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Dança: dependente ou independente da Educação Física?

¿La danza: dependiente o independiente de la Educación Física?

Dance: does it depend or not on Physical Education?

 

*Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática

Universidade Luterana do Brasil, Canoas, RS

** Curso de Dança, Universidade Luterana do Brasil, Canoas, RS

*** Aluna do Curso de Dança, Universidade Luterana do Brasil, Canoas, RS

(Brasil)

Paulo Tadeu Campos Lopes*;**

Maria Lúcia Brunelli**

Cibele Sastre**

Ana Paula Fagundes Barcelos***

pclopes@ulbra.br

 

 

 

 

Resumo

          A Dança é uma disciplina obrigatória na educação básica, sendo uma das linguagens da Arte, conforme os Parâmetros Curriculares em Arte e contidos nos Parâmetros Curriculares da Educação Física, de acordo com a Lei 9394/96 das Diretrizes e Bases da Educação – LDB do Brasil. Autores da área de Educação Física compreendem que, por ser contemplada nos temas da cultura corporal, cabe ao licenciado da área trabalhar com essa linguagem. Evidencia-se uma apropriação acadêmica parcial da Dança pela Educação Física, apesar de apresentarem-se como áreas distintas do conhecimento humano. Aparentemente, ela tem sido marginalizada pelos professores de Educação Física em suas aulas ou descaracterizada na ginástica e em jogos geralmente lúdicos nos quais se utilizam alguns movimentos relacionados à dança. Considerando que Educação Física e Dança são campos diversos, apresentando interfaces e que esta última também é passível de ser abordada em outros cursos, o tema, no mínimo, gera controvérsia, fazendo-se necessário novas investigações.

          Unitermos: Escola. Dança. Educação Física. Artes.

 

Abstract

          Dance is a obligate discipline in elementary education and an artistic language, as defined by the Art Curriculum Parameters included in the Physical Education Curriculum Parameters, as defined by Brazilian educational legislation (Act 9394/96 Diretrizes e Bases da Educação – LDB do Brasil). Researchers on Physical Education understand that, due to the fact that the Dance language is addressed in themes concerning body culture, teachers of these subjects have to work with this language. Dance is only partially addressed in academic studies on Physical Education, in spite of the fact that these areas are distinctive fields of human knowledge. Apparently, Dance has been relegated to a secondary place by Physical Education teachers in classes, or decharacterized in gym and ludic games that resort to some movements associated with Dance. Considering that Physical Education and Dance are different fields that nevertheless interface with each other, and that Dance may also be addressed in other courses, the theme is subject to controversy, and new investigations are necessary.

          Keywords: School. Dance. Physical Education. Arts.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 18 - Nº 181 - Junio de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A Dança talvez tenha sido a primeira atividade física sistematizada pelo homem, pois desde épocas remotas traduz os mitos, a cultura e a cidadania dos povos, promovendo infinitas descobertas com relação ao movimento e a natureza humana (RAMOS, 1982). Alguns autores a definem como uma das mais antigas artes criadas pelo ser humano, onde ele manifesta todos os seus impulsos e crenças; unindo-se a música ao gesto, nasceu a dança e descobertos o som, o ritmo e o movimento, o homem passou a dançar (PORTINARI 1989; BUTT, 1995).

    É uma das quatro linguagens da Arte (teatro, artes visuais, música e dança), conforme os Parâmetros Curriculares em Arte e contidos nos Parâmetros Curriculares da Educação Física, disciplina obrigatória na educação básica, de acordo com a Lei 9394/96 das Diretrizes e Bases da Educação – LDB. Contudo, existe polêmica se deve estar na Educação Física ou no ensino da Arte. Para Marques (1997) persistem no Brasil alguns desentendimentos sobre o campo de conhecimento da dança – Artes ou Educação Física? Além disso, a autora diz existirem pré-conceitos em relação à dança: não são poucos os pais de alunos, e os próprios alunos, que ainda consideram a dança "coisa de mulher"; ainda permeia em nossa sociedade um certo receio, ou talvez medo, do trabalho com o corpo; finalmente, Arte ainda é em muitos casos sinônimo de excentricidade, de loucura.

    Os estudos com respeito à Dança ainda não são de muita clareza e amplitude, mesmo ela sendo considerada de domínio público (OLIVEIRA, 2010). O presente trabalho teve como objetivo trazer ponderações sobre o seu alinhamento em relação à Arte e à Educação Física.

