efdeportes.com

Body jump, alteração hormonal e atenuação 

dos sintomas da síndrome pré menstrual

Body jump, alteración hormonal y atenuación de los síntomas del síndrome premenstrual

Body jump, and hormonal change mitigation of symptoms of pre menstrual syndrome

 

*Acadêmica do Curso de bacharel em Educação Física da URCAMP São Gabriel/RS

**Coordenador do Curso de Educação Física da URCAMP São Gabriel/RS

***Professora do Curso de Educação Física da URCAMP São Gabriel/RS
****Professor do Curso de Educação Física da Universidade Federal

do Amazonas. Campus Baixo Amazonas – ICSEZ

(Brasil)

Valdir Bairros Duarte*

Aline Duarte da Silveira**
Márcia Gonzalez Feijó***

Marcelo Gonçalves Duarte****

duartemg83@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo do presente estudo foi apresentar os benefícios da pratica de body jump na fase de alteração hormonal, principalmente na atenuação dos sintomas da Síndrome Pré Menstrual. Para o presente estudo foram entrevistadas 25 mulheres, com idade entre 16 e 42 anos, participantes da turma de body jump da Academia Corpo e Movimento, na cidade de São Gabriel/RS, praticantes há mais de 03 (três) meses da modalidade e que estivessem em idade reprodutiva. Foi elaborado e aplicado um questionário contendo 10 (dez) questões de múltipla escolha, extremamente objetivas e de fácil compreensão. Os exercícios na cama elástica (jump), quando executados de forma moderada e com determinada freqüência, são indicados por muitos como sendo atenuador de vários sintomas comumente manifestados na fase pré-menstrual, e para uma minoria seria até uma forma de tratamento não farmacológico. Nesse estudo verificou-se uma clara preferência das mulheres a prática do body jump como forma de tratamento estético, psicológico e físico.

          Palabras clave: Body jump. Síndrome pré menstrual. Alteración hormonal.

 

Abstract

          The aim of this study was to present the benefits of practicing body jump in phase hormonal changes, especially in alleviating the symptoms of Pre Menstrual Syndrome. For this study, we interviewed 25 women, aged between 16 and 42 years, participants in the class body jump Academy Body and Movement in the city of São Gabriel / RS, practicing for more than three (03) months of the modality and were of reproductive age. Was developed and applied a questionnaire containing ten (10) multiple choice questions, objective and extremely easy to understand. The exercises on the trampoline (jump) when executed in moderation and with a certain frequency, are indicated by many as attenuator several symptoms commonly manifested in the premenstrual phase, and for a minority to be a form of non-pharmacological treatment. In this study there was a clear preference for women to practice the body jump as treatment aesthetic, psychological and physical.

          Keywords: Body jump. Pre Menstrual Syndrome. Hormonal change.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 18 - Nº 182 - Julio de 2013. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

Introduçâo

    Nos últimos anos, tornou-se visível o espaço conquistado pelas mulheres dentro da nossa sociedade. Encontramos hoje com muita facilidade lares onde a mulher é o chefe da família, dados do IBGE (2008) apontam que cerca de 25% das famílias brasileiras vivem nessa situação. Com a atribulação cotidiana, infelizmente a qualidade de vida da mulher vem sofrendo mudanças negativas, sendo raro o tempo que elas destinam para si, seja para cuidar da saúde, da sua figura estética ou mesmo para o seu lazer. Nesse contexto social atual a mulher vem sendo o principal alvo das doenças da vida moderna tais como estresse, sedentarismo, hipertensão, obesidade e, principalmente, a Síndrome Pré Menstrual (SPM).

