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Perfil dos microrganismos causadores de infecções 

do trato urinário em pacientes atendidos em um 

laboratório de análises clínicas na cidade de Pirapora, MG

Características de los microorganismos que causan las infecciones del tracto urinario en 

pacientes atendidos en un laboratorio de análisis clínicos en la ciudad de Pirapora, MG

 

*Acadêmica do Curso de Farmácia das Faculdades de Saúde

e Desenvolvimento Santo Agostinho, Montes Claros (MG)

**Docente das Faculdades de Saúde e Desenvolvimento Santo Agostinho, Montes Claros (MG)

***Docente das Faculdades Integradas Pitágoras, FIP-Moc, Montes Claros (MG)
(Brasil)

Aline Ferreira Rochido*

Anne Meire Xavier Chamone*

Dayana Alencar Rodrigues**

Thales de Almeida Pinheiro** ***

thalesalmeidap@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          A infecção do trato urinário é uma patologia extremamente freqüente que acomete os pacientes independente da idade e gênero, embora tenha uma maior prevalência no sexo feminino por questões anatômicas. O uso de antimicrobianos deve ser baseado nos resultados de antibiogramas para evitar o seu uso irracional e a seleção de bactérias resistentes. O objetivo deste estudo é avaliar o perfil dos microrganismos causadores de infecções do trato urinário em pacientes atendidos em um laboratório de análises clínicas na cidade de Pirapora, MG. Os dados dos pacientes foram coletados do sistema informatizado do laboratório estudado e transcritos para uma tabela Word Excel, respeitando o anonimato dos pacientes. Os dados foram catalogados e analisados de acordo com o sexo e idade dos pacientes. Foram analisadas 983 uroculturas, com positividade de 21,3%. Quanto ao gênero, houve uma prevalência de 80,9% no sexo feminino. Constatou-se também a prevalência de ITU em pacientes entre 20 e 55 anos. Quanto aos microrganismos isolados, verificou-se que os mais freqüentes foram Escherichia coli com 77%, Staphylococcus saprophyticus com 6,2%, Klebsiella pneumoniae com 4,8% e Enterobacter sp com 3,3%, resultados semelhantes aos de diversos estudos publicados. O perfil de resistência dos microrganismos também foi avaliado, onde se verificou que Ampicilina, Sulfametazol + Trimetropim e a Tetraciclina apresentaram taxa de resistência acima de 20% para alguns microrganismos, inviabilizando o seu uso para algumas situações. Conclui-se que o percentual de ITU é prevalente no sexo feminino, predominante na faixa etária de 20 a 55 anos independente do sexo e que a E.coli é o seu principal agente causador.

          Unitermos: Perfil. Microrganismos. Infecção do trato urinário. Antibiograma.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 18 - Nº 182 - Julio de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A infecção do trato urinário é definida por uma invasão e multiplicação bacteriana nos tecidos, desde a uretra até os rins. É uma das infecções mais comuns na população, podendo ocorrer em qualquer idade e em ambos os sexos, sendo mais prevalente no sexo feminino. Esta patologia pode ser influenciada por uma série de fatores, incluindo os biológicos e comportamentais do hospedeiro bem como as características infectantes dos uropatógenos. Alguns fatores podem provocar complicações graves como insuficiência renal e septicemia, sendo influenciado por característica como idade do paciente e estado físico em geral (AMORIM, 2008).

    Geralmente as infecções comprometem somente o trato urinário baixo, diagnóstico de cistite, ou pode afetar simultaneamente o trato urinário inferior e superior, definida por infecção urinária alta e denominada pielonefrite (LOPES. H. V. et al, 2005). A cistite se manifesta com disúria, polaciúria, urgência miccional, dor no baixo ventre, arrepios de frios ou calafrios com presença ou não de dor lombar. Pode ser acompanhado de mal estar geral, indisposição e superposição entre os sintomas clínicos da infecção do trato urinário baixo (cistite) versos o alto (pielonefrite) (BISPO. A. M. B. et al, 2009). A pielonefrite resulta da ascensão de microrganismo do trato urinário inferior e estão freqüentemente associadas com a presença de cálculos renais (LOPES. H. V. et al, 2005).

