Perfil alimentar dos praticantes de Running’30® de uma academia de ginástica do município de Balneário Camboriú, SC Perfil alimentario de practicantes de Runnning’30® de un gimnasio del municipio de Balneario Camboriú, SC Nutrition profile of Running’30´® practitioner in a gym the city of Camboriú beach, SC |
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*Graduada em Nutrição pela Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI. **Doutoranda em Ciências Farmacêuticas pela UNIVALI. Mestre em Nutrição pela Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC. Docente do Centro de Ciências da Saúde da UNIVALI (Brasil) |
Ana Carolina Tolentino Claudino* Luciane Ângela Nottar Nesello** |
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Resumo Uma alimentação saudável e a prática de exercício físico sempre foram componentes importantes para se adquirir uma boa qualidade de vida. Dentre as modalidades esportivas que necessitam de uma maior atenção em relação ao consumo alimentar destaca-se a corrida. O presente estudo teve como objetivo avaliar o perfil alimentar de praticantes das aulas de Running’30®em uma academia de ginástica. Foi aplicado um questionário estruturado com 17 questões objetivas e subjetivas com dados específicos ao tema como intenção da prática da aula de Running’30®, hidratação, alimentação antes, durante e pós-exercício físico e ainda o uso de suplementos alimentares. Os resultados encontrados nesse estudo mostram que a população buscou através da prática do Running’30® uma melhora na saúde (50%), referiam ainda a preocupação com a hidratação (77,73%) durante o treino, sendo água o líquido mais consumido. Os grupos alimentares relatados para a melhora da performance foram os carboidratos (72,73%) e as proteínas (50%). Concluiu-se que os praticantes das aulas adotam práticas alimentares equivocadas principalmente antes do treino e evidencia-se a consciência da importância da ingestão hídrica. Sugere-se que os participantes sejam orientados a fim de conscientizá-los da relevância de hábitos saudáveis para uma boa qualidade de vida e para o seu desempenho durante a atividade. Unitermos: Desempenho atlético. Corrida. Alimentação. Hidratação.
Abstract A healthy diet and physical exercise have always been important components to acquire a good quality of life. Among the sports that require greater attention in relation to food consumption, it is possible to highlight running. The present study has the purpose to evaluate the nutrition profile of Running’30® practitioner in a gym. A structured questionnaire was applied, which contained 17 questions objective and subjective data with specific intent as to the theme of the practice of class Running’30® hydration, nutrition before, during and after exercise and the use of dietary supplements. The results of this study shows that the population who searched the practice of Running’30® desired to improve health (50%) and reported also concern with hydration (77.73%) during training, being the water the most consumed liquid. The food groups reported to the improved performance were carbohydrates (72.73%) and protein (50%). It was concluded that practitioners adopt food practices mistaken especially before training and highlights the awareness of the importance of water intake. It is suggested that participants should be guided in order to aware them of the importance of healthy habits for a good quality of life and their performance during activity. Keywords: Athletic performance. Running. Alimentation. Hydration.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 18 - Nº 181 - Junio de 2013. http://www.efdeportes.com/ |
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1. Introdução
Atualmente a associação entre a prática de atividade física e melhores padrões de saúde são amplamente difundida (RODRIGUES; CHEIK; MAYER, 2008). A prática de atividades físicas tem sido valorizada no avançar das décadas, fazendo com que o indivíduo busque uma melhor qualidade de vida e isso impulsiona muitas pessoas a usufruírem a potencialidade dos exercícios físicos. Isso contribui para a melhoria da saúde, qualidade de vida e prevenção de doenças crônicas na infância, adolescência e fase adulta (ZAMAI; COSTA, 2008).
A busca por melhor condicionamento físico e o forte apelo da forma física, tem levado pessoas de todas as idades à prática de várias modalidades de exercícios físicos. A qualidade de vida, a recuperação e/ou manutenção da saúde, a prática regular de exercícios físicos, a estética, o ganho e a definição de massa muscular, a perda de peso, as relações interpessoais, o treinamento para competições (amadoras e profissionais), entre outros, são alguns dos motivos que levam as pessoas a procurar cada vez mais as academias (SILVA GIAVONI; MELO, 2005). Reduzir a quantidade de gordura e/ou aumentar a quantidade de massa muscular estão entre os anseios de grande parte dos praticantes de exercícios físicos (COSTA;GUISELINI; FISBERG, 2007).
