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Assédio moral: impacto sobre os profissionais de enfermagem

Acoso moral: el impacto de los profesionales de enfermería

Moral harassment: impact on nursing professionals

 

*Faculdade São Salvador

**PetroBahia – Seção Jurídica

***Programa de Pós-Graduação em Saúde Ambiente e Trabalho

da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia

****Centro Universitário Estácio da Bahia

*****Universidade Federal de Alagoas

******Faculdade de Medicina Nova Esperança

*******Universidade Federal do Ceará

(Brasil)

Alice Maria Brito*

Irene Joaquim de Oliveira*

Cristiano Baccin da Silva**

Antonio Jorge Santos Cerqueira**

Renata Costa Silva***

Roberta Santos Cerqueira****

Amuzza Aylla Pereira dos Santos*****

José Joceilson Cruz de Assis******

Conceição da Silva Martins*******

Ana Paula Fragoso de Freitas*******

paulinhaff2@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O assédio moral é conhecido como violência moral no trabalho, sendo qualquer conduta abusiva, por meio de palavras, atos ou comportamentos, que possam danificar a integridade física ou psíquica do trabalhador. Assim o objetivo desse trabalho foi realizar uma revisão detalhada sobre o assédio moral na enfermagem . O estudo foi realizado por meia revisão da literatura nas bases de dados Scielo, Bireme e Google acadêmico no período de julho a outubro de 2012, utilizado as palavra as chaves assédio e assédio moral. Os dados foram analisados mediante a técnica da revisão. Observou-se que assédio moral no trabalho representa um jogo de poder que violenta, humilha e intimida pelo medo, e que, sobretudo, afeta a saúde e o desempenho de trabalhadores e trabalhadoras. Essa tem sido uma trágica realidade para os profissionais de enfermagem, em especial para o imenso contingente feminino da categoria, que se vê violentado cotidianamente, seja pela imposição de uma relação de subordinação injusta a outros profissionais de mesmo grau de escolaridade e responsabilidade, seja pelas condições desiguais de trabalho, salário e jornada a que estão obrigados. Constata-se a necessidade de elaboração de políticas sociais para inibição do assédio social e campanhas educativas para inibição dessa pratica na enfermagem.

          Unitermos: Assédio moral, Enfermagem, Ética. Medicina.

 

Abstract

          Moral harassment is known as moral violence at work, and any improper conduct, through words, actions or behaviors that may damage the physical or mental integrity of the worker. Thus the aim of this study was to perform a detailed review of Moral harassment in nursing. The study was conducted by reviewing the literature in half Scielo, Bireme academic and Google in the period July to October 2012, used the word keys harassment and harassment. Data were analyzed using the technique of revision. It was observed that workplace harassment is a power play that violent, humiliates and intimidates by fear, and that mainly affects the health and performance of workers. This has been a tragic reality for nursing professionals, especially for the huge contingent of female category, which sees raped daily, either by imposing a subordinate unfair to other professionals of the same level of education and responsibility, either by unequal conditions of work, wages and hours that are required. It appears the need for policy making to inhibition of harassment social and educational campaigns to inhibition of this practice in nursing.

          Keywords: Moral harassment. Sexual harassment ethics. Human resources. Medicine.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 18 - Nº 181 - Junio de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A palavra assédio remete-nos quase imediatamente a duas associações: a um conteúdo sexual e ao movimento politicamente correto norte-americano. O contexto é muito mais amplo , atualmente, existe uma discussão de caráter mais sutil, que revela nuances de um fenômeno que não tinha nome nem endereço certos: o assédio moral (FREITAS, 2001).

    O assédio moral consiste na exposição dos trabalhadores a situações humilhantes e constrangedoras, geralmente repetitivas e prolongadas, durante o horário de trabalho e no exercício de suas funções, situações essas que ofendem a sua dignidade ou integridade física; cabe destacar que, em alguns casos, um único ato, pela sua gravidade, pode também caracterizá-lo (SPACIL et al., 2012).

    Segundo Lopes e Diniz (2004) o assédio no trabalho é qualquer conduta abusiva que se manifesta, sobremaneira, por comportamentos, palavras, atos, gestos e escritos. Tal situação tem como conseqüências imediatas lesar a personalidade, a dignidade e/ou à integridade física ou psíquica do agredido. Este, muitas vezes, vê a degradação do ambiente laboral , detalhando quem é visado e quem é o autor da agressão.