    Na infância a infecção urinária é um evento freqüente e não existe muito risco de sérias complicações. Pode acometer entre 3 a 5%, crianças do sexo feminino e de 1 a 2% em crianças do sexo masculino. Esta infecção é mais comum em crianças maiores do que nos recém nascidos e pode ocorrer uma recorrência, que é definido como o segundo episódio de infecção que se deve a uma reinfecção, causada por uma nova espécie de bactéria ou por um sorotipo de uma mesma bactéria. A reinfecção é considerada quando ocorre dois ou mais episódios durante um período de seis meses (RIYUZO. M. C. et al, 2007).

    A infecção do trato urinário no sexo feminino é mais predominante, isso se deve a algumas condições anatômicas (uretra mais curta e sua maior proximidade da vagina com o anus) e a outros fatores como episódios como cistite, ato sexual, uso de certas geléias espermicidas, gestação, diabetes e a higiene deficiente, mais freqüente em paciente com piores condições socioeconômicas e obesas (LOPES. H. V. et al, 2005).

    A prevalência de bacteriúria varia de 3 a 5 % nas adolescentes, 30% nas mulheres entre 20 e 40 anos e 10% nas mulheres acima de 70 anos de idade, sendo que cerca de 70% tem piúria na uroanálise e apresentam infecção renal (DACHI, S. P. et al, 2003).

    Na gravidez a infecção do trato urinário é um importante fator de morbimortalidade, pois pré-dispõe ao aparecimento de patologias, causando sérias complicações ao futuro concepto, assim como a própria gestante. A infecção do trato urinário gestacional tem mais chance de ser sintomática e deve-se a grandes mudanças fisiológicas e anatômicas que ocorrem no trato urinário, como a dilatação das pelves renais e ureteres, detectável a partir da sétima semana de gravidez. Esta dilatação progredi até o momento de parto e retorna às condições normais até o segundo mês do puerpério (BISPO. A. M. B. et al, 2009).

    Em adultos do sexo masculino o que favorece a infecção do trato urinário é a instrumentação das vias urinárias, incluindo-se o cateterismo vesical e a hiperplasia prostática, sendo muito comum, principalmente em homens idosos. Pode ser muito freqüente também em homossexuais masculinos, relacionadas à prática freqüente do sexo anal desprotegido e em indivíduos portadores de HIV (LOPES. H. V. et al, 2005).

    Os exames disponíveis para o diagnóstico laboratorial das infecções do trato urinário são: Urina Rotina (EAS), Gram de Gota de urina não Centrifugada (UGG) e Urocultura. A Urina Rotina quando realizado de maneira correta, é um ótimo auxiliar no que diz respeito ao diagnóstico da infecção urinária sendo conhecido como um teste de triagem, onde se pode observar por meio do exame microscópico, a presença de bactérias na urina (COSTAL. L. C. et al, 2010). A coloração da amostra urinária pelo Método de Gram apresenta sensibilidade e especificidade satisfatória, nela são observadas microscopicamente bactérias que ajudam a melhorar a acurácia da uroanálise microscópica (DUARTE. G. et al, 2008). No entanto, é a Urocultura que define o diagnóstico definitivo de infecção urinária. Ela permite a identificação do microrganismo infectante e possibilita a subseqüente realização de teste de suscetibilidade aos antimicrobianos (COSTAL. L. C. et al, 2010).

    A quantificação do número de bactérias presentes na urina é uma maneira de separar as amostras contaminadas daquelas que realmente apresentam diagnóstico de uma infecção do trato urinário. Os pacientes com infecção geralmente apresentam resultados na urocultura ≥ 100.000 bactérias/mL. Alíquotas do material também são plaqueadas em meios sólidos para o isolamento e identificação das amostras. Os microrganismos causadores de infecção do trato urinário crescem rapidamente em meios comumente usados no laboratório de microbiologia clínica, tais como ágar cistina lactoso deficientes em eletrólitos (CLED), ágar Mac Conkey e ágar eosina azul de metileno (BEM). Após a identificação bioquímica é realizado então o antibiograma (MOURA. L. B. et al, 2010).

    Por ordem de freqüência, os agentes etiológicos mais envolvidos com a infecção do trato urinário são: Escherichia coli, Staphylococcus saprophyticus, espécies de Proteus e de Klebsiella, Streptococcus do grupo B e D e Enterococcus faecalis (LOPES. H. V. et al, 2005).