    A SPM tem sido considerada uma doença moderna, apesar dessa classificação seus sintomas já são objeto de estudo há décadas. Em 1931, Robert Frank descreve o estado de irritabilidade, desassossego e mal-estar precedido de incontável tensão, que se apresentava de sete a dez dias antes da menstruação, ao qual chamou de tensão pré-menstrual (TPM), como é popularmente chamada até hoje (FRANK, 1931). Estima-se que cerca de 80% das mulheres brasileiras sofram desse desequilíbrio na fase pré-menstrual (SILVA et al., 2006). Segundo Muramatsu, Vieira & Simões (2001) o distúrbio atinge a mulher na fase reprodutiva e causa alterações de cunho físico, emocional e social. A doença se torna um transtorno na vida das mulheres, comprometendo o relacionamento e afetando a produtividade no ambiente familiar, social, escolar e profissional.

    Tal comportamento é cíclico ocorrendo na maioria das mulheres na fase chamada pré-menstrual (do 23º ao 28º dia do ciclo), a qual se repete normalmente a cada 28 dias. Nesse período, há uma grande oscilação nos níveis hormonais femininos, como estrógeno e progesterona, sendo que esse último na fase pré-menstrual alcança sua máxima concentração sanguínea, e causa alterações no corpo e no estado psicológico. Em sua forma mais acentuada a SPM é conhecida como transtorno disfórico pré-menstrual (GAION, 2008; VIEIRA, GAION, 2009), exigindo acompanhamento médico e psicológico, por tornar-se praticamente patológica. A partir desse contexto estudos para avaliar o melhor meio de amenizar os problemas advindos da SPM são restritos, mas nas últimas décadas vem crescendo em ritmo acelerado. Em muitos deles (DAVID, 2009; GAION, 2008; RAPKIN et al., 2003; RODRIGUES, OLIVEIRA, 2006) os exercícios físicos aparecem como uma forma de alívio aos sintomas. Há muito se conhece os benefícios da atividade física em ambos os sexos, porém, na mulher, ocorrem algumas particularidades a serem consideradas: variações no perfil hormonal, composição corporal diferenciada, incidência de afecções próprias ao gênero, respostas fisiológicas e orgânicas ao exercício.

    A atividade física que vem ganhando mais espaço na atualidade, principalmente na vida da mulher é o body jump. A modalidade se utiliza de um mini trampolim onde são executados saltos, corridas estacionárias e passos coreografados. Além de ser uma aula extremamente divertida e relaxante, pois parece uma brincadeira, se mostra eficaz na ação contra a celulite, queima muitas calorias (até 900 Kcal dependendo da intensidade em uma hora de treinamento), enrijece as pernas e o bumbum, combate o estresse, melhora o condicionamento cardiorrespiratório aumentando o consumo máximo de oxigênio (VO2 Max.), diminui a gordura corporal e os níveis de colesterol. Dessa forma o body jump surgiu como uma alternativa para manter a forma e prevenir doenças, além de acabar com estresse da vida moderna.

    As questões pautadas a partir dessas informações recorrem sobre quais os benefícios seriam gerados às mulheres praticantes de body jump capazes de atenuar os sintomas da SPM. Essa temática é considerada nova, até existem estudos referentes a essa síndrome, mas a maioria no campo da medicina e da psicologia, os quais apontam que mais de 50% das mulheres brasileiras são vítimas da SPM. Tais dados se solidificam ao fato do distúrbio estar presente na vida das mulheres e representar um problema real, já que durante esse período, muitas mulheres têm suas vidas perturbadas psicologicamente, socialmente ou fisicamente, e não sabem o que fazer de fato para amenizar os sintomas.

    A atividade física, independentemente da sua modalidade, desponta como uma tendência de saúde e bem-estar. Assim associar a SPM a uma aula divertida, descontraída, benéfica e excitante de body jump só tende a somar positivamente para a saúde e qualidade de vida da mulher. O estudo tem como finalidade apresentar os benefícios da pratica de body jump na fase de alteração hormonal, principalmente na atenuação dos sintomas da Síndrome Pré Menstrual.

Metodologia

Participantes do estudo

    Para o presente estudo foram entrevistadas 25 mulheres, com idade entre 16 e 42 anos, participantes da turma de body jump da Academia Corpo e Movimento, na cidade de São Gabriel/RS, praticantes há mais de 03 (três) meses da modalidade e que estivessem em idade reprodutiva.

