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Metodologias de recuperação pós-jogo para futebolistas

Metodologías de recuperación para los jugadores de fútbol después del partido

 

*Graduado em Licenciatura Plena em Educação Física pela Universidade Federal

de Santa Catarina; Especialista em Fisiologia do Exercício: Prescrição de Exercício

pela Universidade Gama Filho; Aluno do Mestrado Acadêmico do Programa

de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Santa Catarina

**Graduada em Farmácia pela Universidade Federal de Santa Catarina (2008)

Graduada em Bioquímica com habilitação em Tecnologia de Alimentos

pela Universidade Federal de Santa Catarina (2010)

Paulo Sérgio Cardoso da Silva*

paulinho_ppp@hotmail.com

Marcella de Araújo Prudêncio da Silva**

marcella_prudencio@yahoo.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo busca contemplar as metodologias mais usadas como mecanismo recuperativo dos futebolistas após um jogo. Foram encontradas dentre as metodologias as sessões de alongamento; o trote; a massoterapia; a hidroterapia e hidroginástica e por fim a crioterapia.

          Unitermos: Futebolistas. Recuperação.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 18 - Nº 181 - Junio de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Considerando que a competitividade esportiva vem se tornando cada vez mais acirrada em consonância com as evoluções tecnológicas e metodológicas do treinamento desportivo, estratégias que possibilitem a recuperação do atleta tornam-se cada vez mais necessárias.

    No caso dos futebolistas, cabe destacar que o tempo de intervalo entre uma partida e outra também vem sofrendo alterações, tornando os intervalos cada vez menores. A remoção do ácido lático bem como a preservação dos componentes ósteo-músculo tendinosos são possibilitado graças a algumas técnicas recuperativas. Estes artifícios atenuam as dores musculares, aceleram no processo recuperativo, além de auxiliar no relaxamento do atleta.

    O presente estudo visa fazer uma rápida compilação das técnicas mais comuns usadas na recuperação de futebolistas, destacando-se as sessões de alongamento, o trote; a massoterapia; a hidroterapia e hidroginástica e por fim a crioterapia.

Estratégias de recuperação

    O trabalho de recuperação é tão importante quanto o próprio treinamento, devendo este ser previsto como uma unidade do mesmo (SANT'ANNA e ÁVILA (2006). Devido à exigência do calendário competitivo, muitas vezes organizados de maneira até negligente, alguns atletas são submetidos a uma carga de jogo muito superior ao seu limite, provocando lesões e diversos outros malefícios. Em função disso, é muito comum alguns clubes lançarem mão de técnicas que, quando bem executadas, conseguem antecipar o período de recuperação e até mesmo evitar futuras lesões.

    Uma das estratégias mais usadas, inclusive antes dos jogos são os alongamentos. Segundo Almeida e Jabur (2006) alongamento é o termo usado para descrever os exercícios físicos que aumentam o comprimento das estruturas constituídas de tecidos moles e, conseqüentemente, a flexibilidade.

    Os alongamentos dentre os inúmeros efeitos positivos que possuem podem auxiliar na recuperação de dores musculares ocasionadas por micro lesões e acúmulo de ácido lático (SANT’ANNA; ÁVILA, 2006). Além do mais, pode-se obter com os alongamentos a relaxação muscular, a redução de lesões de origem músculo-tendinosas, a melhor circulação sanguínea, dentro outros efeitos (GENNARI, 2002). Di Alencar e Matias (2010) ao verificarem a realização de alongamentos antes do exercício identificaram uma diminuição no pico de potência e de torque. Isso sugere que as dinâmicas de alongamento sejam diferentes antes e depois dos exercícios, mas mais pesquisas devem ser realizadas sobre esta temática.