As academias são espaços representativos oferecendo para a população a possibilidade da prática regular das atividades (ZAMAI; COSTA, 2008).
Frequentadores de academias de ginástica são em geral indivíduos com motivação e recursos para a prática de atividades físicas e para uma alimentação saudável e com acesso a informações sobre nutrição e atividade física.As evidências científicas incentivam a prática de exercícios físicos e a adoção de uma alimentação equilibrada (PEREIRA; LALOJO; HIRSCHBRUCH, 2003). O planejamento alimentar deve considerar a adequação energética da dieta, a distribuição dos macronutrientes e o suporte de vitaminas e minerais (CABRAL et al., 2006).
A nutrição corresponde aos processos gerais de ingestão e conversão de substâncias alimentícias em nutrientes que podem ser utilizadas para manter a função orgânica. Esses processos envolvem nutrientes que podem ser utilizados com finalidade energética (carboidratos, lipídios e proteínas), para a construção e reparo dos tecidos (proteínas, lipídios e minerais), para a construção e manutenção do sistema esquelético (cálcio, fósforo e proteínas) e para regular a fisiologia corpórea (vitaminas, minerais, lipídios e água) (WOLINSKY; HICKSON JUNIOR, 1996). Entre as modalidades esportivas que necessitam de uma maior atenção em relação ao consumo alimentar de seus praticantes, destaca-se a corrida.O fenômeno corrida vem crescendo em vários seguimentos, como: corrida de rua, corrida em montanha, corrida de aventura (SALGADO; CHACON-MIKAHIL, 2006). É importante mencionar ainda a corrida indoor ou simplesmente a corrida na esteira, esta é indicada tanto para corredores iniciantes quanto para os mais experientes. As academias de ginástica procuram adequar-se ao mercado para satisfazer as pessoas, surgindo então, novas aulas que vão ganhando espaço nas academias, entre elas esta o Running’30®uma aula motivante e desafiadora. Realizada sempre em grupos, cada um com o seu objetivo em mente, seja estético, condicionamento físico, na busca de qualidade de vida ou lazer, todos têm um objetivo incomum, correr com a máxima segurança e eficiência que esse tipo de aula pode oferecer. No aspecto motivacional as aulas são embaladas por música e instruções verbais dos professores, determinantes na hora de driblar a monotonia de correr na esteira sozinho. A aula Running’30®possui as suas particularidades, o treinamento no ambiente indoor simula desde subida a treinos de velocidade, ou seja uma infinidade de estímulos para que o seu corpo sofra as adaptações fisiológicas necessárias para melhorar o seu condicionamento físico. Diante do exposto o presente artigo teve como objetivo investigar o perfil alimentar dos praticantes de Running’30®de uma academia de ginástica do município de Balneário Camboriú- SC.
2. Metodologia
A presente pesquisa caracterizou-se como estudo transversal descritivo, realizada com freqüentadores de uma academia de ginástica do município de Balneário Camboriú, SC, praticantes da aula de Running’30®.
Para a coleta de dados, foram convidados a participar voluntariamente do estudo após a prática da atividade, todos os alunos que freqüentaram as aulas. A amostra foi orientada sob os objetivos, métodos e procedimento que foram utilizados durante o desenvolvimento da pesquisa. Os alunos participantes receberam um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, bem como o questionário de perfil alimentar para ser preenchido no local.