Instrumentos e Procedimentos

    Foi elaborado e aplicado um questionário contendo 10 (dez) questões de múltipla escolha, extremamente objetivas e de fácil compreensão. As fichas foram entregues após um consentimento verbal, aceito pelas mulheres participantes, tendo um esclarecimento dos objetivos dos mesmos, da pesquisa e a garantia da não identificação de suas respostas. Assim, todas as fichas foram respondidas na própria academia, em uma área reservada para o procedimento, tendo as participantes uma maior privacidade e atenção em relação às perguntas apresentadas. Após coletadas e analisadas as informações, os dados obtidos através das respostas foram convertidos em gráficos e/ou tabelas apresentados no decorrer deste.

Resultados e discussão

    A análise dos questionários mostrou que a partir do total de 25 mulheres, 88% das participantes da pesquisa declararam conhecer o conceito e as causas da menstruação, o que representou um montante de 22 mulheres do total (Figura 1). A descrição dos resultados de cada uma das perguntas do questionário segue nos gráficos e/ou tabelas abaixo.

Figura 1. Conhecimento sobre conceito e causas da menstruação

    A menstruação é compreendida como o produto de um ciclo menstrual que envolve um complexo conjunto de mecanismos de controle neuroendócrino e sistemas de ação e interação de secreções de glândulas e de órgãos sexuais e suas constantes modificações num eterno esforço de adaptação aos ambientes interno e externo.

    O ciclo menstrual é ordenado por mais de uma dúzia de hormônios que circulam pelo organismo feminino de uma maneira complexa e coordenada (Prior et al, 1982a) na presença de uma estrutura anatômica normal (aparelho genital). Hormônios produzidos pelos ovários, pela hipófise, e pelo útero trabalham juntos para instalar sintomas cíclicos e sinais durante o ciclo menstrual. Segundo Abraham (1978), o ciclo menstrual normal pode variar entre 21 e 36 dias, a fase folicular entre 10 e 20 dias e a fase lútea entre 11 e 16 dias. Consensualmente, a menstruação de um ciclo ovulatório ocorre 14 dias após a ovulação. Giordano (1992) subdivide a atividade ovariana no ciclo menstrual em três fases: fase folicular, ovulação e fase lútea. Durante a fase folicular, o ovário responde apropriadamente ao estímulo hipotálamo-hipofisário com o crescimento e maturação do folículo. Durante a fase seguinte, há a liberação do óvulo através do nível adequado de estrogênios e do surto de LH. Ainda segundo Giordano, fatores tais como a presença de gonadotrofinas, de prostaglandinas, a elevação de histamina e a contratibilidade ovariana agem como coadjuvantes no fenômeno da rotura folicular. Na terceira e última fase, o folículo roto, aquele que expeliu o óvulo, sofre ação do LH, luteinizando-se e formando assim o corpo lúteo, que é a fonte principal de produção de progesterona.

    A Tensão ou Síndrome Pré-Menstrual é um fenômeno que acomete muitas mulheres e que ainda não está totalmente elucidado pela ciência apesar de ser uma velha conhecida das mulheres, prova disso é que do total de entrevistadas apenas 02 (8%) mencionaram não saber o significado da SPM ou TPM (Figura 2), sendo que as outras 23 (92%) assumiram conhecer e até conviver com ela.

Figura 2. Conhecimento conceitual da SPM/TPM

    Da menarca à menopausa, a mulher passa por mudanças endocrinológicas e fisiológicas associadas ao processo cíclico da menstruação e da ovulação. Trata-se de uma ciclicidade normal e não patológica. No entanto, os termos síndrome pré-menstrual e tensão pré-menstrual têm sido usados para descrever mudanças associadas a esta ciclicidade (Choi, 1995). A palavra síndrome, mais usada na língua inglesa, significa um grupo de sintomas que ocorrem juntos e caracterizam uma condição anormal ou patológica (Choi, 1995), sem comprovação estabelecida (Richardson, 1995) de múltiplas origens. Em 1985, a Associação de Psiquiatria Norte-Americana classificou a TPM como Síndrome Disfórica do Último Período da Fase Lútea (Late Luteal Phase Dysphoric Disorder - LLPDD), concentrando-se somente nos sintomas de origem comportamental e emocional, ignorando sintomas físicos comuns (Mortola, 1992a; Mortola 1992b e Mortola, 1998).