    Na maioria dos casos, o microrganismo invasor mais comum é a Escherichia coli, sendo isolada em cerca de 70% a 90% das infecções urinárias. O Staphylococcus saprophyticus é responsável por 10% a 20% dos casos, sendo mais prevalente em mulheres jovens sexualmente ativas, além de ser considerada a causa mais comum neste grupo de indivíduos. Outras bactérias podem aparecer, mas com pouca freqüência. No que diz respeito ao padrão de sensibilidade dos antimicrobianos, tem estrita relação com o histórico de utilização de antimicrobianos de cada população e região (BRAOIOS, A. et al, 2009).

    Importantes estudos são feitos para o conhecimento das taxas de resistência bacteriana. Neste sentido, o laboratório clínico desempenha um papel crítico no contexto da resistência, pois ela esta aumentando em todo o mundo, sendo fonte para estudos epidemiológicos, moleculares e planejamento estratégico (BLATT, J. M. et al, 2005)

    O objetivo desse estudo é avaliar o perfil dos microrganismos causadores de infecção do trato urinário em um laboratório de análises clínicas na cidade de Pirapora- MG e ao mesmo tempo criar uma fonte de dados que possa contribuir para o desenvolvimento de melhores políticas de saúde pública tanto na prevenção de novos casos de infecção do trato urinário como também no controle local das taxas de resistência bacteriana.

Metodologia

    O trabalho foi realizado em um Laboratório de análises clínicas da cidade de Pirapora – MG, através de uma pesquisa de caráter descritivo e retrospectivo, de natureza quantitativa, cujo principal objetivo foi avaliar o perfil dos microrganismos causadores de infecções do trato urinário em pacientes atendidos ambulatorialmente durante o ano de 2011.

    Os dados foram coletados do arquivo do laboratório, respeitando o sigilo sobre a identidade dos pacientes e transcritos para uma tabela que foi elaborada para ajudar a organizar os dados coletados para realização da pesquisa, onde não houve critério de exclusão.

    Os parâmetros avaliados foram sexo, idade e número de pacientes e os dados indispensáveis nas uroculturas foram positividade com contagem de colônia maior ou igual a 100.000 UFC/mL, tipo de microrganismo, antibióticos usados e resistência e sensibilidade dos mesmos.

    Dos antibióticos empregados no Teste de Sensibilidade, foram selecionados os 11 mais freqüentemente utilizados no tratamento de infecções do trato urinário, dentre eles estão: Ácido Nalidíxico, Ampicilina, Amoxacilina + Ácido Clavulânico, Cefalotina, Ceftriaxona, Ciprofloxacino, Gentamicina, Norfloxacino, Ofloxacino, Sulfametazol + Trimetropim e Tetraciclina.

    A análise e interpretação dos dados coletados serão descritos em tabelas e gráficos como forma de explicitar as informações obtidas, para que atendam aos objetivos da pesquisa.

    Para realização da pesquisa, o responsável pelo laboratório foi devidamente informado de todos os objetivos, concedendo uma autorização através de um Termo de Concordância da Instituição, assinado pelo mesmo.

    A pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética da Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES) conforme parecer nº 3107/2011, em 11 de outubro de 2011.

Resultados e discussão

    A Figura 1 mostra a distribuição percentual (valor absoluto) de resultados positivos e negativos nas 983 uroculturas analisadas ao longo deste estudo. A partir dela, verifica-se que 21,3% apresentaram resultados positivos, dados bem próximos aos encontrados nas literaturas de DACHI, S, P. et al (2003) com 25% e COSTAL. L. C. et al (2010) com 28,9% de positividade, com colônias igual ou superior a 100.000 UFC/mL.

Figura 1. Distribuição percentual (Valor absoluto) de resultados positivos e negativos em amostras de 

Urocultura analisadas em um Laboratório de Análises Clínicas no ano de 2011 na cidade de Pirapora, MG

    Quanto a distribuição percentual dos resultados positivos por gênero, verifica-se a partir da Figura 2 uma prevalência no sexo feminino com 80,9% dos casos, resultado bem próximo aos encontrados nos trabalhos de COSTAL. L. C. et al (2010) e AMORIM. A. E. (2008), com positividade de 85,2% e 76% respectivamente. Esta maior suscetibilidade das mulheres a infecção urinária está parcialmente relacionada às suas próprias condições anatômicas, como uretra mais curta e maior proximidade da vagina com o ânus (MOURA, L. B. et al – 2010). Segundo COSTAL. L. C. et al (2010), outros fatores que também esta em maior susceptibilidade são gravidez, higiene deficiente (principalmente em mulheres obesas), episódios prévios de cistite, diabetes, uso de espermicidas e o ato sexual.

