Os componentes táticos coletivos no futsal: o processo de ensino-aprendizagem e treinamento nas equipes escolares de Fortaleza Los componentes tácticos
colectivos en el futsal: el proceso de enseñanza-aprendizaje |
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*Autor. IEFES/UFC **Orientador. IEFES/UFC (Brasil) |
Felipe Néo dos Santos* Otávio Nogueira Balzano** |
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Resumo Atualmente, o futsal é o esporte mais praticado nas escolas, podendo ser empregado em qualquer faixa etária com diferentes perspectivas. O trabalho aborda as equipes escolares de futsal sub 17 em Fortaleza/CE. O objetivo do estudo foi investigar o processo de ensino-aprendizagem e treinamento dos componentes táticos coletivos em equipes escolares da categoria sub 17 em Fortaleza/CE. Também foram verificadas as estratégias e referências utilizadas pelos técnicos no desenvolvimento das capacidades táticas; os objetivos das escolas quando da implantação de equipes de futsal no contexto competitivo; as metodologias utilizadas no processo de ensino e aprendizagem do futsal nas equipes escolares. O presente estudo é caracterizado como uma pesquisa quantitativa, descritiva e de levantamento. A amostra foi realizada em dez escolas da Regional IV de Fortaleza, sendo cinco públicas e cinco privadas, que possuem seleções de futsal na categoria sub 17 e participarão da seletiva estadual dos jogos escolares de 2012. Foi utilizado um questionário fechado com perguntas referentes ao objeto de estudo, aplicado para dez professores que trabalham com as equipes escolares nas instituições. Através dos levantamentos realizados, surgiram os seguintes dados: o sistema tático ofensivo 2.2 é o mais utilizado pelas equipes; já o sistema tático defensivo dominante é a marcação mista; o método tecnicista e os coletivos são freqüentemente empregados para o treinamento tático; o planejamento é organizado semanalmente com média de dois ou três treinos. Considerando os objetivos deste trabalho, as seguintes situações se apresentaram: a organização e estruturação das sessões de treinamento técnico-táticas necessitam serem revistas com o propósito de haver uma programação mais adequada e eficiente para as equipes no processo de treinamento referenciado às situações práticas do jogo. As evidências confirmam a utilização de um modelo tradicional na metodologia de treinamento própria do esporte de alto rendimento e as capacidades táticas coletivas utilizadas pelos técnicos estão defasadas em relação a categoria sub 17. Unitermos: Capacidades táticas. Equipes escolares. Futsal.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 18 - Nº 182 - Julio de 2013. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Este estudo tem como objetivo investigar o processo de ensino-aprendizagem e treinamento dos componentes táticos coletivos em equipes escolares de futsal de Fortaleza, que participaram das Olimpíadas Estaduais de 2012 na categoria sub 17. De acordo com Gaya et al (2004) o esporte é bastante discutido e se torna alvo de críticas nas escolas. Profissionais introduzem na escola a mesma metodologia utilizada no esporte praticado nos clubes de rendimento. A competição no âmbito escolar é cercada de contradições. Quando se refere ás equipes escolares, o objetivo do treinador é conseguir status para a sua equipe e colocá-la entre as principais; com isso surgem críticas de que equipes escolares estão cada vez mais próximas de clubes de rendimento, onde existem atletas e o treinamento é voltado para especialização esportiva. Outro fator determinante é que os profissionais são pressionados pelos gestores das escolas que exigem resultados, buscando sempre o topo das competições para a escola ganhar prestígio. Esta obrigação faz com que os professores estejam mais propensos a cometerem erros, relacionados à formação dos alunos, como por exemplo, a especialização precoce onde é um grave problema enfrentado nas escolas, cujo profissional transforma crianças em atletas, aspirando vitória e sucesso nas competições escolares. Observa-se em equipes escolares o treinamento tático muito parecido com as equipes federadas. Será que alunos de equipes escolares estão preparados para seguir o mesmo treinamento de clubes? Os professores/técnicos destas equipes sabem “o tipo de atleta” que estão trabalhando? O método de treinamento e os componentes táticos coletivos escolhidos para utilizar em suas equipes, estão de acordo com o potencial de seus alunos/atletas? No futsal moderno, cada treinador tem sua forma de planejar um treinamento, considerando aspectos relevantes para suas equipes. Isso significa que os profissionais devem refletir e observar as características de suas equipes e de seus atletas, identificando a necessidade e buscando progredir, tornando seus treinamentos mais efetivos. Para o processo de treinamento ser efetivo é necessária ótima organização, domínio e administração dos programas de treinamentos. Para isto é necessário que os treinadores se especializem no desporto.