    Estamos diante de um problema de grande magnitude no qual as questões éticas e moral são fundamentais, visto que essa temática é pouco estudada principalmente no âmbito enfermagem, onde o assédio moral ocorre de forma freqüente sejam em instituições públicas ou privadas. Assim, o objetivo desse trabalho foi realizar uma revisão sistemática sobre o impacto do assédio moral sobre os profissionais de enfermagem.

    A escolha do tema a escolha deste tema se deu pela vivencia pessoal deste abuso no ambiente de trabalho realizado pelo chefe imediato. Dessa forma acreditamos que uma revisão detalhada sobre o assunto pode trazer mais esclarecimento para os profissionais de enfermagem, aliado que há na literatura uma escassez de trabalhos sobre essa temática. Ainda assim, esta em chamar a atenção, quanto a gravidade dos efeitos do assedio moral sobre o assediado. Uma vez que pode desestruturar a sua vida em todos os sentidos, afetando de alguma forma aqueles que necessitam de seus serviços.

Metodologia

    Foi realizada uma revisão sistemática de literatura, a qual foi embasada em artigos científicos. A revisão bibliográfica tem por objetivo fazer uma pesquisa com base em documentos já elaborados (SANTOS, 2003).

    Segundo Sampaio; Mancine (2007), uma revisão sistemática, assim como outros tipos de estudo de revisão, é uma forma de pesquisa que utiliza como fonte de dados a literatura sobre determinado tema. Esse tipo de investigação disponibiliza um resumo das evidências relacionadas a uma estratégia de intervenção específica, mediante a aplicação de métodos explícitos e sistematizados de busca, apreciação crítica e síntese da informação selecionada.

    Desse modo, a finalidade principal do estudo foi investigar os diversos aspectos do assédio moral . Buscou-se descrever e interpretar os dados colhidos nas bibliografias de modo qualitativa.

    Segundo Lakatos e Marconi (1999) a pesquisa bibliográfica trata-se do levantamento, seleção e documentação de toda bibliografia já publicada sobre o assunto que está sendo pesquisado em livros, enciclopédias, revistas, jornais, folhetos, boletins, monografias, teses, dissertações e material cartográfico. Pretende-se, assim, colocar o pesquisador em contato direto com todo material já escrito sobre o mesmo.

    Esse estudo de revisão bibliográfica possui base descritiva e foi realizada no período de janeiro de 2012 a setembro de 2012 com o levantamento de dados pesquisados na literatura com o objetivo de selecionar estudos clássicos e recentes relevantes para a discussão do tema abordado encontrados em bibliotecas virtuais e base de dados como Scientific eletronic Library online (SciELO) e Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Durante o processo de revisão foi utilizado os mesmo critérios de Bizerra et al., 2013.

    Para iniciar a busca dos resumos, foram acessados os sites e, por meio da Terminologia em Saúde, consultada os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), identificando os seguintes descritores: Assédio, Assédio moral, e suas respectivas traduções para o idioma inglês (Moral harassment), sendo considerados apenas os artigos que possuíam esse descritor no seu resumo ou abstract. Além dos critérios de inclusão supracitados foram incluídos apenas os artigos entre ano de 2000 a 2012.

    A análise dos dados foi pautada nos aspectos do assédio moral sobre o profissional de enfermagem, onde foram verificadas as concordâncias e discrepâncias a respeito de cada tópico da análise. Após a identificação das idéias definidas de cada autor, foi feita uma analise critica da literatura e os resultados foram descritos textualmente e realizadas reflexões que a temática possibilitou.

Resultados e discussão

    Observou-se que após as pesquisas nas bases de dados que foram encontrados diversos artigos sobre o assédio moral nas seguintes bases de dados listados na tabela 1.

Tabela 1. Distribuição dos artigos

    Dessa formas observa-se que a maior parte dos artigos são da base de dados Scielo com 50,57% e por ser um tema relativamente novo os artigo são dos últimos 12 anos. Esse artigos definem assédio moral da seguinte forma:

    O assédio moral é um velho fenômeno presente em muitos lugares de trabalho, causado pela deterioração das relações interpessoais e pelas disfunções organizacionais. É um fenômeno relacionado com a cultura, podendo variar as formas de suas manifestações de país para país (OMS, 2004, p. 11). O termo 'assédio moral' também é tradução de mobbing, termo utilizado internacionalmente.

    Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o assédio moral no ambiente de trabalho é um comportamento irracional, repetido, em relação a um determinado empregado, ou a um grupo de empregados, criando um risco para a saúde e para a segurança. Pode-se entender por "comportamento" as ações de um indivíduo ou um grupo. Um sistema de trabalho pode ser utilizado como meio para humilhar, debilitar ou ameaçar. O assédio costuma ser um mau uso ou abuso de autoridade, situação na qual as vítimas podem ter dificuldades para se defender (OMS, 2004, p. 12)

    As formas do assédio moral podem, portanto, ser diversas. Destaca-se algumas que julgam ser mais importantes, como, por exemplo, piadas acerca de atributos físicos ou a respeito da religião ou orientação sexual da vítima; isolamento ou exclusão da vítima; intromissão em sua vida privada; ameaças de violência; humilhação, inferiorização e ridicularização, especialmente perante colegas ou superiores; instigação dos colegas contra a vítima; divulgação de informações falsas; assédio sexual, dentre outras.

    São, portanto, tentativas de desestabilizar a vítima emocional e profissionalmente, o que faz com que esta perca gradativamente sua autoconfiança e interesse pelo trabalho (REIS, 2006). O objetivo é destruir a vítima por meio de uma vigilância acentuada e constante, fazendo com que ela se isole do grupo familiar e de amigos, recorrendo, muitas delas, ao uso e/ou abuso de álcool e drogas. Com isso, o assediador livra-se da vítima, que é forçada a pedir demissão ou é demitida por insubordinação (REIS, 2006).

    O assédio moral consiste em um fenômeno de relevância, porém, ainda pouco discutido no contexto histórico da saúde, especialmente, na Enfermagem. É um assunto merecedor de destaque, já que pode desestruturar a vida de uma pessoa, não somente no que se refere ao desempenho no trabalho, mas também à sua auto-estima e relações sociais (HIRIGOYEN, 2000).

    O assédio moral em local de trabalho está ligado a qualquer conduta abusiva em relação a uma pessoa (seja por comportamentos, palavras, atos, gestos ou escritas) que possa acarretar um dano à sua personalidade, à sua dignidade ou mesmo à sua integridade física ou psíquica. Podendo acarretar inclusive perda de emprego ou degradação do ambiente de trabalho em que a vítima está inserida (OLINISKI e LACERDA, 2004).

    O assédio moral, no contexto sócio-cultural atual, de forma geral, induz-nos à cegueira, à tolerância e à complacência, levando-nos a banalizar tal forma de perversão, que tem origem em um processo inconsciente de destruição psicológica. Justifica que se utiliza dos termos "agressor" e "agredido", por entender que se trata de uma violência declarada, mesmo quando oculta, na qual o processo de destruição moral do outro, pode levá-lo à enfermidade mental ou, em casos extremos, ao suicídio (LOPES, 2004).

    Atuação do Enfermeiro no caso de assédio moral deve estar focada na identificação dos riscos e problemas já existentes, nos diagnósticos de Enfermagem, intervenções e avaliação dos resultados. Pois o profissional de saúde deve prezar sempre pela promoção de vida saudável e isso inclui um ambiente laboral salubre e agradável para todos os que nele desenvolvem suas atividades profissionais (SOUZA et al., 2010).

    O assédio moral, como jogo de verdade e prática de poder que é da sociedade contemporânea, é uma das resultantes maiores destas articulações sociopolíticas. Por isso mesmo, como jogo de verdade, o assédio moral se dissemina e se inflaciona no imaginário da sociedade contemporânea principalmente dentro de hospitais, clínicas, nas escolas de enfermagem onde poucos são discutidos (BIRMAN, 2005).

    Para Leymann (1996), foi pioneiro nas pesquisas do assunto ao descrever situações de hostilidade no trabalho. Ele introduziu o conceito de mobbing, cuja tradução é maltratar, atacar, perseguir, sitiar. Envolve hostilidade e comunicação eticamente inadequada, dirigida de maneira sistemática a principalmente um (ou mais) indivíduo, o qual é colocado em uma posição de desamparo. Essas ações ocorrem frequentemente (pelo menos uma vez por semana) e durante um longo período (pelo menos seis meses). Devido à alta frequência e à longa duração de comportamento hostil, esse mal resulta em considerável miséria mental, psicossomática e social.Concomitantemente, o conceito de bullying, definido como tratar com desumanidade ou grosseria, passou a ser utilizado principalmente na Inglaterra. A terminologia foi utilizada primeiramente por Lazarus em 1984 nos estudos sobre estresse social. As noções de ameaças, agressões e maus-tratos acopladas às expressões bullying e mobbing as aproximam como sinônimos no uso corrente.