    O homem, além de possuir o líquido prostático que tem ação antibacteriana, a uretra é mais longa, diminuindo a pré-disposição de uma infecção do trato urinário, como descrito em LOPES. H. V. et al (2005).

Figura 2. Distribuição percentual (Valor absoluto) dos resultados positivos por gênero das amostras de 

Urocultura analisadas em um Laboratório de Análises Clínicas no ano de 2011 na cidade de Pirapora, MG

    A Figura 3 mostra a distribuição percentual dos resultados positivos por idade e sexo, onde se observa a prevalência de casos positivos entre os 20 e 55 anos e o predomínio de positividade no sexo feminino em todas as quatro faixas etárias em que a população do estudo foi dividida. Os resultados deste trabalho estão de acordo com o estudo publicado por BRAOIOS, A. et al (2009), onde foi descrita uma positividade de 52,95% em pessoas com idade entre 20 e 49 anos e predomínio de casos positivos no sexo feminino em todas as subdivisões de faixas etárias usadas por aquele estudo.

    A população estudada nesse trabalho foi dividida nas quatro faixas etárias comumente empregadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE-2004) para estudos epidemiológicos, a saber: criança (0 -14 anos), jovem (15-19 anos), adultos (20-55 anos) e idosos (> 56 anos).

Figura 3. Distribuição percentual dos resultados positivos por Idade e Sexo das amostras de 

Urocultura analisadas em um Laboratório de Análises Clínicas no ano de 2011 na cidade de Pirapora, MG

    A partir da Figura 4 é possível verificar que a Escherichia coli representa 77% dos microrganismos identificados nas amostras de urocultura, dados coerentes com algumas literaturas pesquisadas, como LOPES, H. V. et al (2005), onde a E. coli foi responsável por 70% a 85% das infecções, MOURA, L. B. et al (2010), com 85% a 90% dos casos e BRAOIOS, L. C. et al (2009), 70% a 90%. Esta grande prevalência da E. coli como principal microrganismo causador de infecções do trato urinário está relacionada ao seu elevado fator de virulência e devido a proximidade anatômica do ânus com a uretra, já que a E. coli faz parte da microbiota normal do intestino. Além disso, o corpo humano proporciona meios ideais para que esse patógeno possa se desenvolver com facilidade, como temperatura de 37º C e pH de 4,4 como descrito em BRAOIOS, L. C. et al (2009).

    Pode-se observar ainda na Figura 4, que os outros três microrganismos mais predominantes foram Staphylococcus saprophyticus (6,2%), Klebsiella pneumoniae (4,8%) e Enterobacter sp (3,3%). Estes dados são confirmados em outras literaturas, como mostra o estudo de DACHI, S. P. et al (2003), onde o Staphylococcus saprophyticus representou 16%, a Klebsiella pneumoniae 1,6% e o Proteus sp também 1,6%. Já no estudo de COSTAL, L. C. et al (2010), ocorreu uma inversão entre a segunda e terceira posição de prevalência, onde a Klebsiella pneumoniae foi responsável por 9,9%, Staphylococcus saprophyticus com 5,5% e Enterobacter sp 3,3% dos casos positivos. Estes microrganismos, possuem papel significante nas infecções do trato urinário. Os Staphylococcus saprophyticus causam um processo inflamatório local e sistêmico, devido a capacidade de aderência às células do uroepitélio e a Klebsiella pneumoniae são contraídas por pessoas que apresentam algumas predisposições como diabetes, alcoolismo e idade avançada e são também patógenos primários e oportunistas, cita a literatura de COSTAL, L. C. et al (2010).

Figura 4. Distribuição Percentual de Microrganismos Identificados nas amostras de Urocultura analisadas em um Laboratório de Análises Clínicas no ano de 2011 na cidade de Pirapora, MG

    A Tabela 1 mostra a distribuição percentual da resistência bacteriana aos principais antibióticos prescritos pela classe médica na cidade de Pirapora.