    Segundo Sant’Anna e Ávila (2006), o trote é uma corrida de baixa intensidade que auxilia na remoção do acúmulo do ácido lático. Geralmente o trote tem intensidade equivalente a uma freqüência cardíaca inferior a 20 batimentos por minuto da freqüência cardíaca de limiar. Casarin e Esteves (2010), entretanto, sugerem que em vez de trotes a recuperação regenerativa deve focar em atividades de treinamento mais direcionadas.

    Indispensável em clubes profissionais de futebol a massoterapia antigamente era realizada exclusivamente por massagistas, que através de técnicas manuais propiciavam aos atletas o relaxamento e a recuperação do esforço exercido durante o jogo ou treinamento. Hoje esse trabalho normalmente é feito por fisioterapeutas com especialização em massoterapia, ou simplesmente técnicos em massoterapia.

    A importância da massagem é ainda mais evidenciada quando o time esta passando por uma época de pré-temporada e intertemporada, quando ocorre grande desgaste muscular localizado nos atletas (SANT’ANNA; ÁVILA, 2006). Vale lembrar que o massagista e/ou massoterapeuta deve ter conhecimento e experiência para que ao invés de gerar melhoras, prejudique ainda mais a condição do atleta. Lopes et al. (2009) realizaram um estudo com o objetivo de verificar a remoção de lactato após uma sessão de treinamento anaeróbico, dividindo uma amostra de 10 indivíduos em grupo controle e grupo intervenção. O grupo intervenção recebeu massagem terapêutica por 10 minutos após o treinamento e verificou-se que não houve diferença significativa na remoção de lactato, entretanto verificou-se uma diferença de 18,7%. Talvez o tamanho reduzido da amostra possa ter tirado a significância do método.

    A hidroterapia também é uma técnica bastante usada. Segundo Ruoti, Morris e Cole (2000), a finalidade de diminuir a carga sobre as articulações é diminuir ou anular quaisquer forças que possam interferir em um objetivo final. Na reabilitação de um atleta, as estruturas que serão beneficiadas são a cartilagem articular e os ossos cortical e esponjoso, bem como os ligamentos e unidades músculo-tendíneas que os protegem do torque excessivo e de forças lesivas.

    Ruoti, Morris e Cole (2000) dizem ainda que o meio aquático oferece a oportunidade para prevenir e reabilitar lesões de maneira segura e funcional ao atleta. Assim ainda é possível reduzir ao mínimo a lesão e o tempo de recuperação. Isso se torna possível, pois a pressão hidrostática proporcionada pela água fornece suporte à extremidade inferior e aumento do feedback proprioceptivo. Com isso é possível um melhor controle das forças de reação de solo embora forças de cisalhamento e de compressão ainda possam surgir. De qualquer forma, o tratamento é muito mais seguro. Esta técnica consiste em uma modalidade de fisioterapia, e compreende exercícios, manipulações e mobilizações, a partir das propriedades físicas da água, particularmente empuxo (efeito de flutuação), pressão hidrostática e turbulência, assim como a densidade substancialmente distinta daquela do ar. A eficácia do tratamento é plena quando a água é aquecida a uma temperatura agradável ao paciente, na faixa de 32 a 33°C (dependendo da temperatura exterior), propiciando um padrão de relaxamento neurológico, muscular e emocional. A utilização dos princípios físicos da água em conjunto com o calor da água são responsáveis pelas respostas fisiológicas ósteo-musculares (RUOTI; MORRIS; COLE, 2000). Além das suas propriedades recuperativas, a hidroterapia ainda pode ser usada para o aprimoramento da condição cardiorrespiratória, flexibilidade, composição corporal, resistência e força muscular (BAPTISTA, 2008).