    O assédio é possível porque vem precedido de uma desvalorização da "vítima" pelo "perverso". A banalização da violência surge na medida em que se encara com naturalidade e se legitimam políticas organizacionais humilhantes e desumanas. O assédio moral fica diluído e é incorporado como expressão da violência já natural presente na sociedade (HIRIGOYEN, 2005; GARBIN et al., 2012).

    O assédio moral consiste em um fenômeno de relevância, porém, ainda pouco discutido no contexto histórico da saúde, especialmente, na Enfermagem. É um assunto merecedor de destaque, já que pode desestruturar a vida de uma pessoa, não somente no que se refere ao desempenho no trabalho, mas também à sua auto-estima e relações sociais (OLINISKI S; LACERDA, 2004).

    O assédio moral, na enfermagem pode causar a perda de interesse pelo trabalho e do prazer e trabalhar, desestabilizando emocionalmente e provocando não apenas o agravamento de doenças já existentes, como também o surgimento de novas doenças (COSTA et al., 2010).

    Entretanto, as conseqüências negativas do assédio moral para equipe de enfermagem não se restringem apenas às vítimas de assédio moral. Elas repercutem em prejuízos econômicos às empresas, gerados pelo absenteísmo, afastamentos, substituições e custos com processos. Todavia, eles não param por ai, pois, em função do assédio moral, muitas vítimas têm sua saúde debilitada a ponto de serem impedidas de exercer suas funções laborais, provocando seu afastamento e, nos casos mais graves, a aposentaria precoce, sobrecarregando o sistema previdenciário (OLIVEIRA et al., 2004; FONTES et al., 2011).

    Quando esta humilhação/constrangimento se torna repetitiva, o assediador/agressor pode desestabilizar emocional e profissionalmente o assediado/agredido, de forma que este perca a autoconfiança e o interesse pelo trabalho, às vezes desencadeando doenças ou agravando as pré-existentes. Outras repercussões à vítima podem ser o isolamento e, em alguns casos, levar ao consumo de álcool ou outras drogas, em pedir demissão ou ser demitido, inclusive por insubordinação (LISBOA, 2010).

    Para que possamos lutar contra mais esta forma de violência no trabalho é imprescindível resistir, dar visibilidade, denunciar e documentar situações vivenciadas ou conhecidas, opondo-se a instituições e pessoas que ignoram, fingem não ver ou até mesmo encorajam o assédio moral. Resta-nos também a reflexão sobre se estamos na condição de assediados ou de assediadores, e o que devemos fazer para mudar esta situação (LISBOA, 2010).

    Na rotina de trabalho da equipe de enfermagem podemos observar alguma característica do assediador que na maioria das vezes é demonstrada por preferência pela manifestação não verbal de sua conduta, para dificultar o desmonte de sua estratégia, bem como, o revide pela vítima. Podem ser citados como exemplo: suspiros, sorrisos, trocadilhos, jogo de palavras de cunho sexista, indiferença, erguer de ombros, olhares de desprezo, silêncio forçado, ignorar a existência da vítima e ato de cantar (MENEZES, 2003).

    Dentre as principais causas do assédio moral que aparecem de forma mais recorrente na literatura: suposta “ameaça” que futuro assediado representa para o assediador; dificuldades por parte do assediador em aceitar diferenças, sejam referentes a gênero, idade, raça, posição políticas, opções religiosas, dentre outras; antipatia pessoal provinda de razões diversas; inveja, por parte do assediados, da suposta proteção superior gozada pelo futuro assediado (GUEDES, 2003). Além de inveja da beleza, juventude, relações influentes e nível de estudos do futuro assediador.

    Segundo Santos (2009), no assédio moral há sempre um agressor direto e outro indireto. O direto é o assediador e o indireto é o mandante. Outra forma de assédio moral é o assédio sexual, no qual estão expostas as mulheres e os homens, isso pode ocorrer durante os plantões principalmente partindo de individuo médicos do sexo masculino.

