Prática de corrida de rua em Goiânia, sem orientação de um profissional de Educação Física La práctica de la carrera urbana en Goiania, sin orientación de un profesional de Educación Física |
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*Discentes do Curso de Educação Física **Orientador. Docente do curso de Educação Física Mestre e Doutor em Educação Física Universidade Salgado de Oliveira (Brasil) |
Raquel Carvalho* Sérgio Ricardo Guimarães* Ademir Schmidt** |
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Resumo Devido o aumento no número de praticantes de corrida e caminhada na cidade de Goiânia este artigo foi desenvolvido mostrando a necessidade de um profissional de educação física buscando verificar a eficiência de um treinamento sem à sua orientação, através de uma pesquisa descritiva sendo realizada a aplicação de 50 questionários no parque Vaca Brava na cidade de Goiânia e complementada com uma revisão bibliográfica que inclui os princípios e métodos de treinamento e também estudos que comprovam a importância de segui-los. Ao final da analise de dados foi constatado que a maior parte não tinha controle da intensidade e também não variavam o volume de treino e mesmo assim conseguiam realizar seus objetivos iniciais, o que se tornou bem contraditório, pois sem a utilização dos princípios de treinamento unidos com os métodos específicos para cada objetivo que são conhecimentos dominados pelo profissional da educação física e que deve ser o principal responsável por essa orientação e que deva ser procurado pelos praticantes de corrida/caminhada em parques ou então não atingiram seus objetivos mesmo por que não tem parâmetros para comparar se houve melhora, assim não tendo como medir se houve resultados satisfatórios ou não. Unitermos: Corrida de rua. Benefícios. Sem orientação.
Trabalho de Conclusão do Curso de Educação Física, Bachalerado.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 18 - Nº 181 - Junio de 2013. http://www.efdeportes.com/ |
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1. Introdução
A corrida e a caminhada vêm tomando espaço nos parques das cidades brasileiras, Salgado e Chacon-Mikahil (2006) especulam que o aumento no número de adeptos às corridas de rua se deve a algumas peculiaridades, como ser acessível a todas as pessoas, ser uma prática de lazer e ter o intuito mais participativo do que competitivo. Nesse cenário, Pimentel (2009) aponta o rápido e expressivo aparecimento das mulheres nas corridas por ser um esporte praticado em qualquer lugar e com benefícios sociais e psicológicos.
O aumento no número de praticantes de corrida e caminhada, em sua grande maioria sem orientação, pode gerar vários danos a esses praticantes, dentre elas lesões e a não obtenção do objetivo que o indivíduo deseja.
Desta forma o trabalho teve por objetivo verificar a eficiência de um treinamento realizado no parque Vaca Brava situado no Setor Bueno em Goiânia.
2. Corrida de rua e treinamento
Estima-se que, pelo menos 100 corridas de rua sejam organizadas por ano e esse número reflete o crescimento do número de inscritos nestes eventos. A corrida pode receber qualquer praticante da modalidade e o corredor não precisa ter uma habilidade específica, basta apenas o interesse em assumir um compromisso com o bem-estar (SALGADO e CHACON-MIKAHIL, 2006).
De acordo com Fonseca (2012, p.1)
o número de participantes nas corridas de rua no Brasil e no mundo teve um grande crescimento. Podemos supor que isso ocorreu, pois as pessoas estão cada vez mais buscando sair do sedentarismo, participar de algum grupo, seguir recomendações médicas ou perder peso. Com o aumento dos adeptos desse esporte houve um significativo crescimento da mídia especializada [...] Também ocorreu um incremento na estrutura de apoio fornecida pelas empresas organizadoras dos eventos, que passaram a oferecer melhor suporte antes e após a prova, através de maior facilidade de pagamento das inscrições, de consulta dos resultados e até mesmo de busca de fotos dos atletas tiradas durante as competições.
Antes de iniciar um programa de exercícios, é essencial que o aluno realize exames para verificar parâmetros de risco cardiovasculares e a prontidão para iniciar a atividade física. Posteriormente, é importante que se faça uma avaliação física e os limites de trabalho serem usados na prescrição de treinos. Com estes dados em mãos, um profissional de educação física graduado poderá prescrever um programa de atividades seguro e eficiente, adequado às características individuais e aos objetivos do aluno (GENTIL, 2011a).