Dança e consciência corporal

    A consciência do corpo é o reconhecimento consistente do conjunto de estruturas representativas, simbólicas e semióticas que servem de base à ação motórica, estruturando-se através da noção de imagem do corpo e dos meios de ação que estabelecem com a percepção e a memória, a formação do esquema corporal, intérprete ativo e passivo da imagem do corpo (BARROS, 1998). Scarpato (2001) assinala que o uso da Dança na sala de aula pode trazer muitas contribuições ao processo de aprendizagem, se integrada com outras disciplinas, uma vez que o trabalho com o corpo gera a consciência corporal, levando o aluno a questionar-se e começar a compreender o que passa consigo e ao seu redor.

    Através da Dança a criança descobre e desenvolve a consciência corporal sendo capacitada a dominar na mesma medida técnica e expressão, força e fluência, contração e expansão, desenvolvendo suas habilidades motoras bem como sua estrutura orgânico-funcional (GUERRA, 1989). Silva e Schwartz (1999) complementam afirmando que a Dança está intrinsecamente ligada à expressão e a expressividade, sendo uma linguagem corporal voltada para o desenvolvimento de todas as potencialidades humanas relacionadas ao movimento corporal, permitindo que o aluno manifeste através de seu corpo, suas emoções, ideias e vontades.

    Ao vivenciar as práticas corporais como fenômeno cultural, é possível contribuir para formar homens capazes de serem sujeitos na construção de uma sociedade, uma vez que a prática dos esportes, dos jogos e das danças é, também, uma forma de se apropriar do mundo e não apenas fugir dele. A escola sempre reflete os conflitos e contradições presentes na sociedade, o que permite que sejam compreendidos os interesses dominantes que articulam a organização, a administração e a definição de meios e fins na estrutura escolar, além de possibilitar que sejam situados os compromissos políticos pedagógicos do dia-a-dia (CUNHA, 1992). Vargas (2007) complementa que praticar a Dança de forma a abranger os aspectos sensorial, perceptivo e motor, traçando relações com o real e o imaginário, facilita a compreensão da imagem corporal permitindo que se estabeleça um equilíbrio pessoal. Esse equilíbrio diz respeito às três principais dimensões do ser humano (desenvolvimentos cognitivo, motor e social).

Dança e preconceito

    O preconceito é um fator de grande influência contra a inserção da Dança nas escolas, muitas vezes, partindo de professores que enxergam a dança como algo puramente folclórico ou desnecessário à formação de seus alunos. Outras vezes, o preconceito parte dos pais dos estudantes, que rotulam a dança como algo específico para mulheres, impedindo que seus filhos do sexo masculino participem de qualquer atividade referente ao trabalho corporal (MARQUES, 1997). Em se tratando da Educação, a Dança já foi considerada o seu primo pobre (GARAUDY, 1989).

Dança e Educação

    A educação deve integrar corpo e mente, ensinando a pensar em termos de movimento para dominá-los, e não apenas se preocupar com o domínio da escrita, do raciocínio lógico-abstrato e da linguagem (SCARPATO, 2001). Para Carbonera e Carbonera (2008) a Dança, enquanto um processo educacional, não se resume simplesmente em aquisição de habilidades, mas sim, poderá estar contribuindo para o aprimoramento das habilidades básicas, dos padrões fundamentais do movimento, no desenvolvimento das potencialidades humanas e sua relação com o mundo. Os conteúdos específicos da dança são aspectos e estruturas do aprendizado do movimento (coreologia, consciência corporal e condicionamento físico); disciplinas que contextualizem a dança (história, estética, apreciação e crítica, sociologia, antropologia, música, assim como saberes de anatomia, fisiologia e cinesiologia) e possibilidades de vivenciar a dança em si (repertórios, improvisação e composição coreográfica (MARQUES, 1997).

    Na educação infantil, por exemplo, é comum presenciarmos em algumas escolas as crianças o tempo todo sentadas, em silêncio, realizando atividades escolares. Porém, para que as crianças possam construir um aprendizado amplo, é necessário que os conceitos de educação estejam de acordo com as necessidades encontradas em sua realidade escolar e social. Por meio das atividades lúdicas, a criança satisfaz seus desejos e representa a realidade a qual está inserida. E a Dança, incluída na educação infantil a fim de trabalhar o movimento, também desenvolve a expressão corporal, a relação com o outro, ou seja, o social, além de trazer o lúdico fundamentado com os conteúdos a serem trabalhados em cada faixa etária. Para Marques (2003) a escola pode dar parâmetros para sistematização e apropriação crítica, consciente e transformadora dos conteúdos específicos da Dança e, portanto, da sociedade. A escola teria, assim, o papel não de reproduzir, mas de instrumentalizar e de construir conhecimento em/através da Dança com seus alunos (as), pois ela é forma de conhecimento, elemento essencial para a educação do ser social.