    O profissional que sofre um assédio moral deve registrar a queixa na Comissão de Ética do COREN (Conselho Regional de Enfermagem), onde no artigo 78 é abordado o assédio moral; na CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), no departamento jurídico da instituição; ou a pessoa pode realizar um registro de ocorrência em uma Delegacia Policial (SANTOS, 2009).

    O objetivo de quem pratica o assédio moral é a exclusão da vítima por meio de pressão deliberada e constante, com o intuito de desmoralizá-la ou até mesmo fazer com que ela peça demissão. Este tipo de dano moral reside na dor pessoal, no sofrimento íntimo, no abalo psíquico e na ofensa à imagem que a pessoa projeta no grupo social, e, por isso, é importante que todos colaborem para evitar este abuso dentro do ambiente de trabalho (COSTA, 2012).

    O assédio divide-se, didaticamente, em quatro fases, em que: na primeira fase, surgem conflitos no ambiente de trabalho devido à diferença de interesses. A partir de então, os problemas podem solucionar-se e forma positiva através do diálogo ou pelo contrário, configuram o início de um problema mais profundo como: depressão, alcoolismo, crise de pânico, tentativas de suicídio, insônia e sensação de inutilidade. A Segunda fase de assédio moral constitui-se na estigmatizarão, em que agressor põe em prática estratégias de humilhação contra sua vítima, utilizando uma série de comportamentos perversos, tais como: humilhação perante os colegas, cumprir tarefas com um tempo recorde e excesso de trabalho, cuja finalidade é ridicularizar e isolar socialmente a vítima. Nessa fase, a vítima não é capaz de identificar o assédio moral como particularmente diferenciada a ela. E freqüentemente nega a evidência ante o resto do grupo a que pertence. Na terceira fase, a empresa/instituição percebe o conflito contínuo trabalhadores e intervém na relação para seus empregados, de modo que para situação de assédio, a solução pode ser positiva: quando a direção da empresa realiza uma investigação exaustiva do conflito e decide trocar o trabalho ou o agressor de setor/ cargo articulam mecanismos necessários para prevenir a reincidência do assédio moral (COSTA, 2012).

    Entretanto, a solução negativa consiste em que a direção veja o trabalhador como o problema a combater, reparando em suas características pessoais distorcidas e manipuladas, tornando-se cúmplice do conflito (COSTA, 2012).

    Na última fase do processo de assédio moral ocorre marginalização do trabalho-vítima ou mesmo sua exclusão da vida laboral, e, por isso, culminando no abandono do trabalho por parte da vítima. Em casos mais extremos os trabalhadores acuados podem chegar ao suicídio (COSTA, 2012).

Considerações finais

    A pesquisa demonstrou que a enfermagem é uma área de atuação indispensável nas organizações, diante das pressões decorrentes do modo de viver e por ser uma área onde há um trabalho de hierarquia os profissionais está suscetíveis assédio moral.

    O assédio moral ocorre no meio da enfermagem, mas é um tema pouco discutível no meio. Dessa forma observamos a necessidade de discussões do assédio moral no trabalho para o esclarecimento dos profissionais e estudantes, bem como a realização de campanhas educativas com intuito de diminuir os números de assédio no trabalho.

    Os impactos do assédio moral sobre uma membro da equipe de enfermagem vão de falta ao trabalho, diminuição da produtividade, estresse, síndrome de Burnout, síndrome do pânico, desordem do sono, entre outros. O assédio moral pode fazer com que o profissional que sofre o assédio trabalhe insatisfeito e diminua a qualidade da assistência prestada ao paciente.

    Contata-se que a realização de trabalhos de educação continuadas no serviço poderia ser uma forma de esclarecer os profissionais, informando-os sobre os conceitos e característica do assédio moral, bem como serviria como uma forma de esclarecer aos chefes imediatos, coordenadores e diretores como se caracterizam o assédio moral a fim de prevenir a ocorrência do mesmo, bem como melhorar as relações de trabalhos entre patrões e empregados aumentando a produtividade e melhorando as relações humanas no trabalho. Além disso, uma organização preocupada com condições de saúde de seu trabalhador deve investir em políticas de prevenção que perpassem pelo trabalho técnico qualificado e direcionado ao tema.

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