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Atividade física na terceira idade: uma revisão

La actividad física en la tercera edad: una revisión

 

Graduado em Licenciatura e Bacharel em Educação Física

pela Universidade do Contestado, Unc, Porto União, SC

Pós Graduando em Educação Física escolar inclusiva

e Gestão Esportiva, pela CENSUPEG

William Cordeiro de Souza

williammixx@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo deste estudo foi fazer uma pesquisa bibliográfica com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos (GIL, 2002). Para verificar a importância da atividade física na terceira idade e os benefícios que a mesma traz para o individuo que á pratica regularmente. Onde, foi verificado na literatura que atividades físicas praticadas regularmente e orientadas por profissionais qualificados reduz a perda das capacidades físicas, reduz o envelhecimento e previne doenças coronarianas e degenerativas.

          Unitermos: Envelhecimento. Atividade física.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 18 - Nº 181 - Junio de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Com o passar dos anos quando o individuo chega a certa idade a mesma vai perdendo massa muscular “sarcopenia”, falta de elastina na pele e diminuição das capacidades físicas. Muitos estudos nos revelam que a prática de atividades físicas previne essas alterações no organismo dos idosos e também ajuda na prevenção de doenças como o diabete, colesterol, pressão arterial, entre outras.

    Segundo Silva (1973) apud Silva (2003, p.108) “envelhecer é um processo fisiológico que começa na concepção e acarreta mudanças, características de cada espécie durante todo o ciclo vital”.

    Nahas (2006) apud Maciel (2010) acrescentam que o envelhecimento é um processo gradual, universal e irreversível, provocando uma perda funcional progressiva no organismo. Que é caracterizado por diversas alterações orgânicas assim como: a redução do equilíbrio e da mobilidade, das capacidades fisiológicas (respiratória e circulatória) e modificações psicológicas (maior vulnerabilidade à depressão).

    Com vários fatores negativos que interferem uma boa qualidade de vida dos idosos Franchi e Montenegro Junior (2005, p. 153) argumentam que “a população idosa vem aumentando consideravelmente, o que se atribui a uma maior expectativa de vida, provavelmente relacionada a um melhor controle de doenças infectocontagiosas e crônico-degenerativas [...]”.

    Guimarães, Duarte e Dias (2011) acrescentam algumas informações do Ministério da Saúde que, em 2025, o Brasil será o sexto país com maior número de pessoas idosas do mundo.

Envelhecimento

    Muitos autores definem que o envelhecimento é um processo fisiológico que ocorre em todo ser humano.

    O envelhecimento é um processo contínuo durante o qual ocorre declínio progressivo de todos os processos fisiológicos. Mantendo-se um estilo de vida ativo e saudável, podendo se retardar as alterações morfofuncionais que ocorrem com a idade (NOBREGA, et al. 1999, p. 207).

    Conforme Menezes e Marucci (2007) apud Guimarães, Duarte e Dias (2011) o envelhecimento prejudica os idosos, pois ocorrem modificações corporais que podem intervir no estado nutricional. Consequentemente, com essas alterações a massa muscular tende a diminuir, assim como há alterações no padrão de distribuição da gordura corporal, onde o tecido adiposo dos braços e pernas diminui, no entanto aumenta no tronco.

    Segundo Shumway-Cook e Woollacott (2003) apud Maciel (2010, p. 1024) acrescentam que “há duas linhas teóricas principais que investigam o envelhecimento, uma, considerando os aspectos primários, e a outra os secundários. A primeira está relacionada às características genéticas e à deterioração do sistema nervoso; a segunda avalia a influência dos danos causados por fatores ambientais, como a radiação, a poluição, o estilo de vida, dentre outros. O envelhecimento como fenômeno complexo requer uma inter-relação entre os diversos componentes associados”.

    Kallinen e Markku (1995) apud Alves, et al. (2004) argumentam que o envelhecimento é um processo inexorável aos seres vivos, pois o mesmo conduz a uma perda progressiva das aptidões funcionais do organismo, aumentando o risco do sedentarismo.

