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Associação entre qualidade de vida
e insuficiência venosa crônica em jovens

La relación entre calidad de vida e insuficiencia venosa crónica en jóvenes

The association between quality of life and chronic venous diseases in young

 

*Fisioterapeuta. Docente Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e Escola Bahiana de Medicina

e Saúde Pública (Bahiana). Grupo de pesquisa em Fisioterapia Cardiovascular

e Respiratória (GEPFIR) da Bahiana. Salvador, Bahia

**Fisioterapeuta graduada pela União Metropolitana de Educação

e Cultura (UNIME), Lauro de Freitas, Bahia

***Fisioterapeuta. Docente Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (Bahiana)

Grupo de pesquisa em GEPFIR. Fisioterapeuta líder

do Hospital Aliança. Salvador, Bahia

Luciana Bilitário Macedo*

Eduarda Gonçalves da Silva**

Paula Dandara Gomes de Santana Santos**

Cristiane Maria Carvalho Costa Dias***

lucianabilitario@bahiana.edu.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          A Insuficiência Venosa Crônica (IVC) compromete o retorno venoso e destaca-se pelo constrangimento, repercussão funcional e sócio-laboral que acarreta. Objetivo: estabelecer associação entre qualidade de vida e IVC, e, entre postura ocupacional e IVC. Método: estudo transversal. Amostra: estudantes voluntários. Foi preenchido um formulário estruturado e realizado exame físico (medida de pressão arterial, frequência cardíaca em repouso, circunferência da panturrilha, peso, altura) e aplicada a classificação clínica, etiológica, anatômica e patofisiológica [CEAP] que classifica a IVC; também responderam ao SF-36 e ao questionário internacional de atividade física (IPAQ). Resultados: participaram 86 indivíduos, 64 (74,4%) mulheres; média de idade 26±5,5(19|¾|44). Houve maior número de mulheres com IVC, p<0,01; na CEAP foram encontrados: 40,7% (35) indivíduos com telangiectasias e/ou veias reticulares (C1); 8,1% (7) com veias varicosas (C2) e 5,8% (5) com edema em membros inferiores (C3). Encontradas correlações entre IVC e os domínio capacidade funcional (r=-0,29, p<0,01), e vitalidade (r=-0,21, p=0,04). A relação entre postura adotada por maior tempo no trabalho e presença de IVC mostrou que as posições sentadas e de pé com ambas as pernas esticadas apresentaram maior frequência de IVC (p=0,05). Encontrada associação entre o uso do apoio para os pés durante a atividade ocupacional com menor prevalência de IVC, p<0,01. Conclusões: encontrada associação entre capacidade funcional e vitalidade com IVC. Houve prevalência elevada dos jovens com presença de IVC nos graus da CEAP: C1, C2 e C3, e associação entre a postura ocupacional e IVC.

          Unitermos: Insuficiência venosa (classificação). Qualidade de vida. Exame físico. Saúde ocupacional. Atividade física.

 

Abstract

          Venous insufficiency disease (VID) compromises the venous return, gaining prominence over the embarrassment and repercussions of the social and labor it entails. Objective: To investigate the association between quality of life and VID and occupational posture and VID. Methods: cross-sectional study. Sample: student volunteers. Participants was completed a structured form with physical examination (blood pressure, heart rate, calf circumference, height, weight was examined) and clinical, etiologic, anatomical and pathophysiological (CEAP) which informs the clinical severity of people with VID, also responded the quality of life questionnaire SF-36 and the International Physical Activity Questionnaire (IPAQ). Results: 86 participants, 64 (74.4%) women, mean age 26±5.5 years. There was a higher number of women with VID, p<0.01. CEAP classification found: 40.7% (35) individuals with telangiectasis and/or reticular veins (C1), 8.1% (7) varicose veins (C2) and 5.8% (5), edema of the limbs lower (C3). The correlations between VID and physical functioning domain (r=-0.29, p<0.01), as well as between the domain VID and vitality (r=-0.21, p=0.04) were inverses. The relationship between posture in work and presence of VID showed that the positions sitting and standing with both legs stretched showed a higher frequency of VID (p=0.05). Was found association between the use of the footrest during occupational activity with lower prevalence of VID, p<0.01. Conclusions: found an inverse association between VID frequency in young and functional capacity and vitality (SF-36). There is high frequency of volunteers with VID in CEAP levels: C1, C2 e C3, and the association between occupational posture in work and VID.