Para o levantamento de dados foi disponibilizado um questionário estruturado auto aplicável com 17 questões objetivas e subjetivas divididas em: identificação, intenção da prática da aula de Running’30®, hidratação, alimentação antes, durante e pós-exercício físico e ainda o uso de suplementos alimentares. O questionário apresentava questões quanto à intenção do exercício escolhido: perda de peso, definição da musculatura, saúde, bem estar e outros. Em relação à hidratação investigou se os alunos ingeriam líquidos durante a atividade física. Já em relação à alimentação, foram apresentados diversos grupos alimentares (carboidrato, proteína, gorduras, suplementos e fibras) questionando a opinião dos alunos em qual destes grupos alimentares poderiam melhorar o seu desempenho durante a aula de Running’30®assim como se realizavam refeições antes da prática do exercício e também posteriormente ao mesmo. Em relação à suplementação alimentar, foi investigado quanto ao uso e tipo de suplemento utilizado. Para a formação do banco de dados foi utilizado o programa Microsoft Office Excel 2007. Para descrever as variáveis quantitativas foram calculados as médias e os desvios-padrão. As variáveis categóricas foram descritas por meio de suas freqüências absolutas (n) e relativas (%). Os resultados alcançados foram divulgados aos sujeitos de pesquisa sendo enviado o artigo completo para o e-mail ou mesmo entregue pessoalmente visando a conscientização da relevância de hábitos saudáveis para uma boa qualidade de vida e para o seu desempenho durante a atividade.
3. Resultados e discussão
A amostra foi composta por 22 freqüentadores de Running’30®de uma academia do município de Balneário Camboriú- SC, sendo n=13 (59%) mulheres e n=9(41%) homens, com media de 36,09 anos, todos negam tabagismo e apenas 49,91% relatam o uso de bebidas alcoólicas durante a semana. Dos participantes avaliados além da pratica do Running’30®relataram realizar a musculação (63,64%) seguida de aulas de RPM (45,45%) e corrida de rua com (36,36%) as outras modalidades referidas foram natação (18,18%), Pilates® (13,64%) e Jump® (9,08%). No estudo de Hallak et al. (2007) descreveram que a atividade física mais praticada pelos participantes foi musculação com 72% e outras atividades físicas como ginástica (11,78%), natação (8,66%) e luta (7,56%) eram praticadas com menor freqüência.
A Tabela 1 demonstra as características dos praticantes de Running’30®em relação ao objetivo para a escolha desta atividade e outras modalidades praticadas pelos mesmos.
Tabela 1. Características dos alunos praticantes em relação os objetivos pela escolha da aula Running’30®
e outras modalidades praticadas na academia de ginástica de Balneário Camboriú, SC, segundo gênero
Observou-se que a população deste estudo busca através da prática do Running’30® uma melhora na saúde (50%) seguida pela perda de peso (31,81%) referida principalmente pelas mulheres. Indivíduos fisicamente aptos e/ou treinados tendem a apresentar menor incidência da maioria das doenças crônicas não transmissíveis, explicável por uma série de benefícios fisiológicos e psicológicos, decorrentes da prática regular da atividade física (SBME, 2009). Durante a atividade física, como a corrida, a preocupação com a nutrição e hidratação deve ser em fornecer um aporte energético e os nutrientes necessários para garantir o desempenho, assegurar o peso ideal e recuperá-lo o mais rapidamente de traumas e lesões eventualmente provocadas no treinamento (STREICHER; SOUSA, 2005).
Com relação ao consumo hídrico durante a aula de Running’30® foi possível constatar que 77% dos praticantes demonstraram a preocupação com a hidratação, porém, nem todos realizam tal pratica a fim de obter bom desempenho. Tais atitudes inadequadas poderiam ser modificadas caso houvesse orientação profissional com as informações adequadas demonstrando a importância deste feito, pois Streicher e Sousa (2005) ressaltam que a preocupação com a desidratação e hiponatrermia é outro fator extremamente importante, uma vez que a deficiência do mecanismo de termorregulação pode comprometer o desempenho e a saúde do atleta, por aumento em demasia da temperatura corporal.
Durante a prática das aulas, notou-se que o líquido mais consumido foi a água, nenhuma outra opção foi citada como: água de coco, repositores hidroeletrolítico, energéticos. Como o tempo da prática é reduzido em torno de trinta minutos e a distância percorrida durante a aula é de do máximo 5km a água é suficiente para manter a hidratação dos atletas. As bebidas esportivas ou repositores hidroeletrolíticos não devem ser utilizados em substituição à água na hidratação em períodos curtos de exercícios. Porém, embora a água seja uma boa opção de reidratação durante e após o exercício, pois é facilmente disponível, de baixo custo e com esvaziamento gástrico relativamente rápido, as soluções esportivas apresentam melhor sabor e podem encorajar os praticantes a aumentar o consumo voluntário de líquidos (CUNHA; VIEBIG, 2008).