Com esse movimento e essa grande procura pela corrida de rua surgem algumas perguntas: Por que a corrida de rua encanta tantos praticantes? O que esses praticantes buscam e esperam da corrida de rua? Quais os seus locais preferidos para prática? O que motiva os mesmos a participar de um grupo de corrida, ou até mesmo correrem sozinhos?
Acredita-se que um dos aspectos motivadores, sem sombra de dúvidas, são os benefícios alcançados com a prática. Dentre os benefícios atingidos por um indivíduo treinado destacam-se: maior eficiência cardiovascular através de uma frequência cardíaca de repouso mais baixo e um maior volume de ejeção sistólica, melhora dos processos homeostáticos do organismo, a pressão arterial tende a entrar rapidamente em um processo de estabilização saudável e o tecido adiposo diminuí (POWERS e HOWLEY, 2006).
2.1. Princípios científicos de treinamento
O principio da adaptação de acordo com Weineck (1991) apud Lussac (2008) é a lei mais universal e importante da vida. Adaptações biológicas apresentam-se como mudanças funcionais e estruturais em quase todos os sistemas. Sob “adaptações biológicas no esporte”, entendem-se as alterações dos órgãos e sistemas funcionais, que aparecem em decorrência das atividades psicofísicas e esportivas.
Concordando Gentil (2011a) relata que o organismo vive em um estado dinâmico de equilíbrio, fruto da constante interação com o meio. Sempre que um estímulo externo o afasta deste equilíbrio, os padrões de organização do sistema são mudados para se ajustar à nova realidade, em uma tendência chamada auto-organização. Esta tendência em superar desafios externos por meio de mudanças estruturais é à base do princípio da adaptação, dentro do treinamento esportivo.
O estado de equilíbrio do sistema é dinâmico e instável, adaptando-se constantemente às demandas internas e externas. Conforme se detecta que um arranjo estrutural esteja inadequado à situação atual, novas mudanças são sinalizadas por mecanismos de realimentação. Dessa forma, para que um determinado estado sistêmico seja mantido, é necessário que se forneçam continuamente estímulos que o justifiquem. No treinamento esportivo, tal efeito é a base para o princípio da continuidade, o qual determina que o princípio da continuidade, o qual determina que o treinamento deva ser repetido e ter sua estruturação ajustada continuamente a fim de que sejam assegurados os resultados de longo prazo (GENTIL, 2011a).
Relata Lussac (2008) que este princípio está intimamente ligado ao da adaptação, pois a continuidade ao longo do tempo é primordial para o organismo, se adaptar progressivamente.
O novo estado de equilíbrio promovido pelas adaptações será baseado nas demandas atuais, ou seja, as mudanças estruturais serão específicas para os estímulos oferecidos. No treinamento esportivo, esta tendência está ligada ao principio da especificidade (GENTIL, 2011a).
No entanto, não se deve fazer uma associação linear entre o estímulo oferecido e a adaptação estrutural. Em nosso sistema, as reações passam por diversos processos não lineares, levando a respostas crônicas que, muitas vezes, se distanciam do efeito agudo do estímulo (GENTIL, 2011a).
Gentil (2011a) afirma que para aplicar o principio da especificidade, o treinador deve ter conhecimento das reações específicas inerentes à intervenção que está planejado e não simplesmente fazer uma associação linear de causa e efeito entre os fatores aparentes.
Para Lussac (2008) cada ser humano possui uma estrutura e formação física e psíquica própria, neste sentido, o treinamento individual tem melhores resultados, pois obedeceriam as características e necessidades do indivíduo. Grupos homogêneos também facilitam o treinamento esportivo. Cabem ao treinador verificar as potencialidades, necessidades e fraquezas de seu atleta para o treinamento ter um real desenvolvimento. Há vários meios para isso, além da experiência do treinador, que conta muito, os testes específicos são primordiais.