          Keywords: Venous insufficiency (classification). Quality of life. Physical evaluation. Physical activity. Health labor.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 18 - Nº 182 - Julio de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O mau funcionamento do sistema venoso leva ao desenvolvimento da Insuficiência Venosa Crônica (IVC), podendo acarretar constrangimentos, repercussões sócio-laborais e estéticas1,2-6.

    Estudos epidemiológicos associaram a posição prolongada ortostática e sentada no local de trabalho com alterações nos membros inferiores. Fatores como as condições de trabalho e a postura adotada para a realização do mesmo, podem ser alvo de ações preventivas que gerem modificações na postura laboral. Desta forma, o exercício físico vem comprovando ser um aliado no tratamento das IVC7-9. Assim, o cuidado integral com o paciente e com sua reintegração social e laboral refletem a valorização da qualidade de vida do mesmo. Portanto, o tratamento da IVC não deve ser norteado apenas pela cura da patologia, o paciente deve ser visto como um todo e buscar o máximo de condições para desenvolver uma vida normal5, 10-12.

    A IVC pode acarretar comprometimentos no desempenho funcional e alterações psicológicas podendo suscitar um impacto negativo na qualidade de vida, tornando necessária a utilização de instrumentos para a realização de uma avaliação integral, que aborde alterações nas atividades da vida diária, funcionais, ocupacionais, psicológicas e na percepção do estado de saúde global12. Sendo assim, a proposta deste estudo foi estabelecer associação entre qualidade de vida, postural ocupacional e insuficiência venosa crônica.

Método

Desenho, critérios de inclusão e exclusão

    Estudo de corte transversal, amostra composta por universitários voluntários que realizavam algum tipo de atividade laboral. A coleta de dados foi realizada no período de fevereiro a maio de 2012. Foram incluídos indivíduos de ambos sexos, idade ≥ 18 anos, e excluídos aqueles com história clínica de doenças cardíacas, neoplasias, doenças ósseos musculares e gestantes.

Procedimentos e medidas

    Todos os participantes preencheram uma ficha clínica estruturada com informações clínicas e pessoais, foi realizada uma avaliação da postura ocupacional, que englobou perguntas sobre o posicionamento durante o trabalho, focando nos membros inferiores; e a classificação clínica, etiológica, anatômica e patofisiológica (CEAP) que classifica a gravidade clínica da IVC. O exame físico incluiu medidas antropométricas, freqüência cardíaca (FC), pressão arterial (PA) e circunferência da panturrilha (CP); também foi calculado o IMC. As medidas da PA e FC foram realizadas no braço esquerdo com o indivíduo sentado, após cinco minutos de repouso, utilizando o medidor de pressão digital automático de pulso RS380, marca Premium®. Foi realizada também a medida da CP obtida com o participante na posição sentada e suas panturrilhas descobertas. A fita métrica inelástica foi colocada em volta das regiões mais largas das panturrilhas, sendo registrada a maior medida13,14.

    Em seguida, os membros inferiores foram examinados na posição ortostática por inspeção visual, utilizando a CEAP. De acordo com esta, os sinais clínicos são divididos em: C0 (sem sinais de doença venosa); C1 (telangiectasias e/ou veias reticulares); C2 (veias varicosas); C3 (edema); C4 (alterações subcutâneas, subdivide-se em C4a- alterações na pigmentação e eczema e C4b- lipodermatoesclerose e atrofia branca); C5 (úlcera de estase cicatrizada) e C6 (úlcera de estase aberta). No caso dos dois membros inferiores serem acometidos, foi considerado o de maior escore da CEAP 5,12.