A Dança e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs)

    As disciplinas Arte e Educação física são reconhecidas como componentes curriculares integrantes da Educação Básica Nacional segundo a Lei nº 9.394/96 – Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Capítulo II – Da Educação Básica (BRASIL, 1996) em seu Art. 265. Sendo o ensino da Arte no Brasil instituído como obrigatório em escola desde 1971 e com a publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN/97 inclui-se a Dança como uma das linguagens das Artes e conteúdo da Educação Física. O fato é que a Dança é trabalhada há muito tempo dentro da área de Educação Física anos antes dela ser reconhecida/institucionalizada como linguagem da Arte (OLIVEIRA, 2010). Para Varanda (2012) por intermédio dos PCNs, estabelece-se que a Dança, uma vez reconhecida como elemento da cultura corporal, possa estar integrada diretamente às propostas escolares, e mantendo um vínculo também da relação de troca desta modalidade com a sociedade.

    Os PCNs consistem em documentos elaborados pelo Ministério da Educação brasileiro com o intuito de orientar o trabalho dos professores do Ensino Fundamental (de 1ª a 8ª séries) e do Ensino Médio (1º ao 3º colegial), sendo elaborado um PCN para cada disciplina curricular. A Educação Física não exclui o conteúdo de Dança de seu campo de atuação. Ao contrário, é esta que ela vem tentando incluir em sua formação e no currículo escolar. Os PCNs, por exemplo, afirmam que o ensino de Dança na escola deve ser de responsabilidade do professor de Educação Física (PEREIRA e HUNGER, 2006).

Dança – Artes ou Educação Física?

    Para Oliveira (2010) alguns autores da área de Educação Física compreendem que a Dança é uma expressão da linguagem corporal e está contemplada nos temas da cultura corporal, cabendo ao licenciado em Educação Física trabalhar com essa linguagem. No entanto, ressaltam que a dança não deve ser tratada como conhecimento da Arte e sim dentro do conhecimento que diz respeito à Educação Física, atendendo aos propósitos e objetivos desta área na escola. A Dança dentro da disciplina educação física faz parte das manifestações culturais, o Brasil além de ser um país extenso, recebeu influencia de diversas culturas, em cada região vamos encontrar singularidades de movimentos rítmicos. Quando essas danças são trazidas para escola são reproduzidas sem interpretação de seus valores e significados, além do mais, essas manifestações culturais não têm os mesmos significados de antes, elas foram recodificadas, reconfiguradas e continuam a ser-la. Para Brasileiro (2003) o que se observa é que, apesar de a Dança estar situada, desde 1971, como unidade da disciplina Educação Física, raramente é valorizada por ter um conhecimento próprio e uma linguagem expressiva específica, sendo reconhecida, entre outras, como atividade extraescolar ou extracurricular.

    Analisando a percepção de professores de ensino médio em relação à Dança no contexto da Educação Física Escolar, Manfio e Paim (2008) observaram que os mesmos vêem na dança uma oportunidade de proporcionar para o aluno um espaço que favoreça o desenvolvimento de todos os seus domínios do comportamento humano, ou seja, comportamentos motor, afetivo-social, físico, psicológico, comunicacional, de forma harmoniosa, contribuindo para a formação de estruturas corporais e de movimento cada vez mais complexas e criativas. As autoras também observaram que, para os professores entrevistados, a Arte e, mais especificamente, a Dança é um conhecimento tão importante quanto qualquer outro conhecimento presente na escola e deve ser inserida diretamente num contexto pedagógico, no interior do componente curricular Educação Física.

A Educação Física e a Dança são áreas distintas do conhecimento?

    Avaliando a produção acadêmica sobre Dança nos periódicos brasileiros de Educação Física, Muglia-Rodrigues e Correia (2013) perceberam leve predominância de artigos na subárea dos Estudos Socioculturais do Movimento Humano (38,81%) sobre as outras subáreas, como Pedagogia do Movimento Humano (34,33%), Biodinâmica do Movimento Humano (14,93%), Adaptação do Movimento Humano (5,97%) e Comportamento Motor (5,97%), sugerindo uma relativa restrição da produção de conhecimento acerca do fenômeno/tema dança e, até mesmo, uma apropriação acadêmica parcial pela Educação Física.

    Pereira e Hunger (2006) comentam que a Educação Física e a Dança apresentam-se como áreas distintas do conhecimento humano. Tanto a área de dança quanto a de educação física possuem um corpo de conhecimento específico, o que pode ser observado pela existência de cursos de graduação e de pós-graduação tanto de um quanto de outro no país. A presença da dança no Brasil enquanto ensino se dá em alguns espaços, como clubes, academias, escolas especializadas de dança, algumas escolas particulares enquanto atividades extras curriculares e algumas escolas públicas e privadas quando o professor de Educação Física ou de Artes a insere em suas aulas. Souza Neto (1992) complementa que a Educação Física é a disciplina curricular em todos os graus de ensino. 