Dentre organismos com arranjos similares, as mudanças estruturais induzidas pelos mesmos estímulos externos terão grande grau de similaridade (GENTIL, 2011a).
Não se deve, no entanto, deturpar o princípio da individualidade sugerindo que há total imprevisibilidade de comportamento em respostas aos mesmos estímulos e, com isso, positivar uma postura irresponsável que nega o uso do método científico. Deve-se ter em mente que a existência de individualidade não significa que dois seres humanos tenham adaptações totalmente divergentes aos mesmos estímulos, mas sim que a quantificação destas respostas não pode ser extrapolada (GENTIL, 2011a).
Quando da elaboração de um treino, o treinador deve ter conhecimento das tendências de comportamento geral dos sistemas e obter informações específicas pelo método científico, devendo usar o princípio da individualidade para orientar a intervenção para a realidade específica, sem esperar que a resposta seja igual entre todas as pessoas (GENTIL, 2011a).
Gentil (2011a) relata que o estabelecimento de um novo arranjo é iniciado toda vez que nosso organismo é afastado se seu equilíbrio dinâmico. A sobrecarga é justamente a magnitude deste desvio, determinada por aspectos qualitativos e quantitativos. Assim, o conceito de sobrecarga não é relativo aos fatores externos que atuam no sistema, porém à forma como o organismo responde a tais fatores.
Tubino (1984) relata algumas indicações de aplicação do princípio da sobrecarga, referenciado nas variáveis: volume (quantidade) e intensidade (qualidade); em vários tipos de treinamento, como: contínuo, intervalado, em circuito, de musculação, de flexibilidade e agilidade, e técnico.
A sobrecarga tem limites que devem ser respeitados, pois a capacidade de nosso corpo retornar ao equilíbrio é limitada. Estímulos que causem desvios pouco significativos não promoverão mudanças estruturais, sendo inócuos; no entanto estímulos que promovam desvios acima da capacidade auto-organizadora serão lesivos. Dessa forma, a sobrecarga do treino deve estar dentro de uma margem controlada para que se chegue a um estado desejável e saudável (GENTIL, 2011b).
Tubino (1993) apud Gentil (2011b) relata que a magnitude do volume e da intensidade depende da manipulação das variáveis do treinamento. Um incremento no volume, normalmente, provoca alterações na intensidade e vice-versa. Na maioria das vezes, o aumento dos estímulos de um, proporcionará a diminuição da outra.
O resultado do produto volume/intensidade não é um modelo matemático simples em que ordem dos fatores é desprezível. O equilíbrio entre os dois deve ser planejado com observação de alguns limites (GENTIL, 2011a).
2.2. Métodos de treinamento contínuo
O treinamento se baseia nos exercícios tipicamente aeróbicos, cuja duração é prolongada com intensidade baixa, moderado-alta. Este treinamento, geralmente é aplicado abaixo do limiar anaeróbico, evitando uma produção excessiva de lactato, portanto é considerado o melhor método para iniciantes em atividades físicas e indivíduos que almejam diminuir a gordura corpórea. Isso ocorre porque a atividade vai proporcionar muito gasto calórico. Existem alguns métodos contínuos importantes de treinamento (FLOR e GUETHS, 2004).
O método contínuo crescente caracteriza-se por uma aplicação contínua e crescente da carga, aumentando a intensidade a cada 10 minutos até valores próximos ao limiar aeróbico. Contínuo decrescente caracteriza se por uma aplicação contínua, porém decrescente de carga. Iniciando perto do limiar anaeróbico com decréscimo gradativo a cada 10 minutos. Contínuo crescente e decrescente caracteriza-se por uma aplicação da carga, unindo os dois métodos anteriores; iniciando, por exemplo, com 65% da FCmáx e aumentando até 80% da FCmáx e a seguir, reduzir até os 65% da FCmáx gradativamente. Contínuo constante ou permanente caracteriza-se por uma aplicação constante da carga, durante todo o treino, (FLOR e GUETHS, 2004).
