Avaliação da capacidade física e morfológica em escolares do 6° ano do ensino fundamental de Princesa, SC Análisis de la capacidad física y morfológica en escolares del 6º grado de enseñanza básica en Princesa, SC |
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*Mestre em Ciência do Movimento Humano pela Universidade Federal de Santa Maria/RS, Professora da Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC) de São Miguel do Oeste/SC ** Especialista em Educação Física pela Universidade do Oeste de Santa Catarina ***Acadêmicas do Curso de Educação Física da UNOESC de São Miguel do Oeste/SC (Brasil) |
Andréa Jaqueline Prates Ribeiro* Elis Regina Frigeri** Cristiana Reichert*** Cristiane Trevisan*** Márcia Maria Ferronatto*** |
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Resumo A Educação Física possui conhecimentos específicos a serem tratados pedagogicamente no contexto escolar. Entre esses conhecimentos, encontra-se a atividade física relacionada à saúde, a qual é de grande importância para ser trabalhado nas aulas de Educação Física, uma vez que os alunos aprendem a organizar melhor a alimentação e conseqüentemente o seu peso corporal,mantendo um estilo de vida saudável desde cedo, prevenindo doenças coronarianas entre outros. Os objetivos do presente estudo foram: verificar como se encontra a capacidade cardiorrespiratória, peso, estatura e IMC dos alunos; proporcionar aos alunos atividades prazerosas que comecem a fazer parte do seu cotidiano; compreender conceitos básicos sobre atividade física, exercício, saúde e qualidade de vida e como eles se relacionam; introduzir um programa de exercícios físicos visando à saúde e qualidade de vida dos alunos do 6º ano de uma escola pública do município de Princesa – SC. A amostra foi composta por 16 alunos sendo 8 meninos e 8 meninas.A pesquisa caracterizou-se como quase-experimental e para a coleta dos dados utilizou-se a bateria do PROESP (2009) para realização dos testes das variáveis do estudo. Para análise dos dados utilizou-se a estatística descritiva (média e desvio padrão) e o teste "t" de Student para verificação de possíveis diferenças de pré para pós-testes. A partir dos resultados apresentados, observou-se que os alunos tiveram um aumento no peso (do pré para o pós-teste), mas ainda não estão classificados como indicadores de risco. No entanto, cabe salientar que se o peso não for controlado, podem chegar a uma classificação preocupante em termos de saúde, em relação ao IMC.Em relação à capacidade cardiorrespiratória, esta teve um aumento, mas não foi significativo. Sendo assim, conclui-se que as aulas de Educação Física na escola são excelentes para melhorar os aspectos relacionados ao movimento humano e podem também contribuir para aquisição de conhecimentos acerca dos aspectos relacionados à saúde e qualidade de vida. Acredita-se que se houvesse um período maior de aulas, os resultados seriam ainda melhores. Sugere-se que mais estudos sejam realizados na escola visando à promoção da saúde. Unitermos: Educação Física. Atividade física. Saúde. Índice de Massa Corporal (IMC). Capacidade cardiorrespiratória.
Abstract
Physical Education has specific knowledge to be treated pedagogically in
the school context. Among these skills, is physical activity related to health,
which is of great importance to be worked in physical education classes, as
students learn to better organize food and therefore your body weight,
maintaining a style healthy lifestyle early on, preventing coronary heart
disease among others. The objectives of this study were: to check how is the
cardio respiratory capacity, weight, height and BMI of the students, provide
students with enjoyable activities that start to be part of your everyday life;
understand basic concepts about physical activity, exercise, health and quality
of life and how they relate; introduce an exercise program aimed at the health
and quality of life of students in the 6th grade in a public school in the town
of Princess - SC. The sample consisted of 16 students and 8 boys and 8 girls.