    Segundo Campion (2000), entende-se por hidroterapia o tratamento pela água sob suas diversas formas e a temperaturas váriáveis. A água é um dos meios de cura, um veículo de calor ou frio para o corpo. Pode induzir processos em nível de sistema nervoso, sistema circulatório e ainda produzindo efeitos sobre a regularização do calor corporal. As reações da aplicação da água são portanto, três: nervosa, circulatória e térmica. O uso da água no tratamento de patologias constitui uma prática antiga e que até hoje continua tendo diversas aplicações. O corpo como um todo, ou parte dele, pode ser tratado em programas de reabilitação. A patologia para qual é prescrita, determina o tipo de hidroterapia usada e seu método de aplicação (CAMPION, 2000). Os efeitos terapêuticos dos exercícios são, dentre outros, o alívio das dores e do espasmo muscular; o relaxamento; a manutenção ou o aumento da amplitude de movimentação das articulações; a redução de músculos paralisados; o fortalecimento dos músculos e o desenvolvimento de sua força e resistência; a melhora das atividades funcionais da marcha; o aumento da circulação sanguínea e o reforço da moral do paciente pelas atividades recreacionais proporcionando a ele confiança para alcançar máxima independência funcional (RUOTI; MORRIS; COLE, 2000).

    A hidroginástica, assim como a Hidroterapia, também é realizada na piscina, auxiliando por sua vez na remoção do ácido lático. Dentre seus efeitos positivos, propicia o relaxamento e evita impacto e sobrecarga ao corpo do atleta (SANT’ANNA; ÁVILA, 2006). Além dos seus efeitos fisiológicos, o fato de realizar trabalhos com os atletas em um ambiente diferenciado, faz com que os atletas se sintam mais motivados. Pelo fato do trabalho ser realizado no meio liquido, a recuperação de lesões ocasionadas na coluna, nos joelhos, e nos tornozelos se tornam mais fáceis de se tratar. Pode-se ainda realizar trabalhos de alongamento dentro da piscina, se beneficiando das vantagens dos dois (meio sem impacto e vantagens do alongamento).

    Outra vantagem é a possibilidade de descontração e ludicidade, através de jogos recreativos e exercícios de relaxamento (SANT’ANNA; ÁVILA, 2006). Para promoção de condicionamento físico, são realizadas atividades que se utilizam da resistência da água, de modo a recuperar o atleta acometido por lesão, principalmente nos membros inferiores. Para se evitar o contato excessivo com o solo da piscina, pode-se lançar mão de coletes e outros artifícios.

    Por fim, a crioterapia é uma técnica que consiste na imersão do atleta em um ambiente fechado (normalmente uma banheira), repleto de gelo, do quadril para baixo. A baixa temperatura proporcionada pelo gelo ocasiona a vasoconstrição, auxiliando na remoção do ácido lático, diminuição de dores musculares, e ainda um efeito analgésico e antiiflamatório. Alves e Silva (2008) ainda acrescentam que quando o atleta resfria os músculos após os exercícios há uma reversão gradual da sua função normal, de modo que é facilitado o processo de eliminação de toxinas, tais quais a uréia e o ácido lático.

    Normalmente o tempo em que o atleta fica nessas condições é de 10 a 15 minutos a uma temperatura aproximada de 10 a 15 graus centígrados. Para assegurar a temperatura, é necessário um termômetro e a verificação constante das “caixas de gelo”. Para evitar choque térmico, em alguns atletas é realizada uma adaptação em água fria antes. O primeiro Clube a utilizar-se dessa técnica, comprovadamente benéfica, foi o Clube Corinthians Paulista em 2002 (SANT'ANNA; ÁVILA, 2006). Freitas et al. (2006) ainda colocam que a crioterapia é utilizada não somente na recuperação mas também na melhora da performance.

Conclusões

    Conforme demonstrado acima, diversas são as possibilidades a serem usadas para a recuperação dos futebolistas após os jogos de futebol. Algumas delas exigem certo investimento, entretanto a maioria pode ser realizada por qualquer equipe, pois exigem apenas a experiência profissional de quem vai conduzir a técnica, seja um educador físico, um fisioterapeuta ou um massoterapeuta. Cabe lembrar que existem outras técnicas com mesma finalidade não mencionadas nesse artigo.

Referências

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