De acordo com Macardley, Katch e Katch (1998) apud Flor e Gueths (2004), fartlek é um treinamento informal que aplica o jogo da velocidade em corrida alternada ou em diversos ritmos, sendo uma adaptação relativa do treinamento contínuo e intervalado. O Fartlek é considerado muito bom quando realizado ao ar livre e em terreno natural, aproveitando-se os acidentes geográficos ou alterações no solo. É bastante utilizado em combinação com outros métodos, prestando-se de forma satisfatória para o condicionamento geral e proporcionando variedade nas sessões de treinamento.
A prática de exercício físico só é benéfica quando provoca adaptação. Para isso, o exercício tem de atingir um determinado nível de intensidade, designado por limiar de treino, sendo o nível mínimo de intensidade de exercício necessário para produzir alterações na aptidão física. É necessário determinar o limite máximo de intensidade do exercício. Deste modo, a zona alvo de treino corresponde à intensidade de esforço situada entre o limiar inferior de treino e o limite superior. Como é sabido, para avaliar a intensidade de esforço através da frequência cardíaca é ideal o uso de freqüencímetros (MOREIRA, 2007).
A frequência cardíaca de treino ideal é destinada ao público alvo para obtenção de resultados; 40% a 60% para indivíduos sedentários, hipertensos, diabéticos, cardíacos. Para perda de peso, desenvolvimento da capacidade cardiorrespiratória em populações especiais; 50 a 75% para indivíduos ativos com o objetivo perda de peso; desenvolvimento da capacidade cardiorrespiratória; 70 a 85% para indivíduos treinados e desenvolvimento da capacidade cardiorrespiratória; 90 a 100% para indivíduos altamente treinados. O treino deve de ser acompanhado por técnicos especializados (MOREIRA, 2007).
Quando as frequências cardíacas ultrapassam largamente os limites estabelecidos, não significa que o exercício esteja a ser realizado de forma errada. Corre-se, no entanto, o risco de trabalhar fora do objetivo, podendo ainda significar que a pessoa ainda não estará preparada para realizá-lo. É muito importante realizar, após o treino, um período de recuperação e restabelecimento cardíaco (retorno à calma) de aproximadamente 3 minutos, para que a sua frequência cardíaca normalize. Por isso, não deve se interromper bruscamente o seu exercício (MOREIRA, 2007).
Os praticantes de corrida ou caminhada deverão iniciar a sua atividade física de acordo com os seus objetivos, procurando trabalhar inicialmente com porcentagens de frequência cardíacas mais baixas, de forma a promover adaptações graduais ao organismo (MOREIRA, 2007).
2.3. Treinamento e profissional de Educação Física
Sabe-se que o profissional de Educação Física trabalha diretamente com o ser humano em todo o aspecto do movimento desde desportos, ginásticas, lazer e condicionamento físico influenciando ativamente na parte física, mental e social, e como qualquer outra profissão tem suas competências perante a sociedade.
Segundo a Lei nº 9.696 de setembro de 1998, artigo 3º citado por CONFEF (1998) Compete ao Profissional de Educação Física coordenar, planejar, programar, supervisionar, dinamizar, dirigir, organizar, avaliar e executar trabalhos, programas, planos e projetos, bem como prestar serviços de auditoria, consultoria e assessoria, realizar treinamentos especializados, participar de equipes multidisciplinares e interdisciplinares e elaborar informes técnicos, científicos e pedagógicos, todos nas áreas de atividades físicas e do desporto.
A Resolução CONFEF nº 046/2002 ainda afirma que o Profissional de educação física deve realizar (...) serviços que favoreçam o desenvolvimento da educação e da saúde, contribuindo para a capacitação e/ou restabelecimento de níveis adequados de desempenho e condicionamento fisiocorporal dos seus beneficiários, visando à consecução do bem-estar e da qualidade de vida, da consciência, da expressão e estética do movimento, da prevenção de doenças.
Portanto o profissional de educação física trabalha em vários campos da atividade física desde o da educação ao de reabilitação do condicionamento físico, o que o caracteriza como um profissional que atua em duas áreas a educação e a saúde. Nota-se que com relação à educação ninguém tem dúvida, pois nas escolas as aulas de educação física são as mais adoradas pela maioria dos alunos já com relação à saúde, ao longo do tempo o profissional de educação física vêm lutando por esse espaço, pois as críticas existem.