The research was characterized as quasi-experimental and data collection used
the battery PROESP (2009) to perform the tests of the study variables. For data
analysis we used descriptive statistics (mean and standard deviation) and the
"t" test to check for possible differences in pre-post tests. From the
results, it was observed that the students had an increase in weight (from pre
to post-test), but are not yet classified as risk indicators. However, it should
be noted that the weight is not controlled, can reach a classification concern
in terms of health, in relation to BMI. In relation to cardio respiratory
fitness, this had increased, but was not significant. Therefore, it is concluded
that physical education classes in school are excellent for improving aspects
related to human movement and can also contribute to acquiring knowledge about
the aspects related to health and quality of life. It is believed that there is
a longer period of classes, the results were even better. It is suggested that
more studies be conducted in order to promote school health.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 18 - Nº 181 - Junio de 2013. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução e justificativa
A estrutura corporal do ser humano é formada pela estatura, peso corporal, diâmetros e circunferências onde está associada a diversos distúrbios orgânicos que podem resultar na obesidade que é resultante de uma grande quantidade de gordura corporal. (QUEIROGA, 2005 p.04).
Segundo Nahas (2010, p.11) a prática de exercícios está relacionada com a atitude que a pessoa tem sobre a mesma, se ela tiver um olhar positivo em relação à atividade física regular podem ser instigadas a ter um conhecimento sobre os seus benefícios, bem como ter uma alimentação saudável, estar prevenindo doenças cardiovasculares, controlando o stress.
Lazzoli et al. (1998 p. 107) salienta que “promover a atividade física na infância e na adolescência significa estabelecer uma base sólida para a redução da prevalência do sedentarismo na idade adulta, contribuindo desta forma para uma melhor qualidade de vida”.
A capacidade cardiorrespiratória é a forma de o organismo resistir a fadiga em esforços de média e longa duração. Dependendo da captação e distribuição do oxigênio para os músculos em exercício, envolvendo os sistemas cardiovascular (coração e vasos sanguíneos) e respiratório (pulmões). A eficiência dos músculos e na captação de oxigênio transportado e a disponibilidade de combustível (glicose ou gordura) para produzir energia. [...] ela é de fundamental importância tanto em eventos esportivos como nas atividades do dia-a-dia de qualquer pessoa, seja no trabalho ou no lazer. (NAHAS, 2010 p. 53-54).
“O exercício físico é uma forma de atividade física que tem como característica particular o objetivo de melhorar a aptidão física. É o exercício e não qualquer atividade que melhora a saúde e protege o organismo das doenças crônico- degenerativas.” (SABA, 2003, p.50).
Este estudo é importante pelo fato de que os alunos aprendem o que é atividade física e qual a sua importância para sua saúde e seu bem estar, bem como a sua alimentação para controlar o seu peso corporal, e assim mantendo um estilo de vida saudável desde cedo, prevenindo doenças coronarianas entre outras.
Frente ao exposto, objetivou-se verificar como se encontra a capacidade cardiorrespiratória, peso, estatura e IMC dos alunos; proporcionar aos alunos atividades prazerosas que comecem a fazer parte do seu cotidiano; compreender assim conceitos básicos sobre atividade física, exercício, saúde e qualidade de vida e como eles se relacionam; introduzir um programa de exercícios físicos visando à saúde e qualidade de vida dos alunos do 6º ano de uma escola pública do município de Princesa – SC.
Procedimentos metodológicos
As atividades foram realizadas em uma escola pública do município de Princesa, em uma turma do 6° ano do ensino fundamental, com idades de 11 à 12 anos. Sendo trabalhado o tema Saúde e Qualidade de Vida.
No decorrer das atividades foram avaliados a capacidade aeróbica dos alunos, através de testes de capacidade cardiorrespiratória (9 minutos da bateria do PROESP, 2009), IMC, peso e estatura.As pesquisadoras após a realização dos testes aplicaram atividades como o futsal e o step training, e em seguida refeito os testes para verificar a sua evolução, sendo que o pós-teste foi das mesmas variáveis iniciais. Para melhor entendimento realizaram pesquisas em grupos sobre atividade física, exercício, saúde e qualidade de vida e como eles se relacionam e apresentando assim aos colegas durante as aulas de Educação Física, discutindo como a atividade física é importante para o nosso corpo e para o bem-estar.