    Assim Moraes (2006) apud Reis, Coelho e Tucher (2009) afirmam que são diversos os processos degenerativos que acontecem com o envelhecimento. Quando o individuo chega entre 50 e 55 anos sua estatura diminui, entre 70 aos 85 anos a evolução desta degeneração é mais rápida, pelo motivo de haver compressão das vértebras que achata os discos intervertebrais. Também ocorre uma atrofia muscular, provocando uma grande mudança na mobilidade e elasticidade, afetando vários locais do corpo, como a coluna cervical e lombar.

Atividade física

    Existem algumas controvérsias entre exercício físico e atividade física. Assim, Caspersen, Powell, Christensen (1985) apud Maciel (2010) explicam que atividade física é qualquer movimento corporal, produzido pelos músculos esqueléticos, que resulta em gasto energético maior do que os níveis de repouso, por exemplo, como: caminhada, dança, jardinagem, subir escadas, entre outras atividades. Esses mesmos autores acrescentam que exercício físico é toda atividade física planejada, estruturada e repetitiva que tem como objetivo a melhoria e a manutenção de um ou mais componentes da aptidão física.

    Muitas vezes os idosos não praticam atividades físicas, pelo motivo de chegar a certa idade os mesmos se sentem incapazes e inúteis em realizar suas atividades de vida diária (AVD), aonde com isso os mesmo chegam ao sedentário.

    O sedentarismo tem uma grande propensão para acompanhar o envelhecimento e os avanços tecnológicos é um relevante fator de risco para o desenvolvimento de doenças crônico degenerativas, particularmente as afecções cardiovasculares, principal causa de óbito em idosos. Segundo um mecanismo de causa e efeito, a pessoa sedentária corre um risco quase duas vezes maior que a maioria dos indivíduos ativos de apresentar doença cardíaca coronariana (GUIMARÃES, DUARTE e DIAS, 2011).

Envelhecimento e atividade física

    Segundo Pickering (1980) apud Todaro (2001) afirmam que, os primeiros estudos sobre atividades físicas para idosos parecem ser realizadas na China. Ainda esses mesmos descrevem que os Gregos também defendiam a eficácia de todos os tipos de atividades físicas e expressivas.

    Em um estudo realizado por Lambertucci e Pithon-curi (2005) os mesmo verificaram que a prática regular de atividades físicas mostrou ser um excelente tratamento para a reabilitação e a minimização dos efeitos das alterações do envelhecimento, trazendo grandes benefícios aos idosos. Ainda esses autores salientam que á prática de atividade física deve ser sempre orientada por um profissional qualificado, que conheça muito as características dessa população e respeite a individualidade de cada idoso. Com isso, eles verificaram que a regularidade nas atividades físicas é indispensável para que ocorra um processo de envelhecimento saudável.

    Guimarães, Duarte e Dias (2011) ressaltam a importância da atividade física, pois ajuda minimizar os riscos de desenvolvimento de doenças e agir de forma terapêutica para aquelas já adquiridas.

    Segundo Matsudo, Matsudo e Barros Neto (2001, p. 2) ”A relação entre atividade física, saúde, qualidade de vida e envelhecimento vem sendo cada vez mais discutida e analisada Cientificamente”.

    Franchi e Montenegro Junior (2005) destacam que os componentes da aptidão física que estão relacionados à saúde e que podem ser influenciados pelas atividades físicas são a aptidão cardiorrespiratória, a força, resistência muscular e a flexibilidade, por isso são os mais avaliados, sendo responsáveis para a condição da saúde.

    A prática de atividade física também promove melhoras da composição corporal, a diminui dores articulares, ajuda o aumento da densidade mineral óssea, melhora da utilização de glicose, melhora do perfil lipídico, aumenta a capacidade aeróbia, melhora de força e de flexibilidade e ainda diminui a resistência vascular (MATSUDO, 2001 apud FRANCHI e MONTENEGRO JUNIOR, 2005).

    A atividade também ajuda para os benefícios psicossociais alívio da depressão, o aumento da autoconfiança e melhora da autoestima (|NERI, 2001 apud FRANCHI e MONTENEGRO JUNIOR, 2005).