No momento do exercício há perda de líquidos do organismo, ocasionando a desidratação, a qual pode trazer conseqüências desagradáveis para o atleta, entre elas a diminuição da força muscular, o aumento do risco de cãibras e a hipertermia e, conseqüentemente, a queda no desempenho (GUERRA, 2004). A hidratação é um fator importante que deve ser considerado antes, durante e após o exercício. Essa prática realizada previamente e durante o exercício melhora o desempenho, principalmente se o líquido a ser consumido contém carboidrato e estiver à temperatura de 15ºC a 20ºC (SBME, 2009). Entretanto, a reposição hídrica utilizando apenas água não é aconselhada para atletas de alto nível, pois a perda de eletrólitos, associada a um quadro de ingestão aumentada de água pode induzir a quadros como a hiponatremia (MONTAIN; CHEUVRONT; SAWKA, 2006). A literatura recomenda a ingestão de 8 copos de líquidos por dia, incluindo água, suco, entre outros (MAHAN-ESCOTT-STUMP, 2005), o que foi observado no grupo de corredores em questão, comprovando que os mesmos conhecem a importância do consumo de líquidos para a homeostase do organismo, porém, não os realizam com freqüência.
Foi investigado a utilização de suplementos alimentares, do total da amostra, 95,45% referiram não fazer o uso. Os suplementos quando administrados corretamente, asseguram ao indivíduo a obtenção dos nutrientes necessários para manter o correto funcionamento do organismo, juntamente com uma alimentação equilibrada e variada (ZEISER; SILVA, 2007). O uso de suplementos tornou-se comum entre o mundo esportivo, como mostram Domingues e Marins (2007) em um estudo com 200 praticantes de musculação em academias de Belo Horizonte – MG. Os autores concluíram que apenas 36% consultam o nutricionista para fazer uso de suplementos. Devido à preparação que o nutricionista tem durante a sua graduação, este seria o profissional melhor capacitado a prescrever os suplementos alimentares com segurança e clareza, pois irá estabelecer o tipo ideal de suplemento e a quantidade que deve ser ingerida levando em consideração características individuais como o sexo, idade, peso, estatura, tipo de exercício e os objetivos, para assim garantir resultados satisfatórios. Importante ressaltar que o uso de suplementos deve sempre estar associado a uma alimentação equilibrada, e não deve ser utilizado como substituto de refeições (MOLINERO; MÁRQUEZ, 2009). Nas últimas décadas vêm demonstrando as qualidades nutricionais das proteínas solúveis do soro do leite, também conhecidas como whey protein. A utilização do Whey Protein na área esportiva está relacionada ao seu rápido processo de captação de aminoácidos, bem como por conter todos os aminoácidos necessários à síntese protéica, fundamental para atletas de qualquer modalidade esportiva nas proporções adequadas (HARAGUCHI; ABREU; PAULA, 2006). Os aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA), valina, leucina e isoleucina, são utilizados no músculo esquelético durante o exercício como uma fonte de energia, pois tem sido relatado que durante o exercício há um aumento da proteólise e a utilização de aminoácidos como substrato energético (SHIMOMURA et al., 2004). No presente estudo foi possível verificar que a amostra analisada apresentou uma atitude bastante saudável em relação aos hábitos alimentares, sendo o desjejum relatado por 86,36% da amostra. Pela aula ter ocorrido no período matutino, a realização prévia do café da manhã é fundamental, pois esta refeição tem como objetivo recuperar as reservas de glicogênio dispendidas durante as horas de sono e, conseqüentemente, fornecer substrato energético para a participação na prova, prevenir a fadiga e evitar a queda do desempenho. Esta refeição deve conter alimentos habituais do atleta ou desportista, os quais sejam ricos em carboidratos, com baixo teor de gordura e moderados em proteína e fibras, a fim de facilitar a digestão, não causar distúrbios gastrintestinais e fornecer insulina às células (SILVA; MIRANDA; LIBERALI, 2008). Evidenciou-se que 13,64% da amostra realizam as aulas de corrida indoor, em jejum, o que não é recomendado devido aos motivos expostos acima. Quando indagados sobre a interferência do consumo dos grupos alimentares no desempenho nas aulas de Running’30® 77,73% dos alunos relacionaram o consumo de carboidrato e 50% acreditam que a proteína pode ser um fator que colabore com o melhor resultado durante a atividade. As fibras (77,23%) e gorduras (100%) foram relacionadas à piora no desempenho durante a prática desportiva (Tabela 2).
