Footgolf, uma nova modalidade El Footgolf, una nueva modalidad |
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*CESPU-Cooperativa de Ensino Superior, Politécnico e Universitário, Gandra **Paredes Golfe Clube-Campo de Golfe do Aqueduto Vila Cova de Carros, Paredes (Portugal) |
Ana Paula Brito* ** Carlos Magalhães** Arménio Santos** |
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Resumo A divulgação do Golfe em Portugal é notoriamente reduzida, uma vez que apesar de existirem revistas e um canal televisivo da modalidade, infelizmente apenas têm impacto junto dos jogadores, não chegando, salvo raríssimas exceções à população em geral, continuando a deixar passar a mensagem que o golfe é um desporto fechado e elitista. Os campos de golfe oferecem uma vasta gama de possibilidades para a prática de atividades desportivas e de ar livre, complementares à da modalidade, podendo servir deste modo quer para a sensibilização e motivação para a iniciação à prática do golfe, quer para entretenimento dos familiares ou acompanhantes dos golfistas, rentabilizando e otimizando o campo, podendo ainda servir como atrativo para fidelização dos golfistas e seus familiares, aumentando o número de membros do clube e atraindo outros eventuais potenciais golfistas. Assim os campos de golfe, pelas suas características intrínsecas ao nível do apetrechamento desportivo, permitiram o aparecimento de uma nova modalidade desportiva. O Footgolf, é uma modalidade que alia o golfe ao futebol, umas modalidades desportivas que apesar de não terem muito em comum, fundiram-se originarando um novo desporto, cujo objetivo primordial é introduzir a bola em Buralizas (buraco/baliza). Assim, o objetivo do Footgolf, que não sendo golfe, nem futebol, é pontapear uma bola de futebol a partir do tee, jogá-la sempre do local onde for caindo até atingir a buraliza contando todos os pontapés, num mínimo de nove buralizas diferentes. Esta modalidade pode ser considerada como um excelente veículo de iniciação ao Golfe, considerando o sucesso na realização dos gestos técnicos característicos do Footgolf, sendo deste modo, um fator de motivação e tornando mais eficaz o transfer ao nível das regras para um eventual jogador de golfe. Unitermos: Footgolf. Buralizas. Ghole. Golfer. Golfe. Futebol.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 18 - Nº 181 - Junio de 2013. http://www.efdeportes.com/ |
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Footgolf ou Futgolf, nasceu em 2009 na Holanda, sendo atribuída a sua origem a Michael Jansen, ex-jogador de futebol profissional, nascido a 10 de Junho de 1984 em Nijmegen, que se encontrando a jogar no FC Groningen contraiu uma grave lesão que o afastou dos campos de futebol. Considerando os seus salutares hábitos desportivos, necessitava de uma prática regular de atividade física. Assim, esta nova modalidade desportiva que combinando curiosamente a paixão do futebol com a precisão do golfe, rapidamente se difundiu pela Bélgica, Alemanha, Hungria e Espanha. No ano seguinte, em março de 2010, e desta vez por a mão de Javier de Ancizar, Presidente da Associação Argentina de FootGolf, inicia-se na Argentina, tendo tido uma rápida projeção ao Chile, Estados Unidos, Porto Rico, México, Itália, Grécia e Inglaterra, obtendo uma crescente adesão de jogadores. Em 2010, foram cinco os torneios, realizados na Argentina onde cerca de 40 jogadores participaram de cada um deles. Atualmente, na Argentina, o Footgolf já regista um circuito de torneios nacionais sendo realizados mais de 20 torneios por ano em quatro províncias diferentes - Buenos Aires, Mendoza, Córdoba e Rosário, concretizados com a participação de mais de 90 jogadores em cada um destes eventos. Motivado por este ritmo de crescimento, o Footgolf estima-se que seja jogado por mais de 2.000 jogadores na Argentina.
O primeiro “FootGolf World Cup” realizou-se em Budapeste, na Hungria, em junho de 2012, envolvendo a participação de cerca 80 jogadores de oito países: Argentina, Hungria, Holanda, Bélgica, Itália, Grécia, México e Estados Unidos.