    Para Nobrega et al. (1999) os mesmos salientam que a atividade física é um excelente instrumento de saúde para a população idosa, pois induz a várias adaptações fisiológicas e psicológicas, tais como: aumento do VO2 máx, maiores benefícios circulatórios periféricos, aumento da massa muscular, melhor controle da glicemia, melhora do perfil lipídico, redução do peso corporal, melhor controle da pressão arterial de repouso, melhora da função pulmonar, melhora do equilíbrio e da marcha, menor dependência para realização de atividades diárias, melhora da autoestima e da autoconfiança, significativa melhora da qualidade de vida, também ajuda na diminuição de incidência de quedas, o risco de fraturas e a mortalidade em portadores de doença de Parkinson.

    Borges e Moreira (2009) acrescentam que existe uma grande preocupação com relação à atividade física, pois ela aparece como uma premissa importante que pode oferecer acréscimo positivo na qualidade de vida dos idosos, onde as suas capacidades físicas são estimuladas e sua autonomia para desempenhar sem auxílio às tarefas diárias pode ser mantida por um tempo maior e com melhor qualidade. Ainda esses autores sustentam que a prática regular de atividades físicas e a manutenção de bons níveis de autonomia ajudam na melhora para o desempenho nas AVDs e AIVDs em idosos.

    Shephard (2003, p. 296) apud Borges e Moreira (2009, p.566) afirma que “o envolvimento regular em atividade física pode retardar o período de tempo em que a capacidade funcional declina até o limiar crítico para a perda de independência”.

    Guimarães, Duarte, Dias (2011) Corroboram que as atividades físicas mais indicadas pelos médicos para a população idosos é a hidroginástica, considerada uma atividade segura, prazerosa e eficaz devido aos efeitos terapêuticos. Essa atividade aquática é indicada pelo motivo de os exercícios serem realizados na água e proporciona segurança ao idoso.

    Alguns estudos também destacam a importância da música e a dança na terceira idade, pois é comprovada que essas atividades estimulam e propiciam uma melhor qualidade de vida e ajuda na aptidão física. “A atividade física com música para idosos pode criar um contexto positivo e agradável e, dessa maneira, tornar se uma intervenção adequada para que os indivíduos permaneçam em atividade” (MIRANDA e GODELI, 2003, p. 88). “A Dança na vida do idoso é responsável por uma série de benefícios na vida Cotidiana” (BOURCIER, 1987 p. 16) apud GOBBO e CARVALHO, (Sem Ano de Publicação, p. 1).

    Matsudo (2001), Nahas (2001), Okuma (2002), Vuori (1995) apud Franchi e Montenegro Junior (2005,) destacam que atualmente, estudos mostram a importância dos exercícios envolvendo força e flexibilidade, melhora a manutenção da capacidade funcional e autonomia do idoso.

    Já Vuori (1995) apud Alves et al. (2004) argumentam que a prática de atividades física, além de combater o sedentarismo a mesma contribui de maneira significativa para a manutenção da aptidão física do idoso, seja na sua vertente da saúde como nas capacidades funcionais.

    Heyward e Stolarczyk (2000) apud Silva et al. (2010) que destacam a grande importância da atividade física para evitar a obesidade que e um grave problema de saúde na população idosa, pois através dela o individuo pode desenvolver outras doenças como: arteriais, coronarianas, hipertensão, diabetes tipo II entre outras.

    A atividade física deve ser realizada regularmente durante toda a vida, consequentemente com isso o indivíduo poderá gozar as melhorias na qualidade de vida e aumento da longevidade. CARDOSO (1992), FRIES e CRAPO (1981), MARIN-NETO (1995), McARDLE, KATH, e KATH (1992) apud CHEIK, et al. (2003).

    É evidente que se praticar atividades ou exercícios físicos promovem vários benefícios para a saúde do idoso. (WEINECK, 2000 apud REIS, COELHO e TUCHER 2009).

Conclusão

    Ao finalizar o estudo foi verificado na literatura que atividades físicas praticadas regularmente e orientadas por profissionais qualificados reduz a perda das capacidades físicas, reduz o envelhecimento e previne doenças coronarianas e degenerativas. Mas cabe aos nossos governantes criar programas de politicas publicas e sérias que motivem essa população a praticar atividades físicas e conscientizar os benefícios que essas atividades trazem a saúde dos mesmos. Lembrado que sempre praticar atividades físicas com um profissional preparado, pois o mesmo respeitará as limitações e individualidade de cada idoso.

Referências

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