    Após coleta dos dados os indivíduos responderam ao questionário genérico de qualidade de vida The Medical Outcomes Study 36–Item Short Form Health Survery (SF-36), versão brasileira. Este apresenta um escore final que varia de 0 a 100, onde zero significa um pior estado geral de saúde e 100 uma melhor percepção em relação a sua qualidade de vida 5,15. Também foi aplicado o questionário sobre postura ocupacional, baseado no método OWAS (Ovako Working Posture Analysis System), que identifica e avalia as posturas inadequadas durante a execução de uma tarefa16. Por fim, os participantes responderem ao Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) versão curta. O IPAQ classifica os níveis de atividade física em três categorias: leve ou de caminhada; moderada; e muito ativos. Também foi calculado o escore contínuo por meio do gasto energético estimado pelos equivalentes metabólicos (METS) 9.

Análise estatística

    Para análise estatística foi utilizado o programa SPSS for Windows, versão 14.0. As variáveis categóricas foram descritas em freqüência e as numéricas em medidas de tendência central após avaliação da normalidade. A análise estatística entre as variáveis numéricas foi feita pelo teste t de Student. Para verificar a associação entre as variáveis numéricas foi utilizado o coeficiente de correlação de Spearman e entre as variáveis categóricas foi aplicado o teste qui-quadrado. Considerado 5% como nível de significância estatística.

Tamanho amostral

    Obtido na Calculadora Lee baseado em uma estimativa de aproximadamente 25% de indivíduos adultos apresentarem IVC na população geral, considerando uma precisão absoluta de 10 e nível de significância de 5%, a população estimada para detecção de IVC foi de 72 indivíduos.

Aspectos éticos

    O estudo obedeceu aos critérios da ética em pesquisa com seres humanos conforme a Resolução n. 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, sendo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Tecnologia e Ciências sob o Parecer nº 3622/2012. Todos os participantes leram e assinaram um termo de consentimento informado.

Resultados

    Amostra composta por 86 voluntários, 64 (74,4%) mulheres, nove (10,5%) faziam uso de anticoncepcionais. A média de idade dos participantes foi de 26±5,5 anos. Quanto ao nível de atividade física, 24 (27,9%) dos indivíduos foram classificados como ativos pelo IPAQ. As características clínicas, dados pessoais e auto-relato da atividade física (no mínimo três vezes por semana por no mínimo 30 minutos cada vez), estão evidenciadas na tabela 1.

Tabela 1. Características clínicas, hábitos de vida e nível de atividade física entre indivíduos jovens com e sem IVC, Salvador, Bahia, 2012*

    Na amostra foi encontrada significância estatística em relação ao sexo com a IVC, 41 mulheres x cinco homens (p<0,01). Quanto à presença de IVC de acordo com a CEAP: 35 (40,7%) dos indivíduos apresentaram telangiectasias e/ou veias reticulares (CEAP 1); sete (8,1%) varizes em membros inferiores (CEAP 2) e cinco (5,8%) presença de edema (CEAP 3). A presença de fatores hereditários para IVC foi relatada em 39 (45,3%) dos participantes e, destes, 15 (17,4%) relataram ter pais com varizes.

    Dentre os participantes, 62 (72,1%) referiram atividade profissional ativa e três (3,5%) referiram afastamento temporário do trabalho nos últimos seis meses por problemas com a saúde. Quando questionados sobre a presença de algum tipo de dor freqüente (pelo menos três vezes por semana), 34 (39,5%) indivíduos responderam positivamente, dentre estes, 23 possuíam IVC, p=0,03. Foi também constatado que sete (8,1%) dos entrevistados referiram exercer outra atividade profissional além da função principal como complemento da renda mensal.

    Ao relacionar os níveis de atividade física avaliados pelo IPAQ em indivíduos ativos (IPAQ nível 3 ou muito ativos) e moderadamente ativos ou pouco ativos (IPAQ níveis 1 e 2) com a presença de IVC, não foi encontrada associação na população estudada (p=0,57); bem como quando avaliada a CEAP com o auto-relato de atividade física (p=0,50).