Segundo Brasil, em março de 1997 o plenário do Conselho Nacional de Saúde - Resolução CNS n°218 reconheceu como profissionais de saúde de nível superior as seguintes categorias: Assistentes Sociais, Biólogos, Profissionais de Educação Física, Enfermeiros, Farmacêuticos, Fisioterapeutas, Fonoaudiólogos, Médicos, Médicos Veterinários, Nutricionistas, Odontólogos, Psicólogos e Terapeutas Ocupacionais.
Sabe-se que na saúde pública a atuação do profissional de educação física é entendida como assistência no nível de atenção terciária; porém, acredita-se que quando inserido na atenção primária, pode ser de grande valia para ações de promoção da saúde, prevenção de doenças e educação em saúde.
3. Metodologia
A pesquisa se classifica como descritiva, que segundo Cervo e Bervian (2002) caracteriza-se por observar, registrar, analisar e correlacionar variáveis sem manipulá-las, procurando descobrir, com a precisão possível, a frequência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua natureza e características.
Participaram desta pesquisa 50 sujeitos (sendo 26 mulheres e 24 homens), com faixa etária de 15 a 70 anos, frequentadores praticantes de corrida de rua, sem orientação de um profissional de educação física no Parque Vaca Brava Setor Bueno na cidade de Goiânia, no segundo semestre do ano de 2012.
Os sujeitos foram abordados antes, durante ou após a prática da corrida. Como instrumento para a coleta de dados, utilizou-se um questionário contendo 15 perguntas fechadas de múltipla escolha, desenvolvido especificamente para este estudo. Foram determinados a frequência semanal, a variação da intensidade do exercício, o tempo e o resultado alcançado.
Após analisados a frequência da prática semanal, a variação de intensidade e os resultados alcançados, os dados foram tabulados, transformados em porcentagem e apresentados em gráficos usando o programa Microsoft Excel versão 2007.
4. Resultados e discussão
Gráfico 1. Sexo
O gráfico 1 demonstra a predominância do sexo feminino dos entrevistados, sendo 52% do total. Nesse cenário, Pimentel (2009) aponta o rápido e expressivo aparecimento das mulheres nas corridas, por ser um esporte praticado em qualquer lugar e com benefícios sociais e psicológicos.
Gráfico 2. Idade
O gráfico 2 mostra o maior número de adultos (22%) entre 21 e 30 praticantes em parques, seguido pelas pessoas da faixa etária de 31 a 40 anos (20%).
Em estudos recentes pode-se observar uma predominância da faixa etária com menos de 45 anos. Esse dado é importante, pois mostra que a corrida está sendo procurada por uma faixa etária mais jovem. Segundo dados levantados diretamente da Maratona Internacional do Rio de Janeiro, do público que participa dessa competição, o 63,15% dos corredores tem até 44 anos (MARATONA DO RIO, 2009).
Gráfico 3. Complicações
O gráfico 3 representa o número de pessoas que praticam exercícios ou atividades físicas buscando combater a obesidade e hipertensão é de 80%, respectivamente, o que reflete no modo de vida que vem sendo adotado em nosso país.
De acordo com Fonseca (2012) o número de participantes nas corridas de rua no Brasil e no mundo teve um grande crescimento. Pode-se supor que isso ocorreu, pois as pessoas estão cada vez mais buscando sair do sedentarismo, participar de algum grupo, seguir recomendações médicas ou perder peso.
Gráfico 4. Atividade praticada com maior frequência
O gráfico 4 mostra a caminhada (66%) como principal atividade praticada pelas pessoas entrevistadas. A corrida e a caminhada vêm tomando espaço nos parques das cidades brasileiras. Salgado e Chacon-Mikahil (2006) especulam que o aumento no número de adeptos às corridas de rua se deve a algumas peculiaridades, como ser acessível a todas as pessoas, ser uma prática de lazer, e ter o intuito mais participativo do que competitivo.