    A TPM ocorre durante a fase lútea e termina com a chegada do fluxo menstrual. A seguir, observe algumas definições (Figura 3) da Síndrome Pré Menstrual ou Tensão Pré Menstrual:

Figura 3. Definições de Tensão Pré-Menstrual

    A Síndrome Pré Menstrual (SPM ou popular TPM) é um fenômeno muito complexo que tem representado muitas queixas na clínica médica, muitas das definições apontam para a mesma direção, envolvendo características fisiológicas, psicológicas, emocionais e sociais que variam de mulher para mulher e em certo momento da vida causa algum ou grande transtorno. Dentre o total de pesquisadas 13 admitiram sofrer constantemente com esses sintomas, o que representa 52%, já 08 (32%) mulheres relataram já ter sofrido com tais alterações algumas vezes, 03 (12%) assumiram não sofrer mais e apenas 01 (4%) diz nunca ter passado por essas situações (Figura 4). A maioria dos tratamentos para amenizar os sintomas que afligem boa parte da população feminina mundial é baseada em remédios, basicamente a literatura tem se concentrado na parte clínica investigando a etiologia e tratamentos por fármacos, assim nos deparamos com pequenos avanços na busca de alternativas não farmacológicas.

Figura 4. Ocorrência de SPM/TPM

    Durante a ação da SPM, é visível a presença de vários sintomas. Alguns estudos trazem como sendo os principais sintomas: calor, cansaço, cefaléia, aumento no apetite por doces e carboidratos, inchaço (retenção de líquidos), mastalgia, etc. Segundo os autores, mais da metade das mulheres apresentaram mais de um sintoma nessa fase do ciclo, o que torna esse distúrbio um real problema no cotidiano. De acordo com Sampaio (2002), a SPM é caracterizada também pelas alterações no humor como a irritabilidade, depressão, choro, hipersensibilidade emocional. Esse fato se afere com o encontrado nesse estudo (Figura 5) o qual demonstra que do total de 81 citações sintomáticas, 37 foram a soma de irritação, depressão e mal humor, correspondendo a 46 % , as demais compreendem a dores na mama com 16 citações (19 %), vontade de comer doce – 12 citações (15%), inchaço e dores nas penas – 08 citações (10%), aumento de peso – 4 citações (5%) e acne – 4 citações (5%).

Figura 5. Sintomas mais citados

    A literatura ainda não chegou a um consenso em relação ao número de sintomas de TPM já catalogados. De acordo com Moos (1968), há mais de 150 sintomas relacionados à TPM, porém de acordo com Halbreicht & Endicott (1985) e Dalton (1964) há mais de 200, só que variados e inespecíficos (Barnhart et al, 1995). Estes mesmos sintomas podem existir e coexistir em número grande de enfermidades. Já, Prior e colaboradores (1992), classificam os sintomas de TPM em quatro grandes grupos: (1) sensibilidade nas mamas ou mastalgia; (2) retenção de líquidos e inchaço abdominal; (3) mudança de apetite, desejo por carboidratos; e (4) mudanças de humor: aumento de ansiedade, zanga, frustração ou depressão. Esses sintomas podem variar de mulher para mulher, de mês a mês sendo que nem todas as mulheres têm todos os sintomas.

    Inúmeros são os benefícios trazidos e gerados pela atividade física, em especial a modalidade de body jump, prova disso é que 21 entrevistadas têm conhecimento de tais benefícios e apenas 04 desconhecem os mesmos, o que representa respectivamente 84% e 16% (Figura 6).