Este trabalho teve duração de 45 dias divididos em 3 aulas por semana de 45 minutos. Cada aluno recebeu a sua ficha de acompanhamento que constavam os resultados (pré e o pós-testes), para os mesmos acompanharem os resultados.A partir dos resultados obtidos foi proposto à direção, juntamente com a nutricionista da escola,uma prescrição, aos avaliados, de uma alimentação saudável. Além disso, foram realizadas algumas orientações, assim como ressaltado a importância da continuação da prática de exercícios durante toda a vida. Dessa forma, os alunos avaliados assim como seus pais foram sabedores de seus resultados e com eles foram discutidas possibilidades de alteração/manutenção de uma vida mais saudável. A escola também recebeu um relatório com todos os dados os quais ficarão arquivados.
Tipo de pesquisa
O presente estudo caracterizou-se por uma pesquisa quase-experimental. Segundo Thomas, Nelson e Silverman (2007 apud RECH; FONSECA, 2010) tem por objetivo a tentativa de estabelecimento entre as relações de causa e efeito.
Amostra
A amostra foi composta por 16 alunos do 6 º ano de uma escola pública do município de Princesa – SC, sendo 08 meninos e 08 meninas, na faixa etária de 11 e 12 anos.
Abordagem metodológica e estratégias utilizadas
Foi utilizada a abordagem metodológica da Saúde Renovada para o desenvolvimento das aulas.
Cabe aos professores assumirem um papel fundamental frente a sua estrutura educacional, procurando adotar em suas aulas não somente uma exclusividade á pratica desportiva, mas sim alcançar metas em termos de promoção da saúde, através da seleção, organização e desenvolvimento de experiências que possibilitem aos educandos jovens mais ativos fisicamente, e os conduzam a optarem por um estilo de vida ativo também quando adultos. (AZEVEDO; SHIGUNOV [2001] p.2).
Para a realização das atividades, as pesquisadoras estiveram sempre buscando os alunos em sala de aula para a realização da prática pedagógica.
Os testes de capacidade cardiorrespiratória (PROESP, 2009) foram aplicados no campo da escola. A avaliação da estatura, peso e IMC foram realizadas no ginásio de esportes.
As atividades de step training foram alternadas conforme os dias, assim dividindo-as de forma que algumas atividades fossem realizadas em sala de Educação Física e o restante junto com as atividades de futsal no espaço do ginásio de esportes. Os alunos realizaram as atividades principais, e ao término das atividades, junto com a professora todos realizaram a higiene pessoal e assim dirigindo-se para a sala de aula.
Tratamento de dados
Para análise dos dados utilizou-se a estatística descritiva (média e desvio padrão) e o teste "t" de Student para verificação de possíveis diferenças de pré para pós-testes.
Análise e discussão dos dados
Durante a análise objetivou-se verificar como se encontra a capacidade cardiorrespiratória, peso, estatura e IMC dos alunos; proporcionar aos alunos atividades prazerosas que comecem a fazer parte do seu cotidiano; compreender assim conceitos básicos sobre atividade física, exercício, saúde e qualidade de vida e como eles se relacionam; Introduzir um programa de exercícios físicos visando à saúde e qualidade de vida dos alunos do 6º ano de uma escola pública do município de Princesa – SC. A seguir serão apresentados os resultados obtidos durante a pesquisa.
A intervenção
Durante as aulas objetivou-se esclarecer algumas dúvidas e conscientizar os alunos dos benefícios que a atividade física traz, assim como o estilo de vida que a pessoa leva, o qual sempre irá repercutir em sua saúde e qualidade de vida.
Neste sentido, Lazzoli, et al. (1998 p. 107) salientam que “promover a atividade física na infância e na adolescência significa estabelecer uma base sólida para a redução da prevalência do sedentarismo na idade adulta, contribuindo desta forma para uma melhor qualidade de vida”.
Durante a execução das atividades não houve rejeição por parte dos alunos, isso se justifica pelo fato de estarem realizando trabalhos diferentes e ao mesmo tempo também o que mais gostam, ou seja o futsal, que era realizado 2 vezes por semana. Além disso, foi acordado, conforme solicitação dos alunos, que um dia só os meninos jogavam e no outro só as meninas.