Figura 1. Atitudes avaliadas durante a atividade laboral/ocupação principal e 

a presença de Insuficiência Venosa Crônica (IVC), Salvador, Bahia, 2012*

    A relação entre posição/postura adotada por maior tempo no trabalho e presença de IVC mostrou que indivíduos que adotam as posições sentadas e de pé com ambas as pernas esticadas apresentaram maior freqüência de IVC do que aqueles que adotaram as posições de pé com o peso em uma das pernas esticadas, de pé ou agachado com um dos joelhos dobrados e andando ou se movendo (p=0,05). Dentre as atitudes avaliadas durante a atividade laboral, foi encontrada associação entre o uso do apoio para os pés e a IVC, p<0,01 (figura 1). A avaliação das variáveis FC, PAS, PAD, IMC e circunferência de panturrilha (CP) entre indivíduos com e sem IVC, não demonstrou diferenças estatísticas significativas.

Tabela 2. Associação entre Qualidade de Vida (Questionário SF-36) e escore CEAP (IVC)* entre indivíduos jovens com e sem IVC, Salvador, Bahia, 2012

    A avaliação da associação entre qualidade de vida através do questionário SF-36 e os graus de IVC através da CEAP, mostrou que indivíduos com maiores graus de IVC apresentaram piora nos índices de qualidade de vida, em todos os domínios do questionário, porém, com significância estatística nos domínios capacidade funcional (r=-0,29, p<0,01), e vitalidade (r=-0,21, p=0,04) (Tabela 2).

Discussão

    Atingindo cerca de 20% da população adulta em países ocidentais, com 3,6% de casos de úlcera ativa ou cicatrizada na população adulta, a IVC é, segundo dados oficiais no Brasil, a 14ª causa de afastamento temporário do trabalho17-19. Desta forma chama atenção a prevalência elevada da IVC na população estudada, considerando a precocidade da disfunção.

    Com relação a maior freqüência de mulheres com IVC, os resultados são concordantes com a maioria das pesquisas sobre o tema20-21. As explicações estão embasadas nos fatores hormonais, entretanto, há de se relevar o fato de que tal evidência pode ser reflexa de causas estéticas que fazem com que as mulheres procurem tratamento três vezes mais do que os homens8.

    Bertoldi et al.8,22, mostraram que as patologias venosas induzem a altos custos financeiros devido aos cuidados médicos nos hospitais e em domicílios e também implicam em conseqüências sociais com morbidade significativa, baixa produtividade no trabalho, aposentadorias por invalidez e restrição das atividades de vida diária e lazer. Além de que, a maior incidência entre as mulheres constitui um fator de risco5,8,22, como também foi evidenciado neste estudo. Resultados divergentes foram encontrados no Reino Unido, além de não mostrar associações consistentes entre IVC e estilo de vida23.

    Na Polônia foi relatada a prevalência de varizes e IVC grave, semelhante a outros países desenvolvidos, segundo estudo com 40.095 pessoas, cujos fatores de risco predominantes foram idade, história familiar de varizes e constipação, independente do sexo, estando de acordo com dados epidemiológicos recentes24. Na presente pesquisa foi confirmada a presença de fatores hereditários para IVC, corroborando com outros18,24, que sugerem um componente genético associado a um aumento na incidência da IVC.

    Este estudo incluiu a medição da circunferência da panturrilha (CP), com intuito de confirmar a hipótese da associação entre a medida da mesma e a presença ou não de IVC; considerando que esta medida é recomendada como adequada quando é igual ou superior a 31 centímentros, tanto para homens, quanto para mulheres25. Não foram encontrados valores que evidenciassem discrepância entre a medida na CP dos indivíduos com e sem IVC, entretanto, aqueles sem IVC apresentaram CP maior quando comparadas aos com IVC, apesar de ambos estarem com a medida adequada considerando o valor referenciado por Najas e Nebuloni25.