Metodologia
Tipo de pesquisa
O presente estudo é caracterizado como uma pesquisa quantitativa, descritiva e de levantamento. Gil (1991) considera a pesquisa quantitativa como tudo que pode ser quantificável, tudo que pode ser traduzido em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las.
População e amostra
A amostra foi realizada com dez professores de futsal em escolas da regional IV de Fortaleza que participaram da seletiva de futsal na olimpíada estadual de 2012 no estado do Ceará. Os professores das escolas foram escolhidos de acordo com pesquisa realizada no site da Secretaria de Esporte do Estado do Ceará. Foram inscritas na seletiva de futsal em 2012, vinte escolas da regional IV, sendo oito privadas e doze públicas. Mas apenas dez escolas aceitaram participar da pesquisa. A regional IV foi escolhida pelos seguintes fatores: o pesquisador reside nessa região, permitindo fácil acesso as escolas e também, é ex-aluno de três escolas facilitando o contato com escolas e profissionais.
Instrumentos
Foi utilizado um questionário de múltipla escolha, com quinze questões. Este questionário foi validado por dois profissionais na área do desporto escolar (futsal).
Procedimentos
Ao ingressar nas escolas, me apresentava como estudante da Universidade Federal do Ceará, e portava a carta de apresentação aos professores, o questionário que seria aplicado e exibia o intuito da pesquisa. Em todas as escolas, utilizava o mesmo roteiro. Minha apresentação, introdução do estudo para os gestores, aplicação do questionário com os professores, onde surgiam algumas indagações e troca de experiências. Ao final da averiguação, agradecia aos educadores, gestores e porteiros pela recepção e cooperação. Fui bem acolhido nas instituições, desde o porteiro, recepcionista, coordenador (es), diretor (a), e principalmente, pelos (as) educadores (as), os quais se disponibilizaram a colaborar e enriquecer com o estudo. O questionário foi aplicado entre os meses de novembro e dezembro de 2012
Os principais temas que foram abordados no questionário:
A formação dos treinadores e as referências utilizadas pelos treinadores em seus treinos;
O método de ensino-aprendizagem e treinamento aplicado nos treinos;
O objetivo do treinador e da escola com o treinamento da categoria Sub 17;
As competições, número de treinos e quantidade de carga horária de treinamento;
Os componentes táticos coletivos treinados nas equipes escolares.
Critérios para a escolha da categoria sub 17
A escolha desta faixa etária aconteceu pela oportunidade de treinar a seleção de futsal de uma escola pública no ano de 2011. Nesta idade os alunos/atletas estão na fase de especialização de uma modalidade esportiva, onde a ênfase é na parte tática e física, pois conforme Coimbra (2001) e Beltran (1991) de acordo com Balzano et al (2011) afirmam que nessa fase ocorre à escolha definitiva do esporte de preferência a ser praticado; ocorre aumento de força e explosão muscular, dando ênfase no preparo físico com ótima capacidade cardíaca e pulmonar; desenvolvimento das funções cognitivas, onde começam a ter leitura do jogo com as vivências em competições. Na mesma linha dos autores citados anteriormente, Matveen (1992) de acordo Sanches e Teixeira (2011) esta etapa é a fase de especialização aprofundada, onde todas as capacidades técnicas, físicas e táticas devem ser largamente destacadas; o propósito do treinamento direciona-se para as potencialidades dos alunos, aumento do volume e intensidade do treinamento, visando à máxima consistência desses aspectos.
Critérios para análise
As análises das informações foram realizadas a partir dos resultados obtidos nos questionários com os dez técnicos/professores de Futsal, que foram efetuados em novembro a dezembro de 2012, e tendo como referência o marco teórico da pesquisa. Compreendem a descrição e a interpretação dos resultados obtidos com a pesquisa de campo. Para descrição e análise dos resultados foi utilizado o programa SPSS 15.0 for Windows 14 – day evoluation version.
