pressão arterial (PA). Objetivou-se relacionar a influência da obesidade abdominal e generalizada, avaliada por meio dos indicadores como Perímetro da Cintura (PC), Relação Cintura/ Estatura (RCE) e IMC, na pressão arterial de adultos atendidos na Clínica Escola da Universidade Gama Filho. Avaliou-se 24 mulheres com idade entre 20 e 59 anos. A avaliação antropométrica incluiu medidas de peso, altura e PC, sendo calculados IMC e RCE. Aferiu-se a PA com auxílio de um esfigmomanômetro aneróide. Verificou-se um aumento de quase todas as variáveis antropométricas à medida que se aumentou os quartis de PAS e de PAD, entretanto, não significativo. Observou-se que o único indicador que apresentou correlação significante com a PAS foi o IMC. Notou-se que os obesos pelo IMC apresentaram também, obesidade centralizada aferida tanto pelo PC quanto pela RCE e que 29,2% e 45,8% das mulheres classificadas como “não obesas” pelo IMC apresentaram obesidade central pelo PC (PC≥88 cm) e pela RCE (RCE>0,5), respectivamente. A presença de Pré-HAS e HAS foi maior nas mulheres que apresentaram excesso de peso e maior cintura definidos pelos diferentes indicadores antropométricos. Apesar dos indicadores estudados não terem apresentado associação significante com a HAS, sabe-se que a obesidade é um fator de risco independente para o aumento da PA. Sugere-se que mais estudos com indicadores de obesidade que sejam preditores da PA sejam realizados a fim de diagnosticar precocemente o desenvolvimento da HAS.

          Unitermos: Antropometria. Obesidade. Pressão arterial.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 18 - Nº 182 - Julio de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma das doenças com maior prevalência no mundo e é caracterizada pelo aumento da pressão arterial (SBC, 2010), sendo considerado um dos fatores mais importantes para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Estas constituem um importante problema de saúde pública e são as principais causas de morte no Brasil e no mundo (PEREIRA et al., 2003).

    Segundo a VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão (SBC, 2010), consideram-se hipertensos, os indivíduos com pressão arterial sistólica maior ou igual a 140 mmHg e/ou pressão arterial diastólica maior ou igual a 90 mmHg.

    Sabe-se que a idade, o sedentarismo, o alcoolismo, o fumo, o estresse e a obesidade são fatores que levam a HAS. Dentre estes mencionados, a obesidade por si só é responsável por 20 – 30% dos casos de hipertensão (SBC, 2006).

    A prevalência da obesidade tem aumentado em todo o mundo e vem se tornando o maior problema de saúde na maioria dos países desenvolvidos e em desenvolvimento (CARNEIRO et al., 2003), principalmente, por acarretar uma série de outras morbidades. Aproximadamente 43,3% da população adulta brasileira apresentam algum grau de sobrepeso (IMC≥25 kg/m2), sendo que, destes, 13% apresentam obesidade (IMC≥30 kg/m2) (Brasil, 2010).

    Para avaliação da obesidade geral e abdominal, existem vários métodos considerados “padrão-ouro”, dentre eles: absorção dos raios X de dupla energia (DEXA), pesagem hidrostática, tomografia computadorizada, diluição de radioisótopos entre outros. Entretanto, devido ao alto custo e à necessidade de operadores treinados, a utilização destes equipamentos em estudos populacionais torna-se bastante limitada (OLIVEIRA, 2010). Assim, medidas antropométricas que estimam tanto a obesidade geral quanto a abdominal são amplamente usadas em estudos epidemiológicos (GUS et al. 1998, VASQUES et al. 2009, SABRY et al. 2002, PITANGA e LESSA 2005) e na prática ambulatória por serem de baixo custo, práticos e fáceis de realizar (OLIVEIRA, 2010).

    Ciente de que a obesidade está fortemente associada à pressão arterial e que medidas preventivas devam ser tomadas, verifica-se a importância de se avaliar a influência de indicadores antropométricos de obesidade geral e abdominal na pressão arterial de indivíduos adultos.