    Ao relacionar os níveis de atividade física de acordo com o IPAQ com a presença de IVC, não foram encontradas associações, assim como, quando avaliada a CEAP com o auto-relato de atividade física. Estes resultados contrapõem os de Pena e Macedo9, que evidenciaram menor freqüência de IVC em pessoas mais ativas. Os achados divergentes podem ser explicados pelo nível habitual de atividade física avaliado pelo IPAQ na população estudada que apresentou atividade laboral associada a atividade estudantil, com um índice elevado de pessoas ativas ou moderadamente ativas somando 69,8% dos participantes25-27.

Nesta pesquisa indivíduos com IVC em maior grau apresentaram pior QV em todos os domínios do questionário, especialmente capacidade funcional e vitalidade com correlação leve. Conforme estudo realizado no Brasil11, utilizando-se o questionário SF-36 para avaliar a qualidade de vida entre os pacientes, foi observado que a QV foi mais afetada quanto maior era a gravidade da patologia. Outra pesquisa5 que avaliou a qualidade de vida em 50 pacientes com IVC concluiu que os aspectos físicos e funcionais foram mais comprometidos nas formas mais graves desta patologia. Desta forma, a presença de IVC apresentou impacto na qualidade de vida da população estudada, sendo considerada importante a inserção da avaliação da QV nestes indivíduos podendo sugerir um direcionamento mais adequado nas intervenções terapêuticas.

    Dentre as atitudes avaliadas durante a atividade laboral, foi encontrada associação entre o uso do apoio para os pés e a presença de IVC. Neste estudo utilizar apoio para os pés, de preferência aqueles que promovam a ativação da bomba da panturrilha, e não permanecer por muito tempo numa mesma posição (realizar intervalos durante a jornada de trabalho), elevando os membros inferiores, mostrou associação com a IVC. Aqueles que o fazem, apresentam menor freqüência de IVC, corroborando com os achados de Heather et al.28, considerando de fundamental importância a ativação do retorno venoso.

    O uso do salto alto por longos períodos, não mostrou associação com a presença de IVC, contrapondo Tedeschi Filho29, o qual mostrou que o uso contínuo do salto alto pode provocar hipertensão venosa nos membros inferiores. Os resultados contraditórios podem ser explicados pela média de idade da população estudada neste artigo, sendo muito jovem e ativa, podendo ainda não ter sido acometida pelo efeito cumulativo do uso de calçados com saltos elevados. Também é válido ressaltar que a na presente pesquisa os graus de IVC encontrados foram nas fases iniciais da IVC (C1,C2 e C3).

    Como limitações do estudo pode-se destacar o predomínio do gênero feminino na amostra, o que dificulta a comparação entre os sexos; o fato de a CEAP ser considerada complexa, de difícil abordagem e um examinador dependente; e as limitações inerentes ao uso do IPAQ, como o viés da memória e a variedade de procedimentos de escore, podendo causar respostas sobrepostas nos itens de atividades de caminhada leve e moderada. Além disso, a população jovem deste artigo não pode ser sempre comparada a estudos com médias de idade muito superiores, visto que as alterações funcionais advindas de posturas no trabalho e hábitos de vida inadequados têm efeitos cumulativos.

Conclusões

    Na amostra foi encontrada prevalência elevada de indivíduos com presença de IVC nos graus iniciais da CEAP, mostrando relação entre a postura ocupacional e a presença da mesma. A presente pesquisa conclui que a IVC tem um impacto negativo na qualidade de vida e funcionalidade dos indivíduos jovens. Assim, vale ressaltar a importância da avaliação da QV por parte dos profissionais de saúde que lidam com essa população para incluir na abordagem terapêutica as atividades educacionais e incentivo para melhorar o desempenho funcional. Novos estudos serão necessários para confirmar a associação da postura ocupacional, da atividade física e da circunferência da panturrilha com a IVC, em populações com diferentes atividades laborais.

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