Mesmo os alunos não estando na quadra jogando, estavam em movimento pulando corda, passando a bola um para o outro e praticavam o step training que era iniciado sempre com um alongamento, pois é uma atividade que exige muita resistência e para quem não está acostumado com a prática pode sentir algumas dores musculares no dia seguinte.Foram repassados aos alunos os passos mais simples e assim quando conseguiam aprender um passo já era repassado outro. Alguns passos foram realizados como: o básico, chute, elevação dupla, tripla, mambo simples, duplo, femural, avião e o faz que vai, sendo que os dois últimos (faz que vai e o avião) foram os passos que os alunos mais tiveram dificuldade pois exigia muita coordenação para realizá-los.
As aulas de step eram de 45 minutos e os 12 steps de madeira foram feitos por um marceneiro da cidade e comprado pela escola, e como não havia step e nem espaço para todos, primeiro uma parte da turma fazia enquanto os outros assistiam e depois se invertia e os alunos que estavam cansados trocavam de lugar. Essa foi uma estratégia encontrada para trabalhar, sendo que o ideal seria se tivesse step para todos os alunos e espaço também, mas nem por isso a modalidade deixou de ser realizada.
Para melhor entendimento dessa modalidade de ginástica e de como podemos trabalhar a musculatura, visitou-se uma academia onde os alunos puderam conhecer alguns aparelhos para trabalhar com a força e a resistência cardiovascular. Isso foi muito interessante, uma vez que os alunos estavam curiosos e a maioria deles nunca havia visitado uma academia.O profissional da academia explicou sobre as recomendações de acordo com a faixa etária, mas o que chamou a atenção foi que alguns alunos sabiam responder adequadamente quais eram os músculos que seriam trabalhados antes mesmo do profissional falar.
Considera de fundamental importância a promoção a da prática de prazerosa de atividades que conduzam ao aperfeiçoamento das áreas funcionais: resistência orgânica ou cardiovascular; flexibilidade; resistência muscular e a composição corporal como fatores coadjuvantes na busca de uma melhor qualidade de vida por meio da saúde. (AZEVEDO; SHIGUNOV [?] p.2).
Houve palestras na escola com o tema qualidade de vida e além das pesquisas feitas pelos alunos e as apresentações aos colegas sobre o que pesquisaram os mesmos puderam ter um conhecimento maior sobre o assunto, podendo levar essas informações para os seus familiares repassando o que aprenderam para melhorar o estilo de vida de todos.
Uma vida saudável começa na infância, com boa alimentação, atividades físicas variadas e regulares, cuidados médicos adequados e um ambiente familiar estimulante, que dê suporte e conforto. Nesta fase de desenvolvimento acelerado, molda-se o futuro adulto, tanto nos aspectos morfológicos e funcionais, quanto no seu aspecto de caráter e estabelecimento de princípios. (NAHAS, 2010, p.250).
Resultados pré e pós testes
Durante este trabalho os alunos foram acompanhados, onde foi realizado o teste de resistência de 09 minutos da bateria do PROESP (2009), o peso, estatura e calculado o IMC. Após algumas aulas, realizaram-se os testes novamente para verificar possíveis melhoras.
A tabela 1 apresenta a caracterização da amostra, no que se refere às variáveis peso, estatura, IMC e Capacidade Cardiorrespiratória de pré e pós teste.
Como consta na Tabela 1, o peso teve um aumento significativo do pré para o pós-teste.O que pode justificar isso é a influência de algumas datas comemorativas as quais aconteceram neste período, onde as crianças acabaram consumindo alimentos calóricos além do normal. Sendo assim, é importante salientar que pouco adianta praticar exercícios e não cuidar da alimentação.
Há milênios o homem tem observado os efeitos dos alimentos na prevenção e cura de doenças. A evolução e o progresso fizeram com que os hábitos alimentares e os tipos de doenças mais prevalentes também mudassem, e isso aconteceu de forma acentuada no último século, vivemos a era do estilo de vida, e sem dúvida, o que comemos e o que fazemos têm um efeito direto em nossa saúde. (NAHAS 2010, p.217-218).
A atividade física tem sido cada vez mais indicada para promoção de saúde e melhora da qualidade de vida e aparenta bons efeitos nos níveis de saúde de crianças e adolescentes. Tratando-se desse tipo de público, a atividade física pode propiciar desenvolvimento da massa magra, reduzindo os depósitos de gordura, modificando assim os parâmetros da composição corporal. (SILVA, 2010).
Em virtude do aumento do peso, o IMC também aumentou significativamente conforme consta na Tabela 1.