Gráfico 5. Tempo de prática da atividade física
O gráfico 5 mostra que 22,0% das pessoas entrevistadas praticam atividades citadas no gráfico 4 de 6 meses a 1 ano, e 34,0% praticam a mais de 3 anos, o que representa uma certa continuidade nas atividades praticadas.
Gráfico 6. Freqüência semanal
O Gráfico 6 mostra que 32% dos entrevistados praticam atividade física 3 vezes e 28% 5 vezes na semana. De acordo com uma pesquisa feita em Presidente Prudente (SP) pode-se ver a mesma preferência, onde Castoldi, Ferolla, Fernandes et al. (2011) mostram que
quando analisada a frequência semanal [...] observou-se que indivíduos preferem praticar atividade física três vezes na semana [...] Tal achado demonstra que a maioria desta população está se exercitando de maneira satisfatória. A recomendação da OMS determina que indivíduos devam praticar atividades físicas pelo menos três vezes na semana, distribuindo o tempo entre atividades leves, moderadas e intensas.
O ideal é a prática de quatro dias semanais de exercício (ACSM, 2010). Essa regularidade reduz substancialmente os riscos cardiovasculares, câncer de colón, diabetes e diminuí os sintomas de ansiedade e depressão (NOAKES, 2003).
Gráfico 7. Duração da atividade
O gráfico 7 mostra que grande parte dos entrevistados praticam as atividades nos tempos de 40 a 60 min sendo preferência de 68% dos entrevistados. E que comparada com a pesquisa feita em Presidente Prudente (SP) Castoldi, Ferolla, Fernandes et al. (2011, p. 2) dizem que gastam entre 30 e 60 minutos por seção.
Gráfico 8. Variação do tempo de duração da atividade
O gráfico 8 mostra que o número de pessoas que variam ou não o tempo do exercício, mas a variação do tempo depende do objetivo do praticante.
O ideal é a prática de quatro dias semanais de exercício (ACSM, 2010). Essa regularidade reduz substancialmente os riscos cardiovasculares, câncer de colón, diabetes e diminuí os sintomas de ansiedade e depressão (NOAKES, 2003).
Segundo Matsudo (2009) o exercício deve variar entre 3 e 5 vezes na semana, até 50 minutos diários, sendo que, deve ser dividido entre aeróbio, força e flexibilidade.
Gráfico 9. Variação da intensidade da atividade
O gráfico 9 mostra que 88% dos praticantes alteram a intensidade em seu treinamento e 12% mantém o mesmo nível durante todo o exercício, assim fazendo com que o estímulo dado não seja suficiente para gerar uma sobrecarga adequada ao objetivo do praticante.
A prática de exercício físico só é benéfica quando provoca adaptação. Para isso, o exercício tem de atingir um determinado nível de intensidade, designado por limiar de treino, sendo o nível mínimo de intensidade de exercício necessário para produzir alterações na aptidão física. É necessário determinar o limite máximo de intensidade do exercício. Deste modo, a zona alvo de treino corresponde à intensidade de esforço situada entre o limiar de treino e o limite superior. Como é sabido, para avaliar a intensidade de esforço através da frequência cardíaca é ideal o uso de freqüencímetros (MOREIRA 2007).
Gráfico 10. Controle de variação da intensidade
O gráfico 10 mostra que 50% controlam as variações de intensidade de forma subjetiva não tendo total controle do seu esforço durante a atividade. O que é ruim e deve melhorar o treinamento acompanhando as adaptações do nosso corpo.
Gráfico 11. Motivo que levou a praticar à atividade
O gráfico 11 mostra que nenhum dos entrevistados possue acompanhamento ou orientação para realização do exercício. Exercícios sem orientação além de serem prejudiciais dependendo da intensidade do exercício podem não ser estímulo suficiente para gerar uma nova sobrecarga no sistema motor.