Figura 6

    O Body Jump pode ser realizado por pessoas de vários níveis de condicionamento (de iniciantes a avançados). Além de queimar calorias, faz bem ao organismo e à mente, elimina gordura localizada, previne doenças e os movimentos dos membros inferiores sobre o mini trampolim fazem os músculos se contraírem de forma mais intensa do que nos exercícios aeróbicos feitos no chão. Comparando com outras modalidades, como o step, que descarrega a força corporal no solo, no jump ela é descarregada no próprio corpo, o que possibilita o fortalecimento muscular e dos tecidos ósseos quatro vezes mais, devido a isso essa modalidade foi caracterizada, também, como um treinamento funcional, pois cria instabilidade ao corpo forçando os praticantes a ativar os músculos estabilizadores (lombar e abdômen). O body jump proporciona maior resistência cardiovascular por aumentar o bombeamento sanguíneo durante os exercícios, melhorando a circulação e, até mesmo, prevenindo aparecimento de varizes. Os exercícios ajudam a manter o controle da pressão arterial e é bastante indicado para livrar-se do estresse, como qualquer outra atividade física, o organismo libera endorfina (hormônio da felicidade), ajuda a prevenir osteoporose, estimulando a produção de cálcio no organismo, auxilia no combate à celulite já que os movimentos feitos sobre o trampolim, além de aumentar a circulação sanguínea, drenam a linfa, líquido que concentra toxinas.

Figura 7

    A promoção da saúde conquistada pela adoção de novos hábitos entre eles a prática de exercícios físicos, ganha mais espaço nas sociedades principalmente entre as mulheres. (BUSS, 2000). O fato de elas estarem mais preocupadas com a saúde deve se em partes a indústria da beleza, assim é possível entender porque muitas, nessa pesquisa cerca de 36% (09 mulheres), optaram pela modalidade de body jump para buscar uma estética corporal mais adequada ao padrão social em vigência. O conhecimento do body jump como exercício altamente benéfico, que possibilita o desenvolver integral e qualidade de vida é comprovado com alto percentual de adesão das praticantes pelo bem psicológico e físico, imbricados, citados por 14 (56%) das entrevistadas. Os menores percentuais ficaram para as alternativas ‘Apenas uma aula divertida’ com 8% (02 citações) e ‘Indicação Médica’ com 0%, demonstrando que cada vez mais as mulheres entendem a importância de ter uma vida ativa, com mais qualidade.

    Essa consciência atual existente em relação ao bem estar promovido por meio de atividades físicas, boa alimentação, positivo convívio social, etc., mostra-se através da Figura 8, onde podemos observar que quase a metade (11 de 25) das entrevistadas pratica outro exercício além do body jump, representando 44%.

Figura 8

    Como já mencionado anteriormente, os benefícios de uma aula de body jump são inúmeros, a modalidade que chegou às academias a alguns anos, de forma meteórica, tornou-se a “queridinha” das mulheres, observamos que do total de entrevistadas 56% (14 mulheres) e 28% (07 mulheres) declararam se sentir ‘NORMAL’ e ‘MUITO MELHOR’ respectivamente após a pratica, vemos que 16% (04 entrevistadas) terminam a aula ‘MUITO CANSADA’ e nenhuma declarou ‘MUITO PIOR’ (Figura 9). O sucesso desta aula é tamanho que, a partir dela, foram criadas ramificações como o Jump Circuit, onde são incluídos exercícios localizados, alternados aos exercícios de resistência cardiovascular, criando novos estímulos e resultados. São acoplados elásticos aos trampolins, permitindo o trabalho de membros superiores e tronco.

Figura 9

    O Body Jump como exercício aeróbio possui influência neuroendócrina, amenizando os sintomas relacionados ao psíquico e o físico no período pré-menstrual. Diferentemente do gráfico anterior onde as mulheres declaram normalmente sair da aula de body jump se sentindo ‘normais’, ‘bem’, durante a fase de TPM (Figura 10) as mesmas citaram se sentir ‘MUITO MELHOR’, com uma adesão de 76% (19 entrevistadas) das entrevistadas a essa resposta, além disso também foi citada a opção ‘NORMAL’ com 20% (05 citações) e ‘MUITO CANSADA’ com 4% (01 entrevistada). Todos os estudos apontam relatos pessoais e podem variar individualmente.