Resultados e discussão
A seguir são demonstrados os resultados e análises descritivas sobre o planejamento do treinamento, componentes táticos coletivos do futsal, referências utilizadas pelos treinadores e os objetivos com as equipes.
Quadro 1. Como você organiza seu planejamento para o treinamento de sua equipe?
Sobre o aspecto do planejamento, quatro professores responderam que organizam seus treinamentos semanalmente e três mensalmente. Para Gomes (2009) o planejamento em microciclos (semanais) vem sendo utilizada com mais frequência, por ser considerada fácil em ser programada. Além disso, Zakharov (1992) indica que o mesociclo (mensal) inclui uma série de microciclos com objetivos a serem traçados. Logo, o planejamento mensal deveria ser mais utilizado, pois possibilita ao treinador delinear metas e os objetivos a serem atingidos em longo prazo, já que o plano semanal é um objetivo em curto prazo e não possibilita uma visão exata da equipe no futuro.
Quadro 2. Quantos dias por semana você treina com sua equipe de futsal sub 17?
Verifica-se que cinco professores treinam suas equipes três vezes por semana e outros quatro treinam duas vezes por semana. Para Coimbra (2001) e Beltran (1991) de acordo com Balzano (2012) na categoria sub 17 em equipes de rendimento, deve se organizar treinos com frequência de quatro a cinco vezes por semana. Segundo Zakharov (1992) equipes Sub 17 estão em fase de especialização aprofundada, onde as capacidades físicas, técnica e tática devem ser evidenciadas no trabalho. Portanto, no caso de equipe escolar, a frequência ideal seria três treinos por semana, segundo Balzano (2011).
Quadro 3. Quantos dias na semana você treina taticamente com sua equipe de futsal sub 17?
Em relação a treino tático, oito professores treinam suas equipes uma ou duas vezes por semana. Conforme Balzano (2012), Greco (1998), Garganta (1995) o futsal é um esporte coletivo com ênfase na dimensão tática. Desta forma para seria importante para estas oito equipes dedicarem maior número de treinos táticos. Apenas dois técnicos treinam taticamente suas equipes na frequência ideal para um time escolar que é três vezes por semana. Considerando que treino tático envolve defesa e ataque, podemos afirmar que para alguns profissionais questionados, a tática é vista como segundo plano.
Quadro 4. Quantas competições sua equipe de futsal sub 17 participa no ano?
Infere-se que seis equipes participam no mínimo de três competições ao ano e as demais equipes participam de uma ou duas competições. Lucero e Lovisolo (2006) realizaram um estudo no contexto multidisciplinar que envolve a Educação Física na escola desde princípios educacional a competição. Os resultados mostraram que o gosto pela participação nas competições não depende da organização da escola, mas sim de fatores contextuais que afetam a ambas as instituições. O número de competições que as escolas participam é determinante no interesse da prática e participação dos alunos das equipes esportivas. O número de competições interfere diretamente no planejamento dos treinamentos.
Quadro 5. Qual sistema tático ofensivo você mais treina com sua equipe de futsal sub 17?
Observa-se que o sistema tático mais treinado é o 2.2. Balzano (2012) afirma que esse sistema de jogo deveria ser utilizado com equipes de iniciação, com faixa etária de sete a dez anos de idade. Percebe-se que esse sistema pode ser o mais utilizado em decorrência da dimensão da quadra, podendo ser pequena como também o tempo de preparação e treinamento das equipes que são determinantes para a utilização dessa formação tática. E segundo, Coimbra (2001) e Beltran (1991) o sistema tático que deveria ser utilizado é o 3.1 com pivô de movimentação. Segundo Balzano (2012) este sistema por ter mais alternativas táticas, deverá ser utilizado por equipes sub 17, pois seus atletas já alcançam um bom nível tático individual e coletivo.
Sobre as estratégias de ataque, geralmente os treinadores utilizam jogadas ensaiadas e rodízios, já os contra-ataques são utilizados com menor frequência. Conforme Costenaro e Mendes (2009) o método situacional possibilita aos atletas desenvolver a inteligência e criatividade, processos cognitivos na aplicação da tática, os quais têm conhecimento de expressivos resultados no processo ensino aprendizagem. Esse método extrai situações de jogo para os treinamentos. Logo, o contra-ataque deveria ser a estratégia de ataque treinada com maior frequência do que as outras estratégias. Rodízios e jogadas ensaiadas robotizam os atletas, direcionando a repetição de gestos técnicos e diminuindo as capacidades e tomadas de decisões perante as partidas.