O Gráfico 1 ilustra de forma mais simplificada os resultados de pré e pós-testes, bem como as diferenças entre gêneros.
Gráfico 1. Valores médios da variável Índice de Massa Corporal (IMC kg/m2) de alunos do 6º ano
do ensino fundamental do gênero masculino e feminino antes e após a intervenção pedagógica.
Pode-se observar que os alunos do gênero masculino e feminino obtiveram um aumento na média do índice de massa corporal de pré-teste (19,73 ± 4,67 kg/m²) para o pós-teste (20,18 ± 4,69 kg/m²). Os alunos do gênero feminino aumentaram os valores do pré-teste (20,93 ± 6,00 kg/m²) para o pós-teste (21,39 ± 5,83 kg/m²), sendo que isso também aconteceu para o gênero masculino (pré-teste: 18,53 ± 2,74 kg/m² e pós-teste: 18,97 ± 3,12 kg/m²).
Na tabela de classificação do PROESP (2009), onde o ponto de corte é de 22,6 para meninas e 22,2 para meninos, percebe-se que os alunos do presente estudo ainda não estão classificados com indicadores de risco, mas se não for controlado o peso, através da alimentação e a prática de exercícios podem chegar a esta classificação.
O Índice de Massa Corporal é determinado através do cálculo da razão entre a medida de massa corporal total em quilogramas pela estatura em metros elevada ao quadrado. (PROESP, 2009). A técnica antropométrica é a que tem sido mais usada em todo mundo, por ser a mais barata e apresentar excelente fidedignidade. Esta técnica faz uso de medidas lineares, de massa, de diâmetros, de perímetros e de dobras cutâneas. Estas medidas, sozinhas ou combinadas, são usadas para se obter índices, tais como o índice de massa corporal (IMC).
Dos 8 aos 11 anos de idade os meninos apresentam valores de IMC superior aos das meninas, demonstrando uma relação mais intensa entre o peso corporal e a estatura, ou seja os meninos aparentam serem mais fortes que as meninas possivelmente influenciado por fatores ambientais, pois é nesta faixa etária que os meninos iniciam a participação em esportes formais e sistemáticos, diferente das meninas que normalmente praticam atividades de menos intensidade. Em torno dos 11-12 anos de idade os valores voltam a se aproximar, possivelmente influenciado pelo início do processo de maturação das meninas (idade de menarca), onde há um aumento do acúmulo de gordura corporal nas meninas decorrente da ação hormonal. (Guedes e Guedes, 1997 apud FAGUNDES; KREBS 2005, p.06). Esta prevalência persiste a partir dos 12 anos mantendo os valores de IMC das meninas superior aos dos meninos até a idade de 16 anos, quando o aumento da massa muscular dos meninos influenciado pela ação hormonal (testosterona) eleva os valores de IMC. (FAGUNDES; KREBS 2005, p.06).
Conforme o Gráfico 2, de forma mais simplificada, verificou-se uma pequena melhora no Teste de Capacidade Cardiorrespiratória - 9 minutos (PROESP, 2009) em relação à média da distância percorrida do pré-teste (1131,6 m ± 501,97m) para o pós-teste (1307,5 m ± 231,47m).
Gráfico 2. Valores médios do teste de capacidade cardiorrespiratória (9 minutos) de alunos do 6º ano
do ensino fundamental do gênero masculino e feminino antes e após a intervenção pedagógica
No entanto, conforme observado anteriormente na Tabela 1, esta melhora não foi significativa, provavelmente pelo fato do desvio padrão ter sido muito alto (principalmente no pré-teste), pois tiveram alunos que apresentavam valores elevados e outros valores muito baixos (exemplo: um aluno atingiu 1529 m e outro 135 m).
É importante realizar esses testes em escolares para se ter a noção de como estão seus níveis de aptidão física, orientando-os e estimulando-os a um estilo de vida ativo.Mostrando o desenvolvimento de seu corpo e a evolução de seu sistema fisiológico a partir da prática de atividade física. Os exercícios físicos, principalmente os de caráter aeróbio, têm um papel marcante na prevenção e de tratamento de doenças cardiovasculares degenerativas, ajudando no controle do colesterol, da pressão arterial, contribuindo para a redução do peso corporal, entre outros fatores de risco secundário. (NAHAS, 2010, p.72).