Em Portugal, o Footgolf é jogado pela primeira vez, em fevereiro de 2013, num torneio com cerca de seis dezenas de praticantes, na Quinta da Marinha. A modalidade foi trazida para Portugal pela francesa Marie Odile Antonelli, co-fundadora e Presidente da Associação Desportiva Portuguesa de Footgolf, sendo membro da Federação Internacional de Footgolf, e pelo marido, um jogador de golfe profissional, que há cerca de dois anos implementaram a modalidade, considerando o clima, os magníficos campos de golfe e os muitos adeptos da modalidade futebol. Segundo a Associação Desportiva de Portuguesa de Footgolf, o “Footgolf é uma modalidade, jogada com uma bola oficial de futebol, praticada em campos de golfe oficiais, com o objetivo de atirar com o pé a diversas distâncias até ao “Ghole”, no menor número de chutos possível”.
Footgolf em Argentina
Deste modo, o Footgolf apresenta-se como uma proposta de jogar futebol, num campo de golfe de acordo com as regras do mesmo, mas pontapeando a Golfer, uma bola oficial de futebol, a partir do tee, joga-la do local onde for caindo ate atingir o Ghole, os buracos maiores (53 cm de diâmetro) no green, com as Buralizas (buraco/baliza), em que a distancia entre o tee e o Ghole encaixa proporcionalmente respeitando o Par ajustado em um dos Gholes e as chuteiras com a função inerente às dos tacos. Pode ser jogado em campos de 9 Gholes, apresentando diferentes desafios aos jogadores. Os Caminhos apresentam passagens obrigatórias, demarcadas com postes e/ou árvores, respeitando o traçado e os declives naturais do terreno, apresentando desta forma, o campo vários desafios motivantes aos jogadores. O comprimento total dos 18 Gholes é variável, podendo apresentar cerca de 2,5 km e com uma duração de cerca de 90 minutos. Assim como numa volta de golfe, a vitória será atribuída ao jogador que no final concluir o percurso com menos tentativas de pontapés, com eficácia e precisão para executar o percurso e acertar na buraliza. Uma das carateristicas mais peculiares desta modalidade, encontra-se ao nível da competição, na ausência da supervisão de uma equipa de arbitragem, alicerçando-se na honestidade dos jogadores e respetivo respeito pelas regras, promotora de condutas disciplinadas, revelando cortesia em todos os momentos do jogo fundamentando o desportivismo, independentemente da intensidade competitiva, sendo este é o espírito do jogo de footgolf e do golfe. Esta modalidade desportiva reúne o melhor da disciplina popular com a de elite, havendo uma combinação estratégica entre a força e precisão para atingir o objetivo.
Como o golfe ou o futebol, esta modalidade pode ser praticada por jogadores de diferentes idades, e sexo, sem qualquer limitação assinalável. Sendo o Footgolf praticado nos campos de golfe, esta nova modalidade pode ser uma fonte de receitas complementar, como oferta turística, ou na criação de um ambiente aprazível para muitas áreas de negócio.
Gallahue & Ozmun (2001), consideraram a aquisição de habilidades motoras como um processo dinâmico em constante renovação, através de mudanças em uma ou mais variáveis, promotoras de sucessivas organizações dos sistemas visando a procura de um padrão estável, ao longo da vida. Os padrões estáveis revelam os comportamentos que são independentes e reprodutíveis, passando por períodos de instabilidade para atingir-se a estabilidade, que se traduzirá pela ocorrência de uma aprendizagem, sucedendo um novo processo dinâmico, e assim sucessivamente. Deste modo, os movimentos são adaptados segundo uma multiplicidade de formas, sendo aperfeiçoados, mediante as características específicas de cada tarefa a desenvolver de acordo com as particularidades da modalidade desportiva.
No processo ensino/aprendizagem novas habilidades motoras devem ser incluídas à medida que se verifica uma melhoria do desempenho proveniente das horas de prática em que o atleta aperfeiçoa o seu repertório motor geral e em um domínio específico, devendo ser evitada uma prática para tornar o movimento especializado restringindo aos domínios de uma especialização.
Um programa de treino deve conduzir a novos patamares motores que integrem variadas habilidades utilizadas em um jogo específico.
Segundo Langley & Woods (1997) os treinadores, têm dificuldades em coordenar o modo como devem reduzir ou aumentar a complexidade de tarefas inerentes às condições específicas de cada modalidade e à aquisição de habilidades mais complexas.
Um treinador deve ter consciência do grau de dificuldade das tarefas propostas não devendo exigir desempenhos superiores aos apresentados pelos jovens atletas, podendo deste modo, desviar os seus interesses e motivações, levando-as a uma eventual perda do gosto pela prática.