Quadro 7. Quantos treinos táticos de ataque você realiza, normalmente por semana, com sua equipe de futsal sub 17?
Segundo Pereira Filho et al (2010) no estudo que realizou, o treino tático ofensivo foi realizado três vezes por semana. No entanto, para a realidade das equipes escolares (onde acontecem dois ou três treinos na semana), esse planejamento torna-se impraticável, todavia que além do ataque, deve-se treinar também a defesa.
Quadro 8. Qual sistema tático defensivo você mais treina com sua equipe de futsal sub 17?
O sistema tático de defesa mais utilizado é a marcação mista. Para Saad (2005) é uma marcação empregada em equipes de alto rendimento, pois demanda bastante coordenação dos deslocamentos pelos atletas. Em relação à equipe escolar sub 17, esta marcação pode ser aplicada, mas o professor deve ter consciência que requer muito treinamento para sincronizar e aperfeiçoar as movimentações com êxito.
Quadro 9. Qual linha de marcação você mais treina com sua equipe de futsal sub 17
Conclui-se que as linhas 2 e 3 são as linhas de marcação mais treinadas. São linhas hipotéticas conforme as linhas da quadra poliesportiva. Para Santana (2004) as linhas defensivas são uma base para a ordem defensiva e onde determinada equipe irá pressionar os adversários. Neste contexto, a linha 2 serve para não deixar o adversário com a posse de bola, e quando o adversário for superior fisicamente, tecnicamente e taticamente. Logo, a linha 3 favorece quando a quadra de jogo for grande, estiver jogando no local do adversário e estiver vencendo o jogo sem nenhuma pressa de atacar. Provavelmente, esses treinadores questionados devem se encaixar em alguma dessas opções citadas.
Quadro 10. Quantos treinos táticos de defesa você realiza, normalmente por semana, com sua equipe de futsal sub 17?
Sobre os treinos táticos defensivos, os treinadores aplicam um ou dois treinamentos por semana. No estudo de Oliveira et al (2010), foi realizado um programa de treinamento defensivo com três treinos por semana. No futsal moderno, é imprescindível treinar o sistema tático defensivo para diversas ações do ataque adversário. Uma boa equipe começa com organização na defesa, efetivando sua marcação e neutralizando as manobras do adversário. No caso de equipe escolar, havendo três treinamentos por semana, no início da preparação pode-se treinar a defesa duas vezes.
Com base nos dados anteriormente, os treinadores se baseiam em dois acessos ao conhecimento: o primeiro, livros especializados na área do futsal, e o segundo técnicos conhecidos nacionalmente e com prestígio no futsal. Para Imbernón (2006) a formação permanente do educador tem como papel discutir e autenticar o conhecimento profissional colocado em prática. Portanto, verificou-se que os professores/treinadores têm como base estudos e publicações científicas que fundamentam suas intervenções, identificando que, provavelmente, suas referidas práticas profissionais não são aplicadas de forma empírica.
Com base nos resultados de análise dos métodos utilizados para treino tático, percebe-se que os treinadores empregam exercícios técnicos táticos e coletivos. Para Balzano (2007) os jogos condicionados estimulam situações específicas do futsal como fundamentos técnicos, táticas de ataque e defesa e regras. Incentivam nos alunos/atletas à inteligência tática, técnica individual, possibilitando autonomia e criatividade, tomada de decisão e resolução de problemas. Portanto, não podemos desvalorizar os jogos técnicos táticos, pois permite ao aluno/atleta excitar sua criatividade, cuja é valiosa para qualquer modalidade esportiva.
Percebe-se que os treinadores questionados possuem outros objetivos com suas equipes. Para Soares e Montagner (2009) por meio da prática pedagógica é que os profissionais transmitirão os valores introduzidos na competição escolar. Ao competir envolve uma série de regras, conceitos e pré-conceitos, e a função do professor de Educação Física se torna pertinente nesse processo de transmissão de conteúdos e intervenção nas aulas. Nesta perspectiva, para desenvolver uma conduta formativa através da competição escolar, é fundamental a valorização da vitória e da derrota como prática para a composição do ser humano.
