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Educação Física escolar contemporânea: 

segundo a perspectiva de seus autores

La Educación Física escolar contemporánea: la perspectiva de los autores

 

Graduando em Educação Física pela Universidade do Estado do Pará, UEPA

Campus VII Conceição do Araguaia, PA

(Brasil)

Iago Pereira Gomes

iej.belcorp@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Este artigo resulta de uma pesquisa bibliográfica a respeito da Educação Física escolar com o objetivo de mostrar seus aspectos contemporâneos, vendo que se faz necessário primeiramente ter esse conhecimento para se discutir novas propostas e práticas. Os discursos dos autores apontam para uma Educação Física mias próxima do objetivo da escola, vendo-a como uma disciplina de formação ampliada, mas que ainda tem muitas dificuldades.

          Unitermos: Educação Física escolar. Contemporaneidade. Inovação.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 18 - Nº 182 - Julio de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introduçâo

Iago Pereira Gomes     Partindo de uma ideologia de que para superar as idéias tradicionais de ensino, principalmente no campo da EF necessitamos contextualizar e discutir as práticas atuais para se alcançar novos conhecimentos, que nos leve a uma inovação pedagógica que proporcione uma Educação Física de qualidade. Nesse sentido esta pesquisa pretende apontar o que há de mais atual no campo da Educação Física escolar em relação aos conhecimentos produzidos no interior da área, para mostrar através deste meio, a sua contemporaneidade de acordo com o discurso de seus autores.

    As produções cientificas que deram suporte a esta pesquisa foi embasada em autores que discutem o desenvolvimento histórico da Educação Física escolar e principalmente a sua contemporaneidade, tais autores são Barbosa (2001) inserindo a Educação Física Escolar dentro do contexto social de forma mais ampla; Beltrami (2001) que contextualiza a história da educação física escolar através das produções de autores renomados nas suas respectivas épocas; Fensterseifer e Silva (2011) apontando atitudes inovadoras no campo da educação física escolar, Silva (2004) que pretende discutir as possibilidades de aplicação e de superação das atuais práticas educativas desta disciplina escolar, e Valter Bracht et al (2010) pretendendo analisar os processos de construção do que denominamos práticas pedagógicas inovadoras em Educação Física (EF) escolar.

Educação Física escolar e seus aspectos contemporâneos

    A respeito da contemporaneidade da EF escolar constatou-se através de revisões bibliográficas que o que vem sendo mais discutido de grande relevância a respeito da prática pedagógica é o seu estado de transição, onde segundo González e Fensterseifer (2010) a Educação Física deixa de se firmar em um discurso legitimador que é o tradicional para se deparar com as dificuldades encontradas na construção e efetivação de um novo modo de legitimação no espaço escolar, e tentando construir essa nova forma de autenticar a Educação Física dentro da escola. Barbosa (2001) nos propõe uma visão de educação revolucionária, onde o seu objetivo principal é transformar a consciência do homem capitalista e o seu comportamento social para formar pessoas criticas, autônomas e conscientes de seus atos. Barbosa segue a ideologia gramsciana, onde a escola tem que proporcionar à criança a possibilidade de forma-se, de torna-se homem, de adquirir os critérios gerais que sirvam ao seu desenvolvimento do caráter.

    Como a Educação Física alcançaria esses propósitos? Ministrando aulas calcadas na exposição oral dos seus conteúdos teóricos, confrontando-os com as experiências sócio-culturais dos alunos, que segundo o autor, após sete anos de disciplina de Educação Física os alunos não aprendem nada em relação aos seus conteúdos, “sabem jogar o esportes mais não sabem nada sobre o esporte”. O autor afirma que dessa forma o professor está contribuindo para que a escola continue sendo aparelho ideológico do Estado não formando indivíduos autônomos.

    Já Beltrami (2001) vem nos mostrar por meio do processo histórico aonde chegou a Educação Física escolar, analisando as proposições de autores que, ao longo do século anterior, trataram do assunto, dando a entender que há uma pluralidade de conceitos sobre a Educação Física escolar, que apesar das diferenças e das abrangências, é o corpo que aparece como seu objeto passivo de se educar, a autora aponta que da mesma forma é tratado o movimento do corpo, nos passando concepções fisiológicas da Educação Física anterior, mostra também que a mesma sempre foi pensada em propósitos de manter a sociedade saudável e de passar valores morais e culturais. Já se tratando de autores mais recentes Beltrami (2001) aponta a procura de modificar essa concepção fisiobiológica citada acima, reconhecendo o sujeito que movimenta o seu corpo como social e, nesse sentido, nos dá outra forma de se tratada a Educação Física. Por essa razão, fala em temas da Educação Física, como o tema do esporte, que é duramente criticado. Em seu lugar, outros temas passam a ser destacados, como a dança as lutas e a ginástica oportunizando para os alunos diversas práticas da cultura corporal.