    Diante do exposto, objetivou-se relacionar a influência do excesso de peso corporal obtido pelo IMC e da obesidade abdominal aferida pelo Perímetro da Cintura (PC) e Relação Cintura/ Estatura (RCE) na pressão arterial de indivíduos adultos atendidos na Clínica Escola de uma Universidade do Rio de Janeiro.

Material e métodos

Delineamento do estudo e casuística

    Trata-se de um estudo observacional, de delineamento transversal, no qual foram avaliadas mulheres atendidas em uma Clínica Escola de Nutrição, na cidade do Rio de Janeiro, RJ. Todas as participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido segundo as recomendações da Resolução 196/96.

    A população deste estudo foi constituída 24 mulheres, sendo considerado como critério de inclusão a idade entre 20 e 59 anos. Como critérios de exclusão, foram considerados: gestantes, pacientes que se auto-referiram como diabéticas, mulheres em diálise e/ou que tenham se submetido ao transplante renal, pacientes com anasarca ou edema periférico, com paralisia de pelo menos um membro ou amputação, pacientes com hepatomegalia e/ou esplenomegalia ou que tenham se submetido à cirurgia abdominal recente. Além disso, foram excluídas as mulheres que faziam uso regular de fármacos que poderiam induzir a hipertensão.

Procedimento para coleta dos dados

Antropometria

    As participantes do estudo foram submetidas à avaliação antropométrica que incluiu as medidas de peso, altura e perímetro da cintura. A partir dessas medidas foram calculados o Índice de Massa Corporal (IMC) e a relação cintura/ estatura (RCE).

    O peso foi aferido utilizando-se uma balança tipo plataforma (FILIZOLA), com capacidade máxima de 150 Kg e subdivisão de 50 g, com aos participantes vestindo o mínimo de roupa possível e descalças, com um pequeno afastamento lateral das pernas, posicionando-se no centro da plataforma da balança, com os braços estendidos e posição ereta, com o olhar fixo no horizonte para evitar oscilações na leitura do peso, conforme técnica proposta por Jeliffe (1966).

    A estatura foi medida com estadiômetro, fixado à balança, com escala de 0,1cm e extensão de 2 metros, estando os indivíduos em posição ereta, braços estendidos ao longo do corpo, pés unidos e descalços, segundo técnica preconizada por Jellife (1966).

    O IMC foi calculado a partir das medidas de peso e estatura, obedecendo à equação e os pontos de corte propostos pela WHO (1998) para classificação do estado nutricional dos indivíduos.

    O PC foi aferido no ponto médio entre a última costela e a crista ilíaca, com o indivíduo em pé ao final de uma expiração, mantendo a fita justa sem a compressão da pele segundo as técnicas propostas por Callaway et al. (1988). Os valores obtidos foram comparados com os pontos de corte propostos pela WHO (1998), para posterior classificação do grau de risco cardiovascular.

    A RCE foi determinada realizando a divisão da cintura pela altura da forma que se segue:

Pressão arterial

    A aferição da PA foi realizada com auxílio de um esfigmomanômetro aneróide, com técnica auscultatória, no braço direito, segundo os critérios da VI Diretrizes Brasileira (2010) por avaliadora devidamente treinada. Nos casos em que os valores de pressão arterial sistólica e diastólica situaram-se em classificações diferentes, o maior valor foi considerado.

    A classificação da pressão arterial foi realizada segundo a proposta da VI Diretrizes de Hipertensão a classificação da pressão arterial do paciente.

Processamento e análises estatísticas dos dados

    As análises estatísticas foram realizadas por meio de testes para avaliar as possíveis diferenças, associações e correlações. A construção do banco de dados foi feita no Excel e os testes foram realizados com o auxílio dos softwares SigmaStat versão 2.0 e Statistical Package for the Social Science (SPSS) versão 17.0. Para todos os testes estatísticos, foi considerada como nível de significância estatística a probabilidade inferior a 5% (p<0,05).