As assessorias esportivas são uma das grandes responsáveis pelo crescimento do número de corridas de rua. Elas contribuem com o processo de amadurecimento e profissionalização desse mercado. Além de planejar e orientar os treinos elas buscam que seus clientes tenham acompanhamento de nutricionistas, psicólogos, massagistas, médicos e fisioterapeutas. Este número vem crescendo de forma rápida, sendo inúmeros os clubes de corridas que organizam provas e mantém parcerias (NAVARRO, BARONE, MATSUMOTO et al, 2007).
De acordo com o Conselho Federal de Educação Física (CONFEF), a prescrição de atividades físicas necessita da orientação de um especialista do exercício e o profissional de educação física é o mais capacitado para exercer atividades por meio de intervenções, de avaliação, de prescrição e orientação de sessões de atividades físicas com fins educacionais, de treinamento, de prevenção de doenças e promoção da saúde (MONTEIRO, 2006).
Promover a saúde e a boa forma, preocupando-se com a correção da postura e buscando melhorar o desempenho cardiorrespiratório e muscular através de planejamento adequado de exercícios de acordo com o perfil de cada indivíduo é, conforme Silva (2004), o principal objetivo do profissional de educação física.
Gráfico 12. Objetivo inicial
De acordo com o gráfico 12, o principal objetivo dos entrevistados é saúde em geral (52%), seguida pelo emagrecimento (26%) e o condicionamento físico (14%).
A prática regular de atividade física auxilia no tratamento de condições crônico degenerativas como obesidade, diabetes tipo 2, osteoporose e hipertensão arterial, é fundamental na reabilitação cardíaca, promove bem-estar, reduz o estresse, a ansiedade e a depressão, independente da intensidade com que é realizada (OMS, 2011).
Gráfico 13. Objetivo alcançado
O gráfico 13 mostra que 52% dos entrevistados conseguiram realizar seu objetivo inicial, que de acordo com o gráfico 12 é em grande maioria (52%) a busca pela saúde em geral.
Dentre os benefícios atingidos por um indivíduo treinado destacam-se: maior eficiência cardiovascular através de uma frequência cardíaca de repouso mais baixo e um maior volume de ejeção sistólica, melhora dos processos homeostáticos do organismo, a pressão arterial tende a entrar rapidamente em um processo de estabilização saudável e o tecido adiposo diminuí (POWERS e HOWLEY, 2006).
Para Matthiesen (2007) a iniciação na corrida é motivada por diversos fatores, seja para melhorar o condicionamento físico, ter mais saúde, por recomendações médicas, por fazer novos amigos ou por lazer.
Nossos achados também concordam, em parte, com os achados de Nunomura, Teixeira e Caruso (1998) que encontraram como sendo as principais razões de adesão à prática de exercícios físicos o aumento do condicionamento físico, a saúde e a forma física ou estética.
5. Conclusão
Através da pesquisa de campo e análise dos dados representados através dos gráficos foram identificados diversos fatores que interferem positivamente e negativamente na prática de atividade física ou exercício físico. Considerando que todos os entrevistados praticam atividades físicas sem orientação, grande parte afirmou que, conseguiram atingir o objetivo inicial que motivou a prática do exercício físico, sendo contraditório com os dados obtidos nos questionários e preconizados pela literatura. A maioria diz variar a intensidade do treino o que pode ser benéfico, mas em contrapartida metade controla essa intensidade de forma subjetiva, ou seja, a intensidade pode não estar sendo muito alta suficiente para gerar adaptações fisiológicas, assim seu exercício se torna praticamente invalido a medida que os estímulos vão cada vez se tornando mais fracos e além disso a maioria diz não variar o tempo de treino, o que agrava a obtenção de seus resultados. Um treinamento sem controle da intensidade e volume de treino adequado ao objetivo do praticante se torna frágil, dificilmente conseguirá bons resultados, o que reforça a importância do conhecimento sobre os vários tipos de treinamento e suas especificidades para obtenção dos objetivos com uma eficiência maior e com a segurança de ser orientado pelo principal responsável pela prescrição de exercício, o mais capacitado para exercer atividades por meio de suas intervenções, avaliação, prescrição e das orientações de exercícios, sendo o profissional de educação física.
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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 18 · N° 181 | Buenos Aires,
Junio de 2013 |