Canfield & Netto (1992), referiram que a implementação de tarefas mais complexas e contextualizadas nos treinos, são promotoras de uma instabilidade do jogo e conduzem a um desenvolvimento motor superior quando comparadas a práticas menos complexas.
Greco & Benda (1998) consideraram que são escassos os estudos relativos à progressão metodológica que incluam, na proposta de ensino/aprendizagem/treino, uma adequada interação entre os elementos técnicos e táticos, das estruturas funcionais do jogo e alertaram para a necessidade de propostas metodológicas mistas, que abarquem a necessidade de aquisição das mais variadas experiências de jogo.
Assim e, considerando que ao iniciar com uma idade tardia uma modalidade desportiva, os atletas tendem a apresentar conhecimentos de outras modalidades, devendo ser dada relevância à diversificação de estratégias, tais como exercícios analíticos e sincronizados, circuitos, situações de jogo, entre outros (Paes, Montagner & Ferreira, 2009). Assim, a Academia de Golfe de Parede, introduziu a prática do footgolf, também como modalidade estratégica para vivenciar o prazeroso de um jogo de golfe, assim como experienciar a tomada de conhecimento das regras de golfe, através do êxito de uma modalidade jogada com os pés.
Ao nível das regras as caraterísticas mais determinantes são:
1. O Equipamento deve constar de:
Figura 1. Equipamento (Adaptado de http://panamafootgolf.com/reglas-generales)
2. Marcação personalizada da bola.
3. Obter o scorecard junto do secretariado da organização e estabelecer o cruzamento dos resultados com o jogador que compete diretamente.
4. A bola tem de ser rematada num só gesto contínuo com qualquer parte do pé, não sendo permitido empurrar, pisar, arrastar ou tocar na bola de outra forma.
5. Esperar que a bola fique completamente imóvel até executar o chuto seguinte.
6. Jogar atrás da linha do tee, até dois metros para trás, no máximo. A ordem de iniciar o jogo, o primeiro ghole é definida por sorteio. Nas seguintes, o jogador com melhor pontuação, ou seja, com menos chutos, é o primeiro a bater a bola, depois o segundo, e assim sucessivamente.
7. Enquanto um jogador joga a uma buraliza, deve chutar a bola tal como ela ficou. Não é permitido tocar-lhe ou reposicioná-la.
Exceção: Pode-se levantar a bola ou deslocá-la só quando possa vir a interferir na jogada de outro jogador. Em caso de combinação para não levantar uma bola que possa ajudar outro jogador, ambos os praticantes podem vir a ser desqualificados.
Exemplo: Não mexer numa bola perto de um ghole para fazer de “travão” para outra que venha com demasiada velocidade.
O jogador mais afastado do ghole é o primeiro a chutar.
Não chutar se houver a possibilidade de interferir com uma jogada de outro grupo.
Se uma bola for movida, ressaltar ou parar por causa de outra bola, o jogador tem de jogar a sua bola tal como ficou e reposicionar a outra.
Não há penalizações a não ser que ambas as bolas estejam no putting green. Nesse caso, o jogador que acertar noutra bola incorre numa penalização de dois chutos.
Um jogador não deve jogar enquanto outra bola ainda está em movimento. Se duas bolas chocarem, não há penalização, a não ser que ambas estejam já no green. O jogador mais perto do ghole é penalizado com dois chutos por jogar fora da sua vez. Ambos têm de reposicionar as bolas e jogar novamente no green.
8. Não interferir com a trajetória da bola, parando-a ou evitando obstáculos, como os de água, por exemplo.
A bola ficou num obstáculo de água (estacas amarelas), num obstáculo de água lateral (estacas encarnadas) ou num bunker: Se a bola estiver na areia, pode ser jogada tal como está sem penalizações. Não tocar na areia ou resíduos móveis. Restaurar o bunker para ficar tal como estava antes da jogada.
Reposicionar e jogar do local onde foi dado o último chuto ou
Reposicionar e jogar atrás do obstáculo de água, numa linha reta em relação à o ghole e ao sítio onde a bola caiu à água, sem limite de distância.
No caso dos obstáculos laterais (estacas encarnadas), reposicionar a bola num espaço de dois metros, desde que não seja mais perto do Ghole.
Bola Perdida ou Fora do Campo: Jogar outra bola do local onde foi dado o último chuto, com a penalização de um chuto.
Bola impraticável: O próprio jogador é o único que pode declarar a sua bola como impraticável (Exemplo: bola no meio de arbustos ou na copa de uma árvore).