    Para avaliar a associação de variáveis categóricas utilizou-se o teste de χ2 (qui-quadrado). Já para as variáveis numéricas aplicou-se, primeiramente, o teste de Kolmogorov-Smirnov, para verificar a normalidade das variáveis assim, foram utilizados testes paramétricos para as variáveis que apresentaram distribuição normal e os não paramétricos para as que não seguiram distribuição normal. Para verificar a diferença entre dois grupos independentes com distribuição normal, aplicou-se o teste t de student e para comparação de dois grupos independentes que não seguiram a normalidade, empregou-se o teste de Mann-Whitney.

    Para comparar quatro grupos independentes, utilizou-se o teste de Kruskall-Wallis visto que as variáveis analisadas não apresentaram distribuição normal. Da mesma forma, para analisar as correlações aplicou-se o coeficiente de correlação de Spearman visto que as variáveis que não seguiram a normalidade.

Resultados

    A amostra foi composta por 24 mulheres, com idade entre 20 e 59 anos (média de 41,9 anos). Na Tabela 1 encontra-se a caracterização dos indivíduos quanto à avaliação antropométrica e pressão arterial.

    De acordo com a Tabela 1, a maioria dos indivíduos estudados encontra-se com excesso de peso corporal e apresenta obesidade abdominal tanto pelo PC quanto pela RCE.

    Verificamos que o peso corporal está positiva e significantemente correlacionado à elevação da PAS dos indivíduos estudados (r=0,465; p<0,05), entretanto, o mesmo não foi observado em relação à PAD (r=0,134; p>0,05) (Dados não apresentados).

    Verificou-se que 83,3% da população estudada apresentou excesso de peso corporal, sendo que 45,8% (n=11) das mulheres estudadas apresentaram obesidade.

    Percebe-se que houve um aumento de quase todas as variáveis antropométricas à medida que se aumentou os quartis de PAS (exceto para o IMC que do 3º para o 4º quartil, houve um ligeiro decréscimo) e de PAD (exceto para o PC que do 3º para o 4º quartil a média não alterou), entretanto, o aumento não foi significativo.

    Ao avaliar a correlação dos indicadores de obesidade generalizada e de obesidade central com os níveis pressórico sistólico e diastólico verificou-se que o único que apresentou correlação positiva e significante com a PAS foi o IMC (r=0,489; p=0,015). Provavelmente, não foram significantes devido à pequena amostra estudada e ao fato de algumas voluntárias fazerem o uso de medicamentos anti-hipertensivos. Reforçando que, apesar da utilização de tais fármacos, ainda assim, o IMC apresentou correlação significante.

    Ao observar a presença de indivíduos com obesidade central e generalizada, verificamos, como esperado, que todos os indivíduos obesos pelo IMC (45,8%; n=11) apresentaram também, obesidade centralizada aferida tanto pelo PC quanto pela RCE, indicando um risco muito aumentado desses indivíduos de vir a desenvolver doenças cardiovasculares, além disso, constatamos que a obesidade central aferida pelo PC está significantemente associada (χ2=4,53; p<0,05) à obesidade generalizada. Entretanto, apesar desta associação, sabe-se que o número de indivíduos com obesidade abdominal tem crescido independente do peso e do IMC. Em concordância com este fato, identificamos que 29,2% (n=7) e 45,8% (n=11) das mulheres classificadas como “não obesas” pelo IMC apresentaram obesidade central pelo PC (PC≥88 cm) e pela RCE (RCE>0,5), respectivamente.

    Percebe-se ao analisar a Tabela 5 que a presença de Pré-HAS e HAS (observado pelo “n”) foi maior nas mulheres que apresentaram excesso de peso e maior cintura definidos pelos diferentes indicadores antropométricos. Entretanto, ao observamos a associação dos três indicadores antropométricos estudados com a prevalência de pré-HAS e HAS verificamos que não houve associação significante (dados não apresentados). Como mencionado anteriormente, devido ao fato de algumas voluntárias fazerem uso de medicamentos anti-hipertensivos, a hipertensão pode ter sido mascarada, o que poderia ter interferido na não associação dos dados.