    O uso racional de antimicrobianos deve ser baseado no antibiograma, o que permite ao médico fazer a escolha correta do antibiótico a partir de seu perfil de sensibilidade. Esta conduta reduz os altos índices de resistência bacteriana e facilita a escolha correta do antibiótico para cada paciente. DUARTE G. et al. (2003)

    A Escherichia coli foi a bactéria que mais chamou a atenção neste estudo. Ela apresentou uma resistência de 51,8% ao uso de Ampicilina, 37% ao uso de Sulfametazol + Trimetropim, 30,2% ao uso de Tetraciclina e 6,7% ao uso de Amoxilina + Ácido Clavulânico. Estes resultados foram confirmados pela literatura de BRAOIOS, A. et al (2009), onde se verificou uma resistência da Escherichia coli de 52,1% ao uso da Ampicilina, 38% ao uso Sulfametazol + Trimetropim, 29,1% ao uso de Tetraciclina e 6,1% ao uso de Amoxacilina + Ácido Clavulânico. Também é importante dizer que esta elevada resistência associada a Escherichia coli seria esperada já que esta bactéria representou 77% de todos os microorganismos isolados nas amostras de urocultura (Figura 4).

    Quanto ao Staphylococcus saprophyticus, ele apresentou uma resistência de 7,6% ao uso de Ampicilina e 100% de sensibilidade ao uso de Amoxacilina + Ácido Clavulânico, Sulfametazol + Trimetropim e Tetraciclina, resultados bem próximos aos descritos pelo estudo de BRAOIOS, A. et al (2009), onde se verificou uma resistência de 8,6% ao uso de Ampicilina, 5,7%, ao uso de Amoxacilina + Ácido Clavulânico, também 5,7% ao uso de Sulfametazol + Trimetropim e 100% de sensibilidade ao uso de Tetraciclina.

    Já o perfil de resistência da Klebsiella pneumoniae, revelou-se um resultado de 90% ao uso de Ampicilina, 70% ao uso de Tetraciclina, 40% ao uso Sulfametazol + Trimetropim e 10% ao uso de Amoxacilina + Ácido Clavulânico, resultados também semelhantes aos descritos por BRAOIOS, A. et al (2009), onde se verificou uma resistência de 94,1% ao uso de Ampicilina, 66% ao uso de Tetraciclina, 37% ao uso de Sulfametazol + Trimetropim e 4% ao uso Amoxacilina + Ácido Clavulânico.

    O elevado grau de resistência bacteriana pode ser justificado pelo uso irracional de antibióticos, o que dificulta o controle da infecção e aumenta o custo do tratamento, como relata COSTAL, L. C. et al (2010).

    Em uma determinada região, a prevalência de resistência a antimicrobianos não pode ultrapassar 20%, segundo Guia de Tratamento de Infecções não complicadas do Trato Urinário, descrito por WARREN J. W. C. et al. (1999). Por sua vez, a Ampicilina, Sulfametazol + Trimetropim e a Tetraciclina apresentam, neste estudo, taxa de resistência acima de 20% para alguns microrganismos, inviabilizando o seu uso para esta população. No presente estudo, pode-se citar como alternativa o uso de Ciprofloxacino e Gentamicina que obtiveram menor índice de resistência a todos os microrganismos encontrados. Entretanto, o seu uso deve ser racional como descrito em BRAOIOS, A. et al (2009), porque se a sua utilização não for criteriosa, esses agentes podem selecionar novas cepas resistentes, o que levaria a conseqüências futuras ainda maiores.

Tabela I. Resistência a antimicrobianos das bactérias mais freqüentemente isoladas em amostras de Urocultura analisadas em um Laboratório de Análises Clínicas no ano de 2011 na cidade de Pirapora, MG

Conclusão

    Diante dos resultados encontrados, é possível concluir que o percentual de Infecção do Trato Urinário, a sua distribuição por gênero e a identificação de seus principais agentes causadores no município de Pirapora-MG são semelhantes aos resultados encontrados em outros estudos. Além disso, conclui-se também que a resistência bacteriana está associada ao uso indiscriminado de antibióticos, sendo necessário estabelecer o diagnóstico correto das ITU através da urocultura e do antibiograma, etapa essencial para o estabelecimento de estratégias individualizadas em relação ao uso racional destes medicamentos.

Referências

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