Resultados como estes demonstram que o consumo excessivo de gordura e fibras pode acarretar desconforto durante a prática do exercício afetando no desempenho (DURAN et al., 2004). O consumo excessivo de lipídeos está ligado ao surgimento de doenças crônicas na população em geral e mesmo sendo esta uma população com acesso a informações, a prática não está adequada (DURAN et al., 2004).
Tabela 2. Grupos alimentares que auxiliam na melhora ou piora do desempenho durante as aulas de
Running’30®, segundo os participantes de uma academia de ginástica de Balneário Camboriú, SC, 2012
Em longo prazo, um consumo elevado de lipídeos e baixo em carboidrato pode levar os praticantes de exercícios físicos a sentirem-se mais cansados fisicamente, adiantando a fadiga muscular já que o carboidrato representa a fonte energética mais importante no momento do exercício físico e principalmente após este, pois auxilia a recuperação muscular. Estes fatores podem, inclusive, levar os praticantes de exercícios físicos a abandonarem a prática regular (DURAN et al., 2004).
Os carboidratos, as gorduras e as proteínas consumidos diariamente fornecem a energia necessária para manter as funções corporais tanto em repouso quanto durante diversas modalidades de atividade física. Além de seu papel como combustível biológico, esses nutrientes (denominados macronutrientes) desempenham também um papel importante na manutenção da integridade estrutural e funcional do organismo (McARLDLE; KATCH; KATCH, 2003). De acordo com Maughan e Burke (2004), a alimentação anterior ao exercício, de 1 a 4 horas antes, deve ter os seguintes objetivos: abastecer as reservas de glicogênio muscular; recuperar as reservas de glicogênio hepático, especialmente em exercícios realizados pela manhã, pois com jejum noturno essas reservas estão baixas; garantir boa hidratação; evitar o estado de fome e desconforto gastrintestinal.
Na Figura 1 é possível verificar que 16 praticantes de aula de Running’30® (73%) não realizam mudança na alimentação para à pratica da mesma. Os demais referiram eventualmente fazer essa mudança seja aumentando ou diminuindo o consumo dos grupos alimentares escolhidos.
Figura 1. Prevalência da mudança de hábitos alimentares dos praticantes da aula
de Running’30®de uma academia de ginástica de Balneário Camboriú, SC, 2012
Para Maughan e Gleeson (2007), a alimentação durante o treinamento ou competição pode ter influencia na intensidade e na duração das sessões de exercício que o esportista pode manter. As estratégias da nutrição esportiva visam eliminar os fatores que podem causar fadiga ou debilitação, prejudicando o desempenho durante a competição. Dentre os fatores prejudiciais destacam-se a depleção de reservas de glicogênio muscular, hipoglicemia e mecanismos da “fadiga básica” como hipertermia, desidratação, hiponatremia e o desconforto gastrintestinal (MAUGHAN; BURKE, 2004).
4. Conclusão
Concluiu-se com este estudo que os corredores de esteira, em geral, adotam práticas alimentares equivocadas, em especial antes do treino, desta forma ressalta-se que alimentação antes, durante e após os exercícios é fundamental, pois possibilita ao atleta/desportista melhor desempenho durante e recuperação após a prática do exercício. A prevalência da prática da hidratação foi significativa demonstrando a preocupação pelo bom desempenho durante o Running’30®. Contudo, sugere-se que seja feita alguma divulgação com orientações abordando a importância da alimentação e hidratação para melhora da performance na recuperação dos praticantes de Running’30®.
Vale ressaltar que, como se trata de um “estudo de perfil”, os resultados obtidos só serão válidos para os praticantes. As conclusões obtidas, não podem ser generalizadas, contudo, a grande contribuição é fornecer o conhecimento sobre os hábitos alimentares obtidos no campo de estudo, cujos resultados atingidos podem permitir a formulação de hipóteses para encaminhamento de outras pesquisas.
Referências
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