Discussão

    As medidas antropométricas são largamente utilizadas como indicadores de distribuição de gordura corporal em estudos epidemiológicos e propõe-se identificar indivíduos com risco para hipertensão arterial. No presente estudo observamos maior prevalência de mulheres com excesso de peso (83,3%), sendo 37,5% com sobrepeso e 45,8% com obesidade. Notamos também uma correlação positiva entre o peso e a pressão arterial sistólica (PAS) (r=0,465; p<0,05). Sabemos que o aumento da gordura corporal também está associado ao aumento da prevalência de fatores de risco para doenças cardiovasculares, mas o impacto da obesidade sobre a prevalência da HAS é muito mais evidente (ALVAREZ et al., 2008).

    Sabry et al. (2002) constataram um percentual alto de indivíduos com IMC acima do normal (59,9%), dos quais 42,9% apresentam sobrepeso e 17,0% obesidade. Em relação aos hipertensos, a maioria encontrava-se com excesso de peso, sendo 46,9% com sobrepeso e 38,3% com obesidade. Sendo a prevalência de hipertensão arterial maior entre os obesos (57,4%).

    Ao dividir os valores de pressão arterial em quartis, houve uma tendência em aumentar os níveis pressóricos à medida que se aumentou a adiposidade corporal tanto geral quanto centralizada. Apesar de não serem estatisticamente significantes, os resultados encontrados apresentam importância para a saúde.

    Sabry et al. (2002) encontraram aumento dos indicadores antropométricos de obesidade e aumento concomitante da pressão arterial. A maioria dos indivíduos que apresentou obesidade generalizada (IMC≥30kg/m²) apresentou PC aumentado.

    Como era de se esperar, Ribeiro et al. (2000) viram que o IMC de pacientes obesas foi maior que o das não obesas, porém, assim como em nosso estudo, não diferiu entre normotensas e hipertensas. No entanto, quando verificaram a obesidade abdominal, as obesas hipertensas apresentaram maior perímetro de cintura (p<0,001).

    Apesar de observarmos aumento progressivo da pressão arterial à medida que se elevava os indicadores antropométricos, o único indicador de obesidade estudado que apresentou correlação positiva e significante com a PAS foi o IMC (r=0,489; p=0,015).

    Queiroga et al. (2009), por sua vez, encontraram correlações positivas e significantes entre o IMC e a PA bem como entre o PC e a PA, tanto quando considerados o grupo normotenso quanto avaliados o grupo como um todo (hiper e normotensos). Por sua vez, os coeficientes de correlação variaram de valores considerados baixos a moderados, (r=0,21 a r=0,47).

    Ao analisar a associação da obesidade central, representada pelo PC e pela RCE com a obesidade generalizada (IMC), constatamos que o PC apresentou associação significante com o IMC (χ2=4,53; p<0,05). Da mesma forma, observamos forte e significante correlação entre o PC e a RCE com o IMC (PC: r=0,891; p<0,001; RCE:r=0,876; p<0,001.

    De forma coerente com nossos achados, Sampaio e Figueiredo (2005) observaram uma forte associação entre o IMC e o PC nos dois grupos etários do sexo masculino (adulto:r = 0,93; p<0,001 e idoso: r = 0,89, p<0,001). No grupo das mulheres o resultado foi parecido, ou seja, a correlação entre os dois índices também foi elevada nos dois grupos etários (adulta r = 0,93; p<0,001 e idosa r = 0,86; p<0,001).

    Sabe-se, no entanto, que apesar da associação positiva e da forte correlação encontrada entre a obesidade abdominal com a generalizada, é crescente o aumento dos indivíduos com obesidade central independente da obesidade geral. Fato esse, também analisado e comprovado em nosso estudo ao identificarmos que quase 29,2% (n=7) e 45,8% (n=11) das mulheres classificadas como “não obesas” pelo IMC apresentaram obesidade central pelo PC (PC≥88 cm) e pela RCE (RCE>0,5), respectivamente.