    Já Silva (2004) entende a Educação Física como parte das ciências sociais e humanas, porque aborda o conjunto de expressões humanas constantes nas estruturas, processos, sujeitos, significados e representações produzidas pelas manifestações da expressão corporal. Segundo ela o objeto de estudo é a cultura corporal, parte do acervo da humanidade e por isso indispensável ao conhecimento escolar para o entendimento da realidade social e do mundo do trabalho. Em relação aos conteúdos, manifestações da cultura corporal, não poderiam ser pensados e nem apontados de forma isolada e, sim, ligados à realidade social. Essa proposta parte do entendimento da cultura corporal como uma totalidade formada por distintas práticas sociais-corporais, como o jogo, a ginástica, o esporte, a dança e a luta, se diferenciando da que historicamente predominou dentro das instituições escolares.

    Fensterseifer e Silva (2011) tem uma visão bem atualizada da Educação Física Escolar, segundo eles, a mesma passa por um processo de transição se aproximando aos propósitos da escola, a Educação Física escolar estaria buscando elementos para construir uma prática pedagógica não mais voltada para o exercitar-se, mas na aquisição de novos conhecimentos relacionados às manifestações da Cultura Corporal de Movimento.

    Para tal compreensão não só adianta ter um currículo com fundamentação científica e filosófico-humanista, se faz necessária uma via de comprovação de experimentação de novos modos de trabalho pedagógico, onde possa discutir refletir e criticar sobre as metodologias utilizadas. Via essa que seria os projetos de extensão mobilizados dentro e fora da instituição, e outro aspecto que é de grande relevância é a criatividade e a força de vontade para está tentando quebrar certos paradigmas dentro da área. Fensterseifer e González (2008, p.1) compara o ambiente escolar como “rodas vivas” que consomem e corrói práticas bem sucedidas oriundas do processo de formação e políticas educacionais. Outro fator condicionante para inovações pedagógicas é a educação continuada, que segundo Bracht (2005) essa formação não somente deve ser intensificada como também repensada a sua atual formatação, precisando assumir efetivamente caráter permanente e a sua forma deve privilegiar a idéia da formação de um professor crítico-reflexivo.

    Fensterseifer e Silva (2011) pontuaram também certas características que fundamentam experiências inovadoras, como:

    Para Bracht et al (2010) práticas inovadoras tem várias conceituações e uma problemática bem ampliada, o que as condiciona? Porque não à pratica? E estabelecer uma classificação rígida, e conceituar uma pratica como ideal seria um equivoco metodológico, impedindo com isso, de desqualificar determinadas práticas como não inovadoras, para investigar esse fenômeno, devemos estabelecer, inicialmente uma caracterização ampla a ser usada com flexibilidade, sem abrir mão da rigorosidade. Vendo desta forma mais flexível fica aberta a discussão do que seria uma pratica inovadora e como identificá-la, sem a pretensão de generalizar tais pratica, penso que para avaliar essas intervenções ditas bem sucedidas, deve-se primeiramente analisar a realidade de onde foram concretizadas e como foram e se realmente conseguiram êxito.

    Bracht et al (2010) parte da análise de que a Educação Física brasileira tem tido uma grande dificuldade de solidificar seus avanços epistemológicos e teóricos no campo das intervenções principalmente dentro do ambiente escolar. E que através da superação dessa dificuldade alguns professores conseguem construir práticas pedagógicas inovadoras que não obedecem a lógicas tradicionais, que não se deve somente por fatores condicionantes da formação e sim também de sua vida cotidiana.

    Essas intervenções pedagógicas vem sendo bastantes discutidas no interior da área através de estudos de casos, que apontam como tais professores construíram essa compreensão de Educação Física e como é essa relação com a prática. De acordo com Bracht et al (2010).

    Alguns aspectos estão aparecendo de forma equivalente entre os casos, dentre os quais destacamos: a relação diversificada com a cultura e a importância dos processos de formação continuada; as problematizações teóricas nas aulas e organização dos conteúdos em projetos temáticos (BRACHT et al, 2010 p 26).

    Tais práticas inovadoras são uma característica muito importante da contemporaneidade da Educação Física escolar, apesar de serem intervenções pensadas e construídas ideologicamente desde 1980 com o Movimento Pedagógico Renovador da Educação Física, onde foram feitas varias propostas visionarias e de grande importância para essa construção prática atual.

Considerações finais

    A Educação Física escolar atual discutida entre os autores aponta diferentes propostas inovadoras, e que através delas podemos notar certas predominâncias ideológicas, como a necessidade de se construir uma Educação Física firmada dentro do ambiente escolar, com propostas capazes de contribuir com a formação e desenvolver o individuo em sua totalidade, e que para se conseguir esse feito o professor terá que quebrar alguns paradigmas e sai das quatro linhas, ter mais comprometimento com a educação, e buscar formação continuada de qualidade. Foi possível observar também que a grande problemática que ainda persiste até nos dias atuais dentro da educação física escolar, é a relação teoria e prática que dificulta a intervenção dos professores em tirar do papel e transportar para suas aulas, e o que dificulta mais ainda é a produção de conhecimentos que não se vinculam com a realidade atual da Educação Física Escolar, propostas ideológicas longe de serem transmitidas para uma prática dentro da sala de aula devido a grande diversidade de problemáticas pertencentes a várias realidades distintas.

Referências

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