Figura 10

    Dentre os benefícios que o body jump proporciona às praticantes está a diminuição de intensidade dos sintomas da TPM. Através de um programa leve, tanto para as mulheres sedentárias como para as ativas, nesse caso aumentando a intensidade ou volume, observa-se um decréscimo marcante dos sintomas da TPM, incluindo mastalgia (dores no seio), retenção de líquidos e inchaço (Pullon et al, 1989; Prior et al, 1992). Sintomas de ansiedade, depressão e irritabilidade também diminuem com treinamento um pouco mais intenso e prolongado (Prior et al, 1992). Johnson (1992) menciona que exercícios físicos podem reduzir, e muito, os sintomas durante a fase lútea.

Figura 11

    Na Figura 11 podemos observar a intervenção da aula de body jump e como produto a atenuação dos sintomas da SPM nas entrevistadas. Do total de 89 citações sintomáticas, 23 assinalaram ‘OUTROS’ como resposta (26%), o maior numero de citações específicas ficou com a melhora no ‘MAL HUMOR’ com 18 menções, ‘IRRITABILIDADE’ citada 15 vezes e ‘INCHAÇO E DORES NAS PERNAS’ mencionado por 12 entrevistadas, obedecendo a porcentagem de 20%, 16% e 14% respectivamente. Além desses, temos também: ‘ENXAQUECAS/CEFALÉIA’ com 10% (09 citações), ‘VONTADE DE COMER DOCE’ somando 7% (05 mulheres), ‘DORES NO SEIO/MASTALGIA’ no total de 3% (03 citações), ‘DESCONFORTO ABDOMINAL’ com 2% (02 mulheres) e ‘VONTADE DE CHORAR SEM MOTIVO’ 2% (02 citações).

Conclusão

    Antes de qualquer coisa, é bom esclarecer que a “tensão” pré-menstrual (TPM) passou a chamar-se “síndrome” pré-menstrual (SPM) para fazer jus à gravidade do quadro, que se caracteriza por inúmeros sintomas e não apenas por uma “tensão” no período pré-menstrual.

    Na literatura existe uma lacuna, mesmo observando a tendência ao crescimento de estudos, ainda são raros aqueles que se referem se a real interferência dos sintomas da Síndrome Pré Menstrual envolta a pratica de exercícios como o body jump, mesmo ele sendo considerado em nossa cultura moderna como uma parte importante na busca e auxilio à vida saudável. Nos últimos cinco anos, a recomendação da modalidade tem sido vista como uma panacéia que pode auxiliar na cura ou tratamento de uma série de doenças de ordem física e/ou emocional. A importância de outros estudos na área é de extraordinário valor, para que se tornem cada vez mais evidentes novas formas de amenizar os sintomas pré-menstruais.

    Quando questionadas a maioria das mulheres entrevistadas tendenciou, durante o período de SPM, ao aumento do bem estar após a aula de body jump. Os exercícios na cama elástica (jump), quando executados de forma moderada e com determinada frequência, são indicados por muitos como sendo atenuador de vários sintomas comumente manifestados na fase pré-menstrual, e para uma minoria seria até uma forma de tratamento não farmacológico. Nesse estudo verificou-se uma clara preferência das mulheres a prática do body jump como forma de tratamento estético, psicológico e físico nessa fase e também fora dela. A prática da modalidade deve sempre ser indicada, não só como uma possível forma de amenizar os incômodos sintomas da SPM, mas para trazer maior bem-estar, autoestima e maior qualidade de vida a mulher moderna.

Referências bibliográficas

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 18 · N° 182 | Buenos Aires, Julio de 2013  
© 1997-2013 Derechos reservados