Para melhorar e manter a aptidão física e a saúde, uma pessoa precisa desenvolver o músculo cardíaco e os demais componentes do sistema cardiorrespiratório. Os exercícios que se prestam a esse desenvolvimento orgânico são chamados aeróbios e incluem atividades de média e longa duração (10 minutos, pelo menos) e intensidade moderada a vigorosa, de caráter dinâmico e rítmico – como a caminhada, a corrida, o ciclismo, o remo, a natação, as danças em geral e a ginástica aeróbia. (NAHAS, 2010 p. 54).
Conclusões
Durante o trabalho foi possível desenvolver uma proposta didática pedagógica na escola, utilizando - se da saúde e qualidade de vida como estratégia para auxiliar no desenvolvimento de crianças do 6º ano de uma escola pública do município de Princesa - SC.
Os alunos também compreenderam os conceitos básicos sobre atividade física, exercício, saúde e qualidade de vida e como eles se relacionam.
Foi desenvolvido um programa de exercícios físicos visando à saúde e qualidade de vida dos alunos, que teve um bom resultado, sendo que os mesmos aumentaram a sua capacidade aeróbica através das atividades prazerosas que foram propostas.
Portanto a partir dos resultados apresentados, observou-se que os alunos tiveram um aumento no peso, mas ainda não estão classificados como indicadores de risco. No entanto, cabe salientar que se não for controlado, podem chegar a uma classificação preocupante em termos de saúde, no que se refere ao IMC.
Em relação à capacidade cardiorrespiratória, esta teve um aumento, mas não foi significativo. Talvez se houvesse um período maior de aulas, os resultados seriam ainda melhores.
Sugere-se que mais estudos sejam realizados na escola visando promoção da saúde.
Referências
AZEVEDO, Edson Souza; Shigunov, Viktor. Reflexões sobre as abordagens Pedagógicas em Educação Física. Mestrado em Educação Física. CDS/UFSC/.[2001?] 09 p.
FAGUNDES, Tamir Freitas; KREBS, Ruy Jornada. Perfil do crescimento somático de escolares do Estado de Santa Catarina. EFDeportes.com, Revista Digital, n. 83, abr. 2005. http://www.efdeportes.com/efd83/sc.htm
PROJETO ESPORTE BRASIL: manual. Disponível em: http//www.proesp.ufrgs.br. Acesso em: 09 julho 2009.
GAYA, Adroaldo Cesar Araujo. Projeto Esporte Brasil. Manual de Aplicação de Medidas e Testes, Normas e Critérios de Avaliação.Porto Alegre, 2009, 29p.
LAZZOLI, José Kawazoe et al. Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte. Posicionamento Oficial Atividade física e saúde na infância e adolescência. Revista Brasileira Medicina Esporte, Vol. 4, nº 4 – Jul/Ago, 1998.
NAHAS, Markus Vinícius. Atividade física, saúde e qualidade de vida: Conceitos e Sugestões para um Estilo de Vida Ativo. Londrina. Midiograf, ed. 4, 2010, 318 p.
QUEIROGA, Marcos Roberto. Testes e Medidas para Avaliação da Aptidão Física Relacionada à Saúde em Adultos. Rio de Janeiro; Guanabara Koogan S.A, 2005.
RECH, Gislaine Zanoto; FONSECA, Gerard Mauricio Martins.A coesão grupal: a possibilidade de construção por meio de atividades não competitivas e cooperativas nas aulas de Educação Física. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, n. 145, jun, 2010. http://www.efdeportes.com/efd145/atividades-cooperativas-nas-aulas-de-educacao-fisica.htm
SABA, Fabio. Mexa-se: atividade física, saúde e bem-estar. São Paulo: Takano, 2003, 317p.
SILVA, Marcelo Conzzensa ; ROMBALDI, Airton José; CAMPOS, Anderson Leandro Peres. Ordem dos exercícios físicos aeróbios e com pesos na aptidão física de mulheres acima de 50 anos. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano, v.12, n.2, p. 134-139, 2010.
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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 18 · N° 181 | Buenos Aires,
Junio de 2013 |