Jogar a bola do local onde foi dado o último chuto
Reposicionar a bola atrás do ponto onde a outra bola ficou, em linha reta face à bandeira ou reposicionar a bola num espaço de dois metros a partir do local onde a outra ficou, desde que não seja mais perto do ghole. Todas as opções implicam a penalização de um chuto.
9. Só no green é que os jogadores podem levantar e recolher a bola. Quando um jogador está a jogar, o adversário não deve estar perto ou diretamente atrás da bola ou do ghole, para ver a inclinação do green. Atingir uma buraliza, introduzir a bola mesmo que a distância seja mínima. Não há ball given em torneios por pontuação.
Entre o atingir a buraliza e começar a jogar a outra, o jogador deve registar e verificar a pontuação na buraliza anterior, em cada ghole, assinar e devolver o cartão o mais rápido possível à organização.
Perante qualquer dúvida sobre uma jogada, deixar a bola como está ou contatar um juiz-árbitro. Qualquer decisão não prevista nas regras será tomada tendo em conta o princípio da equidade.
10. Os obstaculos ou resíduos móveis (ramos, folhas, pedras entre outros objetos) podem ser retirados. Contudo, se a bola se mexer, o jogador será penalizado com um chuto.
Os obstáculos artificiais (ferramentas de jardinagem, caixotes de lixo) podem ser mexidos sem qualquer penalização. Se a trajetória da bola for alterada, pode ser reposicionada sem penalização, como por exemplo se uma bola ficou encostada a uma pá.
Obstáculos imóveis: pode-se levantar e deixar cair a bola sem penalização, mas sem a aproximar do ghole, como por exemplo, encostada aos postes de um sinal ou cartaz, a um aspersor de rega ou debaixo de um carro, entre outros.
Devem ainda ter em consideração os seguintes preceitos:
Cuidado com o estado do campo: restauro dos “bunkers” e manutenção de um ritmo de jogo estável
Manutenção da distância para o grupo da frente. Em caso de atraso, permitir a passagem ao grupo que vem atrás.
Não perturbar ou distrair: telemóveis no modo silencioso, falar em tom baixo, entre outras.
Não pedir conselhos ou dicas.
Não dar chutos de teste, enquanto se está a jogar a uma buraliza.
Considerações finais
O Campo de Golfe do Aqueduto, desde sempre teve como objetivo democratizar a prática do golfe, tendo como prioridade a criação de condições da divulgação e iniciação da modalidade através do Desporto Escolar, a baixos custos, quebrando o preconceito de um desporto elitista e inacessível. Com o Projeto Academia, abraçaram um projeto dinâmico, criativo e abrangente que englobou a dinamização da prática do Footgolf, no âmbito da formação disfrutando de um autêntico vale encantado, com um emblemático aqueduto que conduziu, durante séculos, a água da nascente até à população da aldeia de Vila Cova de Carros, os muros ancestrais, revestidos a musgo, que, com lagos naturais e árvores decanas, completam uma paisagem tão verde quanto inspiradora. A oferta desta nova modalidade e de atividades de recreação e lazer complementares à prática do golfe, pode ser considerada como uma estratégia de sustentabilidade e uma forma de diversificação e qualificação da modalidade golfe.
Referências
Canfield, M. & Ferreira Neto, C. (1995). Aprendizagem da tarefa de rebater sob duas condições diferentes de incerteza ambiental em crianças de 6 a 9 anos de idade. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, 16(2):14-21.
Gallahue, D. & Ozmun, J. (2003). Compreendendo o desenvolvimento motor bebês, crianças, adolescentes e adultos. São Paulo: Phorte.
Greco, J. & Benda, R. (1998). Iniciação desportiva universal. Belo Horizonte: Ed. UFMG.
Paes, R., Montagner, P. & Ferreira, H. (2009). Pedagogia do esporte: iniciação e treinamento em basquetebol. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.
Sites
http://expresso.sapo.pt/sabe-o-que-e-footgolf=f786022#ixzz2PFvtUZEz
http://footgolf.pt/
http://footgolf.nl
http://www.footgolfworldcup2012.com/
http://panamafootgolf.com/
http://panamafootgolf.com/reglas-generales
http://worldfootgolf.com/international-footgolf
http://footgolf.pt/footgolf/o-que-e-o-footgolf
http://footgolf.pt/footgolf/regras-basicas
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