    Segundo Oliveira et al. (2010) indivíduos de peso normal com maior percentual de gordura corporal bem como obesidade central podem apresentar as mesmas alterações metabólicas que indivíduos obesos, sendo então classificados como “pessoas de peso normal metabolicamente obesas”, ressaltando, assim a importância de se observar, além do IMC, a distribuição de gordura corporal.

    Sabe-se que o excesso de peso corporal e a obesidade abdominal exercem grande influência na pressão arterial. Assim, encontramos maior número de mulheres pré-HAS e HAS entre as mulheres com excesso de peso e com obesidade central, entretanto, não houve associação significante entre a prevalência de pré-HAS e HAS e os indicadores antropométricos estudados. Acreditamos que os resultados estatísticos não significantes encontrados, podem ser devidos à pequena amostra estudada.

    Em concordância com nossos achados, Menezes et al. (2002) verificaram que 70,1% das mulheres idosas estudadas apresentaram IMC >25kg/m² e 74,2% tinham PC >80cm. Dentre as pessoas com IMC e PC que as classificaram como obesas, 41% e 38,1% das mulheres, respectivamente, tinham HAS. Entretanto, quando aplicado o teste qui-quadrado, não se observou associação significativa em relação às variáveis PC e HAS.

    Em contrapartida, Gus et al. (1998), identificaram associação positiva entre os índices antropométricos de obesidade e a prevalência da hipertensão arterial. Segundo os autores, o IMC foi o indicador de obesidade com associação mais consistente com a prevalência de hipertensão, em ambos os sexos, representando um risco maior para valores maiores ou iguais a 27kg/m².

    Semelhantemente, Queiroga et al. (2009) notaram que o excesso de peso corporal e a obesidade abdominal diferiram, significantemente, entre hipertensos e normotensos, ou seja, os hipertensos, juntos ou separados por gênero (homens e mulheres), são mais velhos e mais obesos do que os normotensos. Entre os hipertensos, evidenciou correlação significante, porém moderada apenas entre a idade e PAS (r=0,43) e massa corporal e PAD (r=0,39).

    Apesar de alguns resultados divergentes, examinando a literatura, percebemos associação significante entre obesidade e aumento da pressão arterial, bem como correlação entre indicadores antropométricos e hipertensão arterial. Acreditamos que uma das limitações de nosso estudo foi o fato de nossa amostra não ser representativa da comunidade atendida na Clínica Escola, dificultando caracterizar o perfil dos pacientes, bem como encontrar resultados mais consistentes, impossibilitando, também, a estrapolação dos dados.

Conclusão

    De acordo com os resultados obtidos nesta pesquisa, pode-se concluir que, indivíduos com excesso de peso, apresentam obesidade abdominal de acordo com o PC e com a RCE e que o peso corporal está correlacionado com a elevação da PAS, sendo que, em relação à PAD o mesmo não foi observado.

    Notou-se um aumento, apesar de não significativo, da PAS e da PAD à medida que aumentaram as variáveis antropométricas. No que diz respeito à correlação de obesidade central e obesidade generalizada com a pressão arterial sistólica e diastólica, o indicador antropométrico que apresentou melhor correlação foi o IMC. Observamos que todos os indivíduos obesos pelo IMC apresentaram também obesidade centralizada aferida tanto pelo PC e quanto pela RCE, podendo haver, assim um risco muito alto desses indivíduos apresentaram alguma doença cardiovascular.

    A presença de pré-HAS e HAS foi maior em indivíduos que apresentaram excesso de peso e maior perímetro de cintura. Apesar de alguns dados divergentes dos encontrados na literatura, acreditamos que nosso estudo é de grande valia no contexto atual, onde a obesidade e as doenças crônicas não-degenerativas atingem prevalência cada vez maior em âmbito nacional e mundial.

Referências bibliográficas

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