Das dez escolas pesquisadas, nove não buscam ganhar títulos e nem formação de atletas, porém não especificaram seus objetivos. Sete escolas têm por objetivo a formação integral do aluno através do esporte. Lucena (2002) afirma que, se a escola oferecer modalidades esportivas com o intuito de formação pessoal pode colaborar com a formação dos alunos na prática da cidadania, além do aperfeiçoamento esportivo, onde motiva muitos estudantes para participar das equipes. Portanto, o esporte no contexto escolar deve ser voltado para a formação integral do aluno, cujo é o propósito de algumas escolas que participaram da pesquisa.
Com base nos dados acima, compreende-se que os treinadores inscrevem suas equipes nas competições com o intuito de participação. Para Sawitzki (2010) os jogos escolares ocorrem gradativamente com mais frequência. São competições entre equipes formadas por alunos selecionados para representar suas escolas. A organização, as regras e os objetivos dos jogos escolares se confundem em muitos aspectos com os procedimentos do sistema esportivo institucionalizado. Geralmente, esses campeonatos seguem os padrões de esporte espetacularizado, onde há uma coerência de rendimento/produtividade. Podemos observar que em três escolas cada vez mais, as competições escolares estão se tornando vitrines e feira de talentos para seus alunos, e buscam a vitória como objetivo principal. Parece que o estímulo à realização de competições escolares estaria a serviço de instituições educacionais dominantes e empresas investidoras.
Considerações finais
Durante a análise dos dados obtidos neste trabalho, algumas questões e aspectos paralelos foram evidenciados, além daqueles que correspondem aos reais objetivos do estudo. O planejamento da temporada é fundamental para uma equipe que busca disputar campeonatos de forma competitiva e no contexto de formação esportiva.. Quanto aos treinamentos, o ideal para uma equipe na categoria sub 17 são quatro treinos semanalmente, pois nessa faixa etária busca-se o rendimento; no caso de equipe escolar deve-se treiná-la três vezes por semana. Outro fator determinante no planejamento é quantidade de competições que sua equipe irá participar no ano. Na pesquisa, foi perceptível que algumas equipes foram organizadas e preparadas dias antes das Olimpíadas Escolares. No que se referem a sistemas táticos, os sistemas ofensivos 2.2 e 4.0 são utilizados para a faixa etária sub 17. Alguns técnicos/professores desconsideraram os contra-ataques do seu programa de treinos. Em relação a sistema tático defensivo, o mais empregado pelos técnicos/professores é a marcação mista. Considero que para as equipes desses treinadores questionados, talvez essa marcação não funcione bastante, pois é pouco tempo de treinamento para um sistema que deve ser bem treinado possibilitando não haver erros, já que pode ocorrer desequilíbrio na marcação individual. Referente à linha de marcação, as mais citadas foram linhas 2 e 3, o fato de serem as mais treinadas pode ser resultante das competições ocorrerem em quadras grandes, ou nos casos de estiver vencendo o jogo ou não deixar o adversário com a posse de bola. Os treinadores utilizam livros especializados em futsal e as concepções de técnicos conhecidos nacionalmente, como referência para os seus treinamentos. Com base, no questionário que foi aplicado, compreende-se um pouco de divergência quanto a isso, pois se a literatura é consultada, como pode haver alguns equívocos no planejamento e na forma de condução das equipes. De algum modo, o trabalho ocorre de forma empírica. No treino tático, os técnicos utilizam exercícios técnicos táticos e coletivos. Os jogos técnicos táticos são desprezados pela maioria dos entrevistados. De acordo com as averiguações, a maioria dos professores possui outros objetivos que não sejam a ascensão profissional, formação de atletas e conquista de títulos. Buscam participar das competições sem ter a obrigação de vencer. Estes têm como princípio a formação integral do aluno utilizando o esporte como uma ferramenta valiosa na inserção do jovem na sociedade. Pretende-se com este estudo demostrar o que esta sendo realizado com as equipes escolares de futsal em Fortaleza com a categoria sub 17, para que os profissionais da área tenham uma referência científica para seus trabalhos.
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