    Para Trindade e Freire (2012) as tradições históricas da Dança e da Educação Física em alguns aspectos se distanciam e em muitos outros se aproximam. Enquanto dimensão constitutiva da cultura em nossa sociedade, elas mantêm tradições culturais, acadêmicas e perspectivas teóricas distintas, no entanto, enquanto atividades ligadas ao repertório da cultura lúdica e linguagem corporal, e suas possibilidades de tematização no âmbito escolar, essas duas áreas mantêm fortes vínculos e inúmeras possibilidades de entrelaçamento, principalmente se a concepção de referência tomada para a Educação Física tiver a expressão corporal como forma de linguagem, como objeto de estudo, e a cultura corporal do jogo, ginástica, esporte, lutas e danças como manifestações da cultura corporal lúdica a ser tematizada.

    O profissional de Educação Física não atua sobre o corpo ou com o movimento em si, tratando do ser humano nas suas manifestações culturais relacionados ao corpo e ao movimento humanos, historicamente definidos como jogo, esporte, dança, luta e ginástica. O que irá definir se uma ação corporal é digna de trato pedagógico pela Educação Física é a própria consideração e análise desta expressão na dinâmica cultural específica do contexto onde se realiza (DAOLIO, 2004). Assim sendo, como fenômeno cultural que se manifesta através e no corpo daquele que o experiencia, o estudo, a pesquisa e a experiência da Dança muito têm a contribuir para a atuação profissional, prática pedagógica e construção do conhecimento na área da Educação Física sobre as suas dimensões estética, artística e subjetiva do movimento, as quais normalmente são deixadas em segundo plano pelos seus cursos de preparação profissional (MUGLIA-RODRIGUES e CORREIA, 2013).

    A Dança tem sido marginalizada pelos professores de Educação Física em suas aulas (BÖHM e TOIGO, 2012). Vargas (2007) argumenta que quando a Dança aparece nas aulas de Educação Física, surge descaracterizada na ginástica e em jogos geralmente lúdicos nos quais se utilizam alguns movimentos relacionados à dança. Entende-se que a dança folclórica não é uma distorção da Dança, mas uma modalidade de Dança. Quando se oferece somente danças folclóricas na escola, em geral nas festas juninas, deixa-se de explorar um universo maior e com mais possibilidades de desenvolvimento e aprendizado.

    Ela se constitui em uma rede de conhecimento com particularidades próprias e que dispõe de condições para se legitimar como área de estudo no meio acadêmico brasileiro. Educação Física e Dança são campos diversos, por certo com muitos cruzamentos e interseções, mas que não se restringem ao âmbito motor, pelo contrário, aspectos culturais e artísticos são incorporados por ambas. Além disso, embora também não seja objeto específico de formação, a Dança também é passível de ser abordada em cursos superiores de educação artística, de artes cênicas/teatro e até em outros menos usuais, como comunicação social. A adequação às necessidades e à especificidade de cada curso não descaracteriza a Dança, mas amplia as suas possibilidades de interação e atuação (PACHECO, 1999).

Conclusões

    Os PCNs brasileiros incluem a Dança como uma das linguagens das Artes e conteúdo da Educação Física. Entretanto, existe muita polêmica se a Dança deve estar na Educação Física ou no ensino da Arte.

    Autores da área de Educação Física compreendem que, por ser a Dança uma expressão da linguagem corporal contemplada nos temas da cultura corporal, cabe ao licenciado em Educação Física trabalhar com essa linguagem. Os mesmos ressaltam, porém, que a Dança não deve ser tratada como conhecimento da Arte e sim dentro do conhecimento que diz respeito à Educação Física, atendendo aos propósitos e objetivos desta área na escola.

    Apesar de a Educação Física e a Dança apresentarem-se como áreas distintas do conhecimento humano, evidencia-se uma apropriação acadêmica parcial desta pela Educação Física. De qualquer maneira, o seu desenvolvimento garante uma aprendizagem significativa e – importante para que isso aconteça – são necessários professores com formação superior em Dança, com o objetivo de serem desenvolvidos aspectos de interação, socialização, criatividade, imaginação e expressão e mais especificamente os aspectos cognitivos, motores e sociais. O tema gera muita controvérsia, e novos estudos são necessários.

Referências

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  • MARQUES, I. A. Dançando na escola. Motriz, v. 3, n. 1, p